Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 2
"Tudo depende disso!"


Notas iniciais do capítulo

Amooooreees, olha quem resolveu aparecer antes da hora? Eu ❤

Mas não é pra vocês se acostumarem não, postarei um capítulo por semana mas como essa é a primeira, postarei mais esse... E o próximo só devo postar sábado ou dominado que vem, okay?

ATEEEEENÇAAAAAAAAAAAOOOOOOOO AQUIIIIIIIIIIIII AMOREEEEEEES...
Preciso falar uma coisinha rápida... Não estranhem o andamento da história, ela é bem lentinha mesmo. Podem haver alguns capítulos chatinhos e outros bem "Uau!". Só peço que não abandonem a história por acharem que está demorando muito a chegar a um certo ponto... Como já disse antes, O ANDAMENTO DA HISTORIA É LENTO, ou seja, vários capítulos para explicar uma situação, por exemplo... Entenderam?

Agora vem a parte que eu grito feito louca:
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
7 PESSOAS JÁ FAVORITARAM A HISTORIA NO PRIMEIRO CAPÍTULO <:O

Um obrigada de ❤❤❤❤ para:
❤ Jullie
❤ Love Glitter
❤ Daniella
❤ Lissonivic
❤ Caah Stoessel
❤ ZzLuli
❤ Liss11

Muito obrigada pelo carinhooo!

Um beijãooo e um obrigada (de novo kkk) para todos os meus amorecos que lembraram de comentar e me deixaram muito feliz com suas mensagens! Amo vcs!

E então, bora ler?



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— O fogo não ficará mais forte que isso. Sente-se com ela perto do calor e espere um pouco. Pablo, pegue água quente agora!

Meu desespero só aumentou com os berros de Tia Angie mas fiz o que ela mandou. Sofia estava gelada demais e isso me deixava milhões de vezes mais preocupada. Ela estava com hipotermia e poderia morrer se seu corpo não se esquentasse logo. Instintivamente a abracei forte, talvez o calor do meu corpo ajudasse a aquecer o dela. Poucos minutos depois, tio Pablo apareceu com uma bacia cheia de água fervente e um pano para que eu o molhasse e colocasse na testa da menina, e assim o fiz.

Dez minutos se passaram e nada dela acordar. Minhas esperanças íam se esvaindo pouco a pouco mas eu não queria desistir. Sofia estava aquecida mas nem assim acordava e isso acabava comigo. Eu nem a conhecia e já estava tentando salvar sua vida. Minha tia se aproximou e pegou o braço da menina para checar o pulso. Seu olhar baixou e ela fez que não com a cabeça.

Isso não pode estar acontecendo... Não com essa menininha... Não comigo!

— Ela se foi, titia? — Perguntei com a voz falha e senti uma lágrima cair.

— Ela está muito fraca. Talvez não passe de hoje, querida!

— Mas tia, não tem nada o que fazer? — A moça me olhou séria e então assentiu.

— Fique com ela. Espere e se prepare para o pior... Mas não perca a esperança, meu amor. — Tia Angie disse cautelosa e eu abracei Sofia mais forte.

— Não me deixe, Sofia — Disse baixinho e minha madrinha sentou ao nosso lado — Estou me esforçando para que você acorde e possa ser feliz, não me desaponte!

Acariciei seus cabelinhos louros e desfiz sua maria-chiquinha para deixar seus cabelos livres. Minha tia endireitou os cobertores que estavam sobre ela e ficou a observar seu rostinho, que descansava calmo sobre meus braços. Continuei a fazer carinho nela durante meia hora e nada aconteceu. Senti meu rosto aquecer e algumas lágrimas ousaram cair. Eu estava a perdendo...

— Menininha, fique comigo! Eu gostei de você desde a primeira vez que te vi e agora você está me deixando? — Minha voz saia embargada e baixa — Eu estou aqui te ajudando, quero vê-la acordada novamente. Vamos procurar sua mamãe onde for que ela esteja mas pra que isso aconteça, você tem que acordar... — Coloquei sua franja para trás e beijei sua testa — Acorde, Sofia!

Abaixei minha cabeça, acabada. Aquilo era demais pra mim, eu não aguentaria aquele sofrimento. Eu tinha que ser forte mas isso parecia impossível. Era uma garotinha de 5 anos abandonada, ela merecia viver.

— Mi-minha barriguinha... — Ouvi uma voz fininha e levei minha atenção à garotinha no meu colo. Ela havia cordado!

