Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 123
Atendimento #123: Escritores


Notas iniciais do capítulo

A os escritores...o raça maldita...
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #123: Escritores

Escritores são uma raça maldita! Sério mesmo, você já viu o quão confuso esses infelizes são? Mente hiperfértil, hormônios loucos, insônia, bloqueio criativo. É uma profissão bem sofrida mesmo, principalmente quando seu instrumento de trabalho não coopera.

Não, se você pensou que escritores usam canetas para escrever nos dias de hoje...bom, você errou feio.

Veja esse cliente por exemplo, ele comprou um produto caro para cacete achando que seu trabalho melhoraria horrores, mas não é isso que acontece,. Pagar quase dez mil em um notebook não vai te fazer um escritor melhor que os outros, só te torna mais pobre.

— Amigo eu sou um escritor famoso, trabalho várias horas por dia escrevendo meus contos. Sem esse produto eu não posso ganhar meu dinheiro. — Joaquino era um homem velho, não de idade física,mas sim mental. Ele falava velho, agia velho, vestia velho, até seu bafo era de mofo velho. — Eu liguei ontem e a menina disse que eu teria de encaminhar  um documento para autorizada, mas pra começar eu nunca fui informado que meu produto iria para uma terceirizada.

— Tá senhor eu vejo o que posso fazer. — Ezequiel já escutava o homem tagarelando sobre sua vida por mais de cinquenta minutos, porém, o problema em sí ainda era algo misterioso. Nosso herói colou a chamada no mudo. —  Esse cara parece que enfiou a síntese no meio do..

— Vê, se puder colocar como um caso diferenciado tendo em vista o quanto gastei e os problemas que esse produto já teve por conta de vocês, eu ficaria muito grato. — O escritor falava sozinho pois Ezequiel nem sequer tinha o headphone na cabeça.

Vendo os casos anteriores o atendente viu que o homem já tivera problemas com uma autorizada que batizou o caso de “Cadê o machado de Assis para eu matar esse cara?” Na ocasião o cliente foi com suas obras e aproveitou para fazer propaganda de seu trabalho durante horas a fio na porta da autorizada, com isso a entrada de clientes caiu para o incrível numero de zero, pois ninguém se atrevia a passar do lado de um cara que mais parecia aqueles entregadores de panfletos de promoção.

— Meu deus esse cara vende, mas é um pé no saco como pessoa. — Ezequiel leu uma aviso de um dos técnicos da autorizada. — “Preferimos deixar a credencial do que voltar a atender esse cara de novo” — Nosso herói leu chocado. colocou o headphone na cabeça.

— … claro que se fosse só por valores tenho certeza que.

— Meu deus ele não para. — Ezequiel finalmente retornou a chamada. — Senhor. — Milagrosamente o escritor fechou a matraca ao ouvir a voz do operador. —  Eu verifiquei e autorizada que foi encaminhada perdeu a credencial por isso o produto foi para outra autorizada via correios, por que não tem nenhuma outra perto.

— Mas o meu problema não é esse.

— Cê não deixa eu falar, cacete! Deixa eu contextualizar a droga do problema, você passou cinquenta minutos falando de como consegue falar de laranjas estragadas em seus livros, por que não espera eu explicar a droga da situação?

O choque do cliente foi o suficiente para que todas as suas habilidades de escrita se aflorassem em sua locução.

— Olhe aqui meu querido, eu estou aqui como um cliente fiél à sua empresa, paguei quase dez mil em um produto que julguei ser bom e ele não me recompensou. Meu trabalho foi produtivo durante seis meses, ai acontece isso é..

— Tá eu já sei o que aconteceu, inclusive já sei toda a sua obra sem nem ao menos ter lido nada seu. Agora eu vou falar o que eu entendi e se você me interromper vou fingir que sou surdo.

— tá mas.

— Primeiro de tudo. — O operador ignorou a voz do cliente. — “nunca fui informado que meu produto iria para uma terceirizada”— citou.— Você queria que o produto fosse para onde? Para mim? Achou que ele viria para o meu colo e eu mesmo trataria de abrir ele e trocar as peças? Claro que não né?

— Mas o produto é de vocês e não da autorizada.

— O PRODUTO — A voz se elevou tal qual uma criança que faz malcriação para mãe. — vai para uma assistência para ser reparado, essa assistência é da propria empresa e não uma credencia como aquela que o senhor levou. — Meneou a cabeça em negativa. — Quanto a documentação mencionado, é algo opcional. Ele serve para ajudar a autorizada a arrumar o produto com maior agilidade.

— Esse nem era o que eu queria na ligação mas já que é assim, você pode garantir que eles são competentes por acaso? — As palavras calaram o operador.

Com a mão no rosto Ezequiel se lembrou do atendimento #041: autorizada. As memórias o faziam querer dizer não, mas a politica da empresa o obrigava o contrário.

— Sim senhor, são sim. — Doeu dizer aquilo, mas foi preciso para fazer o homem parar de bancar o carrapato. — Se esse não era o problema por que não me diz o que o senhor deseja que eu faça? — O operador via que a luz do fim da chamada estava próxima, o cliente finalmente falaria o que queria.

— Como não têm jeito de vocês mesmos resolverem têm como fazer o favor de pegar todo o registro do que foi feito antes, compilar em um lugar único e encaminhar para os responsáveis? Assim eles analizam o caso de uma maneira diferenciada.

Indignado com tamanha facilidade no caso Ezequiel levantou-se com as mãos na cabeça. O cliente fizera um drama maior do que o necessário e era só fazer um registro simples.

— Senhor...era só isso? — Ezequiel tremia de ódio. — Da próxima vez, faça o favor e faça uma sinopse curta tá? Evita que o atendente fique uma hora ouvindo sua voz.

 


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Notas finais do capítulo

Escritores têm de ter síntese senhor! Era tão mais facil falar de uma vez!
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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