Amores Proibidos escrita por Kikyo, SwanQueenRizzles


Capítulo 26
Cheiro de abraço / Ma Che?


Notas iniciais do capítulo

Voltamos!!
Alguém aqui ainda lembra de nós?
Alguém ainda aí?



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Maura & Jane

Jane olhava as nuvens brancas pela janela do avião. Lembrou quando fez a viagem no sentido inverso, admirada com tudo que via. O algodão espalhado no céu, as vezes fumaça, as vezes cinza.
Lembrou dos sonhos que teve. Havia muitas hipóteses, mas em nenhuma, inclusive nas piores, havia o retorno obrigatório para Florenza.

Respirou fundo, teria sido ela uma decepção para a mãe? Lembrou como sua mãe e irmão choravam no aeroporto.
O que mais doía era não ter se despedido de Emma. Não sabia como a amiga estava, se a odiava.

Respirou fundo mais uma vez. Isso era tudo que poderia fazer... Respirar.

— Animada? - Maura perguntou ao seu lado. Era apenas uma forma de puxar assunto.

Jane entrelaçou seus dedos da loira, a troca de calor era bem vinda. Tentou sorrir. - Agora que você está ao meu lado posso dizer que estou animada - Soltou o ar cansada— Mas, sentirei falta de tudo isso aqui.

— Jay, não fique assim.Olha, Ângela me disse que logo ela, seu pai e irmão estarão indo te visitar.

Mas Emma não, Jane pensou, imaginando o que sua amiga poderia sofrer.

— Eu sei disso Maur, mas não será a mesma coisa e também não sei quando poderei voltar para a cidade. Ou melhor, - sorriu com ironia— se um dia voltarei.

 

— Maura, acorde já chegamos. - Jane a acordou com um beijo— Desculpe, mas aqui as pessoas não são tão liberais como nos EUA. Não sei quando poderei te beijar em público de novo.

— Tudo bem. - deu mais um beijo nos lábios macios— Desde que eu possa te beijar, não importa o lugar.

Enquanto esperavam sua bagagem na esteira, Jane resolveu perguntar o que a incomodava:
— Maur, como você conseguiu dormir mais de dez horas? Você estava passando mal?

Maura corou, encarou a cerâmica do chão por alguns segundos. - Já faz alguns dias que não consigo dormir bem. Acho que a última vez... A última vez foi quando nos amamos... pela primeira vez.

— Já faz tempo. - Jane levantou uma sobrancelha.

— Claro, você é difícil. - Maura corou mais, mesmo brincando era difícil falar sobre isso sem pudor.

— Está me cobrando uma noite avassaladora de sexo, srta Isles?

— Aí que horror! Você falou igual a Regina - Deu um soquinho de leve no braço de Jane.

— Ainda não consigo acreditar que você era apaixonada por ela. - Fez uma careta.

— Ela era diferente, na verdade, éramos diferentes. Regina adorava contar piadas, já te falei isso?

— Então por que ela não ria das minhas? - Jane fez uma pose ofendida.

— Jay, nem eu consigo rir das suas piadas. Elas são horríveis. E olha que eu estou apaixonada, a dopamina deveria me fazer rir de tudo que você faz.

— Você sempre foi nerd assim ou só quer se gabar pra cima de mim.

— Sempre fui nerd. Na época da escola eu usava um óculos grande. Robin me chamava de Toya, uma marca de telescópio... As lentes dos meus óculos eram grossas.

— Me chamavam de cara de sapo. E claro que eu batia neles.

— Você era violenta? - Maura pegou sua mala da esteira.

— Me achava uma lutadora, apesar que apanhava mais que batia - Jane pegou sua mala, lembrando do dia que a comprou. Havia sido para ir na primeira luta de Emma. Lembrou como a amiga ficou ansiosa, como sorriu alegre na vitória. Sentia falta da risada de Emma, de seu humor inabalável, de seu abraço quente e dos momentos qhe jogavam no Xbox

— Não é mesmo? - Maura perguntou pela segunda vez.

— Oi? - Jane tentou limpar uma lágrima traiçoeira que caía.

— Você está sentindo falta de Emma. - Não era uma pergunta, era certeza.

— Está tão na cara?

— Quando Regina foi embora eu fiquei sem sair do meu quarto por 8 dias. Não sei como não morri. Só lembro de acordar no hospital, minha mãe uma fera. Eu não comia, mal bebia água.

— Você realmente amava ela.

— Ela e Robin eram meus únicos amigos. E quando Regina foi embora levou uma parte de mim. Nunca mais comi uvas.

