Fogo e Gelo escrita por AelitaLear


Capítulo 29
Capítulo 29- Vida




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Era a hora, o grande momento que esperei ansioso até então. 12 messes foi o tempo certo para aquela vida se iniciar.

12 messes foi o tempo de dúvidas, de amor e de paz. Os 12 meses mais longos de minha vida, terminaram agora, e eu realmente não sabia como me comportar perante a isso.

Foi como um instinto para mim, não pensei em pedir ajuda, não teria quem nos ajudasse nesse momento. Mesmo assim eu saberia fazer. Eu queria fazer.

Ela estava deitada no chão com expressão calma, não era a expressão que ela tinha quando vinha os picos de dor e a expansão dele. Pelo que pude ver, ela não sentia dor, apensa amor.

— Seth, não se preocupe comigo, só com ele...

Eu só concordei com a cabeça. Não sabia como responder a ela. Não tinha voz para isso, nem sabia o que estava acontecendo, não tinha noção.

Foi ai que vi sua pele abdominal se rasgando em duas. Era doloroso ver isso, mas como ela mesmo me pediu, eu não me preocupei com ela.

Comecei a ver as pequenas mãozinhas se mexendo,  procurando uma saída.

Olhei para o rosto de Sophy e ela sorria de olhos fechados. Realmente, seja o que for que ela estava sentindo, não afetava.

Coloquei minhas mãos nas mãozinhas e as ajudei a sair. Não demorou muito para eu ver os bracinhos.

A visão mais linda que tive foi ver seus olhinhos, totalmente âmbar, como os da mãe. Olhos expressivos, vivos e espertos.

Tinha um nariz perfeito, com certeza não vinha de mim. Alinhava com a boquinha perfeita, carnuda na parte inferior.

Sua pele era branquinha, como de um vampiro. Deveria ser rígida também, ao mesmo tempo que parecia ser macia. Certamente ele era mais vampiro do que humano e lobo.

Seu cabelinho era preto como o meu, talvez até mais escuro. O que diferenciava era o brilho, nem parecia um recém nascido. Era um menino lindo.

Tinha um pouco de sangue escorrido na sua pele, mas parecia que o sangue e ele eram pólos distintos de um imã. O sangue escorria rapidamente.

Já dava para ver exatamente seus músculos, aqueles que foram fortes suficientes para poder empurrar a barriga de Sophy para sobreviver.

Embrulhei-o com um guardanapo que estava no meu alcance. Peguei ele no meu colo aninhando-o, limpando o pouco do sangue que restava.

Ele não chorava, podia até dizer que dava um pequeno sorriso. Seus olhos brilhavam para mim. Eu sim chorava.

Aquele realmente era um momento especial, mas faltava algo. Faltava o outro pedaço do meu coração, minha Sophy.

Olhei bem para seu rosto, ela permanecia com os olhos fechados. Sorrindo. Olhei para sua barriga e estava praticamente regenerada.

Entendi por que ela me disse para não se preocupar. Ela ficaria bem. O corpo de vampiro se regenerava rápido, e isso estava sendo feito.

Continuei olhando para Sophy, para seu rosto ainda inerte. Em alguns momentos meus olhos vagavam para os olhinhos no meu colo.

Ela abriu os olhos, eu sorri para ela, ela voltou o sorriso como se nada tivesse acontecido com ela. Rapidamente se levantou e veio para meu lado.

— Meu bebê... – Murmurou encantada.

— Nosso bebê! – Murmurei em seus ouvidos.

— Nosso Ian Clearwater.

— Sim, nosso Ianzinho...

— Tão pequenininho! – Podia até dizer que ela estava babando, tanto quanto eu. – Mas tão fortinho, tão lindo!

Ela acariciou as bochechas dele, cuidadosamente, como se ele fosse um boneco de porcelana. Bem, ainda não sabíamos se ele era forte ou não.

— Posso pegá-lo? – perguntou.

