Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 100
Atendimento #100: Fundo de emergência.


Notas iniciais do capítulo

Agora que a notícia de um novo membro está a caminho as dificuldades tendem a aumentar, como nosso herói vai se safar dessa?

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #100: Fundo de emergência.

— Droga, droga, droga, droga, droga. — Ezequiel lavava o rosto no banheiro enquanto repedia as palavras para sí mesmo. — Não acredito que minha mãe estava certa!

Nosso herói recordou-se do momento que sua mãe lhe dissera que seria com aquela garota que ele teria seu primeiro filho. A principio ele nunca acreditou que poderia ser pai, mas como ele percebeu no atendimento anterior sua garota tinha dentro de si uma criança. Aliás que pobre infeliz...eu estou falando da criança.

No banheiro do outro lado do andar Amanda vomitava o restante do café da manhã, o efeito era causado mais pelo nervosismo da notícia do que pelo enjoo da gravidez.

— Droga, droga,droga,droga,droga. — Ela repetia entre uma vomitada e outra.

— Você tá da hora moleca? — Igor gritou pela porta do banheiro.

— Vai se foder! — Gritou ela ainda nervosa.

— Ela tá bem…

O supervisor deixou a mulher em paz para que ela ruminasse a noticia da gravidez. Igor não era tonto, sabia que hora o outra aquilo iria acontecer, principalmente que ele tinha reconhecido os sintomas haviam alguns dias.

— Casal jovem, curte um BDSM, uma inversão de papeis. Até que demorou para aparecer um molequinho.—Pensou ele com seus anéis comprados na uruguaiana. — Ô mocinha. — O supervisor adentrou o banheiro masculino e viu o rapaz lavado da cabeça aos pés em uma mistura de água e suor. — Como é que você tá papai?

— Eu tô lascado! — O atendente levou as mãos na cabeça. — Trabalhar aqui não vai ser o suficiente para criar um moleque, o dinheiro que têm aqui não dá para pagar nem escola particular, nem muito termpo de fraudas e…

O rapaz foi interrompido por um tapa na cara.

— Deixa de ser bixa! — Igor sacou um cigarro do bolso e o acendeu com um isqueiro que tinha uma mulher nua estampada. Deu um trago ofereceu ao rapaz. — Pega essa porra! — Mesmo não fumando o atendente pegou. Com uma tragada ele deu uma tosse — Isso ai molecote. Parabéns por isso ai, você vai ter de comprar muita frauda aturar muito chororo e problemas com brigas na escola.

— Como é que eu vou fazer agora?

— Como é que tu vai fazer? Deixa de ser besta rapá, vai levando. Se até ontem você dava teu sangue para dar o melhor para uma pessoa, a partir de hoje você têm de fazer o mesmo só que para duas pessoas.

A vida de atendente não é fácil, nunca foi e nunca seria. O dinheiro que recebem nunca é o suficiente para se manter plenamente. No caso de nosso herói as rendas combinadas de sua e esposa e a dele próprio eram suficiente para arcar com as despesas, mas com uma terceira pessoa isso mudaria.

— Você têm mais é que agradecer por essa benção. — Igor vez o cigarro queimar por inteiro em uma tragada só. — Ainda mais que alguns por aí não têm essa capacidade de ter filhos do próprio sangue... — Ficou em silêncio por quase dez segundos. Acendeu outro bastão. — assim como eu.

O atendente baixou a cabeça, a relevação que seu superior lhe revelara era pesada e fazia com que aquela preocupação não fosse nada de mais.

—  Dinheiro… Eu preciso de um fundo.

— Oi? — Indagou Igor ao ver seu subordinado correndo para a mesa de trabalho. — o que você tá pensando em fazer, mocinha?

— Estou cobrando uma dívida que quase esqueci que existia. — Falou discando os números em seu telefone. — Antes dela sair do banheiro eu vou ter tudo garantido nem que para eu tenha de...

— Se prostituir? — Questionou o supervisor com uma cara tipica dele. — Se for esse o caso saiba que eu conheço uns caras que podem se interessar pelo seus serviçoes e ainda…

— Eu não vou me prostituir. — Virou-se para o homem. — Esse seria o ultimo recurso não o primeiro, seu idiota.

— Mas não deixou de pensar na ideia… — Apontou-lhe o indicador na face.  — Seu granola… Diz pro pai. — Aproximou-se .— Quanto você cobraria por meia hora?

Ezequiel se levantou para socar a cara do supervisor, mas esse se afastou rapidamente com um sorriso no rosto. Do outro lado da linha alguém atendeu.

— Assessoria de imprensa do jornal jornal o jornal mais que real, com que eu falo? — Soou a voz masculina em tom robótico de atendentes.

— Querido, eu não sei seu nome, na realidade eu nem quero. Por favor me passa para o setor da redação. — A maneira como ele falava era diferente de tudo o que seus colegas viram até então.

O homem estranhou o tom grosso e sério que o rapaz falava, porém acatou o que ele dissera. Logo outro atendente falou.

— Redação do...

— Cala a boca e faz o que eu vou te falar agora. — A voz do atendente parecia de um terrorista do oriente médio prestes a se explodir. — Crie uma matéria com a seguinte manchete: Jornal jornal falido, quem é o responsável?

— Mas quem é você?

— Faz o que eu mando se não eu te demito sua infeliz. — Ezequiel grunhiu como um demônio vindo das profundezas do inferno pronto para arrancar a alma de todo aquele que deixasse o chinelo virado com a sola para cima. — Agora me passar para a secretária do presidente..

