Moonlight Lover escrita por Benihime


Capítulo 5
Beijo escarlate




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Katerina

Fico parada naquele canto escuro, imóvel, sabendo que assim não serei percebida. Apenas observo os outros jovens dançarem, quando de repente vejo Selene vindo em minha direção.

Seu vestido é uma tentação por si só, um tomara que caia vermelho-sangue que se molda em seu corpo e abre em uma saia levemente rodada, deixando suas pernas completamente à mostra e muito pouco para a imaginação. As sandálias de salto alto fazem tais pernas parecerem ainda mais longas, e ela caminha com a graça de uma pantera em meio à multidão, seu rosto corado emoldurado pelos cabelos em desalinho.

Selene

Ao ver Katerina, meu sangue começa a correr mais rápido. Mesmo naquele vestido cor de rosa de modelo comportado, que me faz pensar em um bolo com glacê, ela está fantástica.

O busto de seu vestido é decorado com renda negra, contrastando com as cores claras de sua pele e cabelo. Uma faixa em sua cintura revela, talvez pela primeira vez, como aquele corpo pequeno é curvilíneo. Além do mais, as delicadas sandálias prateadas estilo gladiadora valorizam suas pernas, dando-lhe alguns centímetros preciosos.

Posso dizer o momento exato em que ela me vê, pois seus lábios pintados de batom cor de coral se abrem num sorriso.

Katerina

Alguma coisa naqueles olhos verdes selvagens traz à tona o meu próprio lado predatório, que eu tanto tento esconder. Confiante, sorrio para Selene e vou até ela, encontrando-a na metade de seu trajeto.

— Quer dançar?

Apesar da música, não falo alto. E nem preciso. Ela abre um sorriso ao ver minha mão estendida.

— E por que não?

Selene coloca sua mão sobre a minha, e o contato de nossas peles é carregado de eletricidade. Há algo entre nós, não adianta tentar negar isso.

Selene

Eu a observo dançar, vendo a forma sinuosa como se move, o movimento hipnótico de seus cabelos cor de mel, a dança sensual de seus lábios enquanto ela canta junto com a música ... Totalmente à vontade. Livre. Desinibida. Linda.

Noto uma garota próxima olhando fixamente para Katerina e um súbito sentimento de posse me invade, tão veemente que quase rosno de raiva daquela desconhecida. Katerina é minha, disso eu tenho certeza, por isso encaro a garota atrevida até que ela finalmente desiste e vira as costas.

— Selene.

Olho para a loira ao ouvi-la chamar meu nome, ainda surpresa com a onda de sentimentos que me invadiu. Ela chega mais perto de mim, seu peito roçando no meu, e o ar entre nós praticamente faísca.

Sem dizer mais nada, ela me toma pela mão e me conduz até um canto escuro, surpreendendo-me ao tomar a iniciativa. Seu corpo franzino é surpreendentemente forte enquanto ela me prende contra a parede, seu beijo inacreditavelmente feroz. Sem pensar, eu retribuo, tomada apenas por aquele desejo animalesco.

Katerina geme de contentamento em meu ouvido e diminui um pouco a velocidade do beijo. Seus braços, ao invés de me prenderem, agora me envolvem em um abraço. É um gesto terno, carinhoso, e tenho que admitir que gosto.

Interrompo o beijo apenas pelo mais breve dos instantes, para recuperar o fôlego, e logo volto a procurar seus lábios. Ela tem um sabor puro, quase mentolado, que é delicioso e parece desencadear pequenas explosões de prazer dentro de mim.  Infelizmente, nosso beijo acaba cedo demais.

— Eu queria fazer isso desde a primeira vez que te vi. — Ela confessa. — Isso ... E mais.

— Ah, é? — Rebato, rouca e queimando de desejo. — Pois agora eu quero fazer isso.

Minhas mãos agarram seus quadris, puxando-a para mim enquanto a beijo com ferocidade. Katerina retribui e eu inverto nossas posições. Agora é ela quem está presa contra a parede, e a ouço gemer meu nome.

— O que foi? — Sussurro em seu ouvido, sorrindo ao vê-la se arrepiar.

— Vamos sair daqui.

Sem pensar duas vezes, deixo que ela pegue minha mão e me conduza para fora da festa.

Katerina

Selene obviamente não ingeriu uma gota de álcool, pois dirige como um ás, praticamente voando pelas ruas pouco movimentadas.

— Meus pais estão fora esta noite, e minha irmã está na casa de uma amiga. — Ela informa de repente, com um sorriso que é pura promessa. — Teremos a casa só pra nós.

