Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 15
The Sleeping Beauty


Notas iniciais do capítulo

Olá, terráqueos!
Estou tentando fazer com que o Percy e a Annie se decidam logo, então me desculpem se ficar meio confuso, okay?
Boa leitura.



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Percy

 

—Quem deixaria um bebê no meio do nada? – Percy perguntou.

—Alguém louco, ela é tão fofinha – Annabeth disse, deitou a menina no colo e vasculhou a caixa. Ela tirou uma folha de caderno dobrada e leu em voz alta – “O nome dela é Aurora. Tome conta dela.” É só isso – ela olhou o outro lado do papel – não tem mais nada.

—O que a gente faz agora?

—Vamos ficar calmos. O que minha mãe me diria pra fazer? - Percy se virou e começou a andar de um lado para o outro.

—E se a gente ligasse pra polícia? Não, não vamos levar pra polícia, quem sabe o que podem fazer com ela nesse horário. Todo mundo tá com sono... - Annabeth enfiou a folha na bolsa e se levantou. - Está congelando aqui, me dá seu paletó.

—Eles iriam achar que somos os pais ou sequestramos ela... - ele entregou o que ela pedira e pegou o celular. - Já sei. A gente liga pra minha mãe e ela resolve isso.

Percy discou o número e ligou. Esperou e esperou mas ela não atendeu. Nem Paul. Muito menos Athena. O garoto passou então para o plano B.

—Tyson? - ele quase gritou.

—Ele desmaiou no sofá, Percy. Algum problema? - Ella perguntou em tom baixo.

—Problema? - ele se virou para Annabeth - Por que teria algum?

—Bom, são quase três da manhã.

—Claro - ele fingiu uma risada. - Só por curiosidade, se eu encontrasse alguma coisa, tipo um bebê, no meio da rua agora, o que eu deveria fazer? Hipoteticamente.

—Vou fingir que não é a pergunta mais estranha que já me fizeram. Você deveria levar ele pra casa e esperar até o dia seguinte. Eu acho. Por que?

—Trabalho da escola. Valeu, Ella - Percy desligou. - Ela disse pra gente levar o bebê pra casa e esperar amanhecer.

—Tudo bem, me deixa em casa e nos falamos de manhã - Annabeth começou a balançar a menina, que parou de chorar de vez.

—De jeito nenhum. Minha casa tem coisas de criança, eu levo ela.

—Fala sério, Jackson. Você não consegue nem tomar conta de si mesmo, imagina de um bebê!

Eles voltaram a andar em direção ao carro. A temperatura parecia cair a cada minuto.

—Sei sim - foi a melhor defesa em que conseguiu pensar.

Aham.

—Proponho um acordo. Todos nós vamos pra minha casa. Fim de briga. Não é, Aurora? - ele sorriu.

A menina deitara a cabeça no ombro de Annabeth e segurava um dos cachos dela entre os dedos. Percy sentiu inveja dela e se repreendeu por isso, precisava esquecer essa ideia.

Ela apenas olhou para ele, provavelmente não sabia falar ainda.

—Aurora concorda - ele apertou o botão para desativar o alarme do carro e abriu a porta. - Eu seguro ela enquanto você entra.

Annabeth protestou, mas fez o que ele tinha pedido.

A casa estava completamente vazia. Até mesmo Dorothea, que estava sempre ali, tinha tirado o fim de semana de folga para visitar a irmã.

Percy acendeu as luzes e prometeu achar algo para a menina comer que não a envenenasse, enquanto Annabeth subia até o quarto de Paul e Sally para dar banho nela, já que os pais dele tinham uma banheira.

—Meu Deus, Jackson, você é um péssimo cozinheiro. A garota nem pode comer isso - Annabeth entregou Aurora nos braços dele e foi vasculhar a geladeira, ignorando o macarrão que ele fizera.

Eles deram leite para a menina, Annabeth se sentou num dos bancos ao lado do balcão e segurou a menina, que se agarrava à mamadeira como se fosse oxigênio.

O telefone tocou e Percy correu até a sala para atender. Quem ligaria a essa hora?

—Alô?

—Filho?

Percy tampou o telefone e murmurou a palavra droga várias e várias vezes. Era o pai. Não Paul, o pai biológico, Poseidon. O que só ligava quando precisava de alguma coisa, geralmente que fosse a algum evento. Normalmente Dorotheia atenderia e Percy diria que estava dormindo para não precisar falar. Agora ele já tinha atendido.

—Que foi? - perguntou sem fazer esforço algum para esconder a irritação.

—Liguei para saber como você está.

—Nós dois sabemos que não foi por isso. Estou meio ocupado, podemos ir direto ao ponto?

—Sua mãe está? - Poseidon pigarreou.

—Ela tá aí em Los Angeles, pai - ele revirou os olhos. Percy tinha certeza que o pai ainda nutria sentimentos pela mãe, mesmo os dois sendo casados com outras pessoas.

—Tudo bem. Pode avisar a ela que estarei aí na quarta-feira? E eu gostaria que nós dois pudéssemos sair juntos. Um programa de pai e filho - era evidente que Poseidon tentava soar descontraído.

—Você não parecia disposto assim quando eu realmente queria sair - Percy sussurrou. - Tudo bem - Percy foi interrompido pelo grito de Annabeth - nos falamos na quarta, então.

—Eu ligo depois... isso é choro de bebê?

—É a TV. Tchau, pai - Percy desligou o telefone e correu de volta para a cozinha.

Pelo visto o momento de paz acabara. Aurora - que era um nome que fazia Percy se lembrar de Jason, por razões nem tão misteriosas assim - chorava ainda mais do que no momento em que a tinham encontrado.

—Já vi que não vamos dormir hoje. Vamos pra sala tentar desenhos - ele sugeriu.

Eles tentaram de Peppa Pig a Power Rangers, parecia impossível fazê-la parar.

—Tá sentindo esse cheiro? - Annabeth perguntou.

A televisão exibia a imagem do Ben 10.

—Eca. Ai meu Deus - Percy se desesperou - ela fez cocô.

—Pelo amor de todos os deuses do Olimpo, me diz que você tem fraudas - Annabeth afastou a garota do colo.

—Por que eu teria fraudas?!

—Não era você que tinha coisas de criança em casa?

—Coisas tipo brinquedos e aquela mamadeira, não fraudas - o garoto se levantou.

—Que seja, vamos limpar ela e comprar fraudas.

Os dois correram para o banheiro com a menininha e passaram os minutos seguintes discutindo quem iria limpar. Annabeth ganhou o direito de segurá-la enquanto ele fazia o trabalho pesado.

Eca, eca, eca— ele dizia sem parar.

Annabeth mantinha o rosto virado com uma careta, mas lhe concedeu o prazer de virar a cabeça para Percy e rir da situação.

Hahaha— ele mostrou a língua - muito engraçado, senhorita "Não Posso Ter Cocô Entre As Unhas".

—É verdade - ela sorriu.

Annabeth encontrou uma calça preta que devia ter sido de Alec. Não serviu de verdade, ficou um pouco grande em Aurora, mas era melhor do que a antiga, cheia de cocô.

Eles saíram em busca de algum lugar que vendesse fraudas às quatro da manhã.

Percy estacionou na frente de uma farmácia de plantão e deu a volta para abrir a porta.

—Bela combinação de roupas - ele riu.

Annabeth tinha pegado um vestido de Sally e um casaco e um par de tênis de Percy, que ficavam enormes nela.

—Posso te dar dicas de moda quando tiver certeza que a Bela Adormecida aqui não vai fazer xixi em mim.

Aurora brincou com o cabelo da loira durante todo o tempo em que eles procuraram por uma frauda que lhe servisse. Pegaram um pacote que parecia bom e foram para o caixa.

—É de vocês? - o homem que os atendia perguntou. Não devia ter mais de vinte e cinco anos.

Os dois levaram um tempo para entender que ele falava do bebê.

—Ah! Não! É do... irmão... dele - Annabeth forçou um sorriso.

—Jura? Parece muito mais com você - ele disse para Annabeth.

—Meu irmão é casado com a prima dela - Percy deu de ombros. Esperava que aquele cara se desse por satisfeito logo.

Felizmente, ele passou as compras e eles puderam ir embora. A paz reinou por uns cinco minutos depois que eles colocaram a frauda na garota. E ela voltou ao espetáculo. Levaram-na para a sala e ligaram a televisão de novo. Percy perdeu a noção de tempo no meio dos resmungos dela. Não queria ter filhos tão cedo. Definitivamente.

—Finalmente acabou não é, Annabeth? - ele sussurrou, se referindo ao filme que viam.

Ela não respondeu e ele se virou para ela. Annabeth dormia, com a cabeça torta, encostada no sofá. Aurora agarrara uma mão dela e também dormia, no colo da loira.

Por alguns minutos o garoto não conseguiu tirar os olhos da colega, por mais que tentasse, eles acabavam focando na direção dela. Foi então que percebeu o grande erro que cometera antes, deixando-a ir. Que tipo de garota se preocuparia tanto com um bebê estranho a ponto de preferir esperar o dia clarear para ter certeza que ele não seria maltratado?

Que tipo de garota aceitaria um acordo com um cara maluco só para garantir o futuro do irmão mais novo?

Que tipo de garota terminaria uma relação que nem mesmo havia começado só porquê lhe parecia egoísta?

Outras pessoas pensariam em vários nomes, mas Percy só podia pensar em um. Annabeth.

—Ah, merda. Odeio de verdade quando o Nico tá certo.

Percy se levantou sem fazer barulho, entrou num quarto de hóspedes e pegou cobertores. Ele voltou para a sala, pegou a garotinha no colo, cobriu Annabeth, sentou de novo, colocou Aurora no sofá, com a cabeça apoiada no colo dele e a cobriu também.

Percy, não dormiu, apenas ficou olhando Annabeth, desviando os olhos para a garotinha em seu colo de vez em quando. Observou por tanto tempo que percebeu a pequena cicatriz branca que Annabeth tinha do lado direito do queixo. Ele precisava urgentemente de um plano.

Percy mandou uma mensagem para a mãe com o recado de Poseidon. Então baixou um jogo de perguntas e ficou naquilo até amanhecer.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Aceito sugestões, vejo vocês nos comentários.
Beijoss ♥



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