Os Caçadores: A Última Guerra escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 53
Imaginação Assassina


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo da quarta temporada



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William fez seu primeiro movimento contra mim, tentando acertar um soco de Chi. Eu não queria lutar contra ele, então consegui desviar e dei um salto para trás, tomando distância. Novamente ele veio para cima, mas desta vez com uma velocidade surpreendente. Não consegui desviar. O soco de Chi que ele deu em meu estômago fez gotas de sangue saírem de minha boca e eu capotar grama atrás.

Eu me levantei, peguei o meu livro e invoquei a Armadura Angelical de Ícarus, que regenerava os meus ferimentos, e a Lança do Imperador de Tormenta, que me permitia controlar gelo, fogo e ar.

A armadura na verdade era uma calça feita totalmente de pano branco e um lenço de couro, também branco, que ficava no meu pescoço. Na verdade, parecia mais um cachecol, mas enfim. A Lança era totalmente azul, com um símbolo na lâmina cinza da ponta, duas “ondinhas” uma sobrepondo a outra. Dessa vez, meu cabelo estava completamente azul e chegava na cintura. Eu estava com o peitoral desprotegido, de fora. Eu aprendi invocar a lança e a roupa quando estava internado, bem depois de saber que não poderia mais andar.

A partir do momento que eu fiquei vestido daquele jeito, que foi a primeira vez, eu me intitulei “O Anjo das Águas”.

William ignorou tudo isso e partiu para cima de mim, criando duas espadas enormes, mas bem parecidas com catanas. Ele tentou fazer um corte em mim, só que eu fui mais rápido e dei um salto. Com a minha lança, criei uma enorme correnteza d’água de cima para baixo, acertando ele com tudo. A grama absorveu toda a água, mas William foi acertado em cheio e quase se afogou. Quase.

— Você acha que consegue ser mais forte do que eu, Anark?

Eu, sem expressão, respondi:

— Eu tentei convencer você e sequer teve a coragem de tentar resistir. Desculpe-me, eu sou seu amigo. Te admiro como líder da guilda, mas eu não posso morrer. Não vou me deixar ser vencido. Eu não tenho medo de você.

William sorriu e estalou os dedos, mudando toda a realidade aparente daquela dimensão. Uma ponte de grama e terra ficou no lugar daquele gramado todo e embaixo dessa ponte, grandes espinhos metálicos. Quem caísse ali estava morto.

— O que você está fazendo!? – eu perguntei, olhando para baixo, assustado.

Quando eu olhei para ele novamente, o rosto de William estava colado ao meu. Ele respondeu:

— Deixando as coisas mais interessantes.

Will enfiou as espadas em minha barriga. Cuspi sangue depois que consegui sair dela. Pela primeira vez vi o efeito da roupa angelical, que curou aquele ferimento rapidamente.

Eu peguei a lança, bati com tudo a sua ponta oca no chão, e lancei uma enorme onda contra Will, que se teleportou atrás de mim. Quando eu me virei, fui jogado longe com um chute na perna. A minha lança caiu lá embaixo, nas estacas metálicas. Will se teleportou novamente e me pegou pelo pescoço. Me levantou e começou a me esfaquear inúmeras vezes depois de imaginar uma faca de tamanho médio em sua mão. Aquilo apenas doía, já que enquanto ele fazia dois furos, a roupa curava cinco. Eu dei um chute em seu rosto, caí no chão e dei uma rasteira nele. Subi em cima dele e com socos com Chi nas pontas dos dedos dobrados comecei a socar a cara dele. Foram dezenas de socos até eu perceber que o rosto dele já estava todo quebrado, mas ele ainda vivo.

Saí de cima dele. Ele se levantou, com o rosto jorrando sangue, todo machucado, inchado e roxo.

— Minha cabeça... minha cabeça dói, Anark. Onde estamos? – perguntou ele, o que me estranhou.

— William... Você voltou ao normal, William? Esse é você mesmo!? – eu perguntei, correndo em direção a ele.

