A Felicidade é Logo Ali... escrita por Safira


Capítulo 1
001. Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Então... Boa leitura! XoXo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678093/chapter/1

O sol não estava no céu, às nuvens eram cinza e ameaçava chover. A menina estava sentada no banco do pátio, ela estava mesmo cabulando a aula de astrofísica? Sim estava. Quem ligava? Não era mesmo obrigatório. E para que tudo isso? Sentiu uma gota de água no seu rosto, mas não se levantou. Ela sabia onde isso ia dar, sabia as consequências de sua irmã ser assim, mas o que uma coisa tinha haver com a outra? As gotas caíram mais grossas então ela decidiu se levantar. Os cabelos de chocolate estavam presos em dois coques em homenagem a irmã e os olhos chocolate eram sem vida, porém possuía um brilho de que muitos não tinham. E lá estava aquela merda de esperança em seus olhos. Porque há muito tempo quando seu pai ainda era vivo, ele a ensinou que nunca se deve perder a esperança e Tenten Mitsashi aprendeu isso de uma forma muito ruim.

 

~•~

Levou à xícara de chá a boca. Chá de maça era seu preferido, pois era o que tinha mais efeito em seu corpo a ajudando a relaxar com mais facilidade. Seu pai tagarelava do outro lado da mesa algo sobre ela se comportar bem no primeiro dia de aula daqui a duas semanas, afinal... A primeira impressão era a que importava. Não é?  Fechou os olhos controlando a vontade de revirar os olhos e mandar seu pai fechar a bendita boca e comer o brunch logo e em paz, tarefa da qual ele nunca fazia em silêncio. Ouviu um trovão. Olhou para seu primo que estava a sua frente, ele odiava trovões e a menina sabia disso, porém não entendia muito bem o motivo. Ele parecia alheio ao mundo, ela deveria parecer assim também ou até ser mais como o primo.  Importar-se menos, ouvir menos e quem sabe... Ser mais ela mesma, porque seu primo parecia fazer isso com muita facilidade. Seus cabelos pretos azulados e olhos lilás claro eram um tanto estranhos, mas não para ela, não para a sua família. Hinata Hyuuga foi criada para primeiras impressões e sentada ali naquela mesa, tudo parecia na mais perfeita ordem.

 

~•~

Olhou a hora no grande relógio de pêndulo feito de madeira. Ela estava atrasada. Tentou se recordar de algum momento em que ela chegara na hora ou de algum momento em que... O notebook fez barulho anunciando uma nova mensagem em seu e-mail, era ela, sorriu. Leu à mensagem ela poderia ter expectativas. Quem sabe ela não tinha ficado presa no trânsito ou quem sabe parou para comprar algo para a menina... Não! Porque alimentar expectativas? Como a mensagem seu coração já sabia, ela não viria. Olhou para a mesa de jantar posta, a menina sempre jantava cedo por causa dela, levantou e colocou um filme plástico anteriormente separado pela mesma em ambos os pratos e depois colocou na geladeira e guardou o filme. Suspirou. A loira de olhos azuis estava com saudades de uma refeição com a mãe. Ela pegou o notebook em cima da mesa e andou para sala desorientada, o apartamento novo já havia tomado um clima mórbido e Ino Yamanaka odiava climas mórbidos.

 

~•~

Um jarro se quebrou ao seu lado, ela arregalou os olhos. Ele fora atirado pelo seu pai em meio a uma briga com sua mãe. Como sempre se sentiu imponente e não tardou em sentir a mão de seu irmão mais velho a puxar para de baixo da escada e se trancar lá juntamente com seu irmão mais novo, mas já era tarde de mais. As coisas mudaram da água para o vinho quando ouviu os gritos abafados de sua mãe, viu movimentos apressados pelas frestas da porta que os separavam. Seus irmãos estavam iguais a ela, estáticos como pedras de gelo no Alasca só esperando a hora de cair. Seu pai levantou uma mão e logo a desceu com toda a velocidade e força direto para o rosto de sua mãe. Ela cambaleou para trás e caiu no chão ao tropeçar em algo. Seu pai levantou a mão mais uma vez e puxou sua mãe pelos cabelos, barulhos na escada, sua mãe estava sendo arrastada escada acima. Depois disso tanto Temari Sabaku No ou seus irmãos sabiam o que viria, gritos bêbados e puro desespero.

 

~•~

Trovões, isso é o que ela ouvia. Bendito seja o sinal do rádio do celular. Qual era o santo motivo para ele ficar ruim toda vez que chovia? Ela olhou para um dos irmãos que assistia TV ao seu lado e depois para o outro irmão que desenha uma paisagem e estava sentado no chão e usando a mesa de centro de apoio. Sua cabeça caiu para trás se apoiando nas costas do sofá. O clima de funeral ainda pesava na casa e ficaria assim por um bom tempo. Amanhã, completaria dois anos que seus pais sumiram e um ano e meio que foram dados como mortos. Não queria chorar. Não podia chorar. Tinha que parecer forte, ser forte, mas não era e muito menos conseguia fingir isso na maior parte do tempo. A menina de cabelos rosa e de olhos verdes soltou um longo suspiro e desligou o rádio tirando o fone. Encostou-se ao irmão e começou a ver TV, sem muita atenção ou vontade. Sakura Haruno estava morta por dentro.

