The real heroes never die escrita por AleyAutumn


Capítulo 4
Um teste de familia




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Um teste familiar

Thery franziu o cenho quando a agulha abandonou o seu braço, sua cabeça pendeu para o lado e ela mordeu os lábios olhando avaliativa para a pessoa que retirava seu sangue, ela achava que já havia retirado mais do que o suficiente.

— Tudo bem, prontinho. – o algodão foi posto no local e ela se levantou imediatamente e saiu da sala em passos longos dando de cara com Dean na recepção.

— Devido a sua urgência esse exame ficará pronto em até uma semana. – resumindo, graças ao suborno ele ficará pronto em uma semana – Pode recolher o exame aqui ou o consultar no nosso site com esse código. – mostrou para o loiro que apenas deu um sorriso breve e se virou para a loira a puxando para fora do local.

Os dois passaram a caminhar sob o sol quente da manhã, Dean apenas lia o cartão desinteressado com o nome da clínica enquanto a jovem ainda pressionava o algodão no braço o olhando de lado.

Espero envelhecer bem como ele.— pensou o olhando novamente.

— É assim que tudo se resolve? Onde é a casa de vocês?- ela perguntou se sentando no banco de trás e Sam acordou imediatamente vendo onde eles estavam e dando de ombros.

— Nós não temos casa minha querida, somos nômades. Se acostume. – Dean ligou o carro e deu a ré rapidamente enquanto arrancava com o carro, ansioso para encontrar algo para comer.

— Você não tem um QG por ai ou algo assim? Não param nunca? – perguntou assustada, ela não sabia se um dia poderia conseguir se adaptar a isso.

— Nós temos um QG só não ficamos nele com muita frequência, mas vamos ficar por lá por algum tempo, pelo menos até você ser devidamente treinada. – o moreno falou de maneira desgostosa, ele não queria isso, mas teriam que fazer.

Ele não queria que ela tivesse o mesmo fim terrível que Mary e Jess, ela não merecia isso, na realidade ele acreditava que ninguém merecia um fim desses. Talvez Thery se desse bem com  esse novo mundo e se tornasse uma grande caçadora, ou talvez uma pesquisadora os ajudando por fora, assim estaria mais segura e não precisaria se envolver completamente no mundo deles.

— Aquele carinha gordinho, fofinho... é seu avô? – Dean riu de maneira audível, gargalhou e suspirou.

— Bobby é um grande amigo. – Sam respondeu e repreendeu o irmão com um olhar. – E não o chame assim, pelo menos na frente dele.

— É sim, logo você vai conhecer ele melhor e vai decidir por si mesma, se o considera um amigo ou um velho chato maluco.

A jovem resmungou baixo e rolou os olhos e encostou a cabeça na janela olhando o cenário se passar, ela se quer sabia para onde estariam indo. Talvez sua nova vida não fosse tão terrível assim, talvez eles fossem duas pessoas boas e não dois assassinos malucos que tentariam tirar a vida dela. Haviam mil hipóteses em sua mente, ela só queria saber a verdadeira. Só queria sanar as suas dúvidas e finalmente decidir se deveria ficar tranquila ou se deveria ter medo dos dois.

— Então... o que vocês realmente fazem?

— Nós caçamos aquelas coisas, matamos... exorcizamos.

— E existem só aquilo? - se lembrou dos olhos completamente escurecidos.

— Não. Demônios, anjos, fantasmas, bruxas, ceifadores, wendigos... e mais algumas coisas.

— Informações demais. - reclamou.

— Vai ter tempo pra se preparar depois. - Sam tentou a confortar - Como sabia da rota alternativa da prisão? Dean a bloqueou a tempo, tinha mais deles tentando entrar por lá.

— Jason era agente penitenciário. - ele arqueou a sobrancelha - Meu pai. - sussurrou se encostando no banco e fechando os olhos - Onde estamos indo?

— Para a casa de Bobby Singer, em Dakota do Sul.

— Onde eu serei treinada? - debochou, ela não precisava disso - Se for para ser de maneira desorganizada como foi ontem é melhor eu nem ser treinada.

— Olha só se você ficar me enchendo o saco sobre como eu comando uma equipe eu vou meter a mão na sua cara. - ela riu da maneira exaltada com a qual Dean se dirigiu a ela.

— Ok. Tudo bem. - fechou os olhos se lembrando de Jason e Camille, ela realmente sentia muito e torcia para que uma única vez na vida o irmão de Camille fizesse algo pelos dois.

°°°°°

— Anda logo. - Dean gritou e a garota correu atrás dele com toda sua velocidade.

