The real heroes never die escrita por AleyAutumn


Capítulo 3
Marcação paterna




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Marcação paterna

Sam observou a jovem que dormia ao seu lado e suspirou, ele tinha que contar a John pois tanto ele quanto Dean não conseguiriam lidar com isso sozinhos. Ele sabia que Dean não contaria, então decidiu falar à sua maneira de uma forma menos chocante.

— Pai?- chamou e Dean ficou tenso imediatamente suspirando.

— Hum? – o homem resmungou.

— Essa garota é a filha do Dean, segundo Azazel. – preferiu não enrolar pois sabia do gênio difícil do pai.

O mais velho perdeu o controle do carro por breves segundos e o recuperou rapidamente, deu um olhar duro para Dean que o encarou seriamente embora o loiro estivesse com medo dele. John era a autoridade de família e tudo que ele falava era lei, pelo menos para Dean já que Sam apesar de ser o mais novo e mais tranquilo sempre enfrentava o pai quando não concordava com as suas ideias.

John parou o carro e desceu com ele junto de Dean, os dois se afastaram do local ficando de frente para o farol enquanto Sam se esforçava para ouvir o que acontecia do lado de fora do local, o moreno bufou irritado pensando em sair do carro, mas parou completamente ao imaginar que a garota poderia acordar e tentar fugir deles com o Impala e isso lhe traria graves problemas então apenas suspirou enquanto observava a calorosa discussão.

— Que merda você tem nessa sua cabeça Dean? Quantas vezes eu vou ter que explicar... – John parou bufando, ele não tinha outra escolha e sabia que isso seria mais do que suficiente para dar uma lição em Dean que logo entendeu o olhar do pai – Você vai a transformar em uma caçadora. – ele decretou e o loiro engoliu seco, era impossível disso acontecer visto que a jovem não conhecia esse mundo a muito tempo, ele e Sam haviam sido apresentados a isso desde cedo.

— Ela não é a minha filha. – o loiro resmungou irritado.

— Azazel não iria atrás daquela garota por nada, seja como for ela é sua responsabilidade a partir de agora  e eu não quero ouvir mais nada sobre isso.

— Ela não é responsabilidade minha. – o homem se irritou sabendo que Azazel não jogaria uma garota a toa nas mãos deles, ele sabia que o demônio não estava mentindo em relação a isso, se ela não fosse mesmo da família ele nunca teria dito que era, só o fato de jogar uma garota tão jovem no meio de uma guerra já seria um problema, ele não poderia mentir mais ainda.

— Passou a ser no momento em que foi jogada para você. Não me importa como você vai fazer, mas eu quero aquela garota como uma caçadora pra hoje. Eu estou ordenando Dean, ela nunca vai ter uma vida normal, não se iluda esperando algo assim. Se havia alguém esperando por ela há uma hora dessas não existe mais, a vida dela acabou. Jogue ela para fora daquele carro e eu tenho certeza que a sua consciência vai pesar para o resto da vida enquanto você tenta imaginar o que fizeram com ela. – a voz do homem saia dura a cada palavra e o loiro suspirou sabendo que nunca iria contra a autoridade do pai, até porque ele não estava mentindo, John já havia abandonado pessoas que precisaram dele e os resultados dessas decisões ainda o atormentavam.

Um desses resultados era a sua frágil relação com seus filhos.

— Pediremos um exame de DNA. – o homem decretou indo para o carro e Dean o seguiu em silêncio.

Assim que chegaram ao hospital Sam cutucou a jovem e a puxou para fora a apoiando nele enquanto ela despertava aos poucos do sono em que se encontrava, a loira abriu os olhos torcendo para que tudo não passasse apenas de um pesado e suspirou em desagrado quando viu os três Winchester a encarando em expectativa como se esperassem que ela dissesse algo interessante.

— Chegamos no hospital pirralha.- Dean anunciou os deixando para trás e entrando no imenso prédio, já Sam passou a carregar a jovem se questionando o que diria para o médicos.

— O que ele tem? – a garota de perguntava qual problema o loiro tinha com ela, afinal nem sabiam mesmo se ele era o pai dela.

— Dean é assim com todos os adolescentes, não é o tratamento exclusivo dele. – o moreno a confortou dizendo uma meia verdade,.

Quando Dean entrou no carro após a briga ele soube imediatamente a decisão de John e sentiu uma vontade quase incontrolável de confrontar seu pai tentando colocar juízo na cabeça dele, mas Sam sabia melhor do que ninguém que a garota já estava marcada pelos demônios e que nunca teria uma vida normal.