Sinto um arrepio de excitação com suas palavras, e chegamos em sua casa mais rápido do que imaginei ser possível. Selene praticamente me arrasta para dentro, escada acima até seu quarto.

— Kat. — Ela me puxa para si num abraço possessivo. — Eu quero você. Agora.

Não sei o que eu teria respondido, mas Selene imediatamente impede tal resposta com um beijo faminto.

Selene

Katerina interrompe o beijo e se vira de costas para mim, lançando-me um sorriso por cima do ombro enquanto reúne seus cabelos num coque bagunçado.

— Pode abrir para mim?

Não me faço de rogada e praticamente arranco seu vestido, agarrando-a pelos ombros em seguida para virá-la de novo para mim.

Observo-a por um momento, admirando seu corpo pela primeira vez. Ela é pequena, mas curvilínea, de um jeito feminino que me faz ter vontade de abraçá-la. Eu a derrubo em cima de minha cama e ela envolve minha cintura com as pernas. Sorrio, uma de minhas mãos deslizando até encontrar o caminho para o meio de suas pernas, provocando-a.

Katerina

Selene é experiente, posso dizer isso pelo modo como seus dedos se movem entre minhas pernas, massageando, enviando flechas de prazer por todo o meu corpo.

De repente sinto sua língua, quente e molhada, em meus seios, traçando o contorno dos mamilos. O prazer é tão intenso que não consigo controlar e gemo alto. Isso é algo que nunca senti, pois nunca permiti que ninguém chegasse tão perto. Hoje, porém, retribuo suas carícias sem medo.

— Uau, Kat. — Selene sussurra em meu ouvido. — Você tem gosto de fruta madura. Que delícia!

Entrelaço os dedos entre seus cabelos negros, querendo-a mais perto de mim. Não consigo mais contê-las, e sinto minhas presas ficarem mais afiadas, uma delas arranhando meu lábio inferior. A próxima coisa que sinto é o cheiro inebriante do sangue, que quebra a névoa de desejo como um balde de água fria.

Olho em volta, surpresa ao ver Selene encolhida contra a parede no lado oposto do quarto, seus imensos olhos verdes me encarando. Uma de suas mãos repousa no pescoço, e um filete de sangue escorre por entre seus dedos.

— Mas que merda é essa, Katerina?!

Seu tom é hostil, mas seus olhos demonstram medo. 

— Selene ... — Meu tom é baixo e gentil. — Selene, calma.

Tento me aproximar, mas ela dá um passo para trás, soltando um gritinho abafado quando suas costas batem na parede. Suspiro com tristeza, pois sei o que preciso fazer.

Selene

Num segundo Katerina está na minha frente, suas duas mãos firmes em meus ombros, seus olhos fixos nos meus. Apesar do medo, tento controlar meus tremores e a encaro de volta. Não quero demonstrar fraqueza.

Katerina

— Nós ficamos na festa. Você bebeu demais e eu a trouxe para casa. Não vai se lembrar de nada disso amanhã. — Falo devagar e claramente, vendo seus olhos verdes se enevoarem quando meu poder começa a agir. — Vai, Selene?

Muito devagar, ela faz que não com a cabeça. Eu me inclino e lhe roubo mais um beijo, apenas um breve selinho, antes de me afastar e segurar seu queixo, ainda mantendo seu olhar preso ao meu.

— Então ... — Eu digo. — O que aconteceu esta noite?

— Fomos numa festa. Nos beijamos. — Ela repete monotonamente, em transe. — Eu bebi demais, passei mal. Você me trouxe para casa.

— Exatamente.  — Me permito um pequeno sorriso, sabendo que consegui o que queria. — Agora, Selene ... Você está exausta. Devia dormir um pouco.

Vejo suas pálpebras ficarem pesadas assim que termino de falar e, no instante seguinte, elas se fecham. Seu corpo desaba contra o meu, completamente inconsciente.

Eu a coloco na cama, tendo o cuidado de jogar suas sandálias e a bolsa de lado como se ela os tivesse atirado ali antes de deitar, cada detalhe corroborando a história implantada em sua mente.

Minutos mais tarde, ao correr de volta para casa, não consigo parar de pensar no que estávamos fazendo, revendo a expressão de desejo naqueles olhos verdes antes de tudo se despedaçar. Um desejo que refletia o meu, pois a verdade é que eu também a quero. Quero tanto que, por um momento, me pergunto se não estou perdendo a cabeça.


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