— Oxi, por que?

— Nós tínhamos uma superstição boba. Comer uvas na virada do ano, trazia sorte.

***

Emma & Regina

— Vai logo, loira aguada! - Uma guarda gritou de uma guarita— Aquela louca está nos enlouquecendo.

Emma sorriu, só poderia ser sua Regina. Como era bom usar o possessivo. Sua Regina.
Passou pelo corredor, contente ao avistar a parede de vidro. Olhou para dentro da sala de visitas através do vidro, não viu sua Regina.
Deu um pulo ao ouvir alguém batendo no vidro. Seus olhos encheram de lágrimas ao ver aquele pequeno homem vestido de terninho e sapato. Correu pelo corredor, ouvindo os pequenos passos correndo também. Passou pela porta e pegou Henry no colo.
Como sentiu falta daquele cheiro, daquele calor, daquele abraço.

— Sentiu sua falta, Emma. - Henry falou abraçando forte o pescoço de Emma.

— Eu também, garoto. - Mais algumas lágrimas escorreram, não queria terminar aquele abraço.

— Mamãe chora sempre sem você.

— E você está cuidando direitinho dela? - Se olharam, Emma sentiu um aperto ao ver os olhos molhados do garoto.

— Sim. Hulk ajuda.

Emma não resistiu e deu mais um abraço naquele pequeno ser.

— Espero que tenha sobrado algum abraço aí pra mim. - Killian falou, estava ao lado de Regina, Robin e um senhor desconhecido.

— Não! É meu! - Henry gritou abraçando Emma novamente.

— Nem um abracinho pra mamãe? - Regina falou, fingindo uma voz chorosa.

— Mamãe pode. Quero descer.

Emma colocou o garoto no chão, abrindo os braços para a mulher que amava.

Regina andou devagar, sentindo cada passo. Deu um selo em Emma, entrando em seu abraço em seguida. - Senti sua falta. Espero que eles estejam te tratando bem nesse lugar horrível.

— Aqui eu sou uma estrela. E algumas meninas tem medo de mim, então... não tem problema. - Emma aproveitou para aspirar e decorar bem aquele cheiro, seria o bálsamo para as noites vazias.

— Espero que nenhuma tenha dado em cima de você. - Desfizeram o abraço. - Só estou terminando esse abraço porque o mascote não para de falar em você.

Regina se afastou, Killian correu abraçando Emma e a rodopiando no ar. - UMA SEMANA, EMMA!!! UMA SEMANA SEM FALAR COM VOCÊ!!! VOCÊ QUER ME MATAR??!!!

— Não grita Killian, as pessoas estão nos olhando.

— DEIXA OLHAR!

— Não. Ta bom, chega. - Henry entrou entre os dois abraçados, desfazendo o abraço— É só mamãe.

Emma sorriu, passando a mãos nos cabelos castanhos da miniatura de ciúmes, a cópia da mãe.

Robin se aproximou, oferecendo um aperto de mão.— Será um prazer ser a testemunha. Confesso que durante muitos anos imaginei que seria eu em seu lugar, mas fico feliz por poder presenciar a felicidade da minha amiga.

— Oi? - Emma perguntou confusa.

— Será que posso fazer o pedido antes de você? - Regina olhou feio para Robin, que encolheu os ombros envergonhado.

— Do que ele ta falando Regina? - Emma perguntou com um misto de alegria e pavor.

— Espera seu pai chegar. Se eu falar antes ele me mata.

 

Emma sorriu ao ver seu pai entrando com várias sacolas. Como amava aquele homem

— Ufa! Entrei! Achei que fossem revistar até minha cueca. - Abraçou a filha.— Desculpa a demora, meu amor. Cheguei mais cedo pra entrar com as sacolas enquanto Regina brigava com o diretor por não deixar uma cerimônia particular.

— Me lembrem de não convidar vocês para alguma festa surpresa. - Regina resmungou. - Custa guardar um segredo?

— Eu guardei, mamãe. Não falei pra Emma que você pedir casar com ela. - Henry olhou para Emma. - Eu não contei ne, Emma?

Emma sentiu o ar faltar. Não poderia ser real. Ela não merecia. Sentia ser bom demais para ser real.

— Agora estou constrangida em fazer o pedido. - Regina sussurrou, bochechas coradas. Fechou os olhos para tomar coragem, a reação de Emma não foi o que ela esperava. Tinha medo de um "agora não é o momento certo."

— Marry me, Regina.

A morena abriu os olhos, vendo Emma ajoelhada a sua frente, roupa laranja e cabelo preso. Como era linda!

