A Felicidade é Logo Ali... escrita por Safira


Capítulo 3
003. Eu.


Notas iniciais do capítulo

Não. Eu não esqueci vocês meus doces de duende. Até to postando :)
Vamos agradecer ao Asa Noturna por me mandar um comentário mandando eu não desanimar.
Já falei que adoro comentários? Sério, eles são importantes para minha linda pessoa ver que vocês estão gostando e para a mesma que vos escreve continuar escrevendo... Então... Boa leitura.



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A campainha soou alta pelo apartamento. Atendeu a porta sem muita vontade ou animo esboçado no rosto, mas seu semblante pareceu mudar drasticamente quando reconheceu a figura loira do outro lado da porta.

 — Hey Ino. – Seu primo Deidara parecia animado. 

— Oi Deidara. – Sorriu. – O que você está fazendo aqui? – Perguntou surpresa.

 - Ahm... Eu peguei um caso por aqui e ainda estava cedo... Então passei aqui.

 Seu primo era cerca de sete anos mais velho que ela, mas isso não era o suficiente para que a diferença de idade ficasse tão evidente, já que Deidara sempre fora muito alegre e entusiasta, essas coisas somadas ao fato dele ser um ótimo detetive o tornava uma pessoa extremamente difícil de ser enganado.

— Qual é o caso? 

— Parece que o marido desconfia que está sendo traído  eu fui contratado... Você sabe Ino não recuso um bico por nada... 

— Mas por aqui?

— É. Ela falou para o marido que combinou com uma “amiga” de se encontrar na Sweet Candy, aquele café butique que tem aqui na esquina. – Falou como se ela nunca tivesse andado por aqueles locais.

 — Sei onde fica, eu também saio de casa tá. – Ela falou irritada. – Já conheço cinco quarteirões inteiros e alguns lugares para uma comida rápida.

 — Que isso Ino. Eu falo isso para o seu bem, tentei te ligar ontem e não consegui... Onde você estava?

— Aqui em casa... – Falou relevante.

— Trancada no quarto?

— Não. – Mentiu.

— Ah valeu, conta outra. Essa não cola mais comigo – Ele olhou o relógio. – Vou ter que ir. Tchau Ino, vê se acha seu celular logo estou cansado de ouvir a mensagem eletrônica do telefone fixo.

Ele já estava indo embora, dando as costas para ela o que a vez sentir uma das piores pessoas do mundo.

— Espera. – Ela falou rápido.

— O quê?

— Vou andar no parque. – Ela falou trancando a porta da casa.

Como que seu primo tinha aquele poder de tira-la de casa? Tudo bem que sempre teve uma queda por ele, mas... Isso não era motivo, era?

— Estou feliz porque você voltou.

— Eu também estou feliz por estar de volta, já tinha me esquecido de como eram as coisas por aqui. – Ela fez uma pequena pausa. – E como anda o papai? – Ino perguntou tentando mudar de assunto. 

— Eu não sei. Ele não anda mais lá pela minha casa. – Ele jogou as palavras no ar. – Desculpe. 

— Tudo bem.

 Não estava nada bem. Seu pai estava começando a parecer sua mãe nesse ponto.

 

~*~

Seu primo dormiu lá e no dia seguinte ainda sobrou para Sakura leva-lo até o ponto de ônibus, porque ele era suficientemente ecológico para não pegar um carro e dirigir sete quilômetros e para acrescentar ele era suficientemente chato para convencê-la que levar-lo até o ponto era uma boa opção, mas tinha que admitir: a presença de seu primo a fazia esquecer das tristezas que seu coração insistia em lembrar. Agora ela estava curtindo o ar livre, simples, parou em uma praça e olhou o céu. O sol finalmente apareceu depois de dias, sentou-se em um banco. Sentiu o vento passar e os pássaros literalmente cantarem. Depois de ver seu primo Naruto embarcar no ônibus, achou uma boa ideia curtir mais o ar livre e passar no parque central – que guardava muitas lembranças para os moradores, até para a rosada. 

— Com licença. – Uma menina falou. – Desculpa o incomodo... – A rosada a olhou. – Mas você é Sakura Haruno? 

Sakura estreitou as sobrancelhas como é que aquela loira sabia seu nome? Loira extremamente familiar admitiu para si mesma.

— Sim. – Falou receosa. – Você é? 

— Desculpa... – Ela falou sem graça. – Você não deve se lembrar... Eu sou Ino Yamanaka, nós fizemos o fundamental juntas. – Falou sorrindo e sem graça.

