Elementos Noturnos escrita por Srta Silva


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olááááá galera!! Mais um capítulo. Boa leitura!!



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Despertei com um solavanco. Eu estava bem confortável. No colo de Dante. Meu rosto estava encolhido no seu pescoço, seus braços estavam em volta de mim e sua cabeça estava apoiada na minha. Suas pernas estavam esticadas e meu corpo estava acolhido em seu colo. Dante devia estar de muito bom humor para me deixar descansar no seu colo. Cutuquei-o na barriga e ele estremeceu antes de abrir os olhos. Franziu a testa e olhou para mim. Nossos rostos estavam bem próximos. Engoli em seco. Como nunca prestei atenção naqueles lábios? Ou naqueles olhos? Ou no formato de seu rosto? Ele era lindo. Ele abriu a boca para falar mas foi interrompido.
—Ei, vocês dois. Vamos.-Felicity disse.
Nos levantamos e ajeitamos as roupas. Ouvi um ronco e não vinha do meu estomago.
—Parece que alguém está com fome.
Ele riu.
—É.
Busquei minha mochila do Titio Avô. Achei-a perto de onde estávamos. Abri e joguei biscoitos para ele. A julgar seu olhar alguma coisa engraçadinha ia sair dali.
—Você é uma criancinha mesmo.
—Cala a boca.
Eu ri e ele me acompanhou.
—Vamos.
Nós saimos da ambulância e recebemos olhares maliciosos. O de Felicity era o mais malicioso. Ela sorria orgulhosa de alguma coisa. Senti atrás de mim, Dante ficar tenso. Nervosismo irradiava dele. Achei esquisito ele sentir aquilo. Mas fiquei na minha. Olhei ao redor. Estávamos entre dois prédios. Dali dava para ver que estávamos bem próximos a um caminhão prata.
—Bem o plano é o seguinte,-Felicity disse.-O caminhão parou num lugar perfeito. A cobaia vai parar por uns minutos antes de tirar aquele saco da cabeça. Então nós vamos aproveitar esse tempo para correr e entrar no caminhão antes que as portas se fechem. Pegaram tudo?-Ela perguntou olhando para todos. Assenti, minha mochila era a única coisa que eu tinha mesmo. Babi olhou para a mochila como se ela fosse um hamburguer. Fiz sinal para ela se aproximar. Tirei os bolinhos Ana Maria e dei a ela.
Ouvi Dante protestar atrás. Ele amava esses bolinhos. Quando éramos crianças ele roubava meus bolinhos sempre que eu dava mole. Sorri.
—Assim que a cobaia sair do caminhão nós corremos e entramos.
Todos concordaram.
—Vamos.
Nos encostamos na parede e esperamos a cobaia sair do caminhão. Comecei a tremer. Felicity estava na frente, Scarlett atrás dela, Babi, eu, Dante e Valerie com Erick. Senti uma mão deslizar sobre a minha. A mão de Dante. Entrelacei meus dedos nos dele e apertei. Ele apertou de volta. Era como se disséssemos: "Eu te odeio, mas estou do seu lado." Ouvimos um barulho e Felicity fez sinal para avarçarmos. Nos abaixamos e andamos. Colados a parede, viramos a esquina e demos de cara com a coisa empolada com um saco na cabeça. Corremos e passamos por ele, entrando no caminhão sem fazer barulho. Não prestei atenção no caminhão, apenas apertei a mão de Dante quando vi algo familiar naquela coisa. As suas roupas. O jeito que andava.
O puxão foi tão forte que eu arfei no processo. As mãos de Dante me amparando foi a última coisa que senti antes de tudo ficar escuro.
A voz ordenou que a coisa tirasse o saco da cabeça. Ele tirou e suspirou. Suspirou! Agora mate os humanos! Ele começou a caminhar em direção ao hospital a sua frente.
Tem alguém ai?, perguntei.
Ele parou de repente.
Quem disse isso?
Senti um baque ao ouvir a voz.
