Do outro lado da linha escrita por LcsMestre
Notas iniciais do capítulo
Você sabia que todos atendentes têm dentro de sí um lado defensor?
Pois é principalmente o Igor.
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)
Atendimento #132: Defensor
Não se engane, os atendentes não são demônios desalmados que só querem consumir
suas forças. Claro que não é sempre, mas em algumas situações o operador se sensibiliza com a situação do cliente e toma suas dores para sí. Quando isso acontece, pode ter certeza, é muito provável que seu problema seja solucionado.
Com a vaga de supervisor aberta treinamentos foram instituídos a todos, um dos operadores tornaria-se o próximo encarregado e nosso herói se esforçava para ser ele.
— Ei mocinha. — Igor chamou o backup.
Sobre a roupa de nosso herói repousava um colete laranja, o adereço servia para identificá-lo como backup mas o deixava ligeiramente parecido com um guarda de trânsito. Ezequiel não usaria aquilo não fosse necessário, mas como o treinamento para supervisão exigia.
— Você pode enfiar a sua multa bem no seu orifício anual!— Falou o ex supervisor quando Ezequiel aproximou-se dele. — Sim é anual mesmo!— Igor complementou olhando para você.
— Do que você está falando? — Ezequiel ajustou o colete o invertendo, a cor na parte de dentro era cinzenta e muito menos chamativa.
— Eu sempre me cocei pra mandar uma dessas pra cima de um guardinha, você sanou um fetiche meu.— Deslizou um pouco o corpo sobre a cadeira, entrelaçou os dedos. — E como tá a convivência com o supervisor temporário?
Nosso guerreiro das chamadas engoliu seco, desviou o olhar levemente para a mesa da supervisão e logo passou a encarar o chão forrado por carpete.
— Tá tudo beleza. só não consigo falar "querifinho" normalmente...
— Ainda bem que eu só vou ficar uma mês, imagina se ele ficasse como supervisor? — Igor percebeu que sua pausa tinha se esgotado, colocou-se disponível a atender. A alta de clientes era tanta que assim que voltou atendeu. Ergueu o indicador para Ezequiel que entendeu que deveria deixá-lo quieto. — Descobri que te amo de mais. Descobri em você minha paz... — Cantarolou ele ao pressionar o mute iniciando a chamada. — Aqui é Igor e como tá?
— A, bem... — A cliente gaguejava sem entender se realmente ligara para o lugar certo.
— Sim aqui é a central de suporte.— Sacou do bolso meia duzia de balas de iogurte e começou a a abri-las. — Pode falar que eu vou tentar resolver
— Oi moço, meu nome é Patricia e eu tô com um problema sério faz muito tempo. É um projetor que não foi reparado por falta de peças. — A cliente pensou que o atendente a interromperia, mas não aconteceu. — Olhe eu sei que o produto não é novo, mas como vocês são os fabricantes acho que com um pouco de esforço vocês conseguem.
— Então meu amor, — A voz carregava a entonação e o sotaque forçado da barra da tijuca. — Eu to verificando aqui é já foi oferecido diversos produtos para o titular em forma de acordo, aliás ele está por ai pra eu levar um papo com ele?
A garota ficou quieta por um momento, o celular que segurava foi deixado de lado.
— Senhora? — Igor aumentou o volume da chamada e concentrou-se para ouvir o que se passava. — A senhora está chorando?
— O titular era meu pai, ele morreu antes de vocês conseguirem reparar o produto dele. Ele adorava por que esse projetor foi um dos primeiros presentes que eu dei a ele depois que comecei a trabalhar, mas o analista do setor de troca nunca nos ajudou.
O sorriso alegre e sarcástico estampado na face de Igor se foi em um segundo, seus olhos se apertaram, estralou o pescoço. A mulher realmente precisava de ajuda, não era como a maioria dos cliente malucos que apareciam.
— Já volto. — Falou sério dando um salto da cadeira. Ele vira quem era o responsável pelo caso.
Com os punhos cerrados e pronto para fazer qualquer um implorar pela vida, isso é claro depois de dançar um break, ele foi até o setor de analise. No corredor viu um homem diminuto abaixado arrumando uma CPU e ao seu lado estava o analista.
— Sai do meio ô hobbit da lapa. — Ergueu o homem que balançou as pernas curtas no ar e o colocou a uma mesa de distância. — Iae chefe, quero falar com tu.
O analista era o mesmo dos atendimentos #074 e #077. Xavier virou-se para Igor com tranquilidade, acabara de organizar seus lápis em linha reta e equidistantes.
— O que é — Deixou o ar pesado escapar de maneira pesada. — seja breve odeio o seu setor. — Completou ajustando o terno.
— Vou ser... — E ao dizer isso Igor segurou a gravata azul marinho do homem e começou a puxá-lo. Sem conseguir respirar totalmente Xavier buscava se segurar em qualquer lugar, mas não conseguia. Quem o observava tinha a impressão de ver os reféns de filmes de possessão onde a vítima estira a língua e revira os olhos. — Não se preocupe com a ideia de pedir a minha justa causa, eu já estou caindo fora desse lugar maldito.
Setor por setor ele o arrastou até chegar em sua mesa, os olhares curiosos seguiam-nos com bastante interesse.
Mute pressionado, ligação reestabelecida.
— Senhora, achei o culpado. — Jogou o analista sobre a mesa. — Ele tá aqui para resolver.
— Eu não... — Igor sacou do bolso um lápis novo sem ponta alguma.
— Eu fiquei sabendo que seus orifícios são bons apontadores. — Sorriu malignamente enquanto Ezequiel batia uma foto com o celular. — Como vai ser? Vai resolver ou eu vou ter de pegar a minha coleção de mil e duzentas cores aquareladas da Faber Castel?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Viu só pessoal? Seja gentil com seus clientes ou aponte lápis com o seus buracos aehaiaeaheiue
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D