Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 22
"Mas isso era antes de eu te conhecer..."


Notas iniciais do capítulo

OLHA A LALLY LINDA DE VOLTAAAAAA!

Como vão, minhas Flowers? Eu tô ótima!

Não tenho muito o que falar dessa vez... Uhm... É, não tenho mesmo POR QUE PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA NÃO ESTOU ATRASADÉRRIMA COM OS CAPITULOS HAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHA

Mas voltando... Só tenho a agradecer a Bel Lima por favoritar a fic! Bel, Muito obrigada ❤

E esses comentários lindos que recebi no último capítulo??? Vocês querem me ver chorar né, amiguinhas? QUE COMENTARIOS MAIS LINDOOOOOOOOS SOCORRINHO ❤❤❤

Agora, sem enrolação... Bora ler?



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VIOLETTA CASTILLO


Um mês depois...


Acordei disposta a praticamente tudo. Estava tão animada que nem sabia de onde tinha tirado tanta felicidade, parecia que eu iria explodir de alegria.

Depois de fazer minha higiene matinal, segui até o quartinho de Sofia, que León fez questão de dar a ela semanas atrás, e abri a porta devagar para não acordá-la caso ainda estivesse dormindo. Mas quando adentrei completamente no cômodo deparei-me com uma cena peculiar: Sofia brincava calmamente com seu cachorrinho de pelúcia enquanto León tentava pentear seus cabelos cuidadosamente.

Encostei no batente da porta e fiquei observando os dois conversado enquanto Vargas se embolava inteiro tentando arrumá-la.

— Papai, tá machucando! — A pequena reclamou quando ele terminou de fazer sua melhor maria-chiquinha. Não consegui ficar quieta e ri da cena.

— Então estava nos observando daí, Dona Violetta? — León começa a falar, sorridente e faz um gesto para que eu me aproxime.

— Bom dia, mamãe! — Sofia pula animada na cama cheia de travesseiros.

— Bom dia, minha princesinha! — Dei um beijo em sua testa.

— Já me adiantei. Dei banho, fiz ela escovar os dentes e penteei os cabelos da mocinha aqui. — Disse orgulhoso e eu ri ao constatar que o penteado que ele tinha feito na minha menina estava totalmente irreconhecível.

— Achei que a maria-chiquinha deveria ter dois rabos-de-cavalo na mesma altura...

— Shiu! Está lindo, ponto final. — Rimos.

— Papai, tá doendo! — Ela aponta para o cabelo e eu segurei meu riso enquanto ele me olha, derrotado.

Puxo Sofia para perto de mim e desmancho o penteado, fazendo-o novamente só que dessa vez do jeito certo.

— Agora sim! — Respodi, dando um toque final no penteado com uma presilha de lacinho.

— Eu tô linda? — Ela perguntou correndo para o espelho mais próximo e eu ri.

— Você já é linda, minha princesa! — León disse amoroso e eu me derreti completamente.

— Nossa, o bebê hoje não para! — Disse acariciando a barriga e sentindo ele se mexer. Aquilo parecia ser sempre uma novidade para mim. Era algo tão diferente, mas tão bom.

— Deixa eu ver! — León disse todo bobo acariciando a parte que eu aponto ser onde ele ou ela mais se mexe. Desde que o bebê começou a dar sinais de vida, ele parece cada vez mais contente e babão. E eu não estou diferente — E aí, garotão ou garotinha... Tudo bem aí? Você parece bem feliz!

— Mamãe, quero sentir também! — Sofia correu para perto de nós e León posicionou suas mãozinhas onde as dele estavam momentos antes — Olha, ele tá dançando! — Rimos do comentário de Sofia e abaixei minha blusa quando o bebê se acalmou.

 

Resolvi deixar eles ali se divertindo para ir logo tomar café da manhã. Minha fome estava igual a de um monstro, mas eu sabia que tinha que maneirar.

Sentei à mesa e já preparei o cereal e o suco de uva de Sofia. Peguei uma fatia de bolo de chocolate e um refresco de laranja. León apareceu na sala de jantar com Sofia sorridente em seu colo e me encarou pasmo, fingindo não acreditar que eu já tinha começado a comer antes deles chegarem.

— Não me olhe assim... A culpa é toda do seu filho! — Tentei me defender.