Os quatro entraram no hospital chamando a atenção de todos os funcionários e das pessoas presentes, a situação da jovem garota era deplorável e Sam não estava muito diferente, mas não chamava tanto a atenção quanto ela que apenas mantinha os olhos no chão tentando entender o que ainda estava acontecendo em sua vida, era algo muito estranho para a pobre garota que começava a imaginar que estava sob o efeito de algum alucinógeno.

O Winchester mais velho se encostou no balcão da recepção e a jovem garota foi sentada em uma cadeira de rodas por um enfermeiro sendo levada até um quarto com uma maca onde ela foi deitada sendo acompanhada de perto por Sam, a jovem bufou quando viu o enfermeiro com uma imensa agulha e segurou o braço do homem com força evitando que ele encostasse com a seringa nela, a jovem já sentia o próprio braço doer antes mesmo da agulha encostar nele.

— De forma alguma. – sussurrou e o enfermeiro arqueou a sobrancelha.

— Você precisa disso, é uma anestesia. – o homem informou pacientemente e lentamente como se estivesse explicando algo para uma criança.

 - Não preciso, quem é você para saber o que eu preciso? – ela falava nervosamente, havia tido experiências terríveis com uma agulha depois de uma enfermeira quebrar uma dentro de seu braço quando era criança.

— O que aconteceu com você?- ele perguntou curioso tentando achar uma forma de a fazer relaxar.

— Eu estava correndo pela casa como sempre, atrás do meu cachorro. O chão estava molhado e eu escorreguei atravessando a parede de vidro. – sussurrou e ele a analisou por um breve momento tentando detectar alguma mentira, a jovem percebeu o quão fácil ele acreditou e deu de ombros, ela não poderia falar a verdade ou seria tomada como louca e pelo gênio de Dean ela soube que ele deixaria que ela fosse internada em um manicômio só para não ter que lidar com ela.

O enfermeiro virou o pescoço dela notando o corte e suspirou em desagrado percebendo que não seria um trabalho nada fácil, ele já havia lidado com pacientes desse jeito e sabia que precisaria sedá-la, mas a para isso ele precisaria enfiar uma agulha nela.

— Olha só meu bem. – ele começou de maneira mansa e a jovem se sentou – Eu preciso te dar essa injeção para costurarmos os pontos na sua nuca.

— Você está querendo... – ela desceu da cama enquanto falava lentamente – Que eu deixei você enfiar uma agulha em mim, para enfiar outra agulha diversas vezes na minha nuca? Pra me retalhar? – o enfermeiro já previa outro problema, ele odiava ter que lidar com esses pacientes, principalmente quando eram tão jovens.

Sam se moveu bloqueando a porta e colocando as mãos nos bolsos e a jovem o olhou um pouco temerosa devido a altura dele, era intimidante. Então se enchendo de uma coragem até então desconhecida pela jovem ela se jogou em cima do enfermeiro por sobre a cama e agarrou a seringa a puxando da mão do enfermeiro e a segurando com força em direção a ele, era apenas anestesia.

— Se você chegar perto de mim eu vou furar seu olho. – o enfermeiro apenas a encarou já que nunca foi ameaçado com uma agulha, mesmo sabendo que teria problemas desagradáveis se a garota conseguisse a quebrar dentro de seu corpo.

— Me desculpe Katherine. – Sam a segurou com força e a garota baixou a cabeça ficando imóvel e com o corpo tenso sabendo que se fosse se mover a agulha poderia quebrar.

O enfermeiro sabendo que não teria opções e que seria perigoso para o médico a suturar optou por sedar a jovem sabendo que teria sérios problemas quando o responsável fosse começar o procedimento, ele sabia que essa “paralização” da jovem seria temporária. Ele segurou o braço dela com força e viu o corpo pequeno tremular quando ele enfiou a agulha e rapidamente a anestesiou e então percebeu que havia feito o correto.

Sam a guiou até a cama e ela se deitou com os olhos vidrados para o teto enquanto esperava o efeito começar, o enfermeiro suspirou aliviado ao ver que evitou um escândalo e tomou a seringa que ela ainda segurava com força, ele passou a limpar os ferimentos sob os olhos atentos de Sam e quando terminou olhou para a jovem que já estava completamente adormecida. Ele olhou para  Sam.