Uma corrente foi criada e ele me prendeu ali. Senti essa corrente sugar cada vez mais meu Chi. A roupa desapareceu. A lança também. Sem nenhuma armadura, eu não consegui ficar em pé. Eu ainda estava com a coluna quebrada e ele se aproveitou disso, subindo em cima de mim:

— Cadê o “Anjo das Águas” agora?

Ele tinha lido meu pensamento na hora que eu dei o apelido para aquela roupa.

— O que você vai fazer, William? Me matar? Esse é o líder dos Caçadores? Cadê a paz em você? Cadê o amor que você sente pela Fernanda?

William pegou a faca que estava usando ao meu lado e a levantou, pronto para me matar:

— Adeus, Anark!

Eu fechei os olhos, rendendo-me a morte. Eu senti aquela faca cortando o ar rapidamente, aproximando-se de mim. Em questão de segundos aquilo parou. Senti gotas de sangue caírem sobre meu rosto e escorrerem até caírem naquela passarela de grama. Quando eu olhei, vi uma lâmina enorme atravessando o coração de William e quase me perfurando também.

— Está salvo, irmão. – disse Thaylor, tirando-me dali enquanto William cambaleava para trás com a mão na espada.

Com um mar de sangue saindo de sua boca, William conseguiu tirar a espada de dentro do seu corpo, mas não resistiu. Como Thaylor enfiou a espada no coração de William, sua morte foi questão de segundos. Ele caiu no chão, com lágrimas de arrependimento, dor e saudades. Sem nenhuma última palavra de Fernanda, nem despedida com o pessoal da guilda, William, o Caçador mais forte, nos deixou. Ele estava morto.

Quando eu vi aquela cena, meus olhos encheram de lágrima e não consegui conter o choro. Dei um abraço no meu irmão e me derramei na tristeza. A roupa angelical tinha voltado e a corrente sugadora de Chi, desaparecido, por isso estava de pé e abraçado no meu maninho.

— Não fica assim, Anark. Era você ou ele. Ainda bem que consegui chegar a tempo. Precisamos salvar o pessoal da guilda. Eles vão enfrentar uma tal de Maju.

— A culpa disso tudo... é dela. – eu acusei, ainda em prantos. – Eu vou matar aquela desgraçada. Eu vou matar aquela ordinária.

A fúria me fez mais forte e o choro desapareceu. Thaylor, como era conhecido pela God-20: Deus do Tempo e do Espaço, abriu um portal. Ele pegou William no colo e atravessou o portal ao meu lado.

Do outro lado estava o pessoal da guilda, mas era como se William tivesse parado o tempo e me levado para o outro lugar. Para eles, em um segundo eu desapareci com ele e no outro reapareci com meu irmão segurando seu cadáver. Ninguém entendeu nada, apenas todos fizeram um círculo em volta do corpo do líder e começaram a chorar.

A tristeza atingiu até o meu irmão, que se virou e foi em direção à torre onde a Maju estava:

— Onde você vai?

— Eu vou acabar com isso. Vou enfrentar ela. Vá atrás do filho de William. Diga ao Zero que seus pais morreram. – respondeu William, subindo as escadas e desaparecendo na sombra interna da torre.

Naquele momento eu senti o imenso poder de Thaylor, mas também um outro poder mágico interferiu nesse sentimento. Sem poder me mexer, eu percebi Zero se aproximando de William. Quem o libertou? Ele não soube responder. Disse que alguém fez ele dormir e quando acordou, estava livre. Eu comentei sobre a morte de seus pais e ele não demonstrou tristeza alguma, apenas uma fúria gigante. E assim como Thaylor, ele subiu aquelas escadas, correndo.

Eu não sabia o quão forte era Maju, mas tinha certeza de que ela jamais venceria Zero e Thaylor. A vingança veio a calhar e em pensamento comecei a desejar a morte de Maju. Eu também subi aquelas escadas e quando o pessoal da guilda percebeu, todos – exceto Lilly, que estava cuidando do corpo do Will, subiram também. Maju estava encrencada, já que seria obrigada a enfrentar quase todos da guilda.  


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Notas finais do capítulo

E com esse triste capítulo encerro essa temporada. A quinta temporada virá o mais rápido possível, com a luta final da Maju contra os Caçadores.

Nome da quinta temporada: A Última Guerra



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