Ino Yamanaka? Ino? Ino... Ino... Ino... A única Ino que ela conhecia era a... 

— Porquinha. – Falou animada se levantando para dar um abraço na velha amiga. – Não acredito que é você... Eu pensei que você estava na Suíça. 

A loira riu. 

— Eu voltei faz umas duas semanas. 

— E por que não me ligou? 

— Eu perdi meu telefone na mudança... 

— Bem você mesmo. 

— Bom, está em alguma das caixas isso eu sei. Como você anda

— Como eu ando? Como você anda? — Elas riram. – Temos muito que conversar. Já se matriculou em algum colégio? 

— Na verdade não. – Admitiu. – Qual é o seu? 

— Konoha Senju.

— Quem sabe... – A loira riu e em seguida a rosada.

Fazia muito tempo que elas não se viam e as fotos que uma mandava para outras em datas comemorativas pareceram – de certa forma – ilusórias quanto à aparência delas e as mensagens trocadas não bastavam de conversas superficiais e muitas vezes sem sentido, mas ainda eram amigas.

— Já almoçou?

— Não, vim deixar o Deidara ali...

— Deidara? – A rosada pegou o braço da loira e começou a andar em direção de um restaurante ali perto.  – Me conta tudo.

 

~*~

Agora que o sol resolveu sair, fez todo o sentido ele sair também. Caminhou pela calçada, a mesma de ontem, aquela que ele trombara com a loira. Desta vez era cedo, eram onze da manhã. Um canto dele ainda queria tomar sorvete. Atravessou a rua, melhor sozinho do que mal acompanhado né? Errado. Quando chegou a sorveteria, por alguma obra do destino – que devido a este fato que aconteceu começou a achar que era seu amigo – viu a loira. Com um sorvete na mão, bermuda jeans e uma blusa azul de um desenho que passava na TV. Ela se sentou e ele foi pedir o seu sorvete três bolas em um cone de casquinha, baunilha, chocolate e creme eram tudo o que ele precisava. Pagou e colocou uma calda de morango e granulado colorido.

— É... Parece que o destino é justo. – Ele falou sentando-se à mesa de frente para ela.

A menina tirou seus olhos do sorvete e o olhou. Riu sarcástica.

— Shikamaru né? – Ela falou e ele confirmou. – Certo, Shikamaru. Eu não sei qual é a sua, mas vê se larga do meu pé. Têm algumas mesas vazias ali.

— Calma aí Temari. – Falou levantando as mãos o que quase fez seu sorvete derramar. – Só quero uma amiga.

Ela o olhou nos olhos, ele estava falando a verdade isso ela podia ter certeza.

 

— Certo então... – A menina começou a falar.

— Ei menina. – Um garoto parou ao seu lado. – Alguém já te falou que você é estranha? – Começou a rir.

— Ai... Por que esses tipos de coisas sempre acontecem comigo? — Sussurrou a menina quase para si mesma.

Suspirou a virou a cara para responder.

— O que você disse? – Shikamaru foi mais rápido e perguntou a rapaz.

— Que ela é estranha, olha como ela se veste cara...

— Isso é uma piada? Porque ninguém está achando graça.

— Me recuso a dividir o mesmo espaço que essa minhoca e você cabeça de abacaxi.

Shikamaru era uma pessoa bem centrada e na maioria das vezes sabia bem os motivos de suas ações e ir em direção do garoto não foi exceção dessas ações, pegou o sorvete em sua mão e quase o enterrou na camisa do rapaz.

— Sem violência. – Temari disse ao segurar o braço de Shikamaru que estava segurando o sorvete.

Ela odiava violência.

— Tudo bem. Quer ir para outro lugar?

— Para onde? – Ela perguntou ignorando completamente a presença do rapaz desconhecido.

— Qualquer lugar. – Ele falou.

Eles saíram da sorveteria e começaram a andar pelo quarteirão.

— Eu nem devia ter falado com você.

— De novo isso? Eu já falei que se você não falar com estranhos nunca vai conhecer novas pessoas e ela nunca poderão se tornar amigos.

— Eu não sei nada de você.

— Qual sua cor favorita? 

— Verde escuro, mas o que isso...

— A minha também. Lugar preferido no mundo?

 — A casa da minha avó, mas...

— O estúdio da minha mãe. Qual estação do ano...

— Outono.

— A minha também. Se você pudesse salvar alguém de um afogamento... Seria um peixe ou uma pessoa?

 — Mas que tipo de pergunta é essa?  – Ele olhou para ela sério. – Uma pessoa é claro. – Ele riu. – O que foi?

