é Amor escrita por hanna barbara


Capítulo 2
Cade a minha F-I-L-H-A ?




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Manhã, antes de sair para o trabalho, o almirante que muitas vezes era odiado pelos seus filhos, passou no quarto da Nathália para avisar-te que iria fazer um jantar de noivado para ela, e que casaria como manda o figurino, com direito a passar pelo corredor de espadas e tudo, mas o casório seria com o Tenente que ela não sabia nem quem era. Cama bem feita e uma carta com varias folhas. Foi à única coisa que o pai encontrou da filha naquela manhã. Por mais duro e cruel que fosse, ele se desesperou, chorou, berrou e como já imaginávamos, assim que chegou a base naval alertou ao exercito que sua filha teria sido seqüestrada por um militante de partido contrario ao governo. As forças armadas caíram em cima desse caso, aumentaram a fiscalização nas rodovias, mas não teve como deter, eles já estavam há horas em Natal e descansavam na casa da família Spanembeg, a casa da mãe do Humberto.

“Pai que um dia foi querido, porem amado,

                O senhor, com seu jeito durão não esconde de ninguém que é por dentro tem um coração de gelo, esse que mamãe tem de aturar, pois ela já esta cansada de ter que aceitar você. Essa é a razão pela qual não quero um casamento arranjado, não terei o amor que quero ter, nem o que quero da, a minha escolha foi própria, por querer seguir o meu caminho com a pessoa que eu amo, e não com um alguém que para mim seria impossível de amar, de ter afetuosidade, e muito menos respeito. Quero conquistar o meu mundo, e para isso não iria deixar que você estragasse isso. Espero que com a minha saída daí, você mude, mas para melhor.Tenho pena da mãe, que sempre teve de aturar sua intolerância, grosseria.

Sabes muito bem que ela odeia quando bates nos filhos, então por causa de que você a obrigava a assistir as surras? Isso é coisa de uma pessoa cruel, e que aproveita dessa ditadura para espancar, torturar e ate quem sabe matar pessoas muitas vezes inocentes que estão apenas em busca de um mundo melhor.

Eu errei quando não o desafiei quando brigava comigo, quando aceitava calada o que dizias, as porradas dadas nos meus irmão. Mas não pense que foi só eu que tive culpa não. Você mais que ninguém tem culpa. Por obrigar a Mauro, Marcos e o Jarbas, pessoas  que  você sabe muito bem detestam as forças armadas. E os pequenos, estudando militarismo desde crianças, tendo exemplo dentro da sua casa, o pai Machão.

Tu obrigas, tu punes, tu não escutas e nem conversa. É um homem de gelo que não demonstra afetividade nem pela tua mulher nem por qualquer de teus filhos.

Pecastes sim comigo com sua esposa, com todos os seus filhos, com aqueles que feristes, Porem pecastes mais consigo próprio.Se não mudar rapidamente vai acabar sozinho, sem o amor de ninguém.

Provavelmente hoje mesmo comece a mexer na papelada, advogado para me deserdar, tirar teu nome do meu nome, coisas que não adiantam, pois teu sangue esta dentro de mim, assim como os genes que saíram de você e fecundaram o ovulo da minha mãe, aqueles genes que faz de mim parecida com você e a minha mãe ao mesmo tempo. serei mais a tua filha do que pensas, e pra mim pouco isso importa,. Eu te amo apesar das diferenças. E espero que um dia o senhor chegue a compreender as minhas escolhas”.

                Aquela carta que deixou o Almirante aborrecido nunca chegou aos olhos da sua mulher e de qualquer filho seu. E aos poucos foi mudando seu comportamento perante os familiares.