Ele havia vencido, ela viu isso, mas o homem com o qual Dean jogava poker por dinheiro não aceitou a perda do jogo e isso a irritou profundamente, Dean preferiu roubar o dinheiro e correr ao invés de surrar o safado mentiroso.

— Isso foi um tiro? - ela gritou ao lado de Sam quando ouviu o barulho e se agitou mais ainda.

— Lata de lixo? - os três olharam para trás e a garota apressou o passo e os ultrapassou passando por cima do carro estacionado e os deixando para trás, ela realmente não se interessava em saber o que era.

— Para que tanta pressa? - Dean questionou e então ouviu o latido se virando e vendo um imenso rottweiler que corria atrás deles.

Enquanto os dois corriam Thery se ocupou de entrar no carro e se trancar no local com os olhos arregalados enquanto tentava entender em que tipo de confusão havia se metido. A loira soltou uma risada vendo os dois irmãos correrem desviando dos dentes dos cachorros, a jovem pulou para frente e apertou a buzina chamando a tenção do cão por breves segundos. Era oficial, eles não sairiam de cima daquela lixeira por nada. Thery rolou os olhos e se abaixou pegando o extintor de baixo do banco, saiu do carro e apertou com força como o informado vendo a nuvem branca e espessa ir para cima do cachorro que fugiu ganindo permitindo que os dois irmão saíssem de cima da lixeira. Ela arqueou a sobrancelha.

Eles falaram sério quando disseram que caçavam monstros? — se questionou e decidiu irritar Dean.

— Oque seria de vocês sem uma menina de 16 anos? – riu baixo e voltou para o carro se sentando no local onde estava passando toda a viagem.

Ela sabia que uma hora ou outra Dean se cansaria e acabaria matando o animal, isso e o dono dele não aparecesse o os pegasse.

Os dois se encararam envergonhados e suspiraram entrando dentro do carro tentando conter a irritação, Dean bufou. Ele deveria ter atirado naquele homem, a menos o ameaçado. Decidiu sair logo antes que ele voltasse junto do sarnento babão. Thery deu de ombros sem se importar e abriu o pacote que havia roubado da mesa do ladrão do poker, sorriu ao ver o imenso hambúrguer extremamente calórico e o avaliou procurando por algo que indicasse que não deveria o consumir, deu de ombros e o mordeu despertando a atenção de Sam imediatamente.

— Oque?- perguntou incomodada com o olhar repreensivo e Dean rolou os olhos já sabendo todo o discurso que ele sempre fazia.

— Oque? Isso aqui tem muitas calorias que podem te fazer mal, afinal você estava internada, acabou de sair do hospital.– a jovem rolou os olhos.

— Deixe-a em paz Sam, você sabe que crianças precisam desse tipo de comida.

— Refere-se a você? – a jovem questionou e Sam riu negando com a cabeça ao ver que o questionamento dela doeu em Dean, o moreno apenas os avaliou vendo que os dois agiam como duas crianças birrentas.

°°°°°°

Em menos de 32 horas Thery já sentia uma criminosa apenas andando com os dois, aquele assunto sobrenatural não saia de sua cabeça por nada, mesmo tendo visto ela não estava totalmente convencida e não via a hora de chegar no QG ao qual eles chamavam de “casa do Bobby” e vasculhar tudo o que pudesse e não pudesse, ela estava extremamente curiosa com essa novidade e um tanto amedrontada com esses seres.

A jovem tossiu e olhou para Dean que dormia no banco do passageiro, para ela era mais do que óbvio que eles estavam a vigiando para que não fugisse dos dois, eles não paravam... sempre revezavam a direção do carro evitando que ela ficasse completamente sozinha, isso a fez dar de ombros. Thery não estava muito preocupada com a sua própria vida, para ela era fácil fugir dos dois, eles poderiam parar com o carro em um semáforo e ela correria para longe entrando em um local que fosse inacessível para o carro e se esconderia até achar que estava segura. Sabia que não era muito rápida, por isso se fosse fugir ela teria que correr quando Dean estivesse dormindo em um sono profundo que o desnorteasse, afinal ele era bem mais rápido e ágil que Sam e a alcançaria com facilidade.

— Sabe, pode parar de pensar em como vai fugir de nós. – o moreno a desvendou – Não somos pessoas rins.

— E eu entendi muito bem que eu estou condenada não é? Ei tio Sammy, eu não me importo. – ela riu – É só não me jogar em uma cabana feia e velha na floresta que estaremos de bem um com o outro. – a jovem passou as mãos pelos cabelos de Dean com inveja vendo o quão macios eles eram mesmo que ele não cuidasse deles.