— Tenho um velho amigo do fundamental que respondeu o peixe. – Ela riu e ele foi junto. – Agora, nós somos amigos. Temari... 

— Amigos. A propósito é Sabaku no. – Ele olhou sem entender. – Temari Sabaku No.

Ele riu e estendeu a mão que logo foi apertada pela menina.

— Nara. Shikamaru Nara.

Ela olhou o relógio.

— Foi muito bom te conhecer Nara, mas já deu minha hora, tenho que ir. – Ela falou andando mais rápido.

— A gente se esbarra. – Ele falou um pouco alto para ela ouvir.

E ele queria isso. 

Ela tinha que apresar o passo, não era todo o dia que poderia sair com permissão e ela não queria sofrer as consequências caso voltasse atrasada.

 

~*~

A tarde já havia caído e ele estava louco para sair daquele quarto. Olhou a janela, ela estava chamando-o. Riu e se levantou da cama, Sasuke tinha planejado aquilo muito bem na noite anterior. Pegou um casaco azul marinho e colocou, abriu a porta que dava para a sacada e saiu sorrateiramente, foi em direção ao galho de uma árvore que invadia sua média sacada e subiu sem nenhuma hesitação, agora era cuidado e concentração. Agarrou no tronco da árvore e se arrastou para o lado em direção a outro galho, equilibrou-se e pulou para o galho da outra árvore, repetiu o movimento para a árvore seguinte que já estava fora dos limites da casa, deu graças aos seus antepassados por terem plantado essas árvores, olhou para o chão, desceu os galhos da árvore que mais pareciam degraus sem apoio e olhou para o chão novamente, dois metros de queda livre, pulou. O sol estava se pondo quando o menino começou a correr pela rua como um foragido. Espera, ele era um foragido, agora, de seu pai. Adorava a sessão do vento batendo em sua pele e de suas pernas dormentes pela corrida em excesso ou até mesmo da liberdade provisória que ele conseguiu. Sasuke havia pegado rotas alternativas para fugir de olhares mais vigilantes, ele não queria que o pai ficasse zangado e o mandasse morar no exterior com sua avó novamente.

A posição do sol fez um céu roxo e laranja ao entardecer e Sasuke correu para a praça mais próxima, ele queria uma cachorro quente ou um hambúrguer com tudo que tinha direito. Ar livre. Suspirou feliz. Olhou em volta, havia poucas pessoas, o suficiente para preencher uma mão de contagem. Tinha um casal conversando, uma menina loira indo embora, uma rosada e um pouco atrás da rosada estava um cara moreno e carrancudo... Ele pareceu bem familiar. Era... Não podia ser... Mas era... Seu irmão, Itachi.

“Esconda-se.” – Era tudo que sua cabeça formulava.

Ele não queria pensar em como o irmão deu por sua falta em tão pouco tempo ele só queria pensar em como ele estaria ferrado se ele o pegasse.

 

~*~

Passou o dia com Ino. Almoçaram juntas e lancharam juntas. Colocaram todo o papo em dia, todo o papo de anos. Agora a loira estava indo embora e elas se despediram na mesma praça que se encontraram. Ficou triste por saber que a mãe da loira continuava a mesma, se não pior. A loira também não tinha mais contato com outra amiga de infância, mas essa, só cursaram o primário e menos da metade do fundamental juntas. Olhou em volta tentando tomar coragem para voltar para casa. Viu um casal conversando e sua amiga indo embora, e um garoto olhando em sua direção com olhos tão arregalados e assustados que poderia ser comparados com olhos de uma menininha que tinha acabado de saber o significado de algo muito sujo. Ele tinha cabelos pretos e olhos carvão, rapidamente o menino fez um movimento brusco se jogando para de trás de uns arvoredos e arbustos de médio porte e se agachou ali. Sakura sentiu uma mão tocar seu ombro e se virou. Aquilo era muito estranho e estava transformando seu dia em um filme de comédia romântica de quinta categoria. Será que ela estava no meio de alguma gravação de novela?

— Desculpe incomodar... – Falou um homem muito parecido com o menino assustado de momentos atrás. – Mas eu estou procurando um menino. Será que você não o viu por aqui? Ele tem olhos pretos e cabelos pretos um pouco menor que o meu. Bem parecido comigo.

"Ótima descrição." — Sinta a ironia do pensamento de Sakura.

— Não desculpe. – A menina mentiu sem saber o porquê, ela não era disso. 