Quem está ai?, perguntou desesperado.
Sou Coretta.
Filha?, ele soou esperançoso.
É. Sua filha.
Aonde você está Tata?
Doeu ouvir ele me chamar de Tata. Doeu muito.
Estou no caminhão. Estou indo para o lugar que trouxeram você.
O que? Está falando sério?
É claro.
Então vá minha filha. Babi está contigo?
Sim.
E sua mãe?
Fiquei em silêncio.
Entendi. Mas vá filha. Cuide da Babi. Ela não é como você.
Como assim?
Eu não posso te falar filha. Não deixe nenhum zumbi mordê-la ou feri-la. Ela vai virar um deles. Ouviu?
Tudo bem. O que mais?
Tenta apagar as luzes do interior do caminhão. Assim, quando chegarem não serão iluminados. E há cameras ai. Desligue tudo. Lá, você encontrar as respostas que papai não pode te dar. E lembre-se, quando chegar lá vá para o último andar.
Falou. Se cuida pai.
Não abandonei vocês por causa da sua mãe. Foi por causa disso. Você estaria presa passando por testes e sua irmã e sua mãe seriam como eu agora. Por isso me afastei.
Tudo bem pai. Eu senti parte disso quando você se foi. Eu vou te tirar dessa. Não se preocupa.
Eu te amo filha.
Também te amo pai.
Voltei a mim num piscar de olhos. Eu soluçava. Cinco pares de olhos me encaravam com expectativa. Me levantei rapidamente limpando as lágrimas dos olhos.
—Me ajudem a desligar isso.
—Isso o que?-Felicity perguntou.
—Tem cameras aqui e nós temos que desligar as luzes. Vamos.
Todos menos Babi, ajudaram a quebrar as luzes do caminhão e as cameras. Não fizemos barulho. Valerie acendeu uma lanterna e me pediu para contar o ocorrido. As lágrimas cairam como um rio pelo meu rosto enquanto eu contava o que tinha acontecido. Felicity olhou para mim e segurou minha mão enquanto eu falava. Para a minha surpresa, Scarlett me abraçou quando eu terminei de falar.
—Sei como se sente. Se quiser desabafar é só me chamar.
—Obrigada.
Ela sorriu e me beijou na testa.
Babi fazia caretas para não chorar. Puxei-a para um abraço, então ela desabou e molhou toda a minha blusa. Passei a mão em seus cabelos e a confortei. E assim ficamos até ela adormecer. Fiquei com ela em meu colo, embalando-a até sua respiração ficar tranquila. Dante sentou-se ao meu lado meio tenso.
—Sinto muito pelo seu...hã...pai.-Estava desconfortável. Sorri.
Ah não, eu tinha que sacaneá-lo.
—Não vou te dar um bolinho da Ana Maria.
Ele suspirou derrotado e tentou parecer decepcionado. Mas fez esforço para não sorrir.
—Nem quando sou gentil...você é impossível.-Nós dois rimos.-Mas falando sério, eu sinto muito mesmo. Eu não me importei de ter perdido a minha familia, então não sei como se sente, mas sinto muito mesmo assim. Perder alguém deve ser horrível.
—Obrigada Dante, por me apoiar.-Estendi a mão e ele a pegou apertando de leve.-Mas você não vai ganhar um bolinho.
Ri e ele me acompanhou.
—Eu falo palavras bonitas e ganho um aperto de mão. Isso aí!-Ele brincou. Me inclinei e beijei sua bochecha.
—Saiba que não vou te beijar ai de novo.-Falei diante de seu olhar de expectativa.
—Gostei mais desse beijo do que o bolinho que poderia estar comendo agora.
Então se inclinou e beijou minha testa. Encostei minha cabeça em seu ombro e esperei minha respiração ficar regular. Acho que ele achou que eu dormi ou eu estava ouvindo coisas mesmo pois com a boca colada em meus cabelos, Dante sussurrou.
—Na próxima vez vou te beijar na boca, minha fracota.


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Notas finais do capítulo

Próximo!!



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