— Mas é claro que sim!

Dei ele, com um cuidado excessivo, em suas mãos. Ela o pegou com muita ternura. Eu a abracei, deixando minha outra mão apoiada na pequena mãozinha.

Éramos uma família feliz!

— Agora sim eu entendi o significado de vida...

— Quem diria que uma vida poderia nascer de uma morte... – Sophy murmurou.

— Ainda bem que você morreu, acho que eu não viveria sem te conhecer...

— Se eu não morresse, jamais nosso filinho ia nascer. – Quando ela disse essas palavras, Ian abriu um sorriso.

Se eu não soubesse que ele é apenas um bebe, poderia jurar que estava entendendo tudo o que estávamos falando.

— Ele está entendendo algumas coisas... Sua mente é incrível Seth! Tão iluminada...

— Ele é perfeito! É estranho pensar que um dia o vimos como ameaça!

— Perfeito. – Concordou. – Acho que no fundo eu sempre tive certeza que ele era mais do que bom.

— O que será que todos vão pensar quando o vir? – Perguntei.

— Não sei meu amor, só sei que temos que levá-lo daqui...

— Concordo. O quanto antes, precisamos mostrá-lo a Carlisle. Não sei se ele vai saber examiná-lo, mas ele é o único que chega perto disso.

— Vamos embora? – Perguntou.

— Sim, vamos, nós três...

Saímos da nossa caverna, Sophy usava uma velocidade mais lenta do que de um humano, ela estava tentando ser cuidadosa.

Abri a porta para ela, coisa que sempre eu fazia, mas hoje era mais do que necessário. Ela entrou, se ajeitando, colocando Ian numa posição confortável.

Fomos embora a Port Angeles, era uma longa viagem, e eu aproveitei para demorar ainda mais para conhecer mais do nosso bebê.

Tinha um pouco de cuidado embutido na minha demora, eu não queria correr o risco de sofrer um acidente. Nós ainda não sabíamos se ele era imortal, se era mesmo forte.

Pela aparência externa dele, ele deveria ser mais forte do que eu. Até mesmo por causa das condições que ele vivia antes de nascer. Mas é claro que não íamos arriscar a vida dele.

Chegamos em casa, eles mal podiam esperar pela nossa surpresa. Certamente Alice não nos viu, eu estava lá para bloquear qualquer tipo de vislumbre. O único que deveria saber era o Edward.

— Seth, vá na frente para avisar... – Cochichou. – Tenho um pouco de medo do seu cheiro causar algo.

— Tudo bem.

Eu não entendi muito bem o que ela disse sobre o cheio, não sentia nenhum cheiro... acho que não reparei bem nisso. Resolvi fazer o que ela mandou.

Abri a porta de minha casa, no momento que apareci, eles correram para me ver. Edward já deveria ter dito algo.

— Onde está Sophy? – Rose perguntou aflita.

— Calma. – Murmurei lentamente. – Ela está bem...

— Aqui. – Sophy murmurou e eu me virei rapidamente para vê-la, ela me assustou. – Temos uma surpresinha...

Notei que ela cobria delicadamente o rosto de nosso filho. Ela pegou o pano e retirou lentamente, todos olharam perplexos.

— Que lindo... – Rose falou sorrindo.

— Que pequenininho, Edward... – Bella comentou com o marido.

— Que raridade. – Ele concordou.

— Que forte. – Emmet disse, um tanto feliz.

— Que fofura, isso sim. – Esme discordou.

— Olha os olhinhos dele... – Alice começou a dizer.

— Uma preciosidade. – Jasper completou.

— Olha o sorriso encantador, nem parece uma criança... – Jacob disse.

— Ele inteiro é encantador! – Renesmee falou animada.

— É a criança mais extraordinária que já vi nos meus 400 anos de idade... – Carlisle murmurou, a mais sincera verdade.

 


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Notas finais do capítulo

Mandem muitos reviews^^



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