  Viu o menino murmurar algo como um “obrigado” e sair perguntando as outras pessoas do parque que negaram firmemente. Depois de um tempo o menino se distanciou e pegou uma rua transversal. A menina foi em direção aos arbustos onde viu o menino.

— Você já pode sair. – Ela murmurou.

Ele se levantou e olhou para os lados nervosamente.

— Valeu te devo uma rosada. – Ele falou apresado saindo da “mata”.

— Sabe... – Ela falou calmamente. – Ele era bem parecido com ti, suponho que era da família... Ele parecia preocupado. 

— Duvido. – Murmurou o rapaz.

 - Duvida? – Ela perguntou confusa.

 - Deixa para lá rosada isso não é para seu bico, mas valeu mesmo. Continuo te devendo uma. – Ele falou de um jeito tão doce que a menina não se sentiu ofendida.

 - Deixa estar moreno. – Ela sorriu.

 - Ahmm... – Ele coçou o pescoço sem jeito. – Eu tenho que ir, mas valeu. – Ele falou tocando o ombro da rosada e depois saindo correndo.

“Maluco.” – Pensou ela para depois sorrir com isso tudo que acabou de acontecer.

Como ela havia pensado antes: comédia romântica de quinta. Ele nunca iria devolver o favor, esperava que nunca mais o visse para falar a verdade, até porque o fato de estar no meio de uma novela não agradava nenhum de seus sentidos.

 

~*~

Acordou com uma dor de cabeça terrível e com o gosto da torta de morango que comeu na casa da prima ainda na boca. Ainda bem que trouxe alguns pedaços extras para comer mais tarde, porque uma das coisas que o primo sabe fazer bem é torta de morango. Sorriu com os pensamentos alucinógenos de tortas. A torta ficaria para mais tarde porque agora ele precisava de um banho. Levantou-se e tirou a camisa indo para o banheiro, parou na janela e olhou o céu, estava feliz pelo sol ter finalmente aparecido logo em seguida olhou para a rua... Espera como ele nunca tinha notado? Não. Ele era meio lerdo sem dúvida nenhuma. A casa da frente, ele lembrava que há poucas semanas não morava ninguém lá, mas como? Balançou a cabeça negativamente para em seguida ver um alvoroço na entrada. Era uma menina e um menino bem parecidos, porém com a distância não se via tantos detalhes como Naruto gostaria. Pareciam que discutiam algo muito incômodo para logo  fazerem as pazes quando a menina abraçou o menino. Negou com a cabeça, não era da sua conta. Voltou sua caminhada para o banheiro. Naruto realmente queria comer sua torta de morango mais do que nunca agora.

 

~*~

Seu primo ainda estava bolado com a menina da aula de astrofísica. Eram míseros dois décimos e ela não entendia muito bem os sentimentos do primo em relação a isso, mas naquele momento ela só achou que ele precisava de um abraço, foi o que fez. Abraçou-o. Eram novos na vizinhança e não conheciam ninguém então que se dane se os chamassem de loucos. Neji tinha uma crise séria de perfeição escolar. Nunca fez nada mais rebelde e era um exímio aluno, não como Aristóteles e Shakespeare já que os mesmo eram sem dúvidas um tanto duvidosos na escola. Ele era aluno nota dez, mas mesmo assim seu pai o expulsou de casa porque o boletim acadêmico dele veio com uma ocorrência e uma nota vermelha em algumas matérias em um trimestre. Aquilo era culpa dela. Ela se culpava. Então... Ela deveria ser mais como ele para seu pai ter um pouco de orgulho dela e deveria dar um ombro para ele para o que fosse preciso, estar ao lado dele incondicionalmente igual ele sempre esteve ao seu.

 

~*~

— Certo. – Tenten falou com a tia no outro lado do telefone.

 — Tenten. — A tonalidade da voz mudou.

— Oi Kathy. – Falou docemente. 

— Tenten, mana! Estou com saudades. 

— Eu sei. Eu também estou. – Falou com os olhos marejados.

— Tenten não chora. Semana que vem a gente vai se ver e...

— Kathy. Estou ligando por isso. Vamos ter que adiar minha visita. – Falou com desgosto.

Ela amava a irmã mais que si mesma. Estava morrendo de saudades dela, mas o dia de visitas caia bem no dia de uma prova. A prova era essencial para o seu futuro, não que ela ligasse muito para isso na maioria das vezes, mas seus tios ligavam o suficiente para fazer sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

Hahaha.
Esse foi maior que os de costume... Estou satisfeita com ele.
Espero comentários, sim!!
Vou indo... Mas eu volto.



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