Viver a vida escrita por Deh


Capítulo 30
Emily


Notas iniciais do capítulo

No capitulo de hj, iremos descobrir se Hotch terá com o que se preocupar ;)

Divirtam-se *-*



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“Em outros tempos diria ‘Tomei raiva de você’. Mas nem foi raiva, vejo isso agora. É só tristeza mesmo.” Caio Fernando de Abreu

“Prentiss” disse em tom habitual. “Minha sala as 13 horas?” respirei fundo “Estarei lá”. E como me foi solicitado ao meio dia e cinquenta e nove minutos, estava batendo na porta dele “Entre” e assim eu fiz, ao fechar a porta ele disse “Feche as persianas” olhei para ele cética, mas fiz o que me foi solicitado. Quando me sentei, o observei, ele não exibia nenhum sorriso de canto ou um olhar brincalhão, pelo contrário sua postura estava tão séria quanto a de seu predecessor.

Aguardei para que ele começasse, ele então me entregou um arquivo, com um classificado bem estampado na capa, não perguntei, pois sabia exatamente o que era “Como você conseguiu isso?” Ele me lançou um sorriso sarcástico “Emys, tenho contatos” não respondi, apenas segurei o impulso de rolar os olhos e li o conteúdo. “Isso prova a teoria inicial, foi assassinato. Mas precisamos de provas concretas Jon” Ele afundou em sua cadeira e suspirou “Não tenho dúvida de que foram eles Emily” ainda analisando o conteúdo naqueles papeis, digo sem olhar em seu rosto “Ele já mexeu com muita gente, prendeu, matou e provavelmente até mesmo torturou, muito tipo de gente Jon. Ele era um sniper, um agente da CIA e só depois entrou no FBI.” “E foi enterrado como um fuzileiro” ele disse aleatoriamente, não entendi muito o porquê daquilo. “Bem, foi como ele começou” eu disse, me lembrando do dia em que ele contou que serviu com meu pai. “Você se lembra de como começou Emily?” o encarei “Da mesma forma que você”. “Então você se lembra que se ele não tivesse salvado nossa pele aquele dia, não estaríamos aqui hoje. Devemos não só a ele, como aquelas crianças” engoli em seco, ele sabia quais botões apertar. “Se for realmente eles, o que faz você achar que dessa vez nós conseguiremos? Você está investigando eles há anos, e onde chegamos?” “Nós conseguimos chegar perto Emily” “Mas levou seis anos” o alertei, fazendo ele perceber que estava chegando em um ponto delicado. “Não teria conseguido, se você não estivesse me ajudando” me remexi na cadeira e o olhei perigosamente “E você viu o que isso custou a minha filha Jon? Ela ainda tem pesadelos! Eu ainda os tenho.” Ele se levantou e deu a volta na mesa, sentando na cadeira ao meu lado, ele colocou a mão em meu ombro, mas eu recuei. “Jon...” “Emily querendo ou não estamos nisso e a melhor maneira de trazer justiça, é aceitar isso” Fiquei em silêncio e ele prosseguiu “Nós podemos tudo?” “Duas semanas depois, se Collins não aparecesse, teríamos morrido de fome” ele riu “Lembra que ele sempre dizia: O que não te mata, te faz mais forte?” balancei a cabeça em negação, no entanto o sinal de um sorriso pode ter aparecido “Mas se me lembro bem, naquele dia ele disse e eu cito: Vocês são incompetentes e irresponsáveis, vocês quase morreram. Só salvei vocês para seus pais não me jogarem no meio do Atlântico” vi sua postura enrijecer na menção do pai dele. “Duvido que meu pai faria algo contra ele, ele só fez isso porque adorava a gente” ergui a sobrancelha “Se você diz”. “Mas daquele dia em diante, nos tornamos os melhores agentes de ligação que a CIA e o FBI já viu.” “Nós éramos bons” eu disse e flashes dos velhos tempos passaram em minha mente. “Nós somos” ele disse convicto e ainda completou “Nós podemos tudo” estremeci “A última vez que você disse isso quase morremos” ele sorriu marotamente, como o jovem fuzileiro que conheci anos atrás. “Hoje somos mais experientes” “Collins também era” refleti. Ele então me ofereceu a mão para um aperto “Posso ter minha parceira para essa missão?” respirando fundo, encarando sua mão, aceito o inevitável, só há uma maneira de acabar com isso “Não se sinta tão feliz” eu disse apertando sua mão.          