— I do, my sweet love. - Emma levantou e elas se abraçaram

Killian e David aplaudiram entusiasmados.

— Eu queria muito poder te beijar - Regina sussurrou dentro do abraço de Emma— Mas aqui não pode e não tenho coragem perto do seu pai.

Ambas riram

— Querida, não quero te assustar, mas vamos nos casar agora, ok? - Regina puxou Emma para sentar a mesa - Este é Edward Lemon, ele irá presidir nosso casamento. Preciso disso pra cuidar do seu caso e carreira.

— Carreira? - Emma perguntou confusa, já havia aceitado o término do seu sonho.

— Seu patrocínio com a Adidas não foi rompido, você apenas perdeu o da Gatorated. E há mais algumas lutas agendadas. O fato de você estar aqui não muda sua agenda... Quer dizer, você não poderá sair do país e... Sairá daqui direto para o local e retornar... Até conseguirmos te tirar daqui, é claro.

— Não achei ser possível.

— Falei que tinha um ótimo advogado.

— Falou a parte de ameaçar o diretor daqui também? - Killian resmungou, recebendo um olhar feroz de Regina.

— Vamos ignorar essa presença que só está aqui porque preciso de duas testemunhas, please.

Emma sorriu da implicância dos dois. Olhou mais uma vez Henry no colo de David, entendendo o por que daquele garoto lindo estar de terno.
Emma era uma mulher feliz... E agora teria visita íntima.


***


Maura & Jane

— Ecco, il vostro pagamento, Grazi. - Jane fechou a porta do táxi e se aproximou de Maura que sorria

— Sabia que você fica extremamente sexy falando italiano? - Maura sussurrou

— Grazie ragazza! Ma mai così sexy di quando mi sorridi.

— Espero que a tradução para isso seja: "vou te jogar na cama e te fazer esquecer seu nome"

Jane olhou surpresa para Maura— Preciso me preocupar com o que tinha naquela bebida que você tomou?

— Só tomei 4 garrafinhas. E era whisky.

— Você tomou whisky e tudo que me deram foi um suco que deveria ser de laranja, mas tinha gosto de guarda chuva molhado.

— Não quero saber como você conhece esse sabor. E Jane, você teve um surto antes de entrar no avião, normal as comissárias regrarem suas bebidas.Você precisa controlar seu medo de aviao.

Bateram na porta de uma grande pensão. Jane não quis comentar, mas sabia que Maura estava um pouco bêbada e sabia o motivo que a levou ingerir três garrafinhas de "coragem líquida".

— Só avisando... Minha nonna é uma versão mais italiana da minha mãe. É barulhenta e fala demais. E adora abraços e...

 

— Um momento che abbia mai incontrato!
Maura sorriu ao ouvir a voz grave do outro lado da porta, parecia a voz de Ângela.

 

— Ma quanto sei bella, nipote! Quando sua madre ha chiamato non potevo credere - a senhora de cabelos negros abraçou Jane forte.

Maura sorriu com as caretas que Jane fazia em cada abraço que recebia da avó.

— Oi. Meu inglês bom não ser, escuto melhor que falo em seu idioma - Maura sorriu, meu Deus, a avó de Jane era tão fofa - Meu nome é Antonieta e sou da Itália. - ofereceu um abraço.

— Meu nome é Jane, tenho 32, sou da Itália e o livro está sobre a mesa. - Jane imitou o sotaque da avó.

— Desculpe minha neta. Ela cair do berço quando nasceu, a cabeça era muito grande.

— Nona!! - Jane reclamou enquanto Maura gargalhada.

— Su cabeça quebrou meu piso Jane. Tenho marca, venha, venha ver. - Chamou Maura que estava parada, com vergonha.— Qui há acontecendo?


— Il mio nome è Maura, piacere di conoscerti. - Maura falou segurando a bainha de sua blusa, rezando para ter pronunciado certo.

Antonieta juntou as duas mãos no peito, sorrindo feliz - Sposarla, Jane. O ti mettere la pentola sulla sua testa. Forse così va qualcosa. ( case com ela, Jane. Ou eu vou meter a panela na sua cabeça. Quem sabe assim entra algo aí dentro.) Ralhou com a neta.

— Minha avó não mudou nada - Jane resmungou.


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Notas finais do capítulo

Relendo o cap pra postar percebi que somos poliglotas: inglês, português e italiano.
Tentei jogar no Google o italiano, mas meus ensinamentos de música da Chiara Civello revelou que o Google é mais doido que eu. Então, está bem limitado o italiano ^^

Quem aí já gostou da nonna Antonieta?



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