Amores Proibidos escrita por Kikyo, SwanQueenRizzles


Capítulo 27
Aquele com o pedido


Notas iniciais do capítulo

Para aqueles que acharam que desistimos rsrsrs
E não, essa fic só irá parar de receber att quando for finalizada. Isso aí.


AHHHHHH Vamos fingir que a nona da Jane está falando em italiano com a filha, ok?



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Jane & Antonieta

— Oh ... bem, isso soa fácil! - Antonieta escutava atentamente o motivo do casamento de Emma e sua neta.

— Era suposto ser, mas então ... Eu percebi que tinha uma queda pela Maura, quero dizer, não era exatamente uma queda, era  mais como pular da calçada. Estou soando confusa, ne?

— Continue, vá. Confusa nossa família sempre foi.

— Eu não sei quando aconteceu, mas eu já estava tão perto, tão apaixonada que, no momento em que finalmente aconteceu, que eu percebi estar apaixonada, era como se eu mal notasse. Eu só queria estar perto dela, fazer ela sorrir. Até assistir mais stand up pra ter uma coisa engraçada sempre a mão eu fiz. Só queria ela feliz, gostar de estar perto de mim. Acho que não sou normal.

Foi uma loucura que há algumas semanas, ela tinha dado uma de velozes e furiosos e terminado com uma bala. Mas quando explicou isso para sua avó, sobre como salvou Maura e acabou sendo salva por ela, foi como explicar a si mesma pela primeira vez. Era como perceber que a resposta não era apenas uma história romantica de clichê bonito. Era a verdade. Apaixonar-se por Maura era fácil. Tinha acontecido ao longo dos dias, mas também, em um instante.

Jane fez uma pausa para pensar, olhou  sua avó, viu seu sorriso caloroso e simpático.

— Normalidade nunca foi uma qualidade dá nossa família, você desde pequena sempre foi parafuso faltando, não será agora que mudará. Então, você sabe o que fazer, neta desmiolada.

 

***

Emma & Regina

As duas mulheres estavam em um trailer, executando o direito de visita íntima. Era no mínimo constrangedor na primeira vez.

— Então... - se olharam, ambas tímidas. A obrigação tira toda a espontaneidade.

— Então... - Regina respirou fundo— Emma, sei que assim é horrível, não vou te forçar a nada, ta.  Podemos só deitar e conversar, aproveitar o tempo sozinhas.

— Por favor, prefiro - os olhos de Emma provavam desespero. - Quanto tempo temos?

— Três horas. É uma vez por mês, nosso advogado está tentando quinzenal, mas não é garantido.

— Entendo.  - Emma deitou na cama, deixando um espaço para Regina deitar em seus braços.

Ficaram alguns minutos abraçadas, apenas compartilhando calor e silêncio.

— Sinto tanta falta disso. - Regina confidenciou.— Por vezes me pego imaginando dormir assim, em seus braços.

— É isso que me mantém lúcida aqui, saber que quando eu sair... estarei com você. - Olhou para a mão esquerda de Regina, o brilho do ouro era tão bonito. - Não vejo a hora de sair daqui e colocar uma aliança linda dessa também. - sorriu

— Você irá, querida. - Olhou para o adorno reluzente— Às vezes nem acredito que nos casamos, é tão surreal. - tocou o corpo da esposa, estava mais definido do que ela lembrava.— É impressão minha ou você está mais gostosa?

Emma riu— Meu Deus, você ta passando tempo demais com o Killian.

— Claro que to, ele ta morando na minha casa... Ou melhor, na nossa casa.

Emma sorriu mais, estava feliz - Ele está brincando com o Henry? Espero que esteja.

— Está lá, me deixando louca com as brincadeiras dos dois. Killian consegue ser pior que você.

— Impossível!! Ninguém me supera!

— Por falar em superar, a Adidas não reincidiu o contrato.

— Como assim?! - Emma estava assustada.

— Deixa eu explicar melhor. Você, mesmo presa, é uma celebridade. Você e a boneco de Olinda não foram pegas, VOCÊS foram a polícia pra conseguir salvar a gente. Vocês são heroínas. Notou o excesso de “vocês” na frase?

