Quando a distância é grande de mais escrita por CCris


Capítulo 3
A volta de Doug


Notas iniciais do capítulo

Doug meche os pauzinhos para ficar mais próximo de Sara.



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— Quer conversar?

— Agora não posso, tenho que ir ao trabalho. Quem sabe quando vier pra cá.

— Ótima ideia, mas posso te ligar amanhã?

— Tudo bem!

Sara resolve ocupar bastante sua mente, até mesmo porque sabia que Fin tinha notado seu estado de espírito antes mesmo de Gil terminar com ela. Por sorte ela não teve que trombar muito com seus colegas de trabalho já que Russel lhe dera um solo, ao fim do expediente ela se despede de todos como de costume para assim manter sua falsa imagem de normalidade.

Ao entrar no carro seu celular toca, é Doug.

— Oi Doug!

— E ai? Como você está? Melhor?

— Um pouco.

— Vocês terminaram?

— Sim.

— Sinto muito Sara.

— Eu também.

— Posso ser um bom "escutador"...

— Eu só não quero remoer tudo, mas quando estiver pronta pra conversar a respeito você será o primeiro com quem irei falar.

— Mesmo?

— Não disse pra ninguém ainda, meio que fico esperando que ele volte a me ligar e pedir perdão e então tudo fique como estava antes.

— E o “como estava antes” te fazia feliz?

— Acho que sim, saber que ele era meu e eu dele me dava a felicidade que eu precisava.

— Me desculpe se estiver sendo metido Sara, mas quando visitei vocês e toquei no nome dele você mostrou um olhar perdido, não creio que estivesse de fato feliz, mas sim conformada.

— Bem, pra mim funcionava da mesma forma.

— O problema é que mais dia ou menos dia você poderia dizer um sim a um convite como o que eu te fiz e ai sim você se daria conta o quanto não estava realmente feliz.

— Parece até ele falando sabia? Nunca trairia Gil.

— Eu sei, mas mesmo assim você não pode prever o que determinadas situações podem fazer com você. Não estou dizendo que sua separação é boa, só quero abrir seus olhos para que você possa se valorizar mais. Você é uma mulher forte, decidida, independente e linda que se submeteu a migalhas.

— Não diga isso Doug!

— Desculpe Sara, não tive intenção de te ferir ou ofender.

— Eu entendo sua preocupação Doug, mas sinto que meu relacionamento com Gil não chegou ao fim definitivo.

— Torço para que você esteja certa e que assim possa ver aquela garota com brilho nos olhos que me lembro de alguns anos atrás.

— Obrigada Doug.

— A propósito, já marquei meu voo, estarei ai na segunda.

— Onde vai se hospedar?

— Ainda não sei, mas assim que chegar por ai te aviso.

— Por favor!

— Até mais Sara. Fica bem tá!

— Até Doug.

Desligou o telefone se sentindo um pouco mais leve, apesar de achar que não falar diminuiria a dor, foi falar que lhe confortou um pouco. Desde de o termino não ligará para Grissom e decidira não o fazer, já tinha lutado muito por eles e se sentia completamente cansada de tanto correr atrás. Foi para casa e dormiu com auxilio de comprimidos novamente.

O fim da semana passa monotonamente, Sara resolveu não comentar com seus colegas e tentar ao máximo agir normalmente, pediu a DB que sua folga fosse colocada para segunda-feira, não lhe deu motivos e ele também não os pediu, porém sua ideia era ir buscar Doug no aeroporto e ajudá-lo a se hospedar.

Chegando Segunda ela fica no aeroporto a espera de seu amigo, não sabia bem o porque, mas ele era a única pessoa com quem ela conseguia se sentir bem depois da separação com Grissom e estava ansiosa para revê-lo. Ficou a sua espera, ele estava demorando e começou a se preocupar, até que ele surge no seu campo de visão todo sorridente.

— Ei Sara! – Diz e a abraça forte depois dando um beijo em seu rosto.

— Doug! – Fala depois de se separar dele fazendo uma careta para lhe repreendê-lo pela intimidade. Ele levanta os braços ainda sorrindo sinicamente em forma de rendição, o que arranca dela uma leve gargalhada.

Depois de encontrar um local para se hospedar ele a convida para almoçarem juntos e acabam por passar a tarde inteira juntos, entre almoço, passeios e por fim ele a acompanha até sua casa.

— Ual! Sua casa é enorme.

— Verdade, as vezes grande de mais para uma pessoa só. – Diz com um sorriso triste.

— Posso entrar? – Sara o encara por um instante querendo desvendar qual era sua real intenção naquilo.

— Não creio que isso signifique para você o mesmo que significa para mim. – Diz por fim e baixa a cabeça.

— Ok! Então pode sentar um instante aqui na sua calçada comigo? – Ela o olha sem entender.

— Doug...

— Prometo que só quero conversar – Diz cruzando os dedos na frente da boca.

— Tudo bem, vou pegar umas cervejas então.

— Ótimo! – Diz e senta na calçada da casa.

