Eu, você e o garoto que já morreu. escrita por La Oliveira


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Voltei rápido dessa vez... 4 dias :3 Bom eu já estou com esse e mais um capítulo pronto então provavelmente vou voltar bem rapidinho, assim que terminar de escrever o capítulo 05 ♥

Um beijo mais que especial para as lindas que comentaram no capítulo anterior....
Bell Rabbit ♥
Vick Angel ♥
Kokoro no Tsubasa ♥
Nansensu ♥
EmikoV ♥
Leah Shintekyo (essa comentou no cap um) ♥
Vou responder seus comentários assim que tiver um tempinho...

Agora vamos ao capítulo :3



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Entro no meu quarto e vou em direção ao meu armário, pego o primeiro pijama que vem na minha mão, um macacão de vaquinha, suspiro frustrada mas mesmo assim procuro minha calcinha que combina e os visto. Pego um livro qualquer na minha estante e vou para minha cama, isso com certeza vai me fazer esquecer de tudo, é o que penso até olhar para o título do livro: “Quem é você, Alasca?” isso só me faz começar a chorar ainda mais.

— Pensei que esse fosse seu livro favorito — escuto a voz de James dizer, nem me dou ao trabalho de ver onde ele está para responder, continuo olhando para a capa do livro. Preta com uma única tulipa branca no meio.

— A Alasca abandonou o Miles como você me abandonou, James – eu não queria, juro que não queria, mas deixei o remorso transparecer em minha voz.

— Já disse que não foi uma escolha minha, Lia — seu tom era de dor, como se quem estivesse sofrendo a morte do melhor amigo fosse ele e não eu.

— Pensei que tivesse ido embora – sussurro.

— Você quer que eu vá embora?

— Quero que continue aqui, do meu lado – o respondo levantando meus olhos e encarando o espirito do meu melhor amigo sentado na minha poltrona favorita – Promete que não vai me abandonar, Jay? Que vai me perturbar até o resto dos meus dias?

— Vou ser o pior fantasma que você já conheceu.

— Você não prometeu, James.

— Não posso prometer isso, Lia. Me peça qualquer coisa, menos para continuar aqui pra sempre.

— Saia daqui – digo, se ele não pode ficar pra sempre porque tinha aparecido? Para me fazer sofrer ainda mais?

— Não conheço as regras, Lia. Talvez meu lugar não seja aqui embaixo... eu tenho que fazer minha passagem.

— Não me importo se você vai pro inferno ou pro céu, apenas saia! Você não vê que eu só vou sofrer mais dessa forma? – pergunto levantando meus olhos para ele novamente, a dor era visível em meu rosto, era visível nas lágrimas que pingavam em meu lençol e manchavam meu pijama.

Pude ver perfeitamente quando ele foi sumindo, pouco a pouco e então me arrependi e comecei a chorar mais alto e copiosamente, chamando por James e pedindo pra ele voltar, pra ele não me abandonar.

Chorei tão alto que minha mãe veio ver se eu estava bem e simplesmente gritei pra ela ir embora, me deixar sozinha. Eu só queria o James aqui comigo pra gente fazer maratona de séries juntos, pra gente ver filmes da Marvel e ler HQ’s da DC, eu só queria meu melhor amigo de volta. Isso é pedir demais?

Não sei por quanto tempo chorei até começar a ouvir a música Hakuna Matata vinda do pé da minha cama, a voz que cantava era aveludada e leve, era a voz de James.

— Os seus problemas, você deve esquecer. Isso é viver, é aprender... Hakuna Matata... — ele cantava em um ritmo menos animado do que o do filme, mas mesmo assim era perfeito. Combinava tão bem com o momento — Sempre vou estar aqui, e isso não é uma promessa, Lia, é um juramento. — E com essas palavras pude dormir em paz, feliz e sem medo algum. Ele estaria ali quando eu acordasse.

*******

Assim que acordei olhei em volta do quarto, procurando por James, o encontrei olhando para mim ainda no pé da cama, como quando fui dormir.

— Meu Deus! – exclamo cobrindo minha boca com as mãos – Você passou a noite toda ai? Sem dormir...

— Lia... eu to morto, não preciso dormir — ele me fala enquanto ri da minha cara.

— Morto... é claro – digo e simplesmente começo a rir, com humor, realmente feliz. Eu tinha meu melhor amigo aqui, mesmo ele sendo uma cópia mal feita do Gasparzinho criada pela minha cabeça.

— Lia! Você acha que pode ir para a escola hoje? — minha mãe pergunta do lado de fora do meu quarto. Olho pro meu relógio, descido que vou para a escola, eu tinha meia hora para me arrumar.

— Claro, mamãe – repondo e antes de ela sair emendo – desculpe por ter gritado com a senhora ontem à noite.

Tudo bem, querida. Você não estava bem. Ninguém realmente está bem — ela me diz e eu posso sentir a tristeza em sua voz, James era como um filho pra ela.