O caminho que se seguiu após sair do escritório dele, se passou como uma nuvem, minhas pernas estavam me guiando para fora dali, enquanto minha mente vagava por memórias de outros tempos. Quando sai do elevador no térreo, acabei esbarrando em alguém, sai do meu transe pedindo desculpas e quando percebi “Jordan?” ela sorriu ao me reconhecer “Emily como vai?” “Bem e você?” “Estou em Nova York, vim para uma reunião com Swan” Assenti com a cabeça, “Algum compromisso? Conheço um ótimo café aqui perto” “Adoraria”. Sentamos em uma das mesas do local e conversamos, anos após trabalhar com ela na UAC, voltamos a trabalhar enquanto eu estava a frente da UAT, e também em um caso há dez meses. “Como é trabalhar em Nova York?” pergunto “Oh é bom, é uma cidade gigante, mas tem seu charme” conversamos por mais alguns minutos, antes de nos despedimos.

Quando cheguei em minha sala na academia já era quase três e meia. Me sentei em minha cadeira e me debrucei sobre a mesa, tentando aliviar minha mente. Enquanto fazia isso memórias de um outro tempo vieram à minha mente.

Não comíamos a dias, estávamos desidratados e praticamente tínhamos a pior aparência que um ser humano cativo por doze dias poderia ter. Collins estava sentado em uma cadeira a nossa frente, havia uma mesa entre nós e dois grandes hambúrgueres esperando para serem apreciados, mas embora nossa fome era monstruosa, nada era mais terrível do que o olhar que ele nos lançava “Aquilo foi erro de principalmente Walker! E você Prentiss deveria ter se retirado, quando viu que não daria certo e não dar cobertura a ele, cobertura para a morte aliás.” Não dissemos nada “Agora comam, não quero que o diretor e nem o coronel joguem meus restos no Atlântico, porque seus bebês não deram conta de fazer o trabalho direito”. Ele saiu, da pequena cozinha, nos dando assim permissão para comer. “Ele gosta de vocês” ouvi um sotaque britânico dizer, após duas grandes mordidas e ele se sentar no local antes ocupado por Collins, eu digo “Da mesma forma que eu gosto de você Clyde” ele sorriu para mim, “Darling, aquele cara fez o meu chefe liberar-me para uma missão fracassada. Ele poderia facilmente deixar vocês à mercê da própria sorte” “Ele tem medo do que o diretor pode fazer a ele” Jon disse, e Clyde voltou o olhar para ele “Seu pai sabe dos riscos de seu trabalho, ele não iria fazer nada com Collins. Aquele velho ali se importa com vocês” Ele disse e logo saiu.

 

“Emily, nós somos uma equipe, por que você quer sair?” “Por que Jon? Você viu o que eu fiz? Eu matei inocentes” “Não foi você que apertou o gatilho” “Isso não muda nada! Eu estava lá disfarçada, fiz com que aquelas pessoas confiassem em mim e eles mataram uma família inteira? Sinto muito Walker, mas não posso fazer isso”. No dia seguinte embarquei para Washigton no primeiro voo, com uma transferência em mãos e um tumulto de sentimentos.

 

Estava voltando do trabalho, havia sido um dia puxado, mas nada que um banho quente não resolvesse. Aaron estava viajando, portanto estava sozinha, ou pelo menos era o que eu achava até ver um loiro, encostado na porta de nosso apartamento. “Faz muito tempo” eu disse olhando para ele, ele me ofereceu um copo de café que estava em sua mão, ao qual eu aceitei, ele tomou um gole do dele e disse “Parabéns, ele é um cara legal. Embora nunca pensei que uma garota de YALE iria se casar com um cara de HARVARD” dei de ombros “Gosto dele Jon, ele me faz feliz e entende o trabalho” ele ergueu a sobrancelha “Realmente?” não disse mais nada, no entanto ele prosseguiu “Não recebi um convite” de fato eu não havia mandado um. Éramos amigos, parceiros, praticamente irmãos, mas no nosso trabalho aquilo não era algo para ser revelado “O que você está realmente fazendo aqui?” ele tomou mais um gole de café e olhava para o nada. “Estava em um caso e me lembrei de você. Queria me certificar que você está bem” não o respondi, ele olhou em meu rosto e deu um pequeno sorriso. Sem dizer mais nada ele saiu, mas não antes de dizer “Se cuide Emys”.    

 

“Qual o problema entre você e seu parceiro?” a morena dizia para mim com sotaque francês, franzi o cenho “Somos uma equipe e todos somos parceiros” “Mas é Walker seu conterrâneo e numa missão desse nível, sabemos que se algo der errado ele será seu backup” suspirei enquanto tomava meu café “Eu tinha me aposentado dos disfarces, Collins me chamou e eu recusei, mas ele foi esperto, Walker me chamando eu viria e aqui estou eu há um mês e meio mentindo para o meu marido, fazendo coisas que nem Deus me perdoaria e cruzando uma linha que jurei a mim mesma não cruzar mais” Ela me olhou com compreensão, ou pelo menos o tanto de compreensão que se pode esperar de uma agente secreta francesa “não sei onde me meti Tsia” me levantei, jogando o copo de café na lixeira próxima e caminhei por Toscana, evitando pensar no marido e nas duas crianças que me esperavam em casa.     


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Notas finais do capítulo

Então????
Bjss e até breve :*



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