A Felicidade é Logo Ali... escrita por Safira


Capítulo 2
002. Seguindo regras.


Notas iniciais do capítulo

Hey meus amores. Mais um capítulo aqui lindo e maravilhoso.



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Foi uma aula. Uma aula capaz de mudar a vida do garoto. Uma aula que ele odiou pela primeira vez. Uma aula. Só uma. Neji Hyuuga não estava completamente são e nem estaria por mil décadas se seus pais ouvissem o nome daquela menina, ele poderia se considerar morto. Repetiu o mantra que sua prima lhe ensinou para situações difíceis e estressantes e logo em seguida contou até cem.

Veja, para Neji tirar dois décimos a menos do que uma garota já era ruim suficiente, agora tirar dois décimos a menos para uma garota, não uma garotaa garota. Quero dizer, a garota, logo ela, que ele viu antes de entrar na sala, a garota que ele teve uma mínima esperança de ser diferente. Realmente, ela era com certeza. Ela havia tirado dois décimos a mais que ele. Ela Tenten Mitsashi, não merecia seu ódio, merecia uma nota menor que a dele. Como as coisas estavam indo, com uma prova surpresa e uma nota baixa de “nove”, ele nunca voltaria para casa. Ele parabenizou a menina com o melhor sorriso que conseguiu dar e logo que o sinal tocou arrumou – tentando não parecer apresado – suas coisas e jogou-as na mochila, saiu do prédio rumando para casa.

 Depois de um determinado tempo chutou uma pedrinha – tentando manter a calma, mas é claro que todas as suas táticas de afastar o nervosismo se mostraram muito duvidosas já que Neji não via quase nenhum resultado.

 

— AÍ. – Uma menina falou.

 

Tirou seus olhos do chão e olhou para a menina, era ela. A Mitsashi estava na sua frente. Seus olhares se cruzaram. O menino a cumprimentou com a cabeça e um sorriso e atravessou a rua. Ele não podia ficar ali ou esganaria a menina. Dois décimos. Onde já se viu? Ele tinha que estudar mais.

 

~*~

Qual era o problema com esses meninos? Um parafuso faltava no cérebro ou eles não tinham um? Só pode. Negou com a cabeça tentando esquecer a cena bizarra do garoto que dividia a sala de astrofísica com ela. Recomeçou a andar. Andava devagar. O sol brilhava frio e as nuvens eram cinzentas e espalhadas. Ela estava indo ver sua irmã, na casa de seus tios. Depois que sua mãe e seu pai morreram era somente a irmã e ela, e como tudo estava indo... Era só ela. A guarda na época ficou com seus tios, empresários e que viviam... Vivem, viajando.  Os médicos falaram que sua irmã não passaria do quatorze com muita sorte ela viveria mais alguns anos na situação atual dela. Seus tios pararam de viajar fazia pouco tempo e estavam procurando algo que transformasse a vida da irmã, ou algo como uma cura. Tenten estudava com todas as suas forças e esperanças de poder transformar a vida da irmã em um futuro, mas em algumas ocasiões, como aquela semana, ela tinha medo de não conseguir.

Seu celular tocou. Sua tia. Uma mensagem. Sua irmã não podia receber mais visitas por hoje.

Deu meia volta. Indo para seu apartamento e não para a casa dos tios. Queria ter mais tempo para ver sua irmã, queria largar mais cedo para vê-la. Mas, se isso acontecesse ela estaria jogando tudo para o alto e... Ainda tinha o trato com o seus tios. Essa era a vida dela.

 

~*~

Ele decidiu sair para arejar a cabeça. Só queria esquecer sua mãe por míseros três minutos. Podia? Pode. Olhou para o céu enquanto andava pela rua pouco movimentada. O céu estava misterioso e clamava por atenção. Não era azul nem cinza, apesar das nuvens turbulentas. Foi em um dia como esse que aprendeu a jogar xadrez com o tio – outra pessoa que não estava muito presente em sua vida, ultimamente. Andou pelo bairro que conhecia como as linhas que havia na palma de sua mão, complexas, mas extr familiares. Trombou com alguém, mas ele não caiu ao contrário da outra pessoa.

 

— Desculpa. – Ela se apressou em falar. – Estava distraída e...

— Não... Todo bem. Eu também e... – Ele falou sem jeito.

 

Ele estendeu a mão para a menina se levantar. Ela a agarrou e foi fortemente puxada para cima.

 

— É... Shikamaru. – Apresentou-se cumprimentando com a mão que ainda segurava a menina.

Ela sorriu.

 

 - Temari. 

 - Você quer tomar um sorvete?

