Eu, você e o garoto que já morreu. escrita por La Oliveira


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Okay, eu demorei a voltar aqui... demorei muuuito e peço desculpas por isso, mas estou de volta e com um capítulo novo então vão lá ler :3

PERA AI! ANTES EU QUERIA AGRADECER AOS LINDOS HUMANOS QUE COMENTARAM NO CAP ANTERIOR (OBS.: NÃO ESTOU GRITANDO):
Bell Rabit ♥
Princess Hart ♥
Rebys ♥
GlamourCruelty ♥
Nansensu ♥
Beyond B Nat ♥
Helly Ivone ♥ (ainda não respondi seu comentário porque realmente não sei o que responder, mas eu amei lê-lo ♥)
Vick Angel ♥
OBRIGADA SEUS COMENTÁRIOS ME AJUDARAM A CONTINUAR ♥

Nos vemos nas notas finais ♥



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— Desculpem – sussurro antes de descer do caixão e correr para longe daquele lugar, daquela gente. As lágrimas quentes escorriam por meu rosto. A dor em meu peito era tremenda, a tristeza me corroendo, me sufocando.

Cai de joelhos em cima de uma pequena estrada de pedra que me levaria a um lugar qualquer daquele cemitério. Sempre tive medo de cemitérios.

— Porque? – sussurro entre um soluço e outro, meus olhos vagando pelo local que me encontrava. Os mortos deveriam estar rindo de mim. Patético – Porque você foi embora? Porque me abandonou? - E as perguntas continuaram saindo de meus lábios, eu gritava para o nada como se fosse uma louca - James... por que não ficou ao meu lado? Era pra sempre, você se lembra? Tínhamos um pacto e agora... agora você foi embora.

— Quem é você? – pergunto para o pequeno garotinho que me observava por cima do cercado de grama da minha casa. Ele devia ser um pouco mais velho que eu... seus cabelos me lembravam os daquele Hobbit do filme Senhor dos Anéis, eles eram só um pouquinho mais amarelos que os dele.

— Sou James Lincoln, seu novo vizinho. Qual seu nome? – seus olhos verdes observavam meu rosto. Limpo as lágrimas que escorriam e fungo um pouco antes de lhe responder.

— Liana Johnson – e logo completo – O que faz ai, me olhando?

— Vim dizer “Olá” e você estava chorando. Porque estava chorando? – seus olhos pareciam arrancar a verdade de mim, não sei como.

— Não tenho nenhum amigo – respondo e logo depois volto a chorar. Escondo meu rosto entre os joelhos, soluçando e molhando minha roupa com lágrimas. Escuto um barulho de folhas e de passos, o garotinho deve ter ido embora.

— Não chora não – escuto sua voz ao meu lado e pulo de susto.

— Você pulou a cerca? Porque? – pergunto levantando meus olhos, ele senta-se ao meu lado no jardim e passa seus braços ao redor dos meus ombros.

— Gostei de você, não quero te ver chorando – ele fala – Posso ser seu amigo.

— Não precisa. Você vai me abandonar depois – respondo.

— Não vou não! – se defende – Juro que prometo que não vou te abandonar – disse me oferecendo seu dedo mindinho.

— Vamos ser amigos pra sempre então? – pergunto entrelaçando meu dedo ao seu.

— Pra sempre.

As imagens de tudo o que passamos junto preenchiam minha mente, as lembranças dos momentos que passamos juntos. Ele estava morto, tínhamos tantos planos pra cumprir, e agora ele estava morto.

— Eu não escolhi isso.

Viro-me assustada ao ouvir a voz de James, fico de pé e começo a girar e procurar pelos lugares. Ele não estava em lugar algum... Claro que não estava! James morreu!

— Atrás de você, Lia.

Escuto a voz novamente e viro-me para o grande tumulo atrás de mim e la estava ele. Sua imagem estava levemente opaca, mas era ele, eu tinha certeza.

— Você está aqui... Jay... – as lágrimas encheram meus olhos, lágrima de felicidade. Ah Deus! Obrigada por isso, muito obrigada.

— Fique onde está, Lia — James praticamente rosna quando começo a andar em sua direção.

— O que? Porque, Jay?

— Não sei o que pode acontecer se você... se você tocar em mim.

— O que você quer dizer com isso? – Pergunto o olhando confusa, James só podia estar louco, meu Deus! Ele estava bem ali, na minha frente, e queria que eu não o abraçasse? Que eu não tocasse nele?

— Eu estou morto, Lia...

— O que? Claro que não! Você ta bem aqui na minha frente. Não está... morto – falo, eu o estava vendo, bem aqui na minha frente. James nunca esteve tão vivo e eu nunca estive tão lúcida.

— Eu estava lá, quando contou do Chiquinho e do seu beijo e de quando pintou o cabelo, não achei um nojo nossos lábios terem se tocado. Eu amei — ele sorriu ao descer de cima do túmulo, flutuando. Ai Deus... ele tinha amado tocar seus lábios nos meus e... Espera ai!

— VOCÊ TA FLUTUANDO! – eu gritei espantada, senhor, eu estava mesmo falando com um fantasma. Socorro.

— Não fale a ninguém que me viu aqui — e então ele sumiu e antes que meu cérebro pudesse processar tudo o que tinha acontecido minha mãe aparece no lugar que antes era ocupado pelo “espirito” do meu melhor amigo.