— Nosso país tem uma imagem estranha de herói. - riram

— Enfim, você ainda está na UFC, eu ainda tenho o patrocínio da Adidas e a vara de cutucar cocô ainda tem dinheiro pra fazer o que sei lá ela faz. Se é que faz alguma coisa além de ser insuportável.

— Então, estamos bem? Todos nós?

— Quase todos, o amigo da Maura foi mandado embora. Aquele que colocou ela nessa história. E você terá uma luta daqui duas semanas. Você terá apenas um dia na semana pra treinar e são só três horas. Será aqui no pátio, fora do horário do pátio.

— Ariel vai me treinar?

— Só se for pra ser o saco de pancada. - Rugiu

— Você agarrou um ódio dela, heim?

— Você não faz ideia. E eu achei um ótimo treinador pra você. O nome dele é Grahan.

Emma sorriu, a alegria não cabendo em seu peito. Após Killian, ele foi a pessoa que mais a ajudou. - C-como?

— Amor, ele te ajudou. Não precisava, mas ajudou. Ignorei que vocês já namoraram e ofereci essa vaga a ele, além de patrocinar a academia que ele tem.

Emma chorou, chorou pela esposa que possui um coração tão grande. - Obrigada.

— Obrigada você, por ter trago felicidade a minha vida. Outro dia eu estava deitada na nossa cama sem conseguir dormir, não conseguia lembrar por que eu carregava tanto peso. Por que eu mascarava tanta dor com ironias. Eu senti meus monstros me abandonarem um pouco quando te conheci. Quando, de uma forma tão fácil, você me fez sorrir. Aquele nosso primeiro almoço, meu Deus! Gargalhei tanto.

— Você estava rindo de mim. - Emma reclamou, tentando parecer ofendida, mas falhando nas covinhas que a traíram, revelando sua vontade de sorrir.

— Eu nem sei mais do que eu estava rindo, era algo novo pra mim. Assim como era novo o sentimento daquele jantar que você conheceu a Jane. Me senti bem, mas tive vontade de matar aquele sabugo falante.

Emma a olhou surpresa— Eu nem sabia que você conhecia o primeiro nome dela.

— Infelizmente conheço. - Fingiu uma careta. - Ainda tenho ciúmes dela. Muito. Mesmo sabendo que vocês são só amigas. Amigas que se beijam...

— Foi só uma vez.

— Mas foi. Não quero pensar que outra pessoa sentiu seus lábios depois que eu experimentei.

— Senti muito ciúmes do Robin. E no final, ele me ajudou tanto.

— Amei o Robin, muito. Antes de você aparecer na minha vida, eu havia jurado não amar mais ninguém além do Henry. Me sentia traída, rejeitada, inútil, etc. Deixei o ódio e mágoa tomar qualquer espaço que o Henry não ocupava dentro de mim. E então você chegou, com seu jeito petulante, curioso e persistente, trazendo luz para a escuridão em que me tranquei.

Emma estava com os olhos molhados.


— Oh, não precisa chorar, loira petulante. - riu e abraçou Emma.

— Te amo, bruxa. - relembrou o primeiro encontro delas. Desde o inicio sabia que Regina era boa pessoa, apenas não sabia como gostar.

— Até hoje não entendo porque isso é xingamen... - Emma a beijou. Beijou com vontade e paixão. Agradecia aos céus por tanta felicidade.

Regina passou a mão pelo corpo da esposa, sentindo cada detalhe, cada diferença. Se sentindo muito excitada e sentindo que deveria diminuir a marcha. - É impressão minha ou você está mais gostosa? - repetiu a pergunta, ela sabia que se avançasse assim, Emma iria parar em um momento difícil de parar. Era melhor dar tempo ao tempo.

— Que bom que podemos ficar assim sozinhas, ne? Apesar que esse trailer é bem pequeno e claustrofóbico. - tentou mudar de assunto

— Você não respondeu minha pergunta.

Emma corou.— Mesmo aqui, eu não parei de treinar. Aqui é proibido halteres ou qualquer outro equipamento, então estou treinado com baldes d'água, eles são muito mais pesados, então... acho que está atrofiando mais, claro, sem perder minha feminilidade, me preocupo com isso.

