Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 54
Vingança


Notas iniciais do capítulo

PRIMEIRO CAPÍTULO DA QUINTA TEMPORADA
Boa leitura.



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Parte 1: Vingança

Todos entraram arrombando a porta de sua pequena sala. Ela estava sentada sobre a mesa, com as pernas cruzadas esperando todo mundo, como se já soubesse que estávamos indo lá. Zero começou a empurrar todos que estavam beirando a porta aberta e partiu andando rápido em direção a ela, mas a sua ordem foi obedecida por ele:

— Pare! – gritou ela, usando sua magia de persuasão. - Todo mundo que ouviu ficou parado, inclusive Zero. – Vocês entram aqui sem pedir e acham que vão sair ilesos. Agora todos vocês estão sob efeito de minha magia. Que cara de choro é essa? Até parece que alguém morreu.

Zero começou a morder os lábios. Depois que ela disse aquilo caiu sua ficha que seus pais estavam mortos. Chorando de soluçar, Zero fechou os olhos e teleportou atrás de Maju:

— Você é muito idiota. Você vai pagar pelo que fez. – disse Zero, pegando pelo cabelo de Maju e arremessando-a para fora da janela.

Em menos de dez segundos, Maju já estava caída lá embaixo, com os ossos quebrados, sob uma poça enorme de sangue.

Com a sua morte, sua magia se desfez e todos puderam se locomover livremente.

— Eu sinto muito, Zero. – comentei, colocando a mão sobre seu ombro.

— Quem foi? – perguntou ele.

Eu engoli seco e quando ia responder, meu irmão me jogou bruscamente sobre a mesa. Aquele retardado:

— Foi eu quem matou seu pai. Ele iria matar o meu irmão e eu não pude deixar isso acontecer.

Zero olhou para baixo, pensativo, subiu na janela, olhou o corpo de Maju lá embaixo, olhou para todos nós atrás dele e comentou:

— A minha guilda está vindo. A “El Inferno” está aqui e se eu não despistar eles, vocês estão mortos.

Ele pulou da janela e caiu ao lado de Maju. Ele encarou o seu corpo e cuspiu sobre o sangue dela. Aproximou-se de seu pai, William, que estava sendo observado por Lilly e se despediu:

— Pai... Obrigado... Desejo que você encontre a mamãe e seja muito feliz com ela. Eu estava morrendo de saudade de vocês, mas não pude me despedir. Diga a ela que eu a amo muito, mas em breve eu voltarei a ser uma criança novamente e vou me esquecer de tudo isso que aconteceu. Eu vou encontrar a cura para a minha doença de envelhecimento e vou vingar vocês. A morte dessa Tal de Maju não saciou a minha recente sede de vingança.

Zero viu Elisa ao seu lado novamente, abraçando-o por trás:

— Eu escutei, Zero. Vamos voltar para a guilda, antes que o mestre chegue e mate todos nós.

Ele não foi a tempo. Um homem com uma máscara completamente branca, sem furos, sem nada, e uma grande capa preta sobre um sobretudo preto; apareceu e perguntou:

— Esse é seu pai?

— M-Mestre?! É... Sim! É meu pai! – Zero assustou com a aparição repentina de Herbert Edgar, o líder da guilda El Inferno.

Herbert olhou o corpo de Will, e depois perguntou sobre o outro corpo que estava bem atrás:

— E aquele corpo? De quem é?

— Ela matou o meu pai. – Zero engoliu sua raiva ao ver Maju.

— Você quer se vingar de alguém, não é? – perguntou Herbert, interessado em algo.

— Sim. Eu não sei de onde ela veio. Não sei se ela faz parte de alguma organização. Eu desconheço a vida dela, mas a impressão que me passa é de que ela não está sozinha.

Elisa não piscou uma vez sequer desde que ele apareceu. Herbert abraçou Zero e perguntou:

— Se junte aos Caçadores. Com certeza você vai saber quem foi o responsável, quem mandava nela.

— Mas mestre... E a guilda?

Herbert, triste, anunciou para Elisa e Zero:

— Vocês estão livres da El Inferno. Eu desfiz a guilda assim que entrei para a Aliança Ningirama.