                Dona Maria, acolheu super bem a namoradinha do filho.  Na verdade ela ficou sabendo de tudo o que o filho passara em Fortaleza por causa da Nathália que explicou a ela como se conheceram, ai veio toda a história dele ter sido preso, torturado, ela ficou super preocupada por tamanha irresponsabilidade do filho. A fuga da casa do pai dela que é da mais alta patente da marinha e a volta do filho para casa. Dona Maria estava adorando a futura Nora que a fazia companhia, que a ajudava no dia a dia dentro de casa e uma sempre estava ajudando à outra. Humberto apresentara toda a família e amigos a sua mulher e estava mais feliz que nunca. Ele trabalhava na fábrica de vidros que seu pai te deixara, casou-se na igreja com a mulher dos seus sonhos e com direito da presença dos irmãos da noiva Mauro, Joel que foram padrinhos do casal e sairam do Ceará com a desculpa de conhecer o Piauí.

-De onde que Joel vai ver o que tem no Piauí? -Indagou o Pai

-Ah Pai, eu descrevo a ele.- Respondeu Mauro.

O único meio de Dona Fernanda falar com sua filha era através das cartas que se correspondiam toda a semana, mas é claro que sempre com um falso remetente.

Porem depois de um ano as cartas pararam de ser respondidas, lidas e entregues.

Mauro conheceu uma Dona, saiu de casa, e junto com a mulher que era filha única de um padeiro,  foi ajudar o sogrona padaria que futuramente chegou a ser dele.  Joel estudou direito e foi um cego que contribui para a entrada de pessoas portadores de deficiência  no mercado de trabalho. Mas isso só veio com o tempo.

Nathália estudou e montou uma sorveteria, a melhor sorveteria de Natal.

                Mas ao contrario do que pensas, a História não esta acabando, ao contrario apenas começando...

(Treze anos depois)  

10 De Junho de 1989. Dia mais que especial para os Spanemberg, nasce Fernandinha. Nome que homenageava a força, a garra da avó materna. Uma meninona de quase três quilogramas (Bem gordinha), e com 50 centímetros de comprimento.  Peludinha nas costas, e na cabeça também, cabelo clarinho e dos olhos acinzentados. O Humberto estava totalmente bobo, abestalhado ao lado da mulher olhava aquele pingo de gente no berço que estava no apartamento do hospital. Dona Maria estava sentada na poltrona, se preparando para ajudar a nora a tomar conta da netinha. “Fernanda nasceu para nos trazer mais alegria” comentou a vovó, agora, mais que nunca o paizão do pedaço estava realizado. A todo instante familiares e amigos chegavam a maternidade para ver os mais novos paizões do pedaço.  Nathália estava bastante cansada e era bem fácil vê-la dando cochilos com os carinhos do maridão em seus cabelos. Com toda aquela felicidade Nathália estava triste por não ter mais contato com a mãe que provavelmente se mudou, pois todas as cartas que mandava retornavam e por nem Mauro nem seu fiel escudeiro Joel sabiam desse fato feliz.   

Dia seguinte Fernanda já estava em casa, sendo babada pelo papai babão, pela avó, pela mamãe que não tirava o olho nem um segundo e por Rose, adolescente que viera a ser sua babá depois de algum tempo.

                Veio à primeira doença, as vacinas, as primeiras palavrinhas, o primeiro passo, o primeiro dia de aula, e assim por diante. Era a menina da casa, aquela que aprendia brincando com os pais e que desde cedo foi aprendendo a ter as coisas a partir do suor, da força física, aquela a quem todos tinham orgulho.

Vieram as apresentações de Ballet, as competições de natação, os jogos de basquete, todos assistidos pelos pais que sempre estava presentes na vida da filha. Eram verdadeiros companheiros, tudo sempre faziam juntos. Todas as decisões. Uma prova disso foi que Humberto foi convidado para abrir uma distribuidora de alimentos, cosméticos, e foi apoiado pelas três mulheres de sua vida inclusive Fernanda exclamou “Vai lá Painho” que apoiou-o com apenas sete anos de idade.

Humberto era ABCdista doente, um time da terceira divisão. Todo jogo iam ele, Nathália, Fernanda e por lá se encontravam com amigos e conhecidos. Quando não estavam em casa nos fins de semana estavam praticando a escalada, reunido com amigos no Hiate clube, na igreja...

Adoravam fazer tudo em familia. 


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