Moonlight Lover escrita por Benihime


Capítulo 6
Evanora




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Katerina

Me encosto na parede ao lado de seu armário para esperá-la. Não muito depois, ela aparece no final do corredor. Mordo o lábio inferior, nervosa. A hora da verdade chegou.

Selene

Quase tenho um ataque cardíaco ao ver Katerina parada ao lado do meu armário, mas me obrigo a continuar andando, mesmo que meu coração esteja batendo tão rápido que parece querer pular para fora do peito.

— Oi. — Digo, forçando um sorriso na tentativa de fazer tudo voltar ao normal o mais rápido possível.

— Oi. — Katerina dá um passo à frente, em minha direção. — Olha, sobre o que aconteceu na festa esse final de semana ...

— Esquece. — Eu dou de ombros. — Já aconteceu antes, com várias outras. Só ... Deixa pra lá.

— Eu não quero esquecer. — Ela protesta, uma de suas mãos minúsculas se estendendo para descansar em meu braço. — E, se quer saber, acho que você também não.

Ela dá mais um passo à frente. Tento recuar e sinto o metal frio dos armários da parede oposta contra minhas costas. Os braços de Katerina se apoiam um de cada lado de meu corpo, prendendo-me. Agradeço a Deus por ser quase hora da primeira aula, assim o corredor está vazio.

Mesmo sem querer, me flagro olhando fixamente para aqueles olhos cor de âmbar, que parecem queimar com um fogo só deles, como se algo os iluminasse por dentro.

Katerina

Sua expressão se suaviza, seus lábios se separam e seus olhos escurecem de desejo. Quase sorrio, pois isso significa que eu venci.

Vejo a oportunidade e, apesar dos riscos, não consigo resistir à tentação de beijá-la novamente. É apenas um mero roçar de lábios dessa vez, mas até esse gesto simples é o suficiente para que o ar entre nós faísque de desejo.

Selene é a única que consegue isso. Somente ela me faz sentir como se eu fosse jovem e livre. Quase como se eu fosse humana novamente.

Quando o dia de aula finalmente acaba, mais uma vez ganho uma carona para casa. O caminho é rápido e preenchido pela nossa costumeira conversa fiada. Ao chegarmos, Selene estaciona em frente à varanda.

 — Aquela maldita prova de Biologia é na semana que vem. — Ela diz. — Será que você pode me ajudar a estudar?

 — Claro. — Respondo. — Quer entrar? Tenho todos os materiais de que vamos precisar, podemos começar agora mesmo.

— Valeu mesmo, Kat. — Ela sorri. — Se conseguir enfiar alguma coisa nessa minha cabeça dura, você vai salvar minha vida. 

Hesitamos por um momento, e o silêncio toma conta do ambiente. 

— Selene ... — Chamo enfim. — Ainda somos amigas, não somos?

Ela olha fixamente para as próprias mãos por um longo momento, deixando o silêncio perdurar até por fim erguer o rosto para me encarar com um sorriso malicioso.

— Claro. — Ela responde, se inclinando para afastar uma mecha rebelde que escapou de meu rabo de cavalo. — Mas quem disse que quero ser só uma amiga?

Antes que eu possa sequer pensar no que responder, ela me beija novamente. Esse beijo é lento, carinhoso, e tem gosto de gloss de morango. Quando ela me solta, eu sorrio.

— Amigas com benefícios. — Eu digo, repetindo a expressão que ouvi tantas vezes dita por outros jovens. — Eu gosto disso.

Selene

Uma hora depois, Katerina me repreende com um tapinha no ombro ao perceber que estou mais uma vez dispersa das lições de Biologia que ela me passou. Bem que a loira está tentando me ensinar, mas aqueles lábios são uma distração e tanto.

— Desculpe. — Eu finjo estar arrependida. — De verdade.

— Tudo bem. — Katerina sorri. — Vamos fazer uma pequena pausa, então. O que me diz?

Sorrio, já sabendo o que vai acontecer. E de fato Katerina se inclina para me beijar, seu cabelo fazendo cócegas em minha pele. Nossas línguas se chocam e se entrelaçam como se dançassem, e minhas mãos ganham vida própria sobre seu corpo.

Katerina

Ela tira minha blusa e abre meu sutiã, deixando meus seios à mostra, sorrindo em aprovação enquanto me deito na cama, logo antes de ela começar a sugar meus mamilos.

Eu gemo baixinho, sem conseguir me conter. Seus lábios quentes dão a impressão de queimar e congelar minha pele ao mesmo tempo numa dor que, ainda assim, é prazer. Seus beijos vão descendo por minha barriga e ela para ao chegar perto da cintura de minha calça jeans.

— Droga! — Resmungo baixinho quando uma batida na porta quebra o feitiço. 

 — Só um segundinho, Lennya. — Selene, que está mais composta, diz. — Kat, dá pra pegar esse livro, por favor?

Percebo na hora o que ela está fazendo e entro no jogo, fingindo irritação ao resmungar uma afirmativa. Selene em seguida se levanta e vai abrir a porta, me dando tempo o bastante para me recompor antes que minha "mãe" me veja.

