Atendimento #218: A chicopata

Sabe qual é o problema de ter fetiches?

— AI!

O primeiro é que é muito difícil desapegar deles, eu por exemplo adoro sentir meus dedos deslizando de maneira sutil e tranquila para em seguida ficarem lambuzados de… chocolate, afinal de contas é uma DELÍCIA esse negócio açucarado feito de cacau. O que? Você achou que eu fosse falar outra coisa? Não, que coisa.

— Ai cara isso doi! — a voz masculina tornou a reclamar.

O segundo problema é que quando você fica incapacitado de exercer esse fetiche, lembre no meu caso é chocolate em barras, você acaba por ficar com crises de abstinência.

— Caceta cara! — Ancelmo se levantou enfurecido da cadeira e foi até o encarregado que comia um pedaço de bolo. — Tá vendo a tua mulher ali? — Ele apontava para Amanda. — Dá pra trabalhar do lado dela não cara! — A voz dele ficou tão fina quanto a de alguém que leva um chute no saco.

Ancelmo estava com uma cliente que queria legalizar sua televisão a gato roubada do vizinho da frente, um trabalho simples né? Bom isso seria simples se não fosse a garota ao seu lado.

— Tua mulher é uma chicopata cara!

— Chicopata? — Ezequiel não entendeu o que o termo queria dizer, mas ele descobriu assim que ouviu o grito de Kleber soar pela operação. — Ah! Ela tá na seca por causa das crianças, eu deixei ela sem poder aliviar essa vontade.

A garota, que já tinha uma quantidade considerável de cabelo na lateral, tinha nas mãos um chicote preto curto. Ela encarava o colega de maneira quase que psicopática. O rapaz, possuia sentado a mesma estatura dela enquanto de pé, o que tornava o corpo dela um alvo fácil das chicotadas.

— Tá levando um açoite por acaso é meu filho? — A cliente de Kleber estava preocupada pois ela sabia que a vida de atendente era sofrida, mas não queria acreditar que era movida a chicotadas.

— Na verdade senhora eu.— Foi interrompido por um novo estolo, aguentou quieto. — eu estou sim.

— Não por que eu to ouvindo você sofrer ai meu fi, têm certeza que não quer uma ajuda para se livrar dessa situação? Sou advogada sabe...— Kleber havia conseguido resolver o caso da cliente e portanto ela ficara bem solicita com ele.

Outro estalo super sônico cantou.

— Tá vendo isso cara? — Ancelmo mostrava o braço com diversos vergões que só não eram tão vermelhos devido a pele morena.— Como você aguenta uma coisa dessas irmão?

— Ah o amor...— Nosso heroi abriu um sorriso amarelo enquantoajeitava-se para resolver a situação. — Têm que aguentar ne não?

Outro estalo, mas desta vez o grito foi feminino.

— Ou eu não curto essas coisas não! — Anala se virou indignada com a colega chicopata. Assim que terminou de falar percebeu que que o cliente que ela atendia em linha dera uma risadinha. — O que foi que está rindo?

— Você falou isso fora do mudo, fora que foi justo quando chegaram me desafiando a perguntar se você curte homem.

— E isso lá é pergunta que se faça a um atendente seu maluco? — Alana não tinha tomado o placebo “calmante”— Quer saber senhor, eu não curto homem mesmo não, não esses que nem você que parece macho mas no fim sabemos o que faz com o bumbum. — Outro estalo ressou em suas costas. — Ô Ezequiel! — Gritou ela enfurecida. — Ou você dá um jeito nessa situação ou eu vou pegar esse chicote dela e enfiar em um buraco do seu corpo que não pega sol.

— O umbigo? — Respondeu ele rindo. — Querida.— Ele já estava ao lado da garota que tinha uma das sobrancelhas trêmulas da falta de sodomizar alguém.  — se você não parar de chicotear os outro eu vou ter de tomar esse troço de você. —  Ela o encarou como se fosse tomar-lhe a alma em uma chicotada. —  Ae galera os incomodados que se mudem, se ninguém se aproxima ela não vai acertar ninguém.

— Vou tirar uma foto do pai de vocês porque depois que vocês nascerem ele vai perder o couro do corpo, tá avisado okay? —  Falou a chicopata em direção a barriga.