— Isso é bom.

— E quando estou triste ou com raiva e não posso sair pra treinar, começo  fazer flexão ou abdominal, ou então fico correndo no mesmo lugar. As meninas daqui disseram que farão vaquinha pra me dar uma roda de hamster. E quando liberam o pátio, eu pareço aqueles cachorrinhos quando a gente abre a porta e ele sai disparado pra rua. o bom é que não precisa ficar atrás de mim gritando Emma! Emma! Volta aqui!

Riram. Na sequência veio um silêncio confortável, por algum motivo Regina ficou corada. Emma sorriu, achando fofo... Regina às vezes parecia uma gatinha fofa.

— Que foi? Está com vergonha de que? — Emma perguntou, vendo Regina corar mais.

— Tenho que confessar uma coisa... - Regina passou devagar a unha pela pele de Emma.

— hum. - Sentiu arrepios pelo seu corpo.

— Eu comprei um brinquedo.

— Sex toy?

— Sim. - Emma riu, não pelo assunto, mas pela forma como Regina ficou furiosamente vermelha ao assumir que comprou algo no sex shop.

Regina entendeu o riso como deboche e ficou séria, constrangida. - Esquece que falei alguma coisa. — estava na defensiva.

— Ei, calma. - Emma percebeu o erro. - Eu não estava rindo disso, estava rindo da sua vergonha. Eu sou a tímida da relação quando o assunto é sexo. - sorriu— Pensar em você com um brinquedo até me excita.

Regina saiu da postura defensiva e sorriu— É?

— Sim, muito. Como é? — abraçou

— É apenas um vibrador colorido. - Regina mordeu o lábio inferior.

— E você pensa em mim quando usa? - Emma passou a mão pelo vestido de Regina, gostava de sentir seu corpo.

— Sim. - Sentiu a esposa beijando seu pescoço, a excitando.

— E o que você pensa? — mordia e beijava qualquer pele exposta ao alcance, amava sentir o perfume gostoso.

— Tenho que falar agora? - Regina gemeu, se contorcendo na cama pequena.

— Claro. Quero saber o que minha esposa faz quando não estou por perto.

Ouvir a palavra "esposa" pela primeira vez da boca de Emma, fez Regina querer chorar de felicidade.

— Você quer que eu traga da próxima vez que vier na nossa visita íntima? - estava difícil a luta entre falar e se controlar.

— Quero. E vou te ligar mais tarde. Quero que você use enquanto fala comigo ao telefone.

— Sex phone?

— Yes. - Emma subiu sobre a esposa, beijando seu pescoço enquanto sentia seu corpo. Sabia o quanto Regina estava se controlando para não passar daquilo e, não passaria. Mas as duas horas restantes seriam bem gastas. Amou ter uma esposa que a entendia, que a respeitava e não pressionava, aguardando seu tempo.

Havia tentado outras vezes, com outras pessoas, mas sentia falta de ar, um peso grande no peito e um pânico forte sempre que chegava perto daquele momento.
Na cozinha da casa de Regina foi a primeira vez, mesmo sendo algo simples.

O tempo não cura, mas ajuda a cicatrizar.

***

Jane & Maura... e Antonieta

Jane ao telefone:

— Sim, eu sei o que estou fazendo, você pode ter certeza... Não, pode ter certeza que eu não irei me arrepender...Ok! Até.

— Jane, você estava conversando com quem? - Maura perguntou, estava encostada na moldura da porta, curiosa sobre o modo escondido que Jane falava ao telefone.

— Com a moça dá agencia de empregos. Han... Ela disse que tinha uma vaga que daria certinho com o meu perfil.

— É essa vaga seria em qual área? - cruzou os braços.

— Hum... A vaga ela é de han... Assistente de professora primária. Ajudaria olhar as crianças... Isso, será isso. - Nossa Jane, será que não tinha uma outra ideia mais esrupitda que essa, não? pensou

— Assistente ? Sério? - Maura estava desconfiada - Que eu me lembre, uma vez você disse que muita criança no mesmo lugar, ao mesmo tempo, fazia sua  cabeça explodir.