A pobre funcionária da redação do jornal ficara estática, seu medo era tanto que elea acabou descobrindo que um peido pode sim pesar dentro da roupa, mas que seu cheiro é um pouco mais incômodo. Enquanto a transferência era feita para a secretária a segunda linha de nosso herói foi tomada pela ligação do supervisor.

— Vai lá, se preocupa com vestígios não, seja o que for fazer tá seguro com o pai. — Igor agora dava-lhe cobertura, qualquer coisa dita naquela chamada seria apagada no mesmo instante.

— Valeu chefe. — Ergueu o polegar.

— Secretária do doutor Fábio. — A mulher tomou a primeira linha.

— Oi lindinha, lembra de mim? — Ezequiel puxou a primeira linha tirando do mute.—  O atendente que foi sacaneado por vocês a algum tempo. O atendente que está por fio...

— Essa não…

— Essa sim… — Regogizou-se soberbo.— vai chamar o Fábio antes que eu vá no seu concorrente dizer tudo o que vocês fizeram comigo.

A mulher correu deixando o telefone sobre a mesa;  abriu a porta da sala de reuniões em um empurrão brusco que assustou todos os sócios.

— Você está maluca Tuane? — Fábio ergueu-se indicando a porta.— Está demitida.

— É o atendente, ele voltou.

— Essa não…

O dono do jornal correu para a sala da secretária para atender o nosso herói sozinho, este por sua vez ouviu toda a reação assustada do doutor Fábio.

— Oi me desculpa a demora.

— Minha esposa está grávida e você que vai bancar com os custos. — Anunciou ele estralando todos os dedos da mão. — Você ouviu direito amiguinho, se não me der todo o dinheiro que eu pedir.

— Não já lhe dei dinheiro suficiente? — O Empresário tirara uma coragem de onde nem ele mesmo podia imaginar que existia. — Pensei que tivesse me livrado de você.

— Eu tenho noventa e nove razões para você dar o que eu peço, mas se você esperar mais algum tempo posso chegar a duzentas e cinquenta. — Engrossou o tom. — Por sua causa eu jamais vou poder ser contratado por outra empresa de atendimentos. Além disso eu posso ser demitido a qualquer momento por causa da sua matéria estúpida, por isso eu já liguei o foda-se por aqui.

— Eu deveria chamar meus contatos nas comunidades próximas a sua central, acho que me livro de você antes do dia se encerrar.

— Eu jurei a mim mesmo que me afastaria desse mundo, só que agora minha guria vai ter um moleque. E a menos que eu veja o meu dinheiro depositado até o fim do dia você vai ter um a visita dos meus colegas, e eu nem estou falando dos caras lá da quebrada não amigo…

— Você é…

— Isso...vai se achando com meia dúzia de moleque ladrão. — Em sua face tinha um sorriso demoníaco. —  Tá achando o que amigo? Do capão redondo até o morro do alemão é só galera nossa...ou você acha que eu me casei com uma Major do exército de graça? Se você acha que manter os inimigos perto é bom, nem faz ideia de como é dormir com eles, como é se apaixonar por eles…

Igor ouvia a conversa com certo medo do que o subordinado falava. Nunca o vira tão sério como aquela vez e realmente chegou a acreditar que fosse verdade o que ele dissera.

— Espero que eu esteja sendo claro Fábio. Não mandarei só meus amigos, minha esposa vai mandar a brigada dela, meu supervisor vai mandar o restante da minha equipe e além disso eu vou contar a “”ela”” onde você está.

— Ela quem?  — O doutor Fábio se assustara, não queria acreditar que seu segredo fora revelado a um atendente.

— Você sabe de quem eu tô falando…

— Não, ela não está ai…

— Sim sua ex mulher está aqui meu colega…espera que eu te mostro. — O atendente saiu de sua mesa e trouxe uma de suas colegas.

— Catherine bom dia, com quem eu falo. — A mulher ajeito a flor que caia da orelha enquanto falava no headphone de Ezequiel.

— Catherine? — Nosso herói não podia ver, mas do outro lado da linha o homem molhara as calças.

Ezequiel agradeceu a colega mafiosa e sentou-se em sua mesa.

— Sabe que eu não acreditei quando soube que você a tinha abandonado por um cara? — O atendente começou a sussurrar. — Você têm até as seis da noite para transferir tudo está me entendendo? Do contrário a manchete do concorrente amanhã será: “Mulher descobre paradeiro do homem que a deixou com seus três filhos e nunca pagou pensão

A chamada foi encerrada pela parte de Ezequiel. Nosso herói, já sem ter nenhuma preocupação com relação a dinheiro finalmente abriu um sorriso entre lágrimas de felicidade. Não era seu sonho ser pai, mas após a noticia suas forças foram todas convertidas em alegria e lágrimas.

Amanda veio tonta do banheiro, seus colegas olhavam-na com sorriso no rosto. Alguns começaram a bater palmas, ela porém ainda não conseguira compreender a situação completamente.

— Nós estamos muito ferrados Ezequiel. — Falou ela preocupada.

— Pffff. — Ele a beijou na testa. — Têm dinheiro que sobre pra esse pentelho que vai vir…

— Como você conseguiu?

— Eu tinha um fundo de emergência guardada para quando isso acontecesse...





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Notas finais do capítulo

Parece até o final de um livro né? Engraçado que poderia ser mesmo, mas eu prometi 250 atendimentos não foi?
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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