–Isabella? Isabella? – ouvi minha mãe me chamar.

—Hum? Oi mãe? – respondi me sentindo perdida no tempo.

—Você anda distraída demais filha, tem alguma coisa a ver com o Cullen? – ela perguntou me olhando toda desconfiada.

Minha mãe só vai acreditar que eu não tenho mais contato com ele daqui a muito tempo, ela é muito neurótica que eu namore o Cullen. Ela insiste em dizer que isso nunca vai dar certo, que ele é mais velho que eu e esse tipo de coisa que eu realmente não queria ouvir de minha própria mãe.

—Não mamãe, eu e o Cullen não temos mais nada, é sério - falei dando um sorriso. Eu poderia fingir que eu não me importo mais em não ter ele comigo, mas não, ainda sinto falta dele, bastante.

 Ela me olhou, e pelo seu olhar eu vi que ela não acreditava que eu estava bem com isso. Ela me conhece.

—Mãe, eu estou bem mãe, sério. Porque não estaria?

—Você gostava dele.

—Sim, gostava, mas não dava certo. Enfim mãe, vamos esquecer isso.

Eu notava o que ela estava pensando só de olhar, parece que ela tem uma folha na testa dizendo tudo o que ela tem na cabeça. Nós conseguimos ler uma a outra muito facilmente, por isso não conseguimos mentir uma pra a outra. Nos conhecemos bem demais pra conseguir esconder algo.

—Então está certo. Eu estava pensando, vamos almoçar fora? Estou com vontade de comer algo que não seja a sua lasanha dura com molho ressecado - ela me olhou com cara de criança ruim, pirracenta. E não, minha lasanha não é assim, é exatamente igual a dela, ela que me ensinou a fazer.

—Vamos! Não posso, não vou e nem quero reclamar, até porque não estou com nenhum ânimo pra lavar louça hoje.

Fomos para shopping, comemos comida chinesa e fomos dar uma voltinha. Compramos umas besteirinhas e continuamos a andar.

Passamos na frente da livraria que eu conheci o Jacob. E lembrei que eu tinha falado a Renée que ele trabalhava aqui. Olhei pra ela, que já estava me olhando com um sorriso de quem estava aprontando. Será que foi pra isso que ela quis almoçar justamente nesse shopping? Ela ia aprontar alguma coisa, so me restava saber o que iria ser.

Mas, como o destino é uma coisa irônica pra mim, lá estava ele, de pé, organizando os livros na entrada da livraria (sim, aqueles livros que ficam expostos na vitrine da loja).

Resultado: ele me viu e veio em minha direção.

—Olá Isabella, como vai? – ele estava com um sorriso lindo. Com certeza ele vendia muito livro, graças a aqueles dentes maravilhosos.

—Oi Jacob Black, essa é a minha mãe, Reneé – apresentei os dois com muita vergonha. Mas não vergonha dele, jamais. Vergonha de Renée sim, pois ela já estava me olhando com uma cara de quem já sabia que ele estaria aqui – Renée, este é o Jacob.

—É um prazer conhece-lo Jacob! – ela sendo bem enfática, como sempre. Até quem passasse e visse a cena, perceberia que ela estava louca pra soltar seus comentários de sempre. Contanto que ela consiga se segurar, estará tudo sobre controle, sem maiores danos.

—Igualmente Sra. Renné, vocês estão a procura de algum livro? – ele perguntou sendo extremamente educado.

—Sim, queremos! - Minha mãe respondeu bastante rápido, sem me dar tempo pra achar uma desculpa, daquelas bem esfarrapadas, do tipo “estamos só de passagem” onde depois eu poderia correr dali puxando ela pelo braço – Ah Isabella, já andamos o shopping todo! – ela tentou se justificar, provavelmente pelo meu olhar – E eu realmente estou querendo dar uma olhadas nos livros.

Fomos andando para a seção indicada para minha mãe por Jacob. Ela perguntava coisas sobre livros de romance e alto ajuda, e eu via que ela estava testando ele, pra saber se ele realmente sabia do assunto, pois ela so estava falando sobre livros que ela já tinha lido, pelo menos umas cinco vezes!  

Porém, no nada eles começaram a conversar, ela perguntava coisas da vida dele e ele respondia numa boa. Eu REALMENTE não estava entendendo mais nada, minha mãe estava meio perturbada, só poderia ser... Continuei calada por não saber como reagir a isso! Eu só havia falado com o menino uma vez em toda a minha vida, mas Renée perguntava se ele fumava, se ele fazia universidade, o que ele pretendia fazer quando se formasse, e por fim, ela perguntou como nós nos conhecemos. E não perguntou a mim, e sim a ele.

Jacob, muito simpático contou toda a historia dos livros que nós discutimos, que eu havia sido muito simpática e que entendia do que eu estava falando, que isso não acontecia todos os dias e que eu realmente o tinha impressionado. Eu quis morrer, por que ele falou isso olhando exatamente nos meus olhos! Na frente de Renée!!!!

—Então foi assim que vocês se conheceram? – notei ela me olhando com cara de interesse, com certeza ela havia notado esse olhar dele pra mim também.

— Sim. Isabella me deu o número do celular dela e antes de vocês chegarem eu estava pensando se seria melhor ou besteira minha ligar pra ela.

—Besteira porque Jacob? Só porque eu sou mais nova que você? – eu o desafiei, olhando pra ele com os braços cruzados. Foi a primeira vez que eu falei no meio de toda a conversa deles.

—Não, não é isso. Eu achei que uma menina como você teria namorado ou não fosse querer sair comigo. Eu realmente não sei – ele deu uma risadinha encabulada, mexendo no cabelo e olhando pra mim, era de se notar que ele estava com muita vergonha. Talvez fosse por estar me chamando pra sair, talvez fosse pela presença de Renée, ou até pela situação, mas ele estava muito envergonhado.

—Nada disso Jacob, eu não tenho namorado e também não há motivos pra eu não querer sair com você. Você deveria ter me ligado sim. Eu teria aceitado, sem duvida alguma.

—Então, quer sair comigo senhorita Isabella Swan?