Eu, lá de cima, escutei escondido a conversa. O líder deles era da Aliança Ningirama e com certeza ele tinha o contato de Blue. Fairy me segurou para não ir lá. Lillian estava escutando toda a conversa, sentada, ao lado de William.

— Muito obrigado, mestre. – agradeceu Elisa.

— Não precisa me chamar mais de mestre. Agora eu tenho meu próprio mestre. Eu vou nessa. Blue está me esperando.

Eu não me contive. Pulei lá de cima e ao mesmo tempo abri o livro e invoquei as vestimentas do “Anjo das Águas” (no caso a Armadura Angelical de Ícarus e a Lança do Imperador de Tormenta). Eu arremessei uma enorme bola d’água congelada contra Herbert, que abriu um portal como escudo, fazendo com que a bola entrasse no mesmo.

Zero e Elisa não entenderam nada. Eu, nervoso, gritei:

— Onde Blue está! Diga-me, agora!!

Herbert segurou a barriga de tanto rir e me perguntou:

— Você acha mesmo que eu vou falar? Você deve ser o Anark. Ele fala muito de você. Parece que ele tem uma dívida eterna com você.

Eu mordi os lábios de nervoso e corri em direção dele. Tentei acertá-lo com minha lança, mas aonde a parte da barriga que deveria ser furada foi protegida por um portal do tamanho da lâmina da Lança. Pelo visto a magia de Herbert era criar portais para se defender das coisas, assim não o acertando.

— Anark! Para! Você não tem a menor chance contra ele. – disse Zero, pegando-me no colo e nos teleportando para outro lugar. – Ele é absurdamente poderoso. Você não tem ideia de quão forte ele é. Ele é mais forte que todos os inimigos que você enfrentou até hoje, isso eu tenho certeza.

— Ele sabe onde Blue, está! Eu não posso deixar essa oportunidade passar, Zero.

— Agora eu sou um Caçador e vou te ajudar nisso, mas tentar matar ele não vai adiantar em nada. Nem se você conseguisse, claro.

Herbert ficou encarando eu e todos ali ao redor. Abriu um portal com apenas um dedo e entrou nele. Em seguida, o portal desapareceu.

Eu me aliviei quando ele foi embora e todos da guilda desceram. Zero pediu para que Elisa queimasse o corpo de William e depois o de Maju. Assim ela fez. Todos ficaram imóveis, em silêncio, enquanto o corpo do antigo líder era queimado, até que eu abri a boca, como sempre:

— Gente. Cadê a Aghata?

Parte 2: O Pergaminho

Um começou a perguntar a mesma coisa para o outro e nada de alguém saber responder. O único que sabia onde ela estava, morreu, e mesmo se estivesse vivo, não saberia, pelo mesmo motivo de esquecer sobre o sumiço de Fernanda.

— Temos que encontra-la, mas eu não sinto a magia dela aqui. – comentou Lilly.

— Nem eu. Acho que ela não está aqui em Hermoni. – concordou Faaram.

Da tristeza por William veio o desespero do desaparecimento de Aghata, mas o mistério logo foi solucionado. O mesmo portal que apareceu antes das duas desaparecerem, surgiu ali, e dele saiu um mago de cabelo e olho preto, uma enorme barba negra, um cajado gigantesco e assustador, com chaves penduradas em um círculo metálico na extremidade. Ele vestia um sobretudo branco e velho. Por baixo, uma roupa parecida com a de um padre. Era Natallius:

— Eu escutei a conversa de onde eu estava. Aghata e Fernanda estão comigo. Eu peguei elas e se quiserem elas de volta, terão que fazer o que eu mandar. - Nós escutamos o que aquele estranho falou e tentamos ir para cima dele, mas a gravidade ao nosso redor aumentou drasticamente e todos nós ficamos “colados” no chão, deitados, até Zero. – Se quiserem ter elas de volta, terão que me entregar um livro chamado CloudBook.