— Vou chamar o responsável.

¨¨¨¨

Dean suspirou em irritação, eles teriam que esperar até a garota acordar para a levarem até uma clínica particular e realizar o procedimento para descobrir se Dean era ou não o pai da jovem, embora todos já tivessem certeza disso. O loiro estava extremamente tenso mesmo sabendo que não teria muitas opções visto que seu pai já havia decretado que ele seria responsável pela jovem mesmo se ela não fosse realmente uma Winchester.

— Quanto tempo acha que o resultado vai demorar para sair?- Dean encarou o homem que suspirou passando um copo com café para ele.

— Um mês. – deu de ombros – Suborne para sair antes.- disse sem se importar e o loiro se remexeu inquieto – A deixe por um tempo com Bobby, a treine lá. Ela não tem escolha.

— Pode ser uma mentira que Azazel inventou para nos deixar preocupados atoa com essa garota, para nos fazer tempo. – John suspirou, ele viu a pulseira de Mary no braço dele, aquela pulseira era única e de família.

Seria muita coincidência que uma menina que era a cara de Dean, que possuía o sobrenome dele e que tinha uma joia da mãe dele não fosse realmente filha dele. Fora que John curiosamente achou um diário intitulado de Prince jogado no chão da prisão, provavelmente Azazel o levou, mas não teve tempo de jogar “a prova” para eles.

— É melhor você ler. – o mais velho entregou o pequeno diário de couro para o filho – Vai ver que esse exame é inútil.

Dean o reconheceu imediatamente e sentiu o corpo gelar, era de Prince. Ele se lembrava de Prince, a garota que estava sendo atendida no quarto atrás dele era uma combinação perfeita entre ele e Pince. Doía admitir, mas ele tinha certeza que era ela filha dele. Mesmo assim faria o exame, apenas por orgulho. Nunca admitiria isso.

Sam se encostou na parede ao lado dos dois esperando pacientemente para entrar no local, a jovem havia passado por uma bateria de exames para procurar alguma coisa de errado devido “a queda” dela. A enfermeira saiu do quarto e sinalizou para que os três entrassem, assim que passaram pela porta Sam a fechou e eles vidraram os olhos no médico que fazia anotações no prontuário enquanto olhava para a paciente a analisando com uma aura profissional.

— Katherine Prince não é? – perguntou os olhando.

— Sim. – John respondeu – Sou Derek Stevens, avô. – o médico balançou a cabeça em compreensão.

— Ela vai se recuperar rápido, teve ferimentos leves e a sutura foi feita em sua nuca. – ele se virou para Dean que ajeitou as mangas da jaqueta – A garota passa bem, essa bolsa de sangue vai ficar aqui até acabar, ela perdeu bastante sangue, mas não está em perigo. – ele apontou com a caneta para a bolsa de sangue e o soro – As costas dela estão bem roxas pela pancada, possui ferimentos leves e nenhuma lesão grave, mas vai sentir um pouco de dor. Acredito que amanhã a noite ela poderá receber alta. – ele suspirou.

— Obrigado doutor. – Sam acenou com a cabeça e o homem sorriu os deixando no quarto.

Os três a encararam mais atentamente como se ela fosse uma espécie de extraterrestre, o rosto estava completamente limpo e ela tinha um ar angelical. Pelo menos dormindo. Os três se olharam e Dean pegou a mão dela olhando a pulseira bem de perto e o colar que reluzia devido a luz acima da cabeça da jovem, o loiro se recordava que o pingente maior poderia ser aberto e que se realmente ela tivesse ligação com Pince haveria uma foto dele e da loira lá. Ele o abriu com dificuldade e percebeu que a garota provavelmente nunca tinha tentando o fazer já que ele precisou de um pedaço da chave do carro para o fazer e quando o abriu viu a foto lá. Ele e Prince sorridentes, a nostalgia o atingiu om força e ele fechou o pingente se afastando, toda a sua mente o levando para longe dali. Ele não queria acreditar, não só por ele como por ela.

Dean admitia que isso não era vida, embora só tenha começado a pensar dessa maneira a pouco tempo atrás. O loiro deixou a mente vagar para longe imaginando que agora ele poderia ter uma vida normal se isso fosse mesmo verdade, ele Sam, John e a ... sua nova protegida, mas esse seu sonho logo se quebrou quase como uma facada no coração ao perceber que a realidade não seria essa, ela iria sofrer muito com essa nova realidade. Ela não foi criada para isso.

