Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 121
Atendimento #121: Mute


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegamos ao capítulo do botão mais querido dos atendentes, porém apartir de agora as coisas vão mudar na história...
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #121: Mute

 

Esse botão é o mais importante para um operador. A única coisa que difere os reinos de satanás e uma central de atendimentos, acredite ou não, é esse pequeno botãozinho. O mute, como já foi visto nesse tomo, é muito usado para erguer uma parede invisível entre os atendentes e os clientes. Sem ele o operador é igual a um fugitivo de cadeia, sem armas, sem colete e com o corpo pronto para ser alvejado.

— Você é um inútil. — Gritou o homem com sotaque italiano.

— Sua mãe. — Respondeu nosso herói com tranquilidade.

— Lixoso de mais para ser competente.

— Isso eu não posso dizer da sua mãe, ela é uma excelente profissional no ramo da putaria. — Afiado, Ezequiel respondia sem se preocupar com as consequências.

— Você é um filho da p#t@! — Esbravejou mais uma vez a plenos pulmões.

— Aí não senhor, aí eu não posso falar da sua mãe por que ela não é filha da p#t@; o filho dela é você, consequentemente você é o filho da p#t@. — Ezequiel sorria e falava com a entonação normal, alguns de seus colegas acreditaram, por um segundo, que estava realmente falando com o cliente. Tirando o telefone do mute ele voltou a chamada. — Certo senhor eu compreendo que esteja irritado, mas esse é o procedimento.

O cliente, irritado por não conseguir um reembolso, começou a descarregar todas as suas armas de coco no ouvido do atendente. Mas o que nosso herói poderia fazer? O cliente não poderia receber o reembolso por que a empresa era muito rigorosa quanto a artigos pornográficos. SEM DEVOLUÇÃO e SEM REEMBOLSO.

— Quer saber? Vai se foder. — O cliente encerrou a chamada rapidamente.

— Eu não mando você fazer isso por que se não iria sujar o seu tornado do prazer cinco mil.

Nos setores próximos as vozes dos operadores ecoavam altas, nosso herói não se incomodava com isso, até por que ele mesmo ajudava com sua voz, mas devido ao alto volume, uma providência foi tomada.

— Macacada. — Igor chamou seus operadores erguendo o braço. Ele não foi o único supervisor a fazer isso, aparentemente todos haviam sido instruídos a tal. — Vou ser rápido e breve. Fudeu.

— Desembucha Alastor. —Anunciou Catherine enquanto fazia as unhas.

— Perdão moça, mas quem é Alastor? — O cliente que a mafiosa tinha em linha ouvira suas palavras.

Assustada a vendedora de produtos Jequiti conferiu o mute do seu telefone.

— Então, — Igor apontou para a superior máxima. — o mute está desativado até o resto do dia.

As conversas baixas se extinguiram em um único momento, os operadores se tocaram que seus respectivos clientes os escutavam cochicando sobre os aneis que seu supervisor usava,

Catherine colocou a mão no microfone.

— Pode mandar seja lá quem for o responsável, religar a função.

— Eu não posso Dona Catherine, o problema não foi causado propositalmente. — Igor respondia com as mãos fechadas, os dez anéis nos dedos tilintava a cada encontro da palmas. — Pelo que eu entendi foi um caminhão que bateu na central do telefone e desativou parte das funções.

— Desgraça… — Reclamou ajustando a flor.

— Olha a boca. — Anunciou a cliente da mafiosa que ouvia com atenção.

Naquele instante uma chamada caiu para Ezequiel, intuitivamente o mesmo pressionou o botão mute para iniciar a conversa.

— Ezequiel bom dia com quem eu falo? — Nosso operador favorito falava sem se preocupar com que Igor dizia.

— Então é você não é

— E pelo que eu fiquei sabendo um dos nosso representantes brasileiros vai, fazer uma reunião com uma comissão de avaliação de desempenho logo hoje. O atendente que cair com ele vai ter não só a chamada analisada mas também todo o histórico. — Igor tomava cuidado para enfatizar o perigo que era trabalhar sem o mute. — Então, seus mamutes de teta, não vão fazer cagada enquanto…

Amanda ergueu a mão solicitando a palavra.

— Desde que horas o mute não está funcionando? — Sua pergunta era a de muitos outros.

— Atá beleza senhor e eu sou Michael Jackson, — Os mais próximos verificaram que a luz do mute estava acesa o que indicava que estava ativo.  — Comissão de avaliação de desempenho, não fode comigo senhor. — Tirou do mute. — Só mais um momento por gentileza. — Ezequiel notou que todos os seus colegas de setor o observavam.

Igor levou a mão ao rosto.

— Faz uma hora mais ou menos. — Respondeu o supervisor para a garota de cabelos raspados nas laterais.


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Notas finais do capítulo

E esse foi o dia que o mute falhou...
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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