Era o meu livro e eu não poderia entrega-lo a um estranho. Como eu vi que ninguém se pronunciou, eu também não me pronunciei. Natallius pegou de dentro do seu manto um pergaminho e jogou no chão. Em seguida, foi sugado pelas plantas que tinham ali, que enraizaram nos pés dele.

A gravidade voltou ao normal e eu peguei o pergaminho. Olhei para todos e percebi que todo mundo queria que eu o abrisse. Assim fiz e nele estava escrito:

“Olá, Anark e companhia. Estou morrendo de saudades de todos vocês, mas em breve vamos nos encontrar. Como vai a vida? Os amigos?

Eu me tornei líder de uma Aliança recém feita chamada Aliança Ningirama. Dela, derivei uma guilda com seus melhores magos chamada Blue Dimension. Em breve vamos invadir essa dimensão e unifica-la com as outras existentes. Desta forma, poderei ser facilmente o Rei das Dimensões, Ningirama, e restaurar a paz que há muito tempo não existe.

Para isso, preciso do Cloudbook e eu sei que vocês querem a Fernanda e a Aghata de volta. Em breve invadiremos a vossa dimensão com os magos mais fortes de toda a Aliança.

Espero que Natallius não tenha sido muito rude com você, já que esse será o meu papel quando eu acabar com sua vida. Se pensar em resistir, irei iniciar uma guerra de nível mundial e tenho certeza que você não irá querer isso.

Daqui há uma semana, Natallius estará em Leonor. Nesse dia, ou você entrega o Cloudbook, ou a guerra começará instantaneamente, começando com a destruição de sua cidade. A escolha é sua e da sua guilda inútil.

Que a paz comece... ou a guerra. Com todo carinho, “Blue”.

Eu esqueci de dizer, mas eu li isso em voz alta para todos da guilda. Todos ali sabiam o que era o CloudBook, meu livro de invocações.

— Você não pode entregar seu livro. Se você fizer isso, com certeza Blue irá arruinar a vida de todo mundo, de todas as dimensões. – disse Lillian, segurando em minha mão.

— Ela tem razão. Se ele juntar as dimensões, haverá guerra de qualquer jeito. Não sei se você sabe, mas isso é história da magia. As dimensões foram criadas para separar civilizações em guerra, assim restaurando a paz. Se essa separação se desfizer, Tormenta, Verso, Chronos, Ícarus e todas as outras dezenas de dimensões irão guerrear uma contra as outras. Eu sou a Imperatriz de Chronos e eu posso te afirmar que isso é verdade. Lá, vocês são extremamente odiados, assim como todas as outras dimensões.  – comentou Fairy, segurando o seu cajado.

Depois de uma imensa discussão sobre o que fazer e não fazer, decidimos voltar para Leonor e denunciar o ocorrido para o Conselho. Também precisamos de um novo líder. Um desapareceu e o outro morreu. Estávamos sem ninguém na liderança, mas isso foi temporário.

Parte 3: O Início do Fim

Uma semana se passou. Tínhamos denunciado ao conselho e o pergaminho era uma prova de que não estávamos mentindo. O Conselho pediu para que a guilda Neo Imperium e Caçadores se unificassem para defender Leonor da aparição de Natallius, que estava prestes a chegar, de acordo com o aviso.

Eu estava quieto em casa. Estava com saudade do sossego que era aquele cômodo, meu quarto. Mesmo estando imóvel, sobre a cama, pensava em tudo o que tinha acontecido. Das mortes e dos desaparecimentos. Da luta contra William, da luta contra Zonzak. De tudo aquilo.

Uma enorme explosão me levantou com tudo da cama e me jogou contra a parede. Era Natallius, cumprindo a profecia:

— Então, Anark. Onde está o livro?

Eu sorri para ele e me levantei. O livro estava escondido, mas o que eu precisava estava em mim, o conjunto do Anjo das Águas. Naquele momento, alguns guardas do Conselho apareceram atrás de Natallius, que tinha explodido a parede do meu quarto. Também apareceu todos da minha guilda e da Neo Imperium. Aquilo tudo não passava de uma emboscada para prender Natallius, que facilmente desapareceu, transformando-se em areia.

Natallius fugiu e todos perceberam que a última guerra começou. A guerra final.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo.



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