— Era antes Maur, agora preciso de emprego.  Não posso deixar as oportunidades passarem. E tenho que pensar no futuro, queremos ter filhos, certo?

Maura sorriu constrangida. É um sonho antigo, mas que jamais imaginou porder realizar, seria agora?— Não precisa disso, o seu contrato com a Adidas não foi cancelado.

— Oxi, sério?

— Sério. - Maura riu.

— Eita, que to rica de novo. OH NONA! ABRE O VINHO QUE TO RICA. - entrou na cozinha.

— Eu vou é quebrar uma garrafa na sua cabeça, Jane Clementine!!! Olha o estado que você deixou minha cozinha! Sabia que o jeito que você trata uma cozinha é o jeito que trata um homem?

— Será por isso que sempre espancava alguns na escola? - pensativa— Nona, preciso de um favor.

— Sim chiqueirinho, o que posso ajudar?

— Então, a senhora ainda tem contato com aquele seu amigo que tem uma vinícola na Toscana?

— Sim, é claro. Era para o Josefh ser seu avô, ele era tão gostosinho. Mas seu avô fazia umas coisas com a ling...

— Por favor, Nona! Não me fale das coisas que você fazia quando era mais jovem, vamos voltar ao que interessa..

— Chora, chiqueirinho

— Vai ficar me chamando assim.

— Vai parar de sujar minha cozinha?

— Justo. Preciso que a senhora entre em contato com ele, o Josef gostosinho. Estou pensando em uma coisa pra Maura.

***

— Jane aqui é lindo! - Maura estava maravilhada diante da enorme placa "Benvenuti Strada del vino de Montepulciano a Montalcino"

— Olha que você está vendo somente a entrada, imagina quando visitarmos as vinícola, são lindas!

— Quando eu era adolescente, fiz a Regina prometer que viríamos aqui. Era o lugar que eu mais queria visitar. Mas nunca viemos.

— Oxi, Por que não veio? - Faziam um pequeno tour pela cidade medieval de Montepulciano.

— Regina estava apaixonada pelo Robin, então, queria ir apenas a lugares que ele pudesse. Meus pais nunca pagariam pra ele vir aqui e ele não tinha condição.

— Nessa época você já gostava dela, da Regina?

— Não sei quando eu não gostei e quando gostei. Eu era solitária, ela chegou na minha casa e não me fez sentir deslocada. Ela não me via como estranha ou coisa assim. Então, eu só queria ficar perto dela. Quando Robin apareceu, eu ia dormir todas as noites chorando.

— Amor platônico tem esses problemas.

— Dói muito. Principalmente na adolescência onde tudo é amplificado.

— E você acabou casando com o homem que te fez sofrer. - pararam em frente ao  Castello Branco, que ficava perto da cidade medieval

— Ele não me fez sofrer, Jane. Eu fiz isso sozinha. Temos esse hábito de falar que o outro nos fez sofrer, que pisou em nossos sentimentos e etc. No entanto, nós somos responsáveis pelo sentimentos que germinamos e criamos. Eu me apaixonei pela Regina, apenas eu. Me apaixonei principalmente pela pessoa que eu era perto dela. Quando ela se foi, tudo mudou e eu quis algo que eu achava precisar: liberdade.

Jane a observava calada, Maura estava com os olhos marejados.

— Eu quis liberdade e lutei por ela. Robin me ajudou porque possui um bom coração. Ele é um homem muito, muito bom. Passei anos me martirizando, me arrependendo por ter atrapalhado  a felicidade da Regina. Isso apenas acalmou agora, agora que vejo o quanto ela é feliz com a Emma. E principalmente quando sei o que é amar e ser amada.

Jane sorriu. - Então, você gosta da pessoa que você é perto de mim?

— Eu nem sei mais como é a Maura longe de você. Eu vim parar na Itália, isso não é uma grande prova?

Jane roçou a mão despistadamete na mão de Maura, demonstrações públicas de afeto não eram bem vistas ali, principalmente entre pessoas do mesmo sexo.

Entraram no quarto de hotel reservado a elas.


— OMG Jay! Como é lindo!

