Viver a vida escrita por Deh


Capítulo 40
Ariane


Notas iniciais do capítulo

40º capitulo! MDS nunca escrevi uma história tão longa ^^

Finalmente vamos as descobertas
Espero que gostem *-*



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Coisas ruins acontecem a pessoas boas

“Quando algo ruim acontece você tem três escolhas: deixar isso definir você, deixar isso destruir você ou fazer isso te deixar mais forte.” Autor desconhecido

Eu e minha mãe tínhamos acabado de chegar do shopping, ela iria buscar os meninos na casa de tia JJ, Alex que também estava conosco perguntou se não poderia ir à casa de um amigo, ela deixou e eu perguntei se não poderia ficar em casa, afinal ela não iria demorar. Ela não estava querendo me deixar em casa sozinha, mas acabou cedendo.

Eu estava em meu quarto lendo um livro quando eu ouvi um barulho lá em baixo. Eu achei estranho, afinal não havia escutado ela estacionar o carro, mas mesmo assim eu desci as escadas. Quando cheguei na sala eu a chamei “Mãe? Meninos?” mas não obtive resposta, foi quando eu vi um homem saindo do escritório dos meus pais. Assim que eu o vi, sabia que estava em perigo. Eu estava congelada, eu não sabia o que fazer e foi quando ele ergueu a arma para mim. Já havia assistido há bastantes filmes para saber que eu deveria ficar parada. Ouvi ele pegar o celular e conversar com alguém, no entanto era em outra língua, uma que eu não conheço, mas se fosse para chutar diria que é árabe. “Onde está sua mãe?” “Ela saiu” Ele então me olhou malignamente e se aproximou de mim.

Ele acabou amarrando meus pulsos com fita e me colocando dentro de uma van. Ele dirigiu por algumas horas, até chegarmos em uma cabana no meio da nada, mais tarde descobri que era na Trilha dos Apalaches. Fiquei lá por três horas, até que eu ouvi ele falando no telefone, mas dessa vez era em francês. E eu sou muito boa em francês, então não havia como eu ter entendido errado, ele disse que iria dar um jeito em mim. Então, enquanto ele se afastou para conversar em privacidade e as vezes gritar um pouco, ele deveria estar nervoso com a pessoa do outro lado da linha. Eu simplesmente me levantei da cadeira onde estava sentada e abri a porta, bem foi um pouco difícil, levando em consideração que meus pulsos estavam amarrados e as promessas que eu fiz para que a porta não fizesse barulho. Corri para fora, o mais silenciosamente que podia e fui para a mata. Não sei porque, mas algo dentro de mim sabia que se eu fosse pela trilha eventualmente ele me encontraria, no meio da mata eu teria uma chance maior.

Eu vaguei em meio a mata fechado por algumas horas, as vezes era como se havia se passado muito tempo, outras era como se minha fuga tivesse sido há alguns minutos. Eu consegui liberar meus pulsos, os pingos de chuva deixaram minhas mãos escorregadias e com muita persistência eu consegui tirar a fita com os dentes.

Foi horrível. A mata fechada, os barulhos, nunca fui muito fã do campo, agora menos ainda. Eu já estava pensando em meus pais encontrando meu corpo. Foi quando eu ouvi um latido. E depois ouvi chamarem meu nome, no entanto não respondi. Afinal, a regra de não falar com estranhos ainda estava valendo, mas então em meios a gritos de Ariane, eu ouvi Anne e a voz da minha mãe. Foi quando finalmente eu gritei “Aqui”, eu conseguia distinguir a direção das vozes e fui ao encontro da mesma.

Quando as luzes das lanternas bateram em meus olhos, tive que fechar um pouco os olhos para me adaptar a luz, mas em segundos eu já senti braços a minha volta e um sussurro maternal “Anne, está tudo bem”.