— Tudo vai ficar bem, mãe – falo me levantando da cama e indo até a porta, abrindo-a – Tudo vai ficar bem – repito passando meus braços ao redor de seu corpo.

— Claro que vai, querida. Agora vá se arrumar, você tem aula lembra? A não ser que queira faltar.

— Não pretendo faltar, mamãe. Tenho que enfrentar isso logo de uma vez – respondo, o que era verdade. Eu tinha que enfrentar logo todas as lamentações e todos os “sinto muito por isso” que ouviria ao longo das próximas semanas – Vou tomar meu banho e vestir uma roupa, fica bem tá? – desejei e então voltei pro meu quarto. O fantasma de James estava deitado em cima da minha cama.

— Vamos pra escola, então?

— Não, eu vou pra escola – falo enquanto vou até o meu guarda roupas – Feche os olhos – mando antes de começar a tirar meu macacão e me enrolar em uma toalha.

— Ontem à noite vi tudo o que tem ai — me responde em um tom malicioso, sinto meu rosto ficar vermelho.

— Cala a boca! – exclamo totalmente envergonhada enquanto abro a porta do quarto e me infiltro no corredor em direção ao banheiro.

— Porque não posso ir à escola? Só você que vai me ver — ele fala andando ao meu lado, olho para seus pés e eles tocavam o chão, bem melhor, posso me manter sã por mais um tempo.

— É, mas, se as pessoas me verem falando com o nada eu vou acabar em um hospício – respondo entrando no banheiro e fechando a porta na sua cara, em menos de dois segundo James estava novamente ao meu lado – Preciso tomar banho, pode sair por favor?

— Não — ele diz dando de ombros e sentando-se no chão.

— Levanta daí seu porco! – ralho com ele, o chão do banheiro é sujo, ele pode pegar uma infecção ou...

— Eu não preciso tomar banho, eu não pego doenças. Eu to mortinho, Lia, o que é realmente bem contraditório — ele responde divertido — Mas não tem como eu morrer de novo.

— Sai daqui então, coisa morta – falo gargalhando e tento empurra-lo. Quando meus dedos tocam o corpo fantasma de James todo o meu corpo estremeceu, um frio descomunal me preencheu, fazendo-me paralisar por breves segundo. Foi como se eu tivesse tocado a própria morte.

Quando me recupero James não está mais lá, ele havia sumido me deixando apenas com o rastro do frio que sentira. Olho- me no espelho e vejo uma garota completamente pálida olhando pra mim de volta, respiro fundo e vou tomar meu banho, sem James.

Volto pro meu quarto esperando o encontrar lá, mas ele não está lá. Luto contra a vontade de chorar e visto uma roupa qualquer. Respiro fundo e passo pela porta do meu quarto, não tomo café vou direto pra porta da frente e depois para a rua, indo direto pra escola.

Quando chego lá faço o que posso para evitar as pessoas que vem até mim chorar, ou melhor, fingir chorar e sentir muito por James, meu melhor amigo. Minha vontade era de mandar todos eles irem tomar lá naquele lugar com sua hipocrisia e babaquice, mas minha mãe e meu pai me deram uma educação muito boa, então apenas forço um sorriso e digo frases de autoajuda e todas essas babaquices, mais babacas que essas pessoas. Aliás, adoro essa palavra: babaquice, soa tão bem.

Babaquice, babaquice, babaquice...

Chego um pouco atrasada em minha aula de história, meu professor que não tolera qualquer tipo de atraso, nunca, nem sequer me olhou feio, apenas me mandou ir direto pro meu lugar e disse que sentia muito. Apenas assenti.

— Ele está agradecendo por ter se livrado de mim — James fala sentando no chão ao meu lado, respondo sem realmente olha-lo.

— Todo mundo está, James. Você era chato.

— Claro que sim, por isso você estava pedindo pra mim voltar ontem à noite — Quando ele diz isso apenas levo meus olhos para sua figura espectral ao meu lado.

— Você não era chato, continua sendo – reviro os olhos e me abaixo um pouco (James está sentado no chão) para juntar nossas mãos. Meu corpo estremece com o frio mas, mesmo assim, sorrio por ter a à pele, ou seja lá o que for eu esteja tocando, do meu melhor amigo em contato com a minha novamente.

— Você não devia fazer isso.

— Mas eu quero fazer isso – respondo apertando mais forte sua mão, aos poucos me acostumando a temperatura. A única coisa que se passava pela minha cabeça era, obviamente, por que minha não tinha atravessado a sua... meu melhor amigo morto era um fantasma, um fantasma estranho ainda por cima.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Favoritos? Recomendações? Vamos-la, deem suas opiniões, o único fantasma permitido aqui é o Jay-Jay :v
Nos vemos no próximo capítulo que saíra o quanto antes, BEIJÃOOOO...

Obs.: Vcs gostam de spoiler? Se sim me falem, posso deixar um trechinho do próximo capítulo pra quem me pedir, lá nos comentários. Não coloco aqui porque tem gente que não gosta e tals...



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