— Não tanto quanto a mim, mas é bom. - Maura revirou os olhos. - E o mais emocionante é que temos Wi-Fi de graça no quarto,  isso não é maravilhoso?

— Eu não acredito que com uma visão dessa, você está preocupada com wi-fi?

— Tenho que dar apenas uma ida em um lugar e já volto. É rápido. - Beijou os lábios de Maura e saiu

Maura adormeceu após o banho. Durante o sono teve a impressão de ouvir Jane ao telefone. Acordou relaxada, sorriu pela cesta de frutas orgânicas e um recado em cima da mesinha.


"Estarei no hall de entrada às nove horas, desejo te ver mais linda do que você já é."


Maura tentou ligar para Regina, precisava contar a alguém sobre sua ansiedade. Sentia que naquela noite seria pedida  em casamento.  foi para a caixa postal.

Se arrumou, perfumada e sorridente desceu as escadas. Encontrou Jane em um vestido preto e verde, seus cabelos estavam escovados, fazendo pequenos cachos caírem em seus ombros. Como se fosse possível, estava mais linda.
Maura ficou preocupada ao ver lágrimas nos olhos da morena.


— Que foi, Jane? - se aproximou.

— Recebi uma carta da Emma. É uma pena não aceitarem ligações do exterior. Machuca não estar lá com minha amiga... - Limpou as lágrimas— Não vou pensar nisso agora, porque esse rímel não é a prova d'água e não quero parecer um panda. Vamos? - deu o braço para Maura.

— E vamos pra onde, linda dama?

— Para uma vinícola. - imitou um sotaque francês.

Entre as vastas parreiras, havia uma mesa posta de modo românico. Maura sentiu retornar a idade medieval, ficou maravilhada.

Um garçom serviu um vinho maravilhoso.

— Pode me passar seu celular. - Jane exigiu— Estou traumatizada.

Maura entregou o celular— Aquele dia eu estava falando com o Robin. Estávamos felizes porque confirmamos que Emma era aquela vizinha desaparecida.

— Tudo bem, desculpada. - Vou retocar minha maquiagem porque sou lady e tenho que ficar linda.

— Posso deixar minha arma carregada, sabe, no caso de algum italiano te cantar? - Maura brincou e Jane riu, saindo quase correndo. Suas mãos suavam e seu coração estava desesperado.

 

 

Os minutos se arrastaram e Maura estava impaciente. Resolveu levantar e procurar Jane, mas teve seu caminho interrompido ao escutar uma doce melodia sendo tocada em um violão e uma voz conhecida cantava em italiano.

Ouviu o cavalgar lento de cavalos e sorriu ao ver Korsak tocando violão e Antonieta sentada ao seu lado cantando  "Noi Due Per sempre". Seu coração disparou ao ver Jane em pé, logo atrás, com um buquê de rosas e um sorriso. O sorriso foi o que ela mais amou.

A canção alcançou seu segundo refrão e Antonieta no êxtase da emoção segurou por mais tempo que deveria o solo, alcançando um agudo que assustou os cavalos, fazendo-os correr desesperados.


— Ruhig sein! - Uma voz feminina firme gritou atrás de Maura.
Os cavalos pararam de repente, Antonieta e Korsak se seguraram na carroça, mas Jane não foi rápida o bastante.

Em um momento estava em pé assustada e no outro estava no chão com a boca cheia de uva.

— Falei que breguisse ia dar nisso. - a voz que parou os cavalos. Maura sorriu ao perceber que pertencia a Regina. Sua amiga estava ali.— Mas, valeu a pena as horas que fiquei no avião, que queda linda! - Regina brincou

— Aiiiii! Meu bumbum! Já tinha pouco, agora que amassou tudo mesmo! - Jane reclamou, massageando o bumbum.

Todos caíram na risada.

— Jane, você está bem? - Antonieta perguntou em inglês.

— Agora você pergunta?  Eu disse que você não estava em um concerto de sopranos, não precisava assustar o coitado do animal... Aí que dor.

— Vem Jay, vou te ajudar a sentar. - Maura a ajudou.

Korsak desceu da carruagem, olhos molhados de tanto rir. - Coitada da Rizzoli que queria tudo romântico e acabou virando um circo.

— E a culpa é sua. - Jane resmungou— Eu te disse que era perigoso essa ideia sua de carruagem, ainda bem que não me vesti como você queria, se não tinha coisado todos os ossos do corpo

— Mas como você iria se vestir? - Maura perguntou curiosa.

— Kordak pediu a Jane para vestir uma armadura. Iria dar um toque especial, já que estamos em uma cidade medieval. - Regina sentou na mesa— Eu falei que de brega já basta a cara do boneco de Olinda.

— Mas eu ia vestir. - Jane se pronunciou— Só não vesti porque não teria lugar para colocar o... ANEL?!?!?l? - Jane gritou. 

Estava procurando em suas roupas o anel que daria Maura, mas não encontrava.   Levantou tateando o local em que caiu em total desespero  - ACHEI!! - Gritou, saindo da parreira com os cabelos cheios de folhas e uvas emaranhadas.

— Jay? - Maura chamou, seu coração disparado— Amei tudo até agora, até mesmo a sua queda, mas isso seria para o que mesmo?

— Maur, isso tudo aqui era para ser um jantar romântico e alegre, não podemos dizer que não foi alegre... - Todos riram. - Eu sinto muito pela ausência dos meus pais e dos seus, assim como da Emma... Mas, Regina serve.

Ajoelhou no chão após algumas caretas— Maura Dorothea Isles, quero acordar todos as manhãs ao seu lado, apenas assim terei a certeza que meus dias serão ensolarados. Desde o dia que você olhou para mim, não me sinto mais sozinha e meu coração não bate mais por mim, na verdade ele bate fora do meu peito. Aqui, diante de nossos amigos, eu quero pedir que continue ao meu lado pelo tempo que Deus nos permitir viver.

Antonieta recomeçou a canção.

— Agora não, nona. É depois que ela responder.

— Escusa, Jane. Empolguei.

— Retomando - Jane tirou o anel da caixinha de veludo.— Não prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, porque se você disser sim, eu serei a mulher mais feliz do mundo.

Maura estava com lágrimas nos olhos, mas não os tirava de Jane.

— Jane isso é...

— Mamma Mamma Mamma Maria..amma Mamma Maria... - Antonieta começou a canção

— Regina, pelo amor de Deus, pega as uvas e tampe a boca da minha avó, porque ela está impossível hoje....

Maura balançou a cabeça sorrindo daquela família, que já era dela também. Seus olhos voltaram a encher de lágrimas novamente, ela estava realizando um dos seus sonhos: Ser pedida em casamento pela pessoa que amava.

— Sim, Jane Clementine Rizzoli, eu aceito ser sua, não por um dia ou um mês, mas por toda a eternidade, não existe "e viveram felizes para sempre" sem você.

Jane levantou, colocando o anel no dedo de Maura e a beijou. Interrompeu o beijo.— Agora pode cantar nona. - Olhou para a avó que estava agarrada ao casaco do Korsak, chorando emocionada.

— Eu tenho um presente para vocês. - Regina se aproximou— Na verdade são palavras de Emma, ela queria muito estar aqui, infelizmente não teve como.
Regina destravou o celular e um vídeo de Emma apareceu na tela. Ela estava com sua roupa laranja, dentro de um trailer pequeno:

"Jane, Maura, estou muito feliz por vocês. Vocês merecem vários momentos de felicidade, porque é isso que a felicidade é: um momento. Desejo também os momentos difíceis, pois são neles que vocês fortalecerão seu amor. E não esqueça que casamento é compromisso, não daqueles compromissos que a gente aceita, assim, sem querer, meio de má vontade, mas um compromisso doce, suave. Suave porque é dividido. E quando temos com quem dividir, as coisas boas da vida ficam grandes... E as tristezas, pequenininhas."



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Notas finais do capítulo

Deixo aqui uma dica de leitura... Um linda e fofa autora (que escreve essa fic junto comigo) está com um história bem legal, também com os dois ships dessa fic (SQ e RandI)

"Caminhos cruzados", para quem não quer perder as aventuras de Jane e Emma rsrsrs
Da pra achar pelo perfil dela aqui ^^