Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaaa, tudo bem com vocês? Obrigada Elister, Andy Hide, e Padawan( que tinha sumido) pelos comentários, adoro vocês
Espero que gostem...



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POV Natasha

Quando a prisão finalmente fica visível não consigo evitar o suspiro de alivio. Glenn parece ainda mais ansioso que eu, e isso acaba por ser reconfortante.  Assisto Carl abrir os portões para nós com facilidade e fico pensando no quanto o garoto cresceu. Salto do carro sem mais enrolação e imediatamente passo o olhar ao redor, procurando por algum indicio de Daryl. Ele não está por perto.

Retribuo os abraços que recebo com muito carinho, me assustando um pouco com o quanto essas pessoas são importantes para mim. Sinto minha língua coçar de vontade de provocar Maggie sobre o pedido de casamento e mordo a bochecha para evitar que qualquer coisa saia sem permissão.

Sinto vontade de ir atrás do caçador e me sinto ridícula por isso, então me limito a ajudar a descarregar as poucas coisas que pegamos. Lanço um olhar preocupado a Glenn quando Carl começa a mexer nas sacolas, mas ele bate no bolso e sorri, me contando sem palavras que o anel está bem guardado. Lanço uma piscadinha divertida para ele, e entro para nosso bloco com as ultimas sacolas em mãos, seguindo direto para o  deposito.  

Concentrada em não deixar que as sacolas caiam no chão acabo por bater de frente com Rick e precisar dar uns passos para trás para me firmer.

—Auch- digo quando finalmente me firmei- Desse jeito fica difícil.

Ele ri divertido e pega algumas das sacolas que estou segurando e me ajuda a empilhar.

—Não é minha culpa se você não olha por onde anda, Tasha- responde já de costas para mim.

—Sim, até porque o xerife está super atento – acuso sorrindo e empilhando a ultima sacola.

—Culpado- admite com um sorriso triste que me faz arquear a sobrancelha.

—O que está acontecendo?

—É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, Natasha. É a morte da Lori que ainda me atormenta horrores, é o Carl e aquela arma... Ele não é mais uma criança, mas também não é adulto. Tudo isso pesa muito para ele, e o tiro de execução que Hershel disse que ele deu não me sai da cabeça.

—Tem alguma ideia do que fazer a respeito disso?- pergunto cruzando os braços e me encostando a parede.

—Vou tirar a arma dele. Estamos seguros, posso me dar o luxo de fazer isso.

Aperto os lábios, pensando na possibilidade. Entendo o que quer dizer e o porque quer fazer isso, e já prevejo Carl ficando irritado e magoado. Vai ser uma fase difícil. Estou prestes  a dizer isso quando vejo em sua expressão que ele ainda está escondendo alguma coisa.

— O que mais?

— o que mais o que?- pergunta confuso e lhe lanço um sorriso de lado.

—O que mais decidiu, Rick. Sei que tem um algo mais, e que está pensando no modo certo de dizer.

Ele passa as mãos pelo cabelo, deixando assim que eu veja o quão cansado ele está. Parece nervoso também.

—Lembra-se que brinquei sobre você pegar a liderança?- pergunta e concordo com a cabeça, tentando encontrar um rumo nisso tudo- Não quero mais ser o líder. Na verdade, como já disse, não sei se ainda podemos seguir desse modo com apenas uma pessoa como líder. Mas eu estou desgastado com tudo isso.

—E quer dar um tempo?

—Sim. Sei que você, Daryl, Glenn e o resto do pessoal podem lidar com isso sem problemas. Eu só quero um tempo para lidar comigo mesmo e com meus filhos. Quero poder  ensinar para meu filho que não podemos sair matando todo mundo.

—Você está certo- concordo por fim, e acabo desviando o olhar, desconfortável , por lembrar que a pouco tempo atrás quem estava matando alguém era eu.

— O que aconteceu?- pergunta parecendo perceber meu desconforto. Não estava em meus planos falar sobre isso com alguém. Tudo bem , talvez estivesse falar com Maggie ou Daryl, mas não com Rick. Aperto os lábios pensando se digo ou não e chego a conclusão de que ele foi sincero comigo, devo no mínimo o mesmo com ele.

—Bem, hoje em nossa saída tivemos alguns problemas.- confesso encostando a cabeça na parede e olhando para o teto.- Matei alguém.

—Primeira vez?

Faço que sim com a cabeça.

—A primeira vez é a mais perigosa- diz e tiro os olhos do teto para voltar a encara-lo- Ou você decide que nunca mais vai fazer isso, o que é muito perigoso, ou que vai fazer sempre, o que também é perigoso.

—Não acho que nenhum dos dois tenha sido meu caso- digo e é verdade.-  Sei dos meus limites. E isso me assusta. Sua primeira morte também foi no apocalipse?

—Não. Foi antes, alguns mafiosos causando problemas, atirei em um deles e o cara não sobreviveu. Alem de um relatório explicando as razões e circunstancias fiquei um tempo deprimido. Lori quem me ajudou com isso, e também foi quem me ajudou quando isso voltou a acontecer mas no apocalipse. Sinto a morte dela o tempo todo, e me culpo por ter ficado um tempo brigado com ela.

—Ah Rick- digo por fim, entendendo toda a dor que ele está sentindo, todo o peso, e então sem pensar muito a respeito vou até ele e abraço. Minha mãe sempre disse que abraços são o melhor remédio, e é o que faço quando acho que meus amigos precisam. Ele retribui hesitante e acho essa parte divertida, talvez porque estou acostumada a abraçar Glennie e este me corresponde sem nem pensar a respeito.

—Então é isso o que você veio fazer quando voltou- ouço a voz de Daryl, em um tom frio e controlado, com muita raiva contida. Me afasto de Rick confusa e encontro seu olhar em um gelo absoluto.- E o idiota aqui te procurando.

Pisco atordoada e ele sai pisando duro.

—Mas o que diabos?- murmuro para mim mesma

—Ele entendeu tudo errado – avisa Rick e acabo por concordar com a cabeça começando a me mover para segui-lo.

—Posso ir lá falar com ele , explicar as coisas- diz sério e preocupado e me limito a negar com a cabeça. Conhecendo Daryl como conheço sei que é difícil lídar com ele realmente irritado.

—Não. Deixa comigo. Até mais Rick- digo e vou atrás dele.

Me sinto ridícula por estar indo atrás de alguém, mas vou assim mesmo.  O perco por um momento e pergunto para Beth, que balança Bravinha enquanto anda pelo pátio.

—Acho que ele foi em direção a abertura, Tasha.- responde preocupada, mas não paro para esclarecer suas duvidas.

Saio pela abertura das cercas com rapidez e vou em direção a floresta. Como ele é um maldito rastreador, encontrar seu rastro seria um pouco chato  de fazer se eu não soubesse mais ou menos a direção que seguiu.

Com passos rápidos adentro a floresta, seguindo as folhas remexidas e rapidamente o encontro. Está matando um zumbi qualquer, e consigo ver que desconta muita raiva em cada golpe de faca que enfia no crânio da coisa.

POV Daryl

Enquanto o idiota aqui procurava por ela,  ela estava de agarramento com Rick no deposito As conversas no dia anterior me acertam com força e quase não consigo respirar. Sinto uma raiva absurda me atingir e quero socar, socar com muita força a cara do xerifinho de merda. Saio da prisão como um tiro sem olhar para trás nem por um segunto e vou para a floresta. Por sorte, um errante imbecil se aproxima e ao invés de usar a besta uso a faca, tentando colocar toda a minha raiva para fora. Porra. Desgraça.  É claro que  essa merda não serve de nada, então guardo a faca no suporte e começo a esmurrar a arvore mais próxima.

—Pare- diz a voz que menos e mais quero ouvir no momento- Que inferno Daryl pare.

—Saia daqui, sua vadia.- rosno sem me dar ao trabalho de olha-la. A raiva passa vibrando por meu corpo e aumento a intensidade dos murros.

Ouço vagamente seus passos e em meu tupor espero que ela esteja indo embora, mas acabo surpreendido pela figura loira me puxando pelo ombro e então  se posicionando entre a arvore e eu.

—Que inferno, Dixon- rosna vermelha de raiva, e isso só faz com que eu queira gritar com ela, ou agarra-la.- Pare de ser infantil e me escute.

—Infantil?- rosno descendo um pouco o rosto de modo que nossos olhos fiquem no mesmo nível. Ela levanta o queixo em desafio.- Bem, eu não estou sendo infantil. Você foi uma vadia sim, e não pode negar. Deveria ter escolhido um dos dois, bonitinha.

Sem que eu espere ela me esmurra. É um soco potente e me atinge no olho, dou alguns passos para trás e vejo pontos pretos, tanto pelo impacto quanto pela raiva.

—Vadia é a sua mãe, cacete-rosna irritada, balançando a mão – Eu não estava com Rick dessa maneira, mas você não me deixa falar.

—Talvez porque eu não queira ouvir- rebato fixando os olhos nos dela. Grande erro, olhar naqueles olhos verdes malditos me faz perder o foco. Sem que eu espere ela se joga em cima de mim e caímos os dois no chão. Rolo para ficar por cima, mas ela da impulso e volta a  me prensar contra o chão.

—Pois eu não quero saber de suas vontades, cacete. Eu voltei da merda da missão querendo falar com você, e não com o Rick, mas você não estava por perto. Antes que você venha dizer alguma porcaria como “ se eu não estava por perto outro servia” já vou deixar bem claro que não. Trombei com ele quando guardava algumas coisas que trouxemos e acabamos por conversar sobre ele e Carl, e quando ele me perguntou qual o problema eu contei. EU MATEI UMA PESSOA HOJE, CACETE. – ela perde a compostura, me encara raivosa o rosto vermelho, o peito subindo e descendo com uma respiração arfante, e aos poucos vou me acalmando um pouco- O que você viu foi eu abraçando um amigo, e olha que surpresa, eu faço muito isso. Ele perdeu a esposa e está cheio de problemas, e sim, eu abracei ele. E se para você isso é ser vadia e estar com dois ao mesmo tempo, então sim, Dixon, eu sou uma vadia.

E assim tão de repente quanto pulou em cima de mim ela se levanta e começa a caminhar de volta para a prisão.

Xingando a tudo e a todos, me levanto e continua a andar pela floresta. É ridículo, mas agora tudo me lembra a loira maldita, principalmente o verde das folhas que me lembra os olhos que tanto me prendem.

“ Maldição, Dixon” digo para mim mesmo “ Não deixe essa garota ir”

E é com isso em mente que ando apressadamente em direção a prisão, entro com pressa pela abertura, ignoro os chamados de Carol e vou direto para a cela da loira maluca. Encontro ela empilhando tudo o que é meu em um montinho perto da porta e balanço a cabeça negativamente.

—“quando eu não te quiser mais aqui, eu mesma jogo as suas coisas fora” você disse, então suponho que me queira bem longe- digo me encostando no batente da porta.

—Você se quer fora- revida acida- afinal, eu sou uma vadia.

—Você não é.- digo me desencostando e caminhando até ela.- Eu me exaltei, fiz o maior escândalo e não parei para ouvir você. Estou errado.

—Ai meu deus- diz séria- Para o mundo que eu quero descer, Daryl Dixon admitiu que está errado.

—Para você ver o que faz comigo, sua maluca.

—Você sai gritando que nem louco e eu sou a maluca?- pergunta cruzando os braços e me encarando.

—Eu não sai gritando- me defendo.

—Tem razão, estava esmurrando uma arvore, o que é bem mais surtado.- responde marota e fico confuso, sem saber se me perdoou.

—Bem, isso eu fiz mesmo. Eu...-  tento fazer com que a palavra desculpe saia pela minha boca, mas ela trava.

—Você...?- ela me incentiva e sei que não vai facilitar. Ela nunca facilita.

—Me desculpa, Natasha.- digo e sai em um sussurro, mas ela escuta.

—Não sei não. É um grosseirão, não me merece- diz séria, e sinto um nó estranho na garganta. Ela tem razão sobre isso. – Olha Daryl, não sei o que temos, mas gosto disso. Só que você não pode simplesmente surtar comigo, poxa.

—Eu sei.

—Você confia em mim? Tem que confiar para isso funcionar.

Penso um instante a respeito, e me dou conta de que confio. Ela é livre, e tem que continuar assim para ser feliz. Como a mesma disse, ela dá abraços nos amigos, ri de qualquer coisa e faz o que dá na telha. Não posso mudar isso nela, e nem quero. Confio nela e em sua loucura, e o que aconteceu foi pouco sobre ela e bastante sobre mim.

—Confio- digo sério, e cheio de convicção.

—Que bom, porque eu confio em você também- responde e então a puxo para mim e beijo-a. O beijo tem carinho e sentimento, mas também tem raiva, e ela corresponde na mesma moeda.

—Estou expulso?- pergunto com a testa encostada na dela.

—Não. Só estava com ciúmes porque gosta muito de mim, e posso entender, mas não precisa ser possessivo, Daryl- brinca me lançando uma piscadela.

—Não estava com ciúme nenhum.- digo sério e ela ri.

—Acredite no que quiser, caipira.- responde sorrindo

—O que aconteceu hoje?- pergunto por fim, preocupado.

—Acabou que eu falei bastante sobre isso hoje. Não quero falar mais a respeito, mas matei um homem hoje, e não me arrependo disso, e essa é a parte assustadora.

—Já conversamos sobre isso. Eu queria ter estado lá, para você não ter que passar por isso.

—Eu teria que passar em algum momento. Já estou bem, juro. São alguns repentes, mas desde a guerra com o governador eu estava bem ciente de que isso ia acontecer.

—Mesmo assim, não gosto que você fique longe, e que eu não possa ajuda-la.- digo sério, apertando seu nariz.

—Também não gosto de não poder ajudar você- responde com um dar de ombros e um sorriso sem graça, que me seduz absurdamente e eu acabo por puxa-la para meu colo.

Os beijos ficam intensos, o desejo surge com tudo e quero mais e mais dela. Me obrigo a separar a boca da dela, e  respiro arfante, ela no mesmo estado que eu.

—Precisamos da maldita cortina- digo beijando seu ombro e ela ri.

—Consegui um lençol legal para isso hoje. Vamos trabalhar em uma- promete com uma piscadinha, e eu acabo por puxa-la para mais um beijo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?