“Está tudo bem?” uma voz feminina me tirou de meu devaneio. Eu assenti com a cabeça “Está, doutora Cranston” ela me olhou desconfiada, e algo em seu olhar dizia que ela duvidava daquilo. “O que a senhora perguntou mesmo?” fiz o possível para parecer o mais gentil que podia “Eu estava perguntando a você o que tinha acontecido” mordi o lábio “Você sabe o que aconteceu” “Por que você acha isso?” “Para avaliar minha situação você precisaria saber o que havia acontecido anteriormente e eu conheço meus pais” resumi, ela sorriu levemente “Você é esperta” dei de ombros e respondi “Faço o possível”. “Então Ariane, você se sente culpada?” “Anne” eu disse “Desculpe?” “Todos me chamam de Anne” ela assentiu e prosseguiu “Você se sente culpada?” Franzi o cenho e respondi “Não”. “Tem certeza?” rolei os olhos “Rachel, talvez eu deveria ter ido com minha mãe naquele dia ou talvez ela não deveria ter deixado Alex ir, mas dada as opções acho que era melhor que tivesse acontecido do jeito que aconteceu” Ela me analisou minuciosamente “Por que?” olhei para ela e respondi como se fosse lógico “Ele tinha uma arma e estava disposto a matar, mas ele queria minha mãe, se ela tivesse lá, ele poderia ter matado ela ou nos matar na frente dela. Se Alex estivesse lá, seria mais difícil para ele controlar duas crianças e um de nós ou até mesmo ambos poderia ser mortos” ela assentiu, acho que estava começando a entender minha linha de raciocínio. “E se você não tivesse conseguido escapar?” Desviando o olhar eu suspirei, encarei a parede por alguns segundos até responder, mas ainda não olhei nos olhos dela novamente “É isso que meus pesadelos são. São como universos alternativos que as coisas não terminaram igual a realidade” Ela assentiu. “Mas eles não são a verdade. Você é uma menina boa, que passou por algo ruim. Mas você vai superar isso...” Foi então que eu a interrompi “Eu estou superando isso, mas eu odeio o modo como todos agem ao meu redor” “Como eles agem?” “Como se eu fosse quebrar a qualquer momento?”

Quando minha sessão terminou, Anderson veio me buscar. Franzi o cenho ao vê-lo, meus pais não o mandariam. Enquanto ele dirigia em direção a minha casa, perguntei a ele “O que aconteceu?” Ele me olhou atentamente “Seus pais estão e a equipe estão em um caso muito importante, então sobrou para mim te buscar” assenti, ele parecia estar dizendo a verdade.

Cheguei em casa e me juntei aos meus irmãos e a senhora Parker. Anderson não ficou, mas notei que seu carro ficou estacionado na rua por um bom tempo, o que estava acontecendo?

Meus pais não voltaram naquela noite, só voltaram na próxima noite. Eu estava começando a sentir que algo estava errado, afinal aqueles dois enormes agentes estacionados em nossa calçada não estavam lá a toa. Claro que os gêmeos não notaram e senhora Parker não comentou, eu e Alex, os observamos da janela por um tempo, mas ele disse que era melhor não nos preocuparmos se eles estavam aqui era para nos manterem seguros.

As sete do dia após Anderson me levar para casa, papai e mamãe chegam em casa. Ele parece normal, mamãe também, mas eu detecto algo de diferente na atmosfera. Eles chegam, a senhora Parker volta para a casa dela, jantamos e vamos dormir. Mamãe coloca todos nós na cama como de costume, nada de diferente, ou pelo menos é o que eles tentam nos convencer.

Três dias se passam e finalmente é sábado. Noto então que em nenhum desses dias ela foi trabalhar. Isso não estava certo. No sábado papai diz que vai ao supermercado, ele chama eu e os garotos, mas eu não vou, tenho que descobrir o que está acontecendo.

Quando finalmente estamos só nós duas, eu creio que seja hora de conversamos. Sento no sofá ao lado dela e pergunto “Está tudo bem?” Ela assente, eu a olha curiosa e então digo “Precisamos conversar” Ela ergue a sobrancelha e um sorriso se forma em seu rosto, também sorrindo, percebe então que é a primeira vez que ela sorri desde que chegou.      


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Notas finais do capítulo

Acho que muitos de vocês queriam saber sobre como Emily estava reagindo aos últimos acontecimentos, mas não vi melhor momento para colocar Anne do que agora.
Então o que acharam em relação ao que aconteceu com Anne?
Alguém por acaso reconheceu a psicóloga de algum lugar? :D
Consegui produzir uma mini Emily?
Bjss e até logo :*



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