Na manhã seguinte, Rin acordou bem cedo e reparou que estava no quarto de Sesshomaru e que o sol ainda nem havia nascido. Vendo que Sesshomaru ainda dormia ao seu lado ela tentou levantar-se sem acorda-lo – o que não funcionou.

— Rin? O que houve? Ainda é muito cedo para ir embora. – Sesshomaru a parou antes que pudesse sair da cama.

— Eu não quero que todos me vejam partir. Se todos estiverem junto quando eu for não vou conseguir seguir minha decisão. – a tristeza que Rin sentia em ter que ir embora era muito difícil de esconder.

— Não fique assim. Você prometeu que voltaria. Então não há motivos para se sentir assim. – Sesshomaru tentava fazer com que ela esboçasse seu frequente sorriso (não deu muito certo).

Vendo que Rin ainda estava triste, Sesshomaru levantou-se e a abraçou gentilmente sendo correspondido e sentindo ela se aconchegar em seus braços.

— Querendo você ou não eu ainda vou na sua despedida. – disse ele na esperança de anima-la.

— Você tem que estar lá para que eu possa voltar lembra? – Rin estava feliz que poderia guardar o rosto de Sesshomaru junto a ela quando fosse embora.

O sorriso – que havia sido aprimorado durante a relação deles – de Sesshomaru foi tudo que Rin precisou para poder esboçar o seu também. Mesmo ambos não querendo sair um do abraço do outro, se demorassem demais o castelo inteiro já estaria acordado; então se separaram e começaram a se arrumar.

Sesshomaru trocou de roupa, disse que encontraria Rin em frente ao lago do jardim leste do castelo e saiu do quarto. Rin terminou de se arrumar, foi ao seu quarto para terminar de guardar suas coisas e saiu para o jardim onde Sesshomaru a esperava.

No jardim ela se deparou com uma surpresa: Sesshomaru estava com Ah-Un ao seu lado completamente preparado para uma viagem.

— Eu não vou deixar você, que ainda esta se recuperando, andar até o vilarejo. – falou Sesshomaru enquanto entregava as rédeas de Ah-Un para Rin.

— Realmente não consigo esconder nada de você. – Rin finalmente fizera seu lindo e natural sorriso aparecer e abalar as defesas de Sesshomaru.

Antes de subir em Ah-Un para ir embora, Rin refez sua promessa de manter Sesshomaru atualizado quanto o treino e de voltar para ele mais uma vez e os dois trocaram um último beijo antes de Rin realmente ir embora.

No castelo, todos sentiram a barreira se abrir e o cheiro de Rin desaparecer – esconder alguma coisa de um Clã de youkais com sentidos extremamente apurados era muito difícil. Do ar, Rin pode ver os membros do Clã se aglomerando e vendo ela partir.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx No vilarejo xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

Rin havia voado por dois dias e, com a velocidade extrema de Ah-Un, ela pousou entre as árvores da floresta mais próxima ao vilarejo e mandou Ah-Un de volta para o castelo com uma pequena mensagem para Sesshomaru: “Já cheguei ao vilarejo e estou bem. Logo lhe enviarei mais notícias. E você? Como esta? Rin. “.

Com a ida do grande youkais de duas cabeças ela saiu da floresta e foi diretamente para a casa de Kagome. No caminho para a casa de Kagome ficava o lago onde Rin se encontrava com Sesshomaru. Ela não pode evitar de parar ali e pensar em como a pessoa que amava poderia estar agora; seus devaneios não duraram muito, pois foi retirada deles por vozes muito familiares.

— Viu só! Eu disse que ela estava aqui! – disse Inuyasha que vinha acompanhado de todo o grupo.

— Rin-chan! Você esta bem? Porque esta aqui? O Sesshomaru veio junto? – Kagome correu até ela.

— Eu estou bem melhor Kagome-sama. Obrigada. O Sesshomaru esta no Castelo do Oeste... eu não deixei ele vir junto comigo. – com estas palavras Kagome e seus amigos ficaram sem entender o que estava acontecendo – Eu vim por que quero que me ensine a controlar meu poder! E apenas quando tiver conseguido irei voltar para o Oeste. – terminou Rin surpreendendo a todos.

— Então você tomou sua decisão e deixou o Sesshomaru para trás para que ele não corresse riscos no treinamento. Muito bem então. Eu vou te treinar pessoalmente. Começamos amanhã. – concluiu Kagome recebendo junto uma confirmação de que Miroku a ajudaria no treinamento.

Feliz com a notícia, Rin foi para casa colocar suas coisas no lugar e se preparar para o treinamento do dia seguinte. Naquela noite, antes de ir dormir, Rin foi até o túmulo de Kaede para prestar seus respeitos a ela, contar-lhe todas as novidades que havia perdido e se despedir apropriadamente.

 No dia seguinte, bem cedo, o treinamento começou. Kagome e Miroku ergueram uma barreira para camuflagem em volta da Árvore de Deus onde as sessões de treino ocorreriam. Kagome e Miroku explicaram a Rin que ela precisaria aprender: primeiro a manter uma concentração momentânea de seu poder; depois uma concentração constante para não precisar se preocupar com o selamento; em seguida eles lhes ensinariam todas as funções e capacidades de um Espírito Guia; e, por último, ela aprenderia como mudar de forma e aplicar seu poder em batalhas, armas e feitiços.

Rin perguntou, antes de começarem, quanto tempo levaria o treinamento para controlar seus poderes e Kagome e Miroku foram unanimes em dizer que tudo dependeria de o como ela evoluiria no treinamento. A questão do tempo era algo que apenas o desempenho de Rin poderia decidir; então ela jurou para si mesma que se esforçaria ao máximo para realizar seu treinamento no menor tempo possível para retornar para junto de Sesshomaru.

Quando o primeiro dia de treino terminou, Rin estava esgotada. O treino inicial de concentração exigia muito do corpo e da mente e seu resultado era desgastante – até que ela tivesse dominado este estágio do treino ela deveria se acostumar com os efeitos colaterais.

Ao chegar em sua casa, após um bom banho, Rin escreveu uma carta para Sesshomaru contando como foi sua chegada, qual seria sua rotina de treinamento, quanto tempo ela levaria fora, como tinha sido seu primeiro dia e que passaria a escrever cartas todas as semanas para ele estar sempre atualizado de tudo.