Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 14
You Know, It's Complicated


Notas iniciais do capítulo

Olá, pequenas pessoas de marshmallow!
Me deu a louca hoje. (que?) Capítulo novíssimo pra vocês.
Antes de comentarem tomem bastante suco de maracujá.
Boa leitura



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Percy

Annabeth levou Percy por um corredor até um lugar que ele não conhecia, e ele conhecia praticamente tudo naquela escola. Aquilo não parecia o estilo de Annabeth, o que o deixou nervoso. Ela abriu uma porta de metal entre uma quadra coberta e o corredor que dava na piscina e eles entraram.

—Eu pensei no que você me disse mais cedo – fechou a porta e se sentou numa mesa no fundo que parecia um quarto de produtos de limpeza. – E eu não posso fazer isso. Sei o que eu disse mas não é bem assim. Você se lembra do que me pediu umas semanas atrás?

Percy imaginara muitas coisas, mas essa não estava entre elas. Ele se encostou na parede e tentou formular uma frase que não soasse egoísta, mas falhou e ela respondeu por ele:

—Me pediu para fingir ser sua namorada pra aumentar seu ego na frente dos seus amiguinhos babacas. – Ela pulou da mesa e começou a andar de um lado pro outro. – E eu não sei por que aceitei essa loucura. Quero dizer, quão desesperada eu estava? Sou perfeitamente capaz de estudar e entrar na droga da faculdade sozinha! – ela riu sem humor.

—Eu... – Percy começou.

—Ainda não acabei. Não estou dizendo que tenho sentimentos por você, Jackson, mas finalmente percebi quão mesquinho e egoísta esse nosso joguinho é e não posso continuar com isso. Me desculpe, mas eu não posso – ela suspirou e deu as costas para a porta, ficando de frente pra ele.

A expressão da garota era a mesma que alguém preso num buraco a noite toda teria, uma mistura de preocupação e desespero. Annabeth continuou encarando-o e ele percebeu que ela esperava que ele dissesse alguma coisa.

—Isso quer dizer que...?

—É. Estou acabando com o nosso acordo. Vivo te dizendo pra ser uma pessoa melhor quando nem eu mesma me esforço para ser – ela abriu a porta – e diz pra sua mãe que não vou poder te dar mais aulas – ela parou como se fosse dizer mais alguma coisa mas saiu e fechou a porta.

Percy perdeu a noção de quanto tempo ficou parado tentando assimilar o que a loira dissera. O que acabara de acontecer não fora uma conversa. Muito menos uma discussão. Ela falara. Ele ouvira.

—Essa garota é completamente louca – ele disse em voz alta.

Mas essa garota completamente louca acabara de deixá-lo com muitas dúvidas sobre si mesmo. Algo dentro dele parecia querer pular para fora e obrigá-lo a ir atrás dela. Ele sentia o coração disparado e uma tristeza estranha, bem lá no fundo do estômago.

Como se acordasse de um transe, ele correu para a porta. Olhou para os dois lados e nem sinal dela. Percy correu de volta para a festa, procurando Annabeth em todo canto. Quem ele achou foi Nico conversando com Thalia. Grande prêmio de consolação, pensou.

—Ei, cara, tem um segundo? – ele apertou o ombro do primo.

—Não dá pra pedir um segundo mais tarde? – Nico fez uma cara irritada.

—Não.

Thalia tirou o celular da bolsa, leu alguma coisa e franziu a testa.

—Ah, merda... por que vocês dois simplesmente não ficam juntos de uma vez? – Thalia reclamou, olhando para cima. – Pode ir. Também preciso resolver minha parte.

Nico e Percy foram até o terraço da escola, que era tecnicamente proibido para todo e qualquer aluno, e se sentaram na borda.

—Que droga, cara! Nem sei por onde começar – Percy atirou uma pedra no gramado, lá embaixo.

—Tudo bem, então eu começo. – Nico cruzou os braços – Acho que estou começando a gostar de verdade da Thals. E tudo bem, porque eu acho que ela também gosta de mim, mas o Jason não parecer concordar. Ele me olha como se eu não fosse digno. O que eu faço?

Percy olhou para ele, ignorando o aperto no peito – que parecia ir subindo cada vez mais – por um momento.

—Pode começar parando de implicar com o coitado do Frank. Você conhece o cara a anos e sabe que ele não faria mal a uma mosca, muito menos pra sua irmã.

—Eu sei, é que... a Hazel já sofreu tanto, cara. Meu instinto me diz para protegê-la. Ela parece tão frágil, mas é tão forte. Tudo bem, chega dos meus problemas, o que aconteceu?

—Acho que a Annabeth meio que terminou comigo – ele suspirou.

Percy contou a história toda para Nico, desde o dia que se recusara a dizer o que Annabeth estava fazendo na casa dele e ele propôs o acordo.

—Você é idiota, Perseu? – Nico gritou e colocou uma mão no rosto, em sinal de frustração.

—Sou. Se isso acontecesse com qualquer outra garota em qualquer dia eu não iria nem ligar. Talvez ficar um irritado. Mas assim que a Annabeth saiu daquela sala tem um ser invisível corroendo meu estômago aos poucos e sussurrando maleficamente para eu ir atrás dela ou vai arrumar uma faca e me cortar por dentro bem devagar.

Percy respirou fundo. Ele tinha finalmente conseguido encontrar um jeito de dizer isso.

Nico ficou um bom tempo sem dizer nada.

—Cara, você tá tão ferrado – ele riu.

—Ah, muito obrigado, Nico. Já que é pra rir de mim eu devia eu ter chamado mais gente, assim eles também poderiam ter o prazer.

—Calma, Ariel. É verdade. Você tá apaixonado, meus parabéns, bem-vindo ao terror do jovem do século vinte e um e bla, bla, bla. Vai logo atrás dela, Percy. Fala alguma coisa, pelo menos. Não acredito que estou tendo essa conversa com o meu primo idiota que está com uma nova namorada a cada mês...

—Quando eu tiver tempo para pensar volto aqui para te xingar – Percy se levantou e saiu correndo escada abaixo.

Annabeth

—Annie? – Annabeth ouviu Thalia chamar.

Annabeth tinha entrado numa sala de aula vazia no segundo andar e se sentado no chão, no fundo da sala. Ficara sentada só com a luz do celular por alguns minutos até decidir mandar uma mensagem para Thalia.

A amiga se sentou na frente dela e esperou. Annabeth contou detalhadamente toda a história, sendo interrompida por Thalia de tempos em tempos apenas para ignorá-la e continuar.

—Você é meio louca, mas eu já sabia disso. Annie, se precisava de dinheiro era só ter me dito. Te daria o prazo que quisesse para pagar, idiota. Pelo menos alguém usaria o dinheiro que meu pai coloca na minha conta pra algo bom.

—Você não entende, Thals...

—Orgulhosa – Annabeth apontou a luz do celular para o rosto de Thalia e a viu mostrar a língua. Thalia era a única pessoa com mais de cinco anos que Annabeth conhecia que fazia isso. – E aí, você gosta dele?

—Eu não sei – Annabeth levantou as mãos – não é como se ele fosse a melhor pessoa, mas não é tão ruim quanto parecia. E me sinto mal por esse tempo fingindo.

—Bom, você pode decidir enquanto bebe o delicioso ponche sabor morango e um acréscimo de vodka, cortesia dos Stoll – Thalia se levantou e estendeu a mão para ajudá-la.

—Meu Deus, Thalia, acabei de me abrir pra você e tudo em que você pensa é me embebedar.

—Querida, deixei o boy sozinho para vir te consolar. Se queria ouvir “mas você ama ele? Quer ter bebês com ele?” – ela afinou o tom de voz – deveria ter chamado a Hazel, ela diria esse tipo de coisa. Eu te levaria num show do Green Day, mas nem álbum eles estão lançando, imagina show... Anda logo.

Percy

Uma volta em todo o primeiro andar depois, Percy deu de cara com Thalia na escada, seguida por Annabeth.

—Ah... oi – Annabeth murmurou.

—E eu estou saindo. Faz o que eu te falei – Thalia piscou para eles e saiu. – Ah, e onde está o garoto que eu te emprestei?

—Ele estava no terraço – Percy disse sem tirar os olhos de Annabeth.

—E aí? Aproveitando a noite? – ela perguntou, olhando de um lado para o outro.

—Dessa vez eu estava pensando e... – ele parou. Tinha mesmo certeza do que estava fazendo? Ela provavelmente riria dele. Percy limpou a garganta – E eu acho que você é uma pessoa legal.

Pessoa legal? Vamos lá, Percy, você já foi melhor! ele gritou consigo mesmo em pensamento.

—Já sei. E você realmente quer ser meu amigo. Por mim tudo bem, mas não vou ficar indo na sua casa dia sim, dia não, saiba disso.

Não, era o exato oposto disso. Mais uma vez, ele só pensou. O que ele estava fazendo? Isso nunca acontecera com ele antes.

Mas ela parecia estar falando sério.

—Isso. Vamos ser melhores amigos pra sempre. Só amigos. Quer beber alguma coisa? – ele disse.

—Sim – ela abriu um sorriso pequeno.

—Primeiro as damas – ele apontou o corredor.

Enquanto ela passava, ele se amaldiçoou e a seguiu.

 

Comparado a todos os bailes em que já fora em toda sua vida, Percy saiu desse extremamente cedo, um efeito colateral de estar com Annabeth, pelo visto. Um pouco depois das três da manhã, ele e Annabeth saíram do ginásio.

Percy estacionara longe do estacionamento da escola, conhecia muito bem adolescentes bêbados para arriscar o carro, principalmente com os pais fora da cidade e de jeito nenhum pediria dinheiro para Poseidon.

A rua estava escura, o cenário perfeito para um assalto ou ninjas voadores vindos do espaço aparecerem. Eles estavam andando rápido e Percy quase caiu quando Annabeth parou abruptamente.

—Ouviu isso?

—Isso o que? – Percy tentou ouvir.

—É um choro de bebê – ela sussurrou e começou a andar na direção de um terreno vazio perto de onde estavam.

Percy ouviu o barulho. Ele se lembrava muito bem de quando Alec era bebê para não lembrar.

A garota se ajoelhou ao lado de uma caixa e tirou um bebê – sim, um bebê – de lá. Uma menina, provavelmente tinha menos de um ano, vestida num macacão rosa e envolta em cobertas da mesma cor, piscava para eles ainda chorando.


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Notas finais do capítulo

Eu sei. Sorry.
Sou tipo a vida, meus amigos, alimento suas esperanças só pra tirar depois.
Antes de mandarem os exércitos altamente armados pra minha casa lembrem-se que amo vocês ♥
Sério, não me matem.
Podem reclamar, soltar os cachorros, eu mereço.
Bjss ♥ ♥



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