A jovem abriu os olhos lentamente e suspirou chamando a atenção deles, John abandonou o local discretamente os deixando a só e seguiu pelas ruas escuras da cidade. A loira olhou os dois irmão que a encaravam curiosamente e suspirou em descontentamento, ela estava exausta e com medo dessa nova realidade, estava tão entorpecida que não conseguia sentir a tristeza a dominar. Parecia estar em uma espécie de choque.

— Oi. – sussurrou.

— Oi Thery. – Sam cumprimentou e Dean apenas continuou a encarando.

O loiro começou a divagar sobre como seria se alguém finalmente passasse a seguir suas ordens, Sam não era muito obediente e sempre fazia tudo ao contrário do que Dean pedia. Ele claramente era a ovelha negra da família.

— Thery você pode nos contar sobre você? – ela logo percebeu que ele havia compreendido o demônio embora na hora não o parecesse.

— Sim Sam. – respirou fundo ainda grogue devido ao medicamento sabendo que dormiria logo.

— Eu estarei aqui. – ele avisou mexendo em um controle e fazendo a maca se dobrar levemente a levantando mais, coisa que a agradou, o moreno se afastou diminuindo a luz acima da cabeça dela e se sentou em uma poltrona próxima enquanto Dean cruzava os braços e continuava no mesmo local.

— Eu tenho 16 anos, Minha mãe é Manuela Prince. Era. – corrigiu e Dean ficou tenso – Fui criada por ela até meus 6 anos de idade, até que ela morreu em um incêndio e eu fui salva pelo irmão dela que me abandonou em um orfanato. – mentia e omitia algumas coisas, a jovem preferia não dizer muito afinal não tinha certeza de absolutamente nada que acabasse a expondo – Fui adotada por varias família no período de 6 meses até que finalmente Jason e Camille ficaram comigo. – o olhos dela perderam o foco – E eles morreram hoje.

— Você não tem ninguém?- a loira negou com a cabeça.

— Nós vamos fazer um exame de DNA.- Dean falou ganhando a atenção dela e um olhar repreensivo de Sam, a garota queria estava curiosa, queria saber se realmente era filha dele.

— E depois?- ela questionou, eles ainda poderiam a jogar na rua.

— Eu sinto de dizer, mas terá que ficar conosco, se aquela criatura te jogou para nós é porque você tem algo que ele quer. – ela se arrepiou ao imaginar que teria que lidar com aquela coisa novamente – Você sendo ou não filha dele. – o moreno decidiu deixar isso claro.

— Consegue entender isso?- ela suspirou.

Sim ela entendia isso muito bem, só não queria aceitar que seria perseguida o resto da vida por aquela criatura. Ela se perguntava se eles seriam bons ou estariam tentando uma espécie de golpe contra a garota, ela não queria ficar para ver.

— De onde é?- Dean questionou.

— Inglaterra. – isso só o deixou mais tenso, era o sonho de Prince e pelo visto ela havia o realizado.

Eles suspiraram quando ela tornou a dormir, Sam olhou inquisitivo para Dean, ele queria ir mais a fundo. Sabia que Thery estava escondendo algumas coisas deles e isso os deixou tenso, talvez ele tivesse sido visitada por um demônio assim como Sam?

Quando a loira abriu os olhos se deparou com o quarto vazio, olhou para os lados e esperou algum tempo para ver se alguém aparecia, mas não aconteceu. O que poderia significar que Dean e Sam tinham ido dormir ou haviam ido comer já que o relógio ainda marcava nove horas da noite, com um suspiro ela se sentou sentindo todo o corpo doer e arrancou as agulhas com as mãos tremendos, jogou as pernas para fora cama e se apoiou nela ao descer pela pequena escada metálica.

Se moveu com dificuldade até um pequeno sofá na ponta do quarto e viu uma pequena mochila preta e um pequeno ursinho branco que ela teve certeza que Sam havia deixado para ela, havia um bombom que ela comeu rapidamente. A jovem abriu a mochila e achou uma blusa de frio com capuz, um vestido e no chão havia uma bota de inverno. Com dificuldade ela se vestiu e foi em direção ao pequeno armário lateral retirando um pequeno frasco de analgésicos que ela viu a enfermeira esquecer no local e seguiu para fora do quarto dando tapas nas bochechas pálidas, prendeu o cabelo em um rabo de cavalo bagunçado e saiu do quarto.