— O que disse, meu amor? — Perguntei colocando calmamente seus cabelinhos para trás da sua orelha e vi minha tia se aproximar — Não estou acreditando... — Disse ainda em choque por vê-la acordada novamente.

— Tá doendo! — Senti mil e um sentimentos naquele momento. Ela havia mesmo acordado...

— Deve estar com fome, querida — Tia Angie respondeu e se levantou — Acho que sobrou um pouco da sopa de hoje mas era pra você, Vilu.

— Não me importo em dividir com ela, titia. Traga um pouco para eu dar a Sofia, depois como o resto.

— Tudo bem.

...

Acordei com o sol batendo no meu rosto. Eram raios fracos, o que significava que ainda era cedo. Tentei me levantar mas então percebi que Sofia dormia calmamente em cima de mim, numa forma de abraço e então lembrei que ela havia vindo dormir comigo. Talvez estivesse com medo ou fosse o jeito que sempre dormia com sua mãe. Peguei-a com cuidado e a deitei ao meu lado para que assim eu pudesse levantar e sair da cama.

Fiz minha higiene matinal, segui até a cozinha e lá encontrei meu padrinho tomando uma pequena xícara de café fumegante. Aproximei-me dele e sentei à mesa. Ele me olhou silenciosamente enquanto mordia uma parte do pão adormecido que estava em sua mão. Coloquei leite em um copo e bebi, aquilo seria meu café da manhã.

— Bom dia, meu doce. Como está a garotinha?

— Bem, eu acho. Ainda está dormindo.

— Passei em seu quarto mais cedo e vi que ela estava dormindo no seu colo. Ela não quis dormir na outra cama?

— Não sei, acho que estava com medo ou algo do tipo.

— Hum, sim. — Ele terminou de tomar seu café e se levantou para lavar a loça.
— Violetta, encontrou um emprego? Se não me falha a memória, você foi demitida daquela lanchonete perto do parque, não?

— Fui, tio, mas andei procurando outros e achei um que eu tenho quase certeza de que se eu conseguir, vou ganhar dinheiro suficiente para dar uma casa nova a vocês rapidinho.

— E qual seria? — Eu estava prestes a responder quando ouvi um choro vindo do quarto. Sofia havia acordado.

— Vou lá ver...

Andei em passos largos em direção ao meu quarto e encontrei Sofia chorando sentada na minha cama. Sentei-me ao seu lado e comecei a acariciar seus claros cabelos um tanto bagunçados e aos poucos ela foi se acalmando.

— Eu tive um sonho ruim — Ela disse quando seu choro cessou um pouco — E minha mamãe tava nele.

— Quer falar mais sobre ele? — Ela fez que sim com a cabeça.

— Ela disse que ía me pegar e ía me bater mais do que já me bateu antes...

— Sua mãe te batia? — Perguntei assustada e ela se calou por um tempo até criar coragem e responder.

— Ba-batia — Ela gaguejou e seus olhos voltaram a ficar marejados.

— Shiu, não chore. Eu prometo que sua mãe nunca mais vai bater em você novamente, tudo bem?

— Arrã — Ela assentiu mais calma.

— Você deve estar com fome... Vamos tomar café da manhã.

Voltamos para a cozinha e eu servi um leite quente e alguns biscoitos a ela. Sofia logo se sentiu satisfeita e sentou no sofá da sala ao meu lado. Estava assistindo ao noticiário, mas não havia nada com que eu perderia meu tempo prestando atenção. Desliguei a televisão e vi os pézinhos de Sofia subirem e descerem enquanto ela os deslizava pelo ar. Começou então a cantarolar. Eu não conseguia entender, parecia estar cantando em outra língua.

The Queen of Hearts
she made some tarts
all on a summer's day.

Os versos eram recitados com perfeição pela menina e eu ficava cada vez mais encantada com o que estava ouvindo dela.

The Knave of Hearts,
he stole those tarts
and took them clean away

Ela deu uma risadinha e continuou a cantar.

The King of Hearts
called for the tarts
and beat the Knave full sore.

Suas mãos flutuavam pelo ar e seus dedinhos se mexiam freneticamente enquanto ela terminava de cantar.

The Knave of Hearts
brought back the tarts
and vowed he'd steal no more.


Minha curiosidade pulava para fora de mim. Como uma menininha daquela sabia falar inglês? E pior, recitar como uma brincadeira.

— Onde aprendeu isso? — Perguntei surpresa.

— Meu papai cantava pra mim quando ele brincava comigo, mas ele foi embora como a minha mamãe... — Sua feição animada se transformou em tristeza — Será que eles sumiram por que não gostavam de mim?

