Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 59
Atendimento #059: Suco de caju


Notas iniciais do capítulo

Um fato curioso é que suco de caju causa mais sonolência em algumas pessoas que o de maracujá. Eu por exemplo desfaleço se tomar um golinho :D

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #059: Suco de caju

 

Ser atendente é bem estressante, não tanto quanto ser mãe, mas acho que está quase no mesmo nível. O problema na realidade nem é tanto a resolução de problemas ou mesmo vender, mas sim ter de lidar com pessoas. Os humanos são bichos estranhos, tão confusos que nem mesmo os semelhantes se entendem totalmente, talvez se fossemos esclarecidos uns com os outros talvez não tivéssemos guerra, fome, sede e musicas de péssima qualidade.

Ezequiel não era tão novo assim na empresa, já presenciara muitas coisas que fariam qualquer leigo não acreditar. Devido a longos períodos de observação das pessoas ele passou a observar certas tendências.

— Ai que inferno! — Uma garota do setor ao lado gritou puxando os próprios cabelos loiros. A garota de tatuagens floridas nos ombros e costas das mãos chamava-se Emily, era uma novata, e bem estressada por sinal. — Eu não vou aguentar ficar até o meio dia assim.

— Senhor só um momento por gentileza. — Amanda colocou a chamada no mudo. Observou a garota sutilmente por cima dos ombros. — Meu coitada dessa garota.

— Relaxa, tá tudo tranquilo. — Ezequiel falava arrastado. Seu pescoço mole deixava a cabeça balançando de um lado para o outro.

Ezequiel já estava em ligação por mais de uma hora, entretanto sua expressão não era condizente com a de alguém que está nervoso ou acuado, muito pelo contrário. Estava zen como um monge em meditação, parecia até uma ovelha.

— Cara burro! Mais que cara burro! — Emily estapeou o teclado por diversas vezes. —  Ai, ai. por que eu vim trabalhar aqui meu?

—  Ei amiga! —  Amanda chamou atenção da garota. Ela virou-se na cadeira giratória, a face assassina ficou visível.—  Olha eu sei que o cliente é burro, mas tenta relaxar. Se você não sabe de alguma coisa ou têm dúvida tem a galera aqui.

— Eu sei disso querida, só que não dá para aturar.

— Boooa senhor. — Ezequiel interrompeu falando mais alto. — Agora que fez a configuração vai arrumar a bagunça? Tudo bem! eu espero para configurarmos a próxima televisão.

— Então. — A garota de cabelo raspado na lateral retomou  foco.— Relaxa se o cara é burro problema é dele que não vai poder fazer os procedimentos. Independente de conseguir ou não resolver o problema você vai receber teu salário.

— Eu sei.— Bufou ela. Apertou as temporas. — Mas eu não consigo ficar calma com um cara burro.

Ezequiel gargalhou de maneira contida, tampava a boca de forma a evitar o vazamento do som. Ele bebia algo em uma garrafa branca, o suco espesso e amarelado tinh um aroma forte e adocicado.

— Ele tá rindo de mim? — Questionou Emily apontando em direção a Ezequiel.

Nosso herói, claramente fora de seu estado normal, acenava positivo em direção as duas. Desesperada e constrangida Amanda abaixava a mão de seu marido. Foi até sua mesa e sentiu o cheiro da bebida.

— Você tá tomando suco de caju no trabalho, tá doido por acaso?

Ezequiel abriu um sorriso lento. Extremamente vagaroso. O suco da fruta o deixava lerdo, sonolento e extremamente compreensível. era uma espécie de embriaguez de sono.

— A, normal.— respondeu ele antes de o cliente retornar a chamada. — Sim senhor eu estou sem pressa, fique a vontade.

Amanda tomou o telefone de Ezequiel e chamou pelo cliente.

— Senhor por gentileza a ligação vai ficar muda mas ela não caiu está bem? Peço que aguarde em linha.

— Suaaaaave. — O cliente respondera da mesma entonação lerda e entorpecida de Ezequiel. Provavelmente também estava locasso, claro que não por suco de caju.

Surpresa pela conjuntura de dois malucos lerdos Amanda devolveu-lhe o head.

— Não enche essa guria. Ela é novata e precisa aprender que aqui é complicado. — A garota sussurrava enquanto Emily já voltara o foco para um novo atendimento. — Se ela ficar todo estressada ele vai se demitir logo.

— Ei...— Ezequiel se aproximou e lambeu o rosto de Amanda deixando o cheiro da fruta impregnada na face dela.  — Existem cinco estágios do operador. A ilusão,o choque, a negação, o surto, a aceitação e a demissão.

— Não eram cinco etapas só?

Ezequiel aproximou-se do ouvido de Amanda e sussurrou sexy.

— Cala a boquinha. — Voltou a distância anterior. —  Ela ali está quase na quarta etapa, acho que mais um ou duas ligações vão ser suficientes.

—  Suficientes para o que?

Emily Voltou a esbravejar com um novo cliente, entretanto dessa vez seu ódio era tamanho que ela se armara do teclado e começara a bater com ele na tela de seu monitor.

— Filha da pu#$! COMO PODE? VAI SE F&*%& —

— Senhor, —  Anunciou Ezequiel ao tirar o telefone do mudo. — Eu vou pedir a gentileza do senhor me aguardar mais um momento está bem? É que eu estou com uma colega de trabalho que está surtando aqui.  

— A suavera mano. — O cliente, mais chapado que Ezequiel concordou tranquilamente.

Amanda se protegia dos golpes descontrolados que a loira executava, em seu descontrole Emily conseguira fazer a ligação em que estava ser desconectada, entretanto, seu ódio permaneceu em ataque consecutivos que destruíram tudo a sua volta.

— Eu me enganei, ela tá surtando agora… — Falou Ezequiel sugando o suco de caju pelo canudinho enquanto apreciava o show.


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Notas finais do capítulo

Algumas pessoas usam coisas ilícitas, outras tomam suco de caju. Já outros apenas surtam como a jovem ali ahahahahahahaha
Tome suco de caju com moderação.
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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