Do outro lado da linha escrita por LcsMestre
Notas iniciais do capítulo
Você acha que se aproveitam muito da sua nobreza? Ou será que você que se aproveita da nobreza dos outros?
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)
Atendimento #131: Nobreza
Você possuí uma boa índole? Geralmente que teve uma boa educação em casa se torna uma pessoa nobre, justa e bondosa. Mas sempre existe aqueles que, mesmo os pais fazendo tudo certinho, passando hipoglós, alimentando com bacon e toddy acabam virando o diabo… Pois é, olha eu aqui.
Nossos atendentes, em sua maioria, possuem almas puras. Cumprem seus serviços, insultam os clientes um pouco, fingem que não os escutam só para falar que a chamada esta muda, arrotam em linha...Bom, enfim. Nada de mais.
— Da hora piveta, agora toma cuidado pra não clicar em coisa errada de novo, do contrário sua brincadeira com suco em pó vai se espalhar para o mundo todo. — Igor falava com uma adolescente que tinha o peculiar costume de lamber suco em pó em cima do notebook, em uma sessão dessas estripulias a jovem ligou a web cam do aparelho sem querer.
— Vou tomar cuidado dá próxima e não vou lamber a tecla que ativa a webcam. — Ela falava com certa vergonha. — Obrigada e até mais.
A chamada se encerrou com o encarregado abocanhando um pastel gigantesco, a iguaria com recheio de calabresa queijo e bacon tinha quase trinta centímetros de tamanho e deixava várias migalhas ao ser devorada. Rondando pelos corredores Jailson observava os operadores, aqueles com postura incorreta ele ajustava segurando-os nos ombros, os que dormia ele os acordava com um peteleco na testa.
— Effe pasfel esfá com uma fara ófima — Mas com Igor ele não mechia.
— É ne...— Enquanto isso o esfomeado ex-supervisor protegia seu lanche como se fosse um tesouro inestimável. — E todo meu...— Sussurou para sí mesmo tratando a comida como algo precioso.
Ezequiel sentira o cheiro do bacon a exalar pela operação, como um cão farejador ele se arrastou, esfregou as narinas no chão, nas cadeiras, no traseiro de Amanda, fingiu que estava no cio e finalmente chegou a origem do aroma.
— Ou...eu senti o cheiro e pensei…
— Pensou errado! — Interrompeu Igor com um olhar maniaco de quem defende um ideal. — Eu paguei caro para esse momento de prazer, não vai ser você vai me atrapalhar.
E ao dizer isso suas palavras voaram como o vento indo até os picos dos deuses da dieta, estes por sua vez fizeram uma cliente ligar diretamente para ele, impedindo que Igor desfrutasse do lanche.
— Eu sei que sou eu mãe. — Falou a menina ao telefone, ao perceber que estava em linha chamou pelo atendente. — Tem alguém ai me ouvindo?
— Têm sim, — Alastor queria estrangular a garota com fatias engorduradas de bacon.— escuta a senhora não almoçou não? Acho que é esse o horário que geralmente as pessoas bate um rango.
Realmente, nos períodos mais próximos aos horários do café da manhã, almoço e janta, o fluxo de ligações era bem menor. Isso acontece por que, mesmo que você esteja totalmente fulo da cara com uma empresa é melhor se alimentar antes.
— Na verdade não, preciso resolver isso antes para poder ter paz e abrir meu apetite. — Preocupada, a garota não deixava o atendente dispensá-la. — Eu achei um notebook na rua, ele estava desligado, mas limpo e funcional. Como eu sei que ele é caro achei melhor ligar para procurar o dono.
Com as sobrancelhas mais unidas que plastico e supercola Igor procurou entender a motivação da menina. Um aparelho daquele era o sonho de consumo de qualquer jovem da idade dela, seja lá qual for a idade dela.
— Nossa...eu tô impressionado. — Falou o atendente balançando a cabeça positivamente.
— Obrigada, mas é que…
— Você é burra? — o questionamento fora totalmente contrário ao clima de bondade que a chamada vinha ganhando. — Não, sério mesmo. Você têm algum problema ou é só retardada mesmo?
— Como assim moço eu só.
— Querida esse troço vale quase três meses de salário. Três meses! — Ressaltou indignado com a nobreza da cliente. — Sério mesmo pirralha, aproveita isso daí de uma vez, ninguém vai te prender por ter ficado com a parada pra ti.
— Mas não é certo, eu tenho de tentar achar o dono. — chorosa ela queria tentar fazer algo. — Por favor, me ajuda moço.
Para Igor era uma burrice muito grande devolver o negocio, principalmente por que era caro para caceta, mas compreendeu a nobreza da menina.
— Senhora me passe os dados do produto e eu vou ver o que posso fazer. — Os atendentes podem tentar localizar os donos da nota fiscal de determinado produto pelos seu código de série, claro que isso não funciona todas as vezes, mas a taxa de sucesso é alta. Igor comia seu lanche com cautela, evitando que Ezequiel se aproximasse como um lobo faminto. Quando finalmente terminou de comer retornou a chamada. — Eu lamento, mas não existe nenhum registro do titular. Você tentou moça, mas não têm como devolver mesmo.
— Tá… espero que a pessoa que o perdeu não passe por dificuldades.
— Não vai querida. — Falou Igor apreciando a nobreza e preocupação da garota. A chamada foi encerrada e a garota ficou com o produto.
Assim que o telefone foi colocado no mute, Ezequiel recostou-se sobre a divisória da mesa.
— Posso colocar o seu computador na tomada agora? — E com um aceno positivo de seu encarregado ele ligou o computador que Igor usava para fazer os registros e buscas.
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Eu não sei se ele fez o certo ou não...mas a garota foi muito boazinha querendo devolver.
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D