The real heroes never die escrita por AleyAutumn


Capítulo 2
Reunião em família




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Reunião em família

Sam estava extremamente preocupado com a jovem, já havia se passado meia hora desde que ela fora jogada na cela suja e ela ainda não havia dado sinais de que acordaria, o moreno passou a mão pelo longo cabelo loiro banhado de sangue e retirou o pedaço de sua camisa que estava sobre o corte na cabeça da garota e o olhou novamente suspirando aliviado quando viu que o corte havia parado de sangrar. Ao menos isso ele tinha sob controle, já que Dean parecia completamente fora de si.

Ele a avaliou novamente checando a temperatura dela e notando que ela estava muito gelada apesar da noite extremamente quente, a jovem estava pálida, os braços e as pernas com arranhões terríveis que infeccionariam se não fossem tratados logo, em seu pescoço haviam marcas de unhas profundas e o corte na nuca que recebeu quando foi lançada para dentro da cela.

O moreno encostou no ombro dela e sacudiu levemente e olhou de cara feia para Dean que estava sentado na cama de cimento ainda com a expressão confusa e completamente aéreo.

— Ei acorda...vamos lá, precisamos parar esses sangramentos.- o moreno pediu em voz baixa.

Ela abriu os olhos incrivelmente verdes e só pelo modo como ela o encarou ele teve certeza que ela era sim de sua família, ele reconhecia aquele olhar durão em qualquer lugar, o mesmo olhar que Dean lhe dava quando não sabia o que fazer ou quando ficava convencido demais para não pedir ajuda, o mesmo olhar quando estava assustado, preocupado e quando recebia uma notícia ruim. Mesmo que Dean não quisesse admitir, ele tinha certeza de que ela era filha de Dean...que estava emburrado do outro lado da cela, quase atravessando a parede.

— Desculpe retirar você do seu sono de beleza, mas precisamos cuidar desses cortes. – o moreno olhou para um canto da cela onde havia uma espécie de torneira.

A jovem se afastou dele se encostando na parede e abraçando duas pernas enquanto o olhava com extremo cuidado analisando cada pedaço do moreno se perguntando se aquele homem seria irmão de Dean, filho ou até mesmo um primo. Talvez fossem casados.

— Não precisa...eu não vou morrer por causa de uns cortes. – ele rolou os olhos não esperando ouvir nada de muito diferente vindo de alguém da família, ainda mais se tratando de uma parte de Dean.

O loiro suspirou do outro lado da cela e se ajeitou focando seus olhos nos dois “jovens”

— Olha eu não vou te machucar nem nada...meu nome é Sam...- ela o interrompeu com a voz rouca.

—Winchester...sei quem você é... Katherine Winchester. – se apresentou deixando o sobrenome de sua mãe de lado, não era um bom momento para se lembrar de parentescos.

Percebeu isso quando imediatamente se lembrou de Camille e Jason completamente deformados pelo ataque de o que quer que seja aquela criatura de olhos amarelos, ela quase podia o sentir rondando pelo prédio como se não tivesse mais absolutamente nada de interessante pra fazer além de os atormentar. A jovem olhou para Sam atentamente procurando algo indicio de medo ou preocupação com a situação, mas ele estava completamente tranquilo assim como o loiro emburrado encostado na parede.

— Não quero interromper esse lindo momento de amor entre os parentes que estão se reencontrando, mas será que dá pra parar com essa conversa? Eu entendo que é um momento mágico e de união, mas será que nenhum dos dois percebeu que já deveríamos estar tentando sair daqui? – Dean questionou irritado com o estado disperso dos dois.

— Dean cala a maldita boca e pare de nos encher a paciência. – Sam o encarou irritado – Faça alguma coisa de útil e arrume uma maneira de nos tirar daqui, ficar encarando a parede não vai fazer ela se mover. – Sam se irritou ao ver que era o único que tentava realmente fazer alguma coisa, mesmo que fosse apenas para prestar assistência a uma jovem aparentemente em choque.

Sam olhou para a jovem quando ouviu um soluço quase inaudível escapar dos lábios dela que apenas virou o rosto para o lado contrário e mordeu os joelhos feridos com força tentando esconder o som.

— Ei por que está chorando? – perguntou curioso, ela parecia ter por volta dos 17 anos e não foi difícil imaginar que ela havia sido arrancada da família e que provavelmente a viu morrer diante de seus olhos.

— Eu não estou chorando.- mentiu.

— Ah, então isso que nós ouvimos foi o que? Uma risada? – Dean debochou incomodado.

— Dean cala a boca.- Sam pediu de maneira sombria.

— Não vou calar nada Sam, tá achando que eu sou o que? A nova babá sobrenatural? Como pode ter certeza que essa garota é minha filha? Dean Winchester jamais vai ter filhos...sabe porque? Eles são uma droga...eu não preciso de crianças perto de mim. Eu já tenho responsabilidades demais em tentar salvar a vida das pessoas, eu não preciso de um peso nas minhas costas. Se eu transei ou não com aquela garota foi por necessidade, jamais foi com a intenção de ter um filho ou se era por que eu amava ela. – o loiro explodiu sentindo o peso de suas palavras, e se sentiu mal por ter dito elas em um momento tão terrível, mas não voltou atrás, já o tinha feito e assim ficaria. Ele sabia que ela não se imporia sobre ele, parecia frágil demais aos seus olhos.

A garota se levantou em um átimo completamente irritada quase indo ao chão, mas se manteve firme os deixando surpresos, ela realmente estava irritada e provava ter um temperamento tão difícil quando o de Dean, se não pior.

— Você acabou de comprar uma briga terrível! – a jovem berrou subindo na maca e ficando de pé em frente a ele que a penas a encarou – Não ouse insinuar absolutamente nada sobre a minha mãe, o único vagabundo dessa história é você que enganou ela fingindo que a amava. Eu espero muito não ter nenhuma ligação de sangue com essa merda que você é e não sou ninguém para confirmar que você é meu pai. Continue tentando salvar a vida das pessoas, isso é o máximo que uma pessoa desprezível como você pode fazer. Se não queria ter um filho usa-se a droga da camisinha, agora só por que você falou que não queria ter um filho e que ele seria um peso nas suas costas, eu vou te atormentar até você virar gente, mesmo que você não seja meu pai. – a jovem se irritou e se lançou na cama dura com os braços cruzados enquanto o