A jovem espreitou pela recepção e notou o quão lotado estava o saguão, foi para o fundo ao lado do local de espera quando viu o segurança olhar para ela, disfarçou que beberia água e seguiu para fora com a mão apoiado no braço de um homem para dar a impressão de que estava acompanhada por um responsável. Passou por ele sem problemas e saiu do local correndo para o mais longe que conseguiu, ela estava cansada e sabia que poderia cair ou mesmo perder os sentidos no meio da rua.

Se encolheu com o vento frio e percebeu que logo precisaria de um lugar para ficar, ela poderia alegar sequestro quando chegasse na embaixada, logo veriam que ela precisaria ser mandada de volta para casa e fariam isso. Embora... fosse parar novamente no orfanato. – negou com a cabeça, não voltaria para aquele lugar, arrumaria uma maneira de viver já que não havia mais ninguém a esperando – Pensou melancólica e engoliu o choro andando pelas ruas bem iluminadas, ela não podia dormir na rua. Em sua mochila havia dois números anotados, chocolates e nenhum dinheiro. Era como se Sam tivesse pensado na possibilidade de fuga dela.

— Moça. – ela se virou vendo uma morena atrás dela – Precisa de ajuda? – ela estreitou os olhos, era tarde e o toque de recolher havia passado, era mais do que óbvio que aquela mulher deveria ser uma espécie de cafetina que a exportaria para outros países como uma escrava do sexo – Precisa de um lugar para fica?- a loira a avaliou novamente vendo que a maldade brilhava no olhar dela.

— Vai se fuder. – mostrou o dedo do meio e saiu de perto deixando a mulher em choque.

A loira se afastou da cidade seguindo por uma pequena trilha, ela poderia achar uma casa em reforma, abandonada ou em construção e ficar por lá torcendo para ninguém ter a mesma ideia. Balançou a cabeça em negação e achou uma pequena lanchonete aberta no local, entrou sem olhar para os lados deixando o belo Impala 67 passar despercebido.

Assim que ela se sentou no balcão Dean a reconheceu de imediato e se levantou indo até ela e se sentando ao lado.

— Porque fugiu? – ele perguntou e ela gelou.

— Por que eu estou com medo. – admitiu séria – Eu não conheço você. – o encarou séria – Não sei quem você é e nem o que quer comigo. – o loiro suspirou descontente e abriu o diário de Prince e puxou a última folha que aparentemente parecia presa e retirou uma foto de lá.

— Eu poderia dizer que você é filha de outro homem, mas eu não teria escolha mesmo assim, teria que cuidar de você. Eu conhecia Manuela muito bem pra saber que tipo de pessoa era ela, tudo liga você a mim, até mesmo a data do seu nascimento e ela nunca mentiria para um diário, nunca te daria essa pulseira ou cordão se não fosse mesmo minha. – ele suspirou – Se você fugir eu vou te dar um tiro na bunda, não entendeu que aquelas coisas não irão te deixar nunca em paz?

— Eu fui marcada?- sussurrou – O que realmente está acontecendo?- ela olhava em suspeita enquanto Dean pediu um chocolate quente para ela enquanto Sam observava de longe, é claro... ele tivera um longa conversa com Dean, principalmente ao ler o diário.

A realidade era que Manuela vinha sendo perseguida a anos por demônios depois do nascimento da filha, sinal de que eles sabiam a ligação da garota com os Winchester. Eles não agiam de maneira aleatória, era como se estivessem a perseguindo em específico. O moreno achou estranho que tantas páginas estivessem cortadas ou manchadas.

— Então você vai cuidar de mim? – Dean a olhou percebendo um traço de diversão nos olhos da loira e se perguntou o quão frágil era seria – Ou eu vou cuidar de você?- ela riu maldosa e ele deu um sorriso de lado.

Talvez não fosse tão impossível assim cuidar dessa criança.

— É melhor você não me abandonar por ai. – ela o olhou com os olhos verdes penetrantes.

O verde de Dean e o olhar intenso de Prince estavam nela, os lábios grossos se repuxaram e exibiram dentes perfeitos, o sorriso era exatamente igual ao dele, a cor de cabelo também embora estivesse tingido de uma cor mais clara, era possível notar pela raiz.

— Eu sou um Winchester, isso não é um desafio pra mim. - falou consigo mesmo.

Ninguém seria tratado como um fardo ali.


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