 

Aquela ideia na cabeça do garoto era sem dúvidas uma ótima fonte de dissipar seus pensamentos nostálgicos e, de como seu pai dizia às vezes, socializar.

 

 - Não acho que eu possa sair com um estranho. – Temari retrucou.

— Veja... Se você não falar com desconhecidos como é que vai conhecer gente nova?

 

E aquele argumento era muito válido para ambas as pessoas ali presentes, Temari refletiu sobre aquilo por alguns segundos e pareceu convencida por um breve momento, breve, pois ela logo caiu em si.

 

— Tudo bem... Mas tenho um compromisso, quem sabe outra hora. – A menina falou e passou por ele. 

 

Foi à vez dele sorrir, as coisas não eram tão simples quanto ele queria. 

 

~*~

— Onde você estava? – A mãe perguntou.

 

 Temari fechou a porta de entrada e virou-se para a mãe.

 

— Estava cansada de ficar enfurnada aqui dentro mãe. – A menina falou chateada.

 - Você sabe que se ele logo vai voltar. 

 - Desculpe-me mãe. Prometo que nunca mais saio sem a permissão de ninguém.

 

 Subiu para o quarto e se trancou. Não que gostasse daquilo, não gostava. Ter que ser toda cautelosa por causa de seu pai e se trancar todo fim de mês para evitar roxos indesejáveis pelo corpo enquanto quem sofria era sua mãe. Não. Isso não era para ela. Ela não ia fazer aquilo de novo. Hoje não. Preferiu terminar de arrumar o quarto, tirar as coisas das caixas e quem sabe colocar-las no lugar.

 

~*~

Seu primo estava ali. Seus irmãos estavam ali. Então... Por que é que se sentia tão só? Dois anos, dois longos e imensos anos.

— Sakura você está bem? – Seu primo perguntou.

 - Estou Naruto. – Ele sabia que ela não estava.

 - Que tal uma torta de morango? – Seu irmão mais velho perguntou.

 - Seria ótimo Sasori. – Ela disse mais animada, era sua preferida.

 - Quer ajuda? – Seu outro irmão perguntou.

 - Não valeu Sai. – Sasori disse. 

 

Ela ainda se sentia sozinha, mas sabia que tinham pessoas ao seu lado e que tudo no final podia terminar com uma torta de morango sempre que ela quisesse. Naruto mordeu os lábios tentando não falar algo que deixasse a prima mais triste.

 

~*~

Ela ouvia mais um dos discursos do pai de como ele queria um filho e não uma filha e que ela, se o amasse realmente — palavras dele, não dela — poderia tentar ser um pouco mais como seu primo Neji. “Hinata, Hinata, querida onde você se meteu?” às vezes ela se perguntava mentalmente. A resposta era fácil apesar. Em uma vida de perfeição... A questão era... Ela não era perfeita. E isso parecia incomodar seu pai de tal forma que toda a vez que se cruzavam ele vinha com esses papos de “perfeição” e “primeiras impressões”. Outra questão era: ela odiava tudo aquilo. Ela queria ser ela e não o que o pai queria. Já fazia muito tempo que não era ela mesma, já havia se esquecido de como ela era e agia. Ela se esqueceu de como ser verdadeira, então como ela poderia voltar atrás?

 

~*~

Ele queria pular de Bang Jump, fazer trilha e nadar nu em uma cachoeira. Era pedir demais? Era. Em sua vidinha controlada por coisas e por seu pai, a coisa mais difícil de se fazer era...

 

 - Sasuke. Hora de recolher. – Sua mãe o lembrou.

 De novo aquela merda? Levantou-se do sofá largando a revista que estava folheando em um canto e foi para o quarto. Ainda era nove da noite e essa era a hora em que todo adolescente começava o dia, mas não ele. Pegou um livro na estante ao lado cama e começou a ler. Hora de recolher é hora de ler. Ele estava ansioso para ver as novas pessoas da escola e quem sabe novas amizades e... Não. Ele não poderia fazer amizade com alguma pessoa qualquer. Escola nova e caras novas... Não, isso não era para ele. Pelo resto do seu ano — que ele já previa que iria ser ruim — deveria ser amigo de quem seu pai aprovasse e deveria estudar igual a um condenado para ter as notas propriamente aceitas pelo patriarca da família. Ele não aguentaria aquilo por muito tempo se não tivesse uma atitude totalmente rebelde naquele momento. Foi aí que a ideia caiu como um raio em uma noite de tempestade.

Ele faria sua última rebeldia. 

E dessa vez, não seria da boca para fora.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando, até a próxima babys.



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