Moonlight Lover escrita por Benihime
Katerina
Fico parada naquele canto escuro, imóvel, sabendo que assim não serei percebida. Apenas observo os outros jovens dançarem, quando de repente vejo Selene vindo em minha direção.
Seu vestido é uma tentação por si só, um tomara que caia vermelho-sangue que se molda em seu corpo e abre em uma saia levemente rodada, deixando suas pernas completamente à mostra e muito pouco para a imaginação. As sandálias de salto alto fazem tais pernas parecerem ainda mais longas, e ela caminha com a graça de uma pantera em meio à multidão, seu rosto corado emoldurado pelos cabelos em desalinho.
Selene
Ao ver Katerina, meu sangue começa a correr mais rápido. Mesmo naquele vestido cor de rosa de modelo comportado, que me faz pensar em um bolo com glacê, ela está fantástica.
O busto de seu vestido é decorado com renda negra, contrastando com as cores claras de sua pele e cabelo. Uma faixa em sua cintura revela, talvez pela primeira vez, como aquele corpo pequeno é curvilíneo. Além do mais, as delicadas sandálias prateadas estilo gladiadora valorizam suas pernas, dando-lhe alguns centímetros preciosos.
Posso dizer o momento exato em que ela me vê, pois seus lábios pintados de batom cor de coral se abrem num sorriso.
Katerina
Alguma coisa naqueles olhos verdes selvagens traz à tona o meu próprio lado predatório, que eu tanto tento esconder. Confiante, sorrio para Selene e vou até ela, encontrando-a na metade de seu trajeto.
— Quer dançar?
Apesar da música, não falo alto. E nem preciso. Ela abre um sorriso ao ver minha mão estendida.
— E por que não?
Selene coloca sua mão sobre a minha, e o contato de nossas peles é carregado de eletricidade. Há algo entre nós, não adianta tentar negar isso.
Selene
Eu a observo dançar, vendo a forma sinuosa como se move, o movimento hipnótico de seus cabelos cor de mel, a dança sensual de seus lábios enquanto ela canta junto com a música ... Totalmente à vontade. Livre. Desinibida. Linda.
Noto uma garota próxima olhando fixamente para Katerina e um súbito sentimento de posse me invade, tão veemente que quase rosno de raiva daquela desconhecida. Katerina é minha, disso eu tenho certeza, por isso encaro a garota atrevida até que ela finalmente desiste e vira as costas.
— Selene.
Olho para a loira ao ouvi-la chamar meu nome, ainda surpresa com a onda de sentimentos que me invadiu. Ela chega mais perto de mim, seu peito roçando no meu, e o ar entre nós praticamente faísca.
Sem dizer mais nada, ela me toma pela mão e me conduz até um canto escuro, surpreendendo-me ao tomar a iniciativa. Seu corpo franzino é surpreendentemente forte enquanto ela me prende contra a parede, seu beijo inacreditavelmente feroz. Sem pensar, eu retribuo, tomada apenas por aquele desejo animalesco.
Katerina geme de contentamento em meu ouvido e diminui um pouco a velocidade do beijo. Seus braços, ao invés de me prenderem, agora me envolvem em um abraço. É um gesto terno, carinhoso, e tenho que admitir que gosto.
Interrompo o beijo apenas pelo mais breve dos instantes, para recuperar o fôlego, e logo volto a procurar seus lábios. Ela tem um sabor puro, quase mentolado, que é delicioso e parece desencadear pequenas explosões de prazer dentro de mim. Infelizmente, nosso beijo acaba cedo demais.
— Eu queria fazer isso desde a primeira vez que te vi. — Ela confessa. — Isso ... E mais.
— Ah, é? — Rebato, rouca e queimando de desejo. — Pois agora eu quero fazer isso.
Minhas mãos agarram seus quadris, puxando-a para mim enquanto a beijo com ferocidade. Katerina retribui e eu inverto nossas posições. Agora é ela quem está presa contra a parede, e a ouço gemer meu nome.
— O que foi? — Sussurro em seu ouvido, sorrindo ao vê-la se arrepiar.
— Vamos sair daqui.
Sem pensar duas vezes, deixo que ela pegue minha mão e me conduza para fora da festa.
Katerina
Selene obviamente não ingeriu uma gota de álcool, pois dirige como um ás, praticamente voando pelas ruas pouco movimentadas.
— Meus pais estão fora esta noite, e minha irmã está na casa de uma amiga. — Ela informa de repente, com um sorriso que é pura promessa. — Teremos a casa só pra nós.