 

 

~•~

Ontem seu tio tagarelou horas a fio com ele e sua prima na hora do café da tarde, ele poderia estar estudando astrofísica em vez de ouvi-lo, e não o ouviu, ficou revisando mentalmente as fórmulas para não esquecer. Hoje tinha que dar duro já que faltou a primeira aula, chegou cedo à escola, do céu ainda caiam finas gotas de chuva e a aula extra de astrofísica não havia começado.  Apoiou-se em uma mureta que formava um caminho coberto para o jardim do pátio, o telhado do caminho rangia com o vento frio que soprava. Suspirou, ele daria tudo de si esse ano, para orgulhar o pai e mãe e para voltar para a casa. Olhou para o lado e avistou uma menina com o uniforme da escola e cabelos chocolate. Pelo visto não era o único que fazia questão de chegar cedo. Neji Hyuuga era pontual até de mais às vezes.

 

~•~

Que saudade do sol. Fazia dois dias em que ele não aparecia. O loiro de olhos azuis vivia com o tio desde a morte de seus pais, ele não tinha muitas memórias com eles, afinal ele só tinha oito anos quando tudo aconteceu. Ele tinha pesadelos com tudo aquilo. Suspirou e pegou seu celular e digitou o número da prima e mandou uma mensagem se podia ir lá mais tarde. Ele iria mesmo que ela dissesse não. Hoje completava dois anos que os tios do garoto desapareceram. Suspirou e olhou para a sacada do quarto.  Aquilo é complicado. Sentia falta de tudo... Até de como as coisas pareciam mais fáceis naquela época. Às vezes ele se achava um pouco infantil por causa disso, por ter lembranças de problemas que o mais novo Naruto Uzumaki não entendia na época.

 

~•~

Estava no carro, no banco traseiro com sua irmã do lado direito e seu irmão mais velho do lado esquerdo. Indo para sabe lá onde, uma cidade que o nome não fez questão de gravar, pois não pretendia ficar muito tempo por lá. Tinha medo por sua mãe agora, mas sabia que aqueles roxos sumiam junto com a maquiagem que ela passava e que os lençóis com sangue foram inteiramente queimados no jardim de sua antiga casa. Tinha medo de seu pai. Medo por si e por seus irmãos. Suspirou, ele era um covarde. Ele que tinha que estar no lugar de sua mãe, apanhando por ela. Seu pai nunca o tocou e nem em seus irmãos por causa dela. Sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria mudar. Olhou seu pulso cicatrizado, já fazia três semanas que não se cortava. Covarde. Era uma atitude de covarde aquela de Gaara Sabaku No o ruivo de olhos verde água, mas a covardia sempre foi sua melhor amiga. 

 

~•~

Ele sentia saudades dela, não que ela tivesse morrido, longe disso. Ela penas saiu de casa. Seu mundo perfeito e sem preocupações mudou alguns anos atrás. Ele sabia o motivo dela ter ido embora, mas custava dizer: “Mamãe sempre vai estar com você”. Custava para ela. Muito pelo visto. Ele não queria admitir... Ele sabia de quem era a culpa... A culpa não era dela... Era dele. Não dele, dele... A culpa era inteiramente de seu pai. Se ele não fizesse essas coisas... Quem sabe? Agora ele estava ali sentado no antigo atelier de sua mãe, viu os croquis que ela costumava desenhar. Quem sabe um dia ela ligasse para ele? Só ouvir sua voz novamente e ouvir dela que ela estava bem. Só isso. Era o que Shikamaru Nara mais queria em todo mundo.

 

~•~

Seu pai tinha um alto cargo militar, que se dane ele. Tudo em sua vida se resumia a seguir regras e isso o tirava do sério. Pelo bendito posto militar de seu pai ele passou a vida tendo que ser o filho prodígio. Ter boas notas e ter amizades com as pessoas certas, era algumas das regras fundamentais. Queria pular pela janela e desrespeitar o horário de recolher, mas infelizmente hoje não o podia fazer, por simples motivos, um estava de castigo porque fazia dois dias que foi “totalmente rebelde” ao ver de seu pai, ele só tinha feito o que queria, ele só tinha ido comprar sorvete enquanto deveria estar estudando. Dois porque seu pai não estava de plantão então isso dificultava as coisas, seu pai vinha de duas em duas horas olhar como estava o menino. Três porque ele estava cansado de tudo aquilo. Ele nunca iria ser livre. Seu irmão todo pomposo e correto, isso era o que seu pai queria para ele. Ele só queria ser livre, conhecer e poder falar com as pessoas que ele queria e não as que seu pai mandava. Ele só faria sua última rebeldia e depois... Seria o modelo de calendário militar que seu pai tanto queria. Sasuke Uchiha iria mudar por bem ou por mal. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Criticas e sugestões...? Sou toda ouvidos.XoXo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Felicidade é Logo Ali..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.