Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 247
Atendimento #247: Reversão


Notas iniciais do capítulo

A pessoa quando quer ferrar os outros parece que é capaz de ir até o inferno.
Se inscreve lá no meu canal do youtube :D
http://www.youtube.com/c/FacesdoheroiBr?sub_confirmation=1
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #247: Reversão

 

Um cliente revoltado com a empresa é algo perigoso, isso porque ele pode investir seu tempo para falar mal de todos os produtos e serviços que ela coloca no mercado. Isso não só é um direito como deve ser realizado, reclamar de um produto é algo que favorece não só a você como todos os outros consumidores e até mesmo a empresa pois a força a melhorar e expandir seu mercado.

Mas quando um funcionário, cujo o conhecimento dos procedimentos internos é vasto resolve fazer alguma coisa para prejudicar a empresa, nesse caso ele pode acabar levando-a até mesmo à ruína.

— Vocês, a empresa, tudo o que fizeram foi acabar com a minha vida. Eu estava consolidado a anos, posso até não ter ficado tanto tempo como você na empresa, mas eu já tinha tudo certo na minha vida. — Antônio estava furioso demais para falar com formalidade. — Um produto por mês mais ou menos, um valor de venda bom só para poder dobrar o meu salário. Nada de mais. — Sua voz através do telefone emitiu um muxoxo, no mesmo instante pode-se ouvir um bater metálico de uma caneca nas grades das celas.— Mas você tinha de se vangloriar né? Precisava destruir todo o sistema dos outros para poder crescer. Literalmente um lambe bola.

— Não, isso aí é o Kauã. Ele que suga sacos alheios. — Respondeu ele erguendo o dedo indicador em direção ao subordinado que abençoava uma impressora dois corredores à esquerda.  — Antonio você tá na cadeira por que você fez algo de errado.— Nosso protagonista tentava argumentar com o ex colega, porém cada palavra só transmitia sua preocupação.

— É errado querer se vingar da empresa?

Nosso herói percebeu ali a motivação que tomara o ex colega. Claro que Antônio não era totalmente santo, a ganância o consumiu e fez com que o mesmo roubasse diversos produtos dos clientes, muitos inclusive eram produtos peculiares como vasos sanitários high tech. Mas ele percebeu que foi por causa dele que a rotina do mesmo havia se extinguido.  

— Admite Ezequiel, todos os dias nós somos obrigados a enganar e passar meias verdades aos clientes, — A voz ficou baixa devido a um guarda que passou pelo corredor da cela do ex-atendente per-fei-to. — eu pedi ajuda ao Laurence pois eu sabia que ele ficaria ao meu lado até o fim e…

A voz dele foi cortada pelas passadas rápidas e desesperadas do espião que corria para a saída do andar. Sua fuga foi inevitável, mas antes da mesma ele escorregou na água benta e caiu de costas na porta de vidro, o que a estilhaçou em mil pedaços; foi perseguido por uma multidão ensandecida, que lançavam tudo o que lhe vinha à mão em direção ao traidor; e por fim, mas não menos importante, quando ele saiu do prédio, crente que estava a salvo, uma pomba defecou em sua cabeça.  

— Eu pedi para Laurence me ajudar porque me identifiquei com ele, a habilidade de falar de maneira desenrolada nos tornou amigos. Juntos criamos um plano e o colocamos em prática.

Os atendentes voltaram a suas mesas a pedido de Ezequiel. O supervisor tinha em sua mesa os livros que ele tanto esquadrinhou ao lado dos cadernos coloridos, que ele acumulara com os dados dos clientes, assim como seu ex supervisor —e agora compadre— lhe ensinara.

— Vocês não me ajudaram em nada.— Remoeu-se mentalmente enquanto abriu um dos livros em uma página qualquer.

— Eu queria me vingar da empresa e de quem me ferrou, e olha só o que meu colega  me envia? Um livro com todos os casos podres de ambos! Eu tinha de colocar isso no público. Por isso mandei para o seu “colega” do jornal para que ele espalhasse a boa nova em seu nome com uma divulgação gratuita.— O ex-colega estralou o pescoço. — Eu teria feito o mesmo com Igor, mas você acabou por fazê-lo ser demitido e isso foi um belo de um castigo por sí só, fora é claro, que ele ouvia as chamadas sem anotá-las em um livro como você fez. Ou seja, ele queimou todas as evidências que possuía de clientes, o que me impossibilitou de fazer qualquer coisa a respeito. Mas você me entregou de mão beijada uma série de casos bizarros e procedimentos internos, isso é maravilhoso!

— Eu não lembro de ter lido essa página...— Seus olhos deslizaram furiosamente pelas letras em um último raio de esperança.

Os gestores da central vieram até Ezequiel para lhe dizer o quão complicada a situação se tornara. Cliente buscavam informações e não conseguiam, pois os telefones estavam desligados, alguns com fios cortados até. A mídia buscava a assessoria de imprensa da empresa e a mesma nada tinha a declarar. Além disso, Amanda estava sozinha apreensiva com tudo o que assistia em sua televisão, afinal de contas, Catherine arrebentava o ex marido usando uma colher de sopa, Ezequiel estava trabalhando e Igor estava dormindo com a mulher dele e eles nada sabiam da situação.

— Agora Ezequiel, você pagar por tudo o que fez…Estou ligando para lhe dizer quem foi o responsável por isso, quem está lhe dando o troco!

— Não acredito! Como eu não me lembrei disso! — constatou ele mentalmente. Mas nosso herói tinha acabado de se recordar de uma coisa importante, algo que estava escondido nas páginas puladas no livro que ele lia durante o atendimento #240, mas que também estava em sua consciência desde muito tempo antes, algo ridiculamente simples, mas que o isentava de tudo.— Pagar? Eu?  — A voz de Ezequiel engrossou.

— É você...ou pensa que de todo o meu ódio grande parte não é em relação a você? Ou você pensa que todo mundo não sabe que foi você que escreveu aquelas coisas? Atendimento boteco; atendimento per-fei-to, onde você falou de mim inclusive; atendimento créditos, onde você esperou a cliente ficar sem saldo para não atendê-la; tudo isso é obra sua! Não têm como negar...

— Como assim não têm? Você está falando do livro passa-tempo que eu escrevi e técnicamente é de propriedade intelectual da empresa... — Ele deixou escapar uma risada. — Eu tinha medo de que eu pudesse perder esse passatempo para a empresa, por isso eu o escondia, mas quer saber? Ele sempre foi deles! — Ficou quieto uns instantes.— Ou seja, sabe quem é que vai responder por mim em relação ao “do outro lado da linha duzentos e cinquenta atendimentos não convêncionais”?
— Quem?

— Vou só te dar uma dica...— Falou Ezequiel sorridente.

Naquele momento, do outro lado do mundo, um homem passava seu tempo vendo desenhos japoneses com um cinturalho na cabeceira da cama. O item, roubado de dona Catherine, estava em cima de um celular de última geração que começou a tocar e a vibrar. Após alguns segundos ouvindo seus representantes do Brasil, o presidente da empresa ficou ciente do problema com o escrito de seu funcionário.

— 치즈 빵은 아주 좋은 것입니다 …(Maldito Ezequiel, vive me ferrando!) — Falou ele percebendo que ele que teria de se responsabilizar por toda aquela confusão.


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Notas finais do capítulo

Ai presidente, quero só ver ein hahahah
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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