— Tudo bem, só não me chame de Sammy. – ele pediu rindo.

— Ok Sammy. – ela o ignorou.

Quando Dean acordou ficou surpreso ao não ouvi absolutamente nada dentro carro, o loiro abriu os olhos e olhou para os lado apenas para constatar que o Impala estava completamente revirado e não havia sinal algum de Thery e nem de Sam. Ele ficou alerta ao ver as portas abertas e saiu apressado as fechando e se surpreendendo ao notar pela primeira vez a casa em chamas, ele não precisava de muito para saber o que tinha acontecido, Sam estava sumido e Thery corria pelo gramado de um lado para o outro olhando a casa. A loira prendeu o cabelo e ele correu a segurando com força e puxando para longe quando um pedaço da fachada caiu quase a acertando.

— Sam está lá? – ela acenou com a cabeça e ele viu duas pessoas no gramado desacordadas, uma adolescente e um homem.

— Disseram que tem duas crianças lá. – ela avisou e suspirou quando Sam apareceu apenas com um menino no braço.

Thery ergueu os olhos vendo a figura na janela e aproveitando que Dean estava distraído escalou a árvore e saltou a janela caindo dentro do quarto vendo que o chão cedia, olhou desnorteada e correu até o berço pegando o bebê que estava chorando com fúria, olhou para os lados sabendo que não poderia descer, o andar de baixo não existia mais. Ela o embolou com cuidado e desviou da imensa poça de sangue ao qual ela não entendia o que fazia ali visto que não tinha um corpo, sem tempo para pensar ela apenas ignorou a figura negra no quarto e correu para a janela passando pelo local e saindo andando por cima das telhas com cuidado, agora a parte mais difícil.

Ela fez uma espécie de bolsa canguru com os panos que havia pegado e colocou o bebê com cuidado dentro do local e o deixou em suas costas enquanto desci com cuidado pela árvore que havia escalado. Ela o pegou adequadamente e caminhou até o pai da criança que estava acordado e o entregou, os Winchester apenas encaravam tudo abismados jamais imaginando que ela poderia fazer algo assim, mas a própria Thery parecia alheia ao acontecimento. Sem dizer uma única palavra ela caminhou de volta para o carro deixando os dois assustados e entrou colocando os fones de ouvido e fechando os olhos caindo em um sono pesado.

— Ele disse que viu a esposa queimar no teto e que foi jogado para fora do quarto. – Sam informou vendo a casa completamente em chamas desabar.

— Ela nos esconde algo – Dean olhava para o local com os olhos vidrados.

— Não nos conhece. Assim como não a conhecemos, você contou algo de nossas vidas a ela? Eu não. – o loiro deu de ombros desconfiado.

— Não. – foi curto - Vamos, quanto antes chegarmos até Bobby mais rápido nos livraremos dela.

Sam negou com a cabeça o seguindo, não... eles não se livrariam dessa garota de forma alguma. Ele sentia isso, ela chegou para ficar.

Algumas horas depois eles entravam no lote de Bobby, Thery agradeceu pela vacina anti-tétano que a deram, aquilo era assustador, era tão cheio de carros que milhares de pessoas poderiam se esconder ali e passarem despercebidas. Isso é que era o medonho. Mordeu as bochechas internamente e suspirou guardando o celular que estava em seus momentos finais, Dean estacionou e ela desceu junto a Sam olhando pelo amontoado de carros, se grudou a jaqueta dele e avançou indo até o local.

Sam bateu na porta que se abriu revelando um Bobby surpreso e um tanto quanto indignando, Dean soube que iria ouvir muito naquele dia. O mais velho suspirou abrindo passagem e a loira foi para o canto mais afastado e forçou Sam a se abaixar.

— Qual o nome desse senhor barrigudinho e bigodudo? – o moreno engasgou e os olhos de Bobby relampejaram em direção a ela, era como se tivesse feito de propósito, afinal Sam cansara de repetir o nome dele.

— Sou Bobby garota. E quem é você?

— Katherine. – ela falou, mas a voz de Dean se sobressaiu a dela.

— Thery. O nome que Lúcifer resolveu adotar fora do inferno. – todos rolaram os olhos.

— John me falou que eu a treinaria. – Bobby o olhou – Mas a responsabilidade é sua.

Dean apenas riu debochado acreditando que John jamais teria o prazer de ver aquela linda garota de aparência simpática e frágil se tornar uma grande caçadora como ele queria, o próprio s encarregaria disso. Ele não seria babá.

— Vamos ver o que você sabe garotinha. – Dean estendeu um revólver para ela enquanto sorria debochado.

Mal sabia que Thery era o pequeno prodígio Winchester.


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