— Ou filha... — Ele completou piscando para mim.

— Tem algum poder sobrenatural dizendo a você que será uma menina? Você sempre parece tão convicto disso...

— Eu não chamaria de convicção, querida. — Ele parou de falar, dando um gole no café fumegante na pequena xícara. Admito que estava com um pouco de inveja por ele poder beber café e eu não — É que nós sempre falamos "o filho", "o bebê"... Mas parece algo tão masculino, e se for mesmo uma menina? Podia ter uma forma de chamar ele ou ela por algo que serve para os dois sexos, não?

— Hum... Que tal "Docinho"?

— É fofo mas esse é o meu apelido, não pode dar para o bebê também. — Ele disse fazendo biquinho e eu ri.

— Mamãe, chama o bebê de "Little Peach"? — Sofia disse com a boca cheia de cereal, não consegui entender direito o que ela havia falado.

"Li" o quê? — Perguntei curiosa — Fale de boca vazia para eu entender, amor.

— "Little Peach", mamãe! — Ela riu e León a encarou espantado.

— "Little Peach"? Violetta, não me disse que ela sabia falar inglês. — Ele continuou a encarar a garotinha tomando seu suco de uva.

— Só um pequeno detalhe, querido. — Dei um beijo na cabeça da garotinha — E então, o que vem a ser "Little Peach"?

— "Pequeno Pêssego", é um apelido até que fofo. Acha muito masculino? — Ele perguntou antes de abocanhar uma fatia do meu bolo de chocolate.

— Ei, não se toca na comida de uma grávida! Olha o tanto de bolo que tem ali, Leonard, e você veio pegar logo o meu?! — Fingi estar brava e peguei outra fatia.

— Hum, marrentinha! — Ele disse depositando um beijo em minha bochecha e logo em seguida sujando meu nariz com cobertura de chocolate.

— Papai passou chocolate no seu nariz, mamãe! — Sofia gargalhou enquanto eu tentava encostar a ponta da minha língua na ponta do nariz para tirar o chocolate, mas sem resultados.

— Só não começo uma guerra de comida agora porque não quero me sujar. Estou pensando em ir ao parque hoje, o que acham?

— Um piquenique de almoço? Gostei da ideia... — Lê disse se levantando da mesa — Vou pedir para Olguinha preparar algo para levarmos.

...

O dia estava fresco e ensolarado, ótimo para um passeio ao ar livre. Estávamos andando à procura de um lugar bom para estender a toalha e armar o piquenique.

Sofia pulava enquanto eu e León seguravamos suas mãozinhas. Ela estava tão feliz que chegava a contagiar as pessoas em sua volta.

Encontramos um lugar na sombra e arrumamos tudo ali. O parque estava um pouco cheio, mas pelo jeito deveria ser assim todos os dias. Preparei um sanduíche para Sofia, já que ela não queria ficar nem mais um segundo sentada, ainda mais com um playground enorme à nossa frente. Ela comeu em um piscar de olhos e se levantou correndo para ir ao parquinho.

— Espere um pouquinho, Coelhinha! — León disse meigamente segurando sua mão antes que ela saísse correndo.

— Mas... Mas papai, eu quero brincar! — Ela disse triste.

— Você vai brincar, mas tem que passar protetor solar se não quiser ficar igual a um camarãozinho. — Falei tirando o protetor da bolsa e dando para León.

Mas eu não vou, eu prometo! — Ela disse fazendo seu biquinho fofo.

— É que não depende de você, amor. O Sol está muito forte hoje, tem que passar mais protetor que o normal.

León terminou de passar o protetor e logo a loirinha estava correndo em direção ao parquinho. Eu e Lê ficamos a observando brincar com as outras criancinhas de sua idade na caixa de areia. Era tão bom ver Sofia feliz daquele jeito.

Ficamos conversando sobre basicamente tudo até que León começou a me contar de sua infância rica e solitária, quando tudo o que ele mais queria era a atenção dos pais. Naquele momento me coloquei no lugar dele e imaginei o quão deveria ter sido difícil conviver mais com babás do que com a própria família. Para minha felicidade meus padrinhos eram as pessoas mais maravilhosas e humildes que já conheci, tive muita sorte de tê-los como minha família.