— ACHEI ELA! - minha mãe gritou e logo depois correu para me abraçar – Você está bem? Estamos te procurando a horas – ela falava enquanto depositava beijos sobre meu rosto.

— Relaxa mãe, eu to bem, nem foi tanto tempo assim – eu falo porém, eu sei que foi muito tempo. O sol já se punha e o enterro tinha sido pela manhã. O enterro de James, meu melhor amigo que agora era uma alucinação. Acho que vou explodir.

Fomos para casa, eu não chorava ou me sentia triste. Conseguia pensar apenas em James e em sua imagem quase translúcida, nele flutuando e em sua voz repetindo que estava morto. Deus, acho que fiquei louca, talvez eu possua esquizofrenia ou uma grave doença no cérebro que me permite ver coisas

James está morto, eu vi o caixão, eu vi seu corpo. Eu o beijei (foi nojento, mas beijei). Fantasmas não existem, é impossível.

— Impossível, impossível – eu falava com o ritmo de uma música qualquer enquanto tomava banho, quanto mais eu repetia essa palavra mais triste eu ficava, mais lágrimas vinham aos meus olhos.

— Nada é impossível se você acreditar, Lia — de repente vejo James na minha frente dentro do box do chuveiro, grito muito alto.

— Eu to pelada seu louco! Vira pra parede. AGORA! – cubro meus seios com os braços enquanto ele vira pra parede rindo da minha cara.

Abro a porta do box do banheiro e me enrolo na minha toalha de pandas em tempo recorde. Quando me viro para falar que ele já pode olhar bom... ele já ta olhando.

— Ei! – exclamo, um tanto irritada por sua ousadia, atraindo a atenção de minha mãe que, provavelmente, passava pelo corredor.

— Aconteceu alguma coisa minha filha?

— Não é nada não, mamãe – a respondo me sentindo levemente mal por mentir para minha mãe.

— Então... ainda não acredita que isso é real? — James pergunta abrindo os braços e indicando a si mesmo.

— Tenho hipóteses viáveis para acreditar que isso, você, não é real – o respondo me dirigindo ao vaso sanitário e sentando em cima do mesmo, com a tampa fechada.

— E quais são? — ele me pergunta, sentando-se a minha frente em posição de índio. Franzo minhas sobrancelhas com o nojo que sentia, faziam quase uma semana que aquele banheiro não era lavado, mas nada digo, tinha um tapete limpinho separando a bunda de James do chão sujo.

— Posso ter esquizofrenia ou um tumor cerebral – começo – ou meu cérebro está me pregando uma peça, como que para me ajudar a superar sua perda, James...

— E está funcionando? Você está superando a perda? — ele me pergunta de maneira leve e olhar terno.

— Não, é como se você ainda estivesse aqui, sabe? É como se não tivesse te perdido, se não te perdi, não tenho nada para superar – fecho os olhos e estendo minha mão para toca-lo, mas paro no meio do caminho, desistindo – Mas eu vi seu corpo mais cedo, o vi morto Jay. Então isso, a forma maluca como você, de alguma forma está bem aqui, na minha frente, acaba piorando as coisas. A dor aumenta, o que é bem contraditório – e quando abro meus olhos ele não está mais lá, foi embora. Suspiro, meu peito doía e meus olhos choravam.

Uma dor de cabeça aguda atinge minha cabeça (meu útero é que não foi), vou até a portinha do espelho do banheiro e pego uma aspirina. Tumor cerebral é realmente uma opção bem viável. Saio do banheiro e me dirijo ao meu quarto, meu corpo todo doía. Eu estava fisicamente e mentalmente cansada. Esgotada.

Havia perdido meu melhor e único amigo.

Estava tendo alucinações onde meu melhor e único amigo era um fantasma.

A realidade realmente é dolorosa. Por isso prefiro mil vezes o mundo dos sonhos e da fantasia.

Disto tudo, porém, posso tirar apenas uma lição: minha mente não é bem estruturada, a morte não é uma aventura, a morte é dolorosa e... mortífera. Dumbledore estava errado, sorrio tristemente. Ele mentiu pro Harry e para mim.

(vou colocar meus avisos aqui pq o Nyah tá cortando eles das notas :/ desculpem)

AVISOS RÁPIDOS:
Aviso 1: A frase "Juro que prometo" eu roubei (admito) da Sangerine, essa coisa linda ♥ Ela é youtuber e pra quem se interessar aqui o canal dela: https://www.youtube.com/user/sangerine Recomendo muuuuuito.

Aviso 2: Tem uma parte desse capítulo que o Jay comenta sobre um roçar de lábios, um primeiro beijo e um cabelo pintado... então isso acontece porque inicialmente eu tinha escrito três capítulos (o um, o dois e o três) antes desse que você acabaram de ler, mas ai eu reli os dois, vi que não encaixavam e resolvi postar logo o quarto, que agora é o segundo.

Aviso 3: ALGUÉM POR FAVOR ME FALA COMO É QUE PÕE O NÚMERO DO LADO PEQUENINHO? OBRIGADA :3

FIM DOS AVISOS RÁPIDOS.

Obrigada por ler até aqui, pela sua paciência, por ser está pessoa maravilhosa e tchau!
(essa eu roubei do Cauê: https://www.youtube.com/user/descealetra)


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Notas finais do capítulo

Obrigada por leram até aqui, se puder comentem... Quem comentar ganha uma visitinha do Jay-Fantasma-Delícia, juro que ele não puxa o pé de ninguém :v