— O quê? Não! Você é maravilhosa, Sofia. Eles é que não sabem a filha inteligente e linda que deixaram para trás!

— É mesmo?

— É mesmo!

— Eu gosto muito de você! — Ela pulou no meu colo e me abraçou. Dei um beijo no topo de sua cabeça e sentei-a novamente ao meu lado no sofá.

— Me ensina essa música? — Ela assentiu animada mas antes mesmo de começar a recitar os versos, ouvimos o barulho da porta se abrindo.

Tia Angie entrava calmamente na cozinha com duas sacolas nas mãos. Andei até ela e a ajudei a guardar as poucas compras.

— Violetta, quero falar com você.

— Sim, tia. — Ela levou a mão ao bolso e tirou de lá um pedaço de jornal que eu reconheci no momento em que ela o estendeu pra mim. Era o anúncio que falava sobre o trabalho de barriga de aluguel que eu havia rasgado do jornal.

— Encontrei no bolso da sua calça ontem à noite. O que quer dizer isso?

— Eu ía contar a você e o tio Pablo ontem mas aconteceram aquelas coisas todas...

— Violetta Castillo, o que significa esse anúncio? Você não está pensando em... — Ela estava prestes a terminar a frase mas eu a interrompi.

— Estou sim, tia. Ser barriga de aluguel desse empresário vai trazer dinheiro de volta pra essa casa, tenho certeza de que vai ajudar muito vocês.

— Mas como? Querida, é tão complicado!

— O que é complicado? Eu vou gerar um filho dele e ganhar dinheiro com isso. — Angie olhou pra mim ainda um pouco tensa.

— Eu te conheço, meu amor. Você vai se ligar muito a esse bebê e vai ficar mal quanto tiver que entregá-lo.

— Titia, eu vou dar meu máximo. Por favor, é minha única chance de dar certo em um emprego e se eu for escolhida, prometo que não vou me envolver com o bebê... Por favor!

— É impossível não se envolver... Mas se é esse emprego que você quer, eu vou te apoiar.

— Muito obrigada, titia! — Abracei-a forte e ela retribuiu, dando um beijo na minha bochecha em seguida.

Tia Angie era séria e brigava por tudo, mas eu sabia que no fundo isso era apenas uma fachada para mostrar a todos que ela era forte o bastante para aguentar qualquer coisa, qualquer problema que surgisse à sua frente. Mas ela tinha um coração tão grande que era capaz de caber o mundo inteiro dentro de si. Tia Angie era uma pessoa maravilhosa de se conviver.

— E então... Quando será a entrevista? — Tia Angie perguntou enquanto guardava algumas coisas no armário da cozinha.

— Semana que vem, na cede da empresa dele, no centro da cidade.

— Tudo bem — Ela deu uma pausa foi até a sala, voltando em seguida com uma feição estranha — Vilu, o que faremos com essa menininha?

— Eu... Eu não sei. Os pais sumiram e ela não tem onde ficar.

— Temos que levá-la à polícia, eles vão arrumar um orfanato pra ela ficar.

— Não! — Disse um pouco alto e Angie se assustou — De jeito nenhum que eu vou deixar essa menina parar em um orfanato. Eu já passei por isso e eu era quase da idade dela, não lembra? A senhora conseguiu me tirar de lá mas eu ainda lembro tudo de ruim que aconteceu comigo naquele lugar e não quero que ela passe pela mesma coisa, tia.

— Violetta, não temos dinheiro para sustentar uma criança...

— Tia, me escute — Dei uma pausa e ela me encarou, esperando eu prosseguir — Faremos o seguinte: se eu conseguir o emprego ela fica com a gente e eu ajudo vocês na despesa dela também. Mas se eu não conseguir, você pode levá-la à polícia.

— Está dito, sim? — Ela perguntou e eu assenti incomodada com aquela situação.

Agora, mais que tudo, eu precisava daquele emprego.


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Notas finais do capítulo

NÃO LEU A NOTA INICIAL???? VOLTA LÁ E LÊ, AMORECO! É IMPORTANTE QUE ENTENDA DESDE JÁ COMO VAI SER O ANDAMENTO DA HISTÓRIA...


Mais um peso para a Vilu carregar nas costas... Coitada, tudo está dependendo desse emprego. Como vocês acham que ela vai se sair? Comentem o que acharam do capítulo! Aceito críticas construtivas, opiniões e ideias!
Amo vocês e até semana que vem! Bye ❤