— Mamãe! — Sofia gritou e eu saí do meu transe olhando assustada para a direção de seu grito.

Para meu alívio nada tinha acontecido. Minha loirinha vinha correndo toda sorridente de mãos dadas a uma ruivinha linda. Parou ofegante na nossa frente e me deu um beijo na bochecha.

— Quem é essa menina linda, Sofia? — León perguntou e a ruivinha deu um passo à frente envergonhada.

— Ela é minha melhor amiguinha lá na escola! — Sofia respondeu animada.

— E qual é seu nome, querida? — Perguntei a ela e a garotinha me encarou mais envergonhada ainda.

— É Olívia. — A menininha respondeu baixinho e sorriu.

— Que lindo nome! — Respondi passando a mão em seus cabelinhos — Eu sou a mamãe da Sofia, Violetta. Esse é o papai dela, León...

— E esse é o Little Peach, meu irmãozinho ou irmãzinha. — Sofia alisou minha barriga para mostrar a sua amiguinha e eu ri de seu ato.

O nome dele é esse? — Ela perguntou assustada e eu dei um riso abafado.

— Não, querida, é só um apelido. Você tem um? — Perguntei para deixá-la mais à vontade.

— Meu papai e minha mamãe me chamam de Liv, eu gosto. — Ela disse meiga.

— Okay, Liv. É um prazer conhecer uma prince... — Fui interrompida pelo grito de alguém.

Olívia! — Uma mulher, aparentando ter a minha idade, alta e de cabelos avermelhados se aproximou de nós, parecia furiosa mas quando viu a pequena perto de si, ajoelhou-se para abraçá-la — O que eu disse pra você? Não pode sair correndo por aí sem avisar a mamãe, você me deu um susto!

— Sinto muito, tia Camila. Eu chamei ela pra brincar comigo aqui. — Sofia disse envergonhada e a mulher a encarou sorridente.

— Olá, Sofia. Não tem problema querida, só me avisem antes. — Seu olhar observou em volta até encontrar eu e León — Nossa, como estou sendo inconveniente... Prazer, sou Camila, mãe da Olívia.

— O prazer é todo meu. Sou Violetta, a mãe da Sofia — Abracei-a — E esse é o Leonard...

— Prazer, sou o pai da Sofia. — Ele sorriu enquanto apertava a mão de Camila.

— Admito que é um alívio ver que não sou a única mãe jovem daqui. — Rimos — Essa aí veio de surpresa, meu presentinho ruivo. — Camila disse carinhosa passando a mão pelos cabelos da filha.

— Digamos que Sofia também, um anjo que caiu do céu bem nas nossas vidas. — Disse quase me emocionando — Ai, hormônios!

— E já vem mais um? — Camila perguntou animada passando a mão em minha barriga volumosa e eu assenti sentindo o bebê se mexendo com o toque da moça — Que maravilha! Meu marido e eu estamos loucos para ter um segundo filho...

— Esse aí deu trabalho! — León disse malicioso e eu dei um tapa no seu braço.

— Não escute o que ele diz, é um palhaço! — Leonard arqueou as sobrancelhas me encarando.

— Sou tão irresistível que não conseguiu pensar nem em um elogio a minha altura. — Sorriu vitorioso com suas palavras.

— Não... É porque você tem cara de palhaço mesmo. — Respondi e Camila riu de nossa pequena discussão.

— Por mais que eu esteja me divertido assistindo a discussão de vocês, meu marido está me esperando do outro lado do parque. Foi um prazer conhecê-los. — Ela acenou e fizemos o mesmo em resposta.

— O prazer foi nosso. — Disse sorrindo e quando ela saiu de nosso campo de visão, virei-me para León — Olha a proporção que isso tá tomando!

— Isso o quê? — Sua voz dizia que ele estava achando graça de tudo o que estava acontecendo.

— Sofia já está chamando o bebê de irmão e a mãe da Olívia acha que somos os verdadeiros pais dela e que estamos juntos! — Eu realmente estava assustada com o tamanho que aquela bola de neve estava ficando.

— E o que isso tem de problema? — León se fez de tonto esperando uma resposta mais concreta.

— Céus, você é idiota ou está fingindo? Sou sua barriga de aluguel e estou namorando o Alex! — Eu estava mesmo precisando relaxar e aquela conversa estava me deixando mais nervosa ainda — Se tudo continuar assim, quando eu tiver que ir embora, Sofia pode achar estranho e ficar mal por isso.

— Eu realmente não te entendo... — Seu olhar parecia vago, seu sorriso havia sumido completamente — Você força tudo isso. Se apresentou para a mulher como mãe da Sofia, queria que eu fizesse o quê?

— Mas eu não falei nada sobre você, só disse seu nome, você se encarregou de responder o resto. — Ele suspirou e voltou a olhar para o playground — Não é como se eu dissesse "Esse é o Pai, pai da Sofia".

León fez pouco caso do que eu havia falado. Resolvi que deixá-lo espairecer e esfriar sua cabeça antes de voltar a falar com ele. Tirei do cesto que tínhamos trazido duas caixas de suco e fui em direção à minha menina e sua amiguinha escalando algum tipo de brinquedo no parquinho. Depois que me certifiquei que não faltava passar protetor em mais lugar nenhum em suas bochechas rosadas, resolvi voltar. León parecia ainda estar incomodado com o que eu havia falado. Deixei isso de lado e continuei a ler o livro que tinha trazido.

— Lê... — Chamei-o depois de um tempo e ele olhou rapidamente para mim antes de voltar a olhar Sofia no escorregador.

— Sim? — Sua resposta foi curta e grossa.

— Desculpa retomar ao assunto mas, quando... Quando o bebê nascer, será que eu posso ir visitá-lo? — Concluí receosa meu questionamento e ouvi León respirar fundo antes de começar a falar. Aquilo teria sido um "não"?

— Por que está perguntando isso? — Ele perguntou, enfim se virando na minha direção — Pensei que continuaria morando lá...

— Oi? Lê, eu perguntei se podia ver seu filho ou filha porque sei que existe uma cláusula no contrato em que diz que eu não terei mais ligação nenhuma com a família quando o bebê nascer... — O cortei confusa e ele arqueou as sobrancelhas — Sou uma barriga de aluguel, Vargas. O contrato e minha ética realmente não permitem isso. Mas queria poder conhecer o bebê também...

— Nós somos meio que pais da Sofia agora, Vilu. Como vai ser se no fim das contas, você for embora com ela e me deixar cuidando de um bebê sozinho? — Ele parecia desolado e parte de mim não entendeu seu sofrimento.

— Não era você que queria uma barriga de aluguel pra te dar um filho já que não encontrava a mulher perfeita para isso? É o que você esperava, não?

Mas isso era antes de eu te conhecer... — Ele disse num fio de voz mas eu escutei bem... Muito bem. Tão bem que senti meu corpo inteiro se arrepiar com o que disse.

 

 

LEONARD VARGAS

 

 

Violetta era minha mulher perfeita. Como ela não conseguia perceber isso? Minha cabeça começou a doer com a grande quantidade de pensamentos me rondando. Antes de conhecê-la, nada tinha sentido, agora com ela, tudo para mim faz mais sentido. E o que pensar quando ela me pergunta se poderá ver o nosso filho de vez em quando?

Nosso filho...

É nosso filho e Violetta nem sequer desconfia. A culpa é toda minha de não ter contado toda a verdade a ela ainda. Essa mentira está me destruindo completamente e eu nem sequer sei como posso jogar essa bomba sem que ela saia correndo tentando me manter longe do bebê.

— Violetta, eu preci...

Parei de falar quando senti sua mão pousar bruscamente em meu braço e suas unhas cravarem em minha pele com força.

Não... — Sua voz pronunciou em um sussurro e meu coração disparou.


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Notas finais do capítulo

VÁRIAS EMOÇÕES!
VOCÊS ME PEDIRAM MUITO E EU FIZ UM CAPÍTULO SEM ALEX! UHUUUL!
O que vocês acham que aconteceu com a Vilu???
E essa Sofia super fofa?
O que acham de colocarmos o nome do bebê de Little na certidão de nascimento dele ou dela? Haha'
Brincadeirinha!

Amorecas, comentem bastante, favoritem e recomendem a fic se estiverem gostando!

Espero que tenham gostado e até a próxima! Beijos!



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