Sinto um arrepio de excitação com suas palavras, e chegamos em sua casa mais rápido do que imaginei ser possível. Selene praticamente me arrasta para dentro, escada acima até seu quarto.
— Kat. — Ela me puxa para si num abraço possessivo. — Eu quero você. Agora.
Não sei o que eu teria respondido, mas Selene imediatamente impede tal resposta com um beijo faminto.
Selene
Katerina interrompe o beijo e se vira de costas para mim, lançando-me um sorriso por cima do ombro enquanto reúne seus cabelos num coque bagunçado.
— Pode abrir para mim?
Não me faço de rogada e praticamente arranco seu vestido, agarrando-a pelos ombros em seguida para virá-la de novo para mim.
Observo-a por um momento, admirando seu corpo pela primeira vez. Ela é pequena, mas curvilínea, de um jeito feminino que me faz ter vontade de abraçá-la. Eu a derrubo em cima de minha cama e ela envolve minha cintura com as pernas. Sorrio, uma de minhas mãos deslizando até encontrar o caminho para o meio de suas pernas, provocando-a.
Katerina
Selene é experiente, posso dizer isso pelo modo como seus dedos se movem entre minhas pernas, massageando, enviando flechas de prazer por todo o meu corpo.
De repente sinto sua língua, quente e molhada, em meus seios, traçando o contorno dos mamilos. O prazer é tão intenso que não consigo controlar e gemo alto. Isso é algo que nunca senti, pois nunca permiti que ninguém chegasse tão perto. Hoje, porém, retribuo suas carícias sem medo.
— Uau, Kat. — Selene sussurra em meu ouvido. — Você tem gosto de fruta madura. Que delícia!
Entrelaço os dedos entre seus cabelos negros, querendo-a mais perto de mim. Não consigo mais contê-las, e sinto minhas presas ficarem mais afiadas, uma delas arranhando meu lábio inferior. A próxima coisa que sinto é o cheiro inebriante do sangue, que quebra a névoa de desejo como um balde de água fria.
Olho em volta, surpresa ao ver Selene encolhida contra a parede no lado oposto do quarto, seus imensos olhos verdes me encarando. Uma de suas mãos repousa no pescoço, e um filete de sangue escorre por entre seus dedos.
— Mas que merda é essa, Katerina?!
Seu tom é hostil, mas seus olhos demonstram medo.
— Selene ... — Meu tom é baixo e gentil. — Selene, calma.
Tento me aproximar, mas ela dá um passo para trás, soltando um gritinho abafado quando suas costas batem na parede. Suspiro com tristeza, pois sei o que preciso fazer.
Selene
Num segundo Katerina está na minha frente, suas duas mãos firmes em meus ombros, seus olhos fixos nos meus. Apesar do medo, tento controlar meus tremores e a encaro de volta. Não quero demonstrar fraqueza.
Katerina
— Nós ficamos na festa. Você bebeu demais e eu a trouxe para casa. Não vai se lembrar de nada disso amanhã. — Falo devagar e claramente, vendo seus olhos verdes se enevoarem quando meu poder começa a agir. — Vai, Selene?
Muito devagar, ela faz que não com a cabeça. Eu me inclino e lhe roubo mais um beijo, apenas um breve selinho, antes de me afastar e segurar seu queixo, ainda mantendo seu olhar preso ao meu.
— Então ... — Eu digo. — O que aconteceu esta noite?
— Fomos numa festa. Nos beijamos. — Ela repete monotonamente, em transe. — Eu bebi demais, passei mal. Você me trouxe para casa.
— Exatamente. — Me permito um pequeno sorriso, sabendo que consegui o que queria. — Agora, Selene ... Você está exausta. Devia dormir um pouco.
Vejo suas pálpebras ficarem pesadas assim que termino de falar e, no instante seguinte, elas se fecham. Seu corpo desaba contra o meu, completamente inconsciente.
Eu a coloco na cama, tendo o cuidado de jogar suas sandálias e a bolsa de lado como se ela os tivesse atirado ali antes de deitar, cada detalhe corroborando a história implantada em sua mente.
Minutos mais tarde, ao correr de volta para casa, não consigo parar de pensar no que estávamos fazendo, revendo a expressão de desejo naqueles olhos verdes antes de tudo se despedaçar. Um desejo que refletia o meu, pois a verdade é que eu também a quero. Quero tanto que, por um momento, me pergunto se não estou perdendo a cabeça.
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