Parte 1: Dissolução

Blue, em seu trono, estava zangado. Uma parte de seus magos foram mortos pelos Caçadores. Ele estava pensando em um plano, mas nada lhe vinha na cabeça a não ser a vingança.

— O que acha de invadirmos Leonor e destruir a cidade? – perguntou Iara, mexendo em seu cabelo azul.

— Se quiser eu posso transformar os caçadores em pó com o poder da minha luz. – sugeriu Lucio, fazendo suas mãos brilharem.

Blue estava inquieto, mas não respondeu os dois.

— Eu tenho uma ideia. – sugeriu Eden, a Deusa da Natureza, God-8.

— Diga, Eden. – ordenou Blue, não querendo ouvir asneiras e deixando isso bem claro no seu olhar de fuzilamento.

Eden se teletransportou mais para frente com ajuda de algumas raízes e flores. Um espetáculo florido por sua magia. Ficou na frente de Iara e Lucio, os mais fortes dali:

— Cada um aqui é considerado um deus, correto? Não somos deuses de verdade, mas o nosso poder mágico nos titula. Eu sugiro que a God-20 se dissolva.

Todos os magos naquela sala de reunião discordaram, começando um terrível bate e boca, xingamentos e desavenças contra Eden.

— Calem-se. – Blue foi curto e grosso, todos respeitaram. – Continue, Eden.

— Continuando. Podemos ampliar a God-20. Ao invés de uma guilda, talvez um conselho de líderes de guilda.

— Explique-se melhor, seja direta. – pediu Iara, com água nos olhos.

— Cada um daqui poderia formar sua própria guilda. Ao invés de God-20 ser uma guilda de magos, poderia ser uma guilda de líderes. Assim teríamos um arsenal bem maior, como uma aliança de várias guildas. Assim como o Conselho é a junção das guildas registradas, as guildas boazinhas, podemos nos tornar a “Aliança Ningirama”, um conselho de guildas clandestinas.  

Ao contrário do que aconteceu antes, todos aplaudiram Eden. Blue gostou da ideia e já quis formalizá-la:

— Escutem todos. Estou dissolvendo a God-20. Sejam bem-vindos à Aliança Ningirama. Todos vocês, procurem por magos fortes e fieis. Retiro de vocês o título divino. Vocês não são mais deuses. Vosso título fica por própria escolha.

Todos ficaram eufóricos e deram um berro de alegria e superioridade. O mundo mágico a partir daquele dia não seria mais o mesmo. O mal presente no vão das dimensões cresceu exponencialmente. Tudo ficaria mais difícil desde então.

Blue resolveu dar um tempo para os caçadores:

— Com essa ideia está extinta a missão de derrotar os Caçadores de Paz. Thaylor está suspenso de nossos debates. Agora, nos focaremos na expansão da Aliança Ningirama. Comecem os trabalhos.

Parte 2: Aviso

Todos estavam dentro do prédio de Leonor, em um auditório subterrâneo. Também estavam em reunião, mas foram interrompidos por Blue:

— Quanto tempo, caçadores!

Todos levaram um susto. Eu não via mais nada. Peguei meu livro e rapidamente peguei a Espada do Rei do Fogo. Antes de acertar Blue, meu corpo ficou paralisado. Assim como o corpo de todos lá. Uma das inúmeras magias de Blue:

— Você é um monstro! Como se atreve a aparecer aqui? Estávamos discutindo como mataríamos você e sua guilda inútil. – eu disse, furioso, com sangue na pele.

— Calma, Anark! Sei muito bem do ódio que vocês sentem por mim. É recíproco. Só que eu vim para dar uma boa notícia. Nós, God-20, dissolvemos nossa guilda. Isso significa uma trégua temporária. Por enquanto, não estamos mais em guerra. Agradeçam a sorte que vocês têm.

Blue simplesmente desapareceu e o movimento de todos normalizou. Eu estava tão nervoso que comecei a chorar. Fiquei com tanta vergonha por ter apresentado Blue como mocinho para os Caçadores que eu saí pela porta principal, aos prantos.

Todos ficaram surpresos, mas no fundo feliz. Restava apenas esperar e ficar mais forte para o retorno de Blue.

Parte 3: Um Mês Depois

Com o desaparecimento das ações de Blue, o mar se acalmou. Todos voltaram para suas rotinas de trabalho e novos membros foram recrutados para a guilda. Novas guildas apareceram na cidade, mas de longe a Aliança Ningirama ganhou força. Todas as guildas ruins do país pertenciam a essa aliança. Isso marcou o início de uma eterna guerra.

Eu acordei bem cansado, para falar a verdade. Tinha acabado de chegar de uma viagem longa. Eu, Fairy e Fernanda tínhamos pegado uma missão de resgate. Uma garotinha tinha se perdido e caído na mão de criminosos, mas a nossa união fez a força e a menina passa bem. Tão notícia de jornal isso... “passa bem”... enfim.

Eu cheguei em Leonor e vi aquele amontoado de gente:

— O que está acontecendo? – eu perguntei para William, que chegou abraçando Fernanda para matar a saudade.

— Desde quando salvamos a cidade dos Cavaleiros de Ningirama, recebemos inúmeros trabalhos. A gente recrutou alguns magos, só que mesmo assim não foi o suficiente. Isso aqui é uma entrevista de emprego. Esses magos estão pegando os trabalhos e conversando com os membros da guilda. É uma entrevista massiva, mas necessária. Por que vocês não nos ajudam? Temos um longo trabalho pela frente.

Eu fiquei feliz em poder ajudar novamente. Muita gente nova no pedaço. Muitas coisas legais estava prestes a acontecer.

Parte 4: Kiesza

Há muitos e muitos quilômetros de Leonor, uma pequena vila chamada Vila das Rosas estava sendo incendiada por uma guilda muito perversa e ambiciosa.

— Matem todos! Não deixem que esses humanos simples e inúteis estraguem nosso plano. Mate um por um até falarem onde está Zero! Eu quero aquela espada de diamante para mim! – ordenou Lindy, uma dos principais líderes da Aliança Ningirama, liderando a guilda Kiesza.

Um de seus magos correu até ela e perguntou:

— Lindy! Eu descobri uma informação valiosa, mas quando eu vou poder entrega-la? Em uma futura reunião?

— Não, pode ser agora, queridinho.

— A espada está com uma mulher chamada Momona. Sua localização eu não descobri ainda.

— Me dá um abraço! – disse ela, agradecendo com um gesto físico. Só que a sua mão entrou no peito daquele rapaz e saiu com seu coração pulsante e sangrento. – Não é Lindy. É Mestre Lindy. Segundo, odeio informações incompletas. – disse ela depois de matar o rapaz e esmagar seu coração com as mãos.

A Kiesza estava atrás da Zero, aquela espada de diamante de antes. O que eles queriam? Era impossível saber, mas nada bom. Estávamos forte o suficiente para enfrentar qualquer guilda. Isso não nos atrapalharia a caçar a paz como sempre fizemos. Unidos, venceremos.