— Trouxe um lanche para vocês. — Lennya diz ao entrar, colocando uma bandeja com pães de queixo e suco de uva na mesinha ao lado de minha cama.

— Obrigada, mãe.

— É, obrigada, Lennya.

— De nada, meninas. — Ela sorri. — Se precisarem, é só me chamar.

E comporte-se. Ouço sua voz dizer em minha mente.

Seu contato telepático quase me faz pular de susto. Depois que ela saiu, Selene abre um sorriso safado e se joga na cama ao meu lado.

— Essa foi por pouco. — Ela diz, rindo baixinho.

Admiro seus cabelos desalinhados e as faces coradas, contendo a vontade de recomeçar do ponto em que paramos.

— Muito pouco. — Admito. — É melhor não fazermos mais isso quando Lennya estiver em casa.

— Ah, então quer dizer que você não quer mais fazer isso?

Selene estende as mãos, traçando círculos com os polegares sobre meus seios. 

— Quero. — Eu respondo, gemendo de leve quando suas carícias se intensificam. — Selene ...

— Ok, ok. — Ela ri baixinho. — Desculpa.

Mas seu rosto diz claramente que ela não se arrepende nem um pouco. Penso por um segundo no que deveria dizer agora, mas a única coisa que escapa da minha boca é:

— Quer dormir aqui hoje?

Selene pensa por um segundo, e seus olhos brilham de malícia enquanto ela assente em concordância.

Selene

— Você é uma menina muito má. — Eu acuso horas depois, sacudindo meus cabelos para tirar a farinha que ficou presa neles. — Preciso punir você.

Katerina e eu estávamos fazendo biscoitos, as duas já de pijama, quando ela derrubou metade de um saco de farinha em cima de mim.

— Aprendi com você. — A loira graceja. — O banheiro é no final do corredor. Vá se limpar, fantasminha.

Rio de sua piada ao seguir para o banheiro. Lá, passo um pouco de água no rosto e nos braços para me livrar do resto da farinha. Não é preciso muito esforço. Quando saio, Katerina não está mais na cozinha.

Ao invés dela, me deparo com uma mulher alta que mais parece uma guerreira Amazona. Seus cabelos são de uma cor rica de mogno e caem numa cascata ondulada por suas costas, que balança suavemente quando ela se vira para mim.

Noto o corpo digno de uma super modelo, mal escondido por seu minúsculo conjunto de pijama de blusa e shorts amarelo. As longas pernas terminam em delicados pés descalços, com as unhas pintadas de vermelho.

— Olá.

Sua voz é macia e sensual, uma voz capaz de dar arrepios de prazer por si só. Lentamente, enquanto seus olhos negros me avaliam, ela abre um sorriso cheio de segundas intenções.

— Ora, ora, a Kat tem bom gosto nas amizades. — Ela declara. — Qual é o seu nome?

— Selene.

— A deusa da Lua. Que apropriado. — Ela chega mais perto de mim, o bastante para que eu sinta seu perfume. É amadeirado, com um toque de especiarias. — Diga-me ...

— O que você está fazendo aqui?!

Katerina quase rosna. A morena se afasta de mim num movimento gracioso, abrindo um sorriso de puro deboche.

— Olá, irmãzinha. — Ela diz. — Calma. Só estava perguntando à sua amiga o que você anda aprontando.

O veneno em sua voz é óbvio para qualquer observador, assim como o ódio no olhar de Katerina.

— Isso não é da sua conta, Evanora!

— Calma aí, vocês duas. — Interrompo usando meu tom mais imperativo. — Alguém vai me dizer que diabos está acontecendo aqui?

Ambas olham para mim, surpresas, como se tivessem esquecido minha presença. Evanora é a primeira a se refazer e sorri para mim.

— É claro. Como estou sendo rude! — Seu tom é leve e simpático enquanto ela estende uma das mãos num cumprimento. — Meu nome é Evanora, mas você pode me chamar de Eva.

— É um prazer. — Eu sorrio. — O meu nome você já sabe. E aí, vocês são mesmo irmãs?

— Infelizmente. — É Katerina quem responde agora, pegando minha mão e entrelaçando nossos dedos possessivamente. — Vamos para o meu quarto, Selene. Já está tarde, e temos aula amanhã.

— Qual é, Katie! — Evanora provoca. — Não vai nem ficar um pouquinho com a sua irmã?

— Pare com isso, Evanora! — O modo como quase cospe o modo da irmã, como se fosse um palavrão, deixa muito claro seus sentimentos. — Não tenho tempo para seus joguinhos.

Depois disso, sem nunca soltar minha mão, ela praticamente me arrasta consigo de volta para seu quarto.

— Sua irmã é ... Bem diferente. — Comento assim que nos vemos a sós.

— Nem me fale. — Katerina se joga na cama, obviamente irritada. — Uma grande idiota, se quer saber, mas não a subestime. Evanora não mede esforços para ter o que quer. É melhor ficar longe dela.

— Não se preocupe, Kat. — Eu digo, dando-lhe um leve selinho. — Não quero nem chegar perto da sua irmã.

Uma mentira deslavada, é claro. Gostei do que vi, e muito. Evanora pode parecer perigosa, mas algo me diz que essa fera não deve ser difícil de domar.


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