Sara ri do jeito dele e sai para pegar as cervejas, alguns minutos depois ela volta com duas garrafas de cerveja. Ela senta ao seu lado e lhe entrega uma das garrafas, passam uns dez minutos em pleno silêncio, apenas aproveitando a brisa noturna do bairro de Sara.

— Eu preciso te dizer algo Sara.

— Eu sei, só que não posso deixar que estrague nossa amizade!

— Não vou, eu prometo. – Ele se senta mais de frente pra ela cruzando uma perna em borboleta. – Você sabe que não quero ser só seu amigo certo?

— Desconfio! – Ela permanece com o olhar no horizonte e responde seriamente tentando não demonstrar muitas emoções.

— Eu gostaria de que você pelo menos tentasse me deixar tentar, se é que me entende.

— Doug, eu estou a muitos anos em uma relacionamento que pela maior parte desses anos foi conturbado e inconstante, porém foi real, foi bom, e eu o amo. Independente de ele ter me deixado ou não, não é o sentimento que possa ser facilmente esquecido ou substituído.

— Mas você gosta de mim?

— Não da forma como você quer.

— Mas poderia passar a gostar! Não quero que hoje você se declare pra mim e diga que me ama, mas muitos dizem que só se cura um amor com outro... Quem sabe eu possa ser esse outro.

— E se eu te magoar? Não quero te fazer acreditar em algo que não existe.

— E não vai, eu sou adulto Sara, sei onde estou me metendo, assim como sei o que estou arriscando conseguir.

— Que seria? – Diz olhando para ele.

— Não sei ainda... – Se ajeita novamente ao lado dela e lhe da um beijo no rosto em seguida se levantando. – Tenho que descansar, te vejo amanhã?

— Amanhã vou trabalhar!

— Você terá um colega de trabalho novo não sabia?

— Como assim?

— Surpresa! – Sai sem explicar nada a deixando na calçada ainda sentada, ao chegar a porta do carro olha pra ela com um sorriso no rosto e pisca pra ela, Sara não aguenta e começa a rir da audácia de seu amigo.

Ele vai embora e Sara resolve ficar mais alguns minutos aproveitando a brisa da rua e o silencio da noite, coisas raras de se ter quando se mora em Vegas, ficou pensando na proposta de Doug sabia que não esqueceria Gil, provavelmente nunca esqueceria ele, porém se sentia tão bem ao lado de Doug que estava tentada a dar uma oportunidade a si mesma de poder quem sabe se apaixonar de novo.

...

No dia seguinte Sara chega e dá de cara com Doug na sala de descanso conversando animadamente com seus colegas de trabalho, lembrou da surpresa que ele prometerá. Quando a avistou ele levantou-se e foi a seu encontro o que chamou atenção de todos já que ele estava sendo o centro das atenções naquele instante, se aproxima dela e a entrega um crachá que dizia: CSI nível 3, consultor interno especializado em terrorismo.

— Como...

— Não faça cara de surpresa, sabe que eu sou rápido!

— Convencido!

— Meu pai resolveu contratá-lo por seis meses para trabalhar conosco Sara! – Diz Morgan.

— Nossa! Parabéns! – Dirigi a ele um sorriso que era um misto de medo e alegria, alegria porque até então ele estava sendo sua melhor companhia, e medo do que poderia se desenrolar desta convivência.

Russel que estava sentado assistindo a toda a conversa levanta e cumprimenta a todos:

— Boa noite gente, vamos ao trabalho agora, deixem as comemorações pra outra hora! – Rapidamente dividi os casos e Sara pega um caso junto de Nick, Doug com Morgan e Fin, Greg com Russul.

Sara e Nick chegam ao local de crime, onde uma casa foi invadida e uma garota foi violentada, a garota já tinha sido levada para o hospital, estava com uma lesão na cabeça devido a um golpe que o criminoso usou para submetê-la e com os usuais machucados de vitimas de estupro, Sara nunca gostava desses casos, mas a muito não se abalava. Entram na casa e começam a processar a sala que era forte candidata a ponto de entrada do criminoso, Sara estava se organizando com seu kit quando Nick a aborda:

— Ei?

— Hum?

— O que há entre você e o bonitão?

— Não começa Nick! Quantas vezes vou ter que explicar pra vocês que eu e Doug somos apenas amigos?

— Não sei se Grissom iria gostar da forma como o seu AMIGO te trata.

— Não sei lhe responder quanto a isso. – Diz e sem controlar planta uma expressão triste que não passa despercebida por Nick.

— Alguma coisa tá acontecendo entre você e Grissom? Já faz alguns dias que te vejo muito acuada, foge de sair conosco e nem puxa muita conversa sobre suas folgas que geralmente você acumula pra passar com ele...

— Nick, me passa um cotonete? – Diz desviando o olhar dele e apontando para uma gota de sangue no chão.

— Ok! Não quer falar não fala, mas eu sei que tem alguma coisa errada e não gosto nem um pouco do que esse cara pode ter há ver com o errado!

Sara fingi não ouvir e continua a trabalhar...


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Notas finais do capítulo

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