Férias do cúmulo do Inferno escrita por Marzipan


Capítulo 3
Capítulo 03 - Que sono!


Notas iniciais do capítulo

Tô me esquivando um pouco do propósito da fanfic, mas tá indo. Espero que gostem ♥



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Estava escurecendo e continuo caindo aquela chuva. Estava tão forte que parecia até obra de Kofuku. Enfim, a luz ainda não havia voltado. Hiyori ouviu seus pais comentando algo sobre a luz voltar logo, então o jeito era esperar. O trio ainda estava no quarto sem fazer nada, então começaram a conversar.

— Yato? – Hiyori deitou na cama, olhando para o teto.

— Hm? – Deitou na cama também.

— Quantos anos você tem?

— É mesmo, até hoje você não disse. – Yukine se juntou à eles na cama.

— 1500 e alguma coisa.

— Eh?! Isso tudo?! – Se surpreendeu e logo se sentiu estranha.

(“Pera, então hoje cedo... Eu deitada com ele... Isso faz dele pedófilo?!”);

Começou a ficar vermelha e nenhum dos dois entendeu o motivo.

— E por que alguns deuses aparentam ser mais velhos do que outros? Tipo... A Kofuku parece ser uma menina de 16 anos, mas o Tenjin-sama aparenta ter uns 70. – Yukine perguntou, pensativo.

— Sei lá. Tem uma hora que cada deus para de crescer fisicamente e fica do jeito que tá. Eu imagino que isso tenha a ver com a mentalidade de cada um.

— Isso explica porque você age que nem um idiota! – Yukine falou, acompanhado de um “eureca”.

— MAS EU SOU MAIS VELHO QUE VOCÊ! – Levantou apontando pra ele.

— Mas parece estar preso na casa dos 18!

— E você tá preso nos 14, tá rindo do quê?!

Hiyori riu de novo por causa das bobagens que eles falavam.

— Quando a Hiyori estiver com 20, vai rir de você também! – Agora levantou apontando também.

— Quando ela tiver mais que 1500 ela pode rir!

— Mas Yato... – O olhou, ainda deitada.

— Hm? – Levou sua atenção à ela.

— Você disse 1500 e alguma coisa... Você não sabe seu aniversário?

— Não. – Olhou pra baixo – Deuses geralmente não tem isso porque eles reencarnam e tal.

— Mas você nunca reencarnou... Então você TEM uma data de aniversário!

Yato ficou sério, olhando para a chuva na janela.

— Eu não faço a menor ideia.

O clima da conversa ficou estranho. Hiyori sentiu culpa por ter tocado nesse assunto. Afinal, ela sabia dos problemas de Yato com seu pai. Estava escurecendo rapidamente e, num passar de minutos, o quarto se tornou um breu.

— Cadê vocês? – Yato esticou os braços para tentar achar alguém.

Num ato infortuno, Yato pegou em algo redondo, quente e macio. A única coisa que ouviu foi o grito de Hiyori e ele sabia exatamente no que tinha agarrado.

— SEU TARADO! EU VOU TE MATAR! – Gritou tentando socá-lo, mesmo não vendo nada.

— M-M-ME DESCULPA! – Não deu pra ver, mas Yato estava tão vermelho quanto a bandeira da China.

Yukine não estava entendendo nada por motivos óbvios de não ter visto/sentido nada.

Por ironia do destino, a energia voltou nesse exato momento e todas as luzes acenderam. Assim que Hiyori viu Yato, o socou com uma força monstruosa e ele voou para o chão. Não dava pra saber qual dos dois estava mais vermelho. Yato nem se mexeu, pois ainda estava petrificado tanto por dentro quanto por fora (se é que vocês me entendem HUEHEUEHEU Desculpa).

Depois de apanhar por alguns minutos, Hiyori finalmente cessou e deitou na cama (ainda vermelha). O silêncio voltou. O som da chuva ainda estava presente do lado de fora, mas ela pareceu menos violenta do que antes.

— Sabe... Nunca paramos pra conversar – Hiyori disse olhando pra chuva.

— Como assim? – Yukine indagou.

— Sabe... Sempre nos encontramos por algum motivo, mas nunca pra conversar...

Silêncio.

— Sabe... O Tenjin-sama vive insistindo pra eu parar de falar com vocês.

— Eu sei. – Yato respondeu sério – Ele é o deus do conhecimento, então seria natural você seguir ele. – fez uma pausa – mas você é bobona, então continua conosco.

— Não sou bobona! Eu já disse que não quero me separar de você.

Yato corou, desviando o olhar.

— Quando fizemos aquele piquenique... Ele tinha citado algo a ver com uma “aramitama”.

Nota: Aramitama é, para os xintoístas, uma das quatro partes de uma alma. Ela envolve a fúria, coragem e agressão. Tenjin cita sobre ela no mangá (ou no OVA que eles fazem um piquenique). Ele diz que Yato é tomado pela raiva por querer salvar Hiyori, arriscando a si mesmo atacando Bishamon.

Yato a olhou assustado assim que ela mencionou isso.

— Por que ele disse isso?

— Disse que eu era importante pra vocês a ponto de vocês se tornarem “selvagens” e matarem até mesmo outro deus por minha causa.

— Talvez... – Parecia querer sussurrar, mas acabou falando alto.

— Ele pode ser inteligente, mas fala umas coisas meio nada a ver às vezes. – Yukine falou pensativo – Ele sempre fala pra você se afastar da gente, mas mesmo assim não nos obriga a nada.

— Talvez porque ele apenas nos veja como um bando de adolescente estúpido. – Yato falou fazendo caretas – Já que ele é um velho.

Isso acabou gerando uma conversa descontraída. Assim que foram jantar, já estava perto da hora de dormir.

— Bem... Vocês podem ficar no quarto do lado – Hiyori disse na porta.

Yukine fez um sinal de “ok” com a cabeça e entrou no quarto para arrumar suas coisas, mas Yato estava parado na porta olhando.

— O que foi? – Hiyori perguntou, sem entender.

— Nada. – Entrou no quarto sério.

— Pois volte! – Brigou com ele, o assustando – Vem cá.

Hiyori o puxou pela manga da camisa e o levou até seu quarto.

— Se você quer que eu te fale tudo que acontece comigo que me incomoda, então eu quero que você faça o mesmo!

— Q-Que história é essa? – Corou com o fato de seus rostos estarem muito próximos.

— Por que você parece arrasado? – O olhava de cara feia.

Yato virou o rosto, corado, sem responder.

— Me fala, droga! – O segurou pela mão por impulso.

(“Droga, isso parece aquela vez que fomos à Capyperland!”)

— Eu... – Estava hesitante -... Gostei de dormir aqui.

Yato estava tão vermelho que era possível ver a fumaça saindo por toda a cara.

— P-Por quê? – Agora quem corou foi Hiyori.

Yukine apareceu bem na hora, uma hora péssima pra interromper, para falar que iria pegar suas roupas que deixou no quarto.

— Quê que vocês tão fazendo?

— Conversando. – Os dois responderam e viraram a cara um pro outro.

No final, Hiyori dormiu sozinha naquela cama enquanto os meninos foram pro outro quarto.

Porém.

Madrugada, Hiyori acordou com frio. Num ato impulsivo, levantou e foi até o quarto de Yato e Yukine. Era possível enxergar por causa da luminosidade da janela, então assim que viu Yato, deitou ao lado dele e dormiu no mesmo segundo. A cama era de solteiro, mas como os dois eram magrinhos, couberam ali perfeitamente. Yato acordou com isso e notou que ela estava ali, então a cobriu com a coberta e voltou a dormir. Dormiu muito, mas muito mais relaxado do que antes.


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Notas finais do capítulo

Pedirei de forma mal educada que, caso estiverem gostando, por favor deem um sinal!! Ver poucos comentários/acompanhamentos/recomendações me desanima a continuar a fanfic. Whatever, alguma hora sai o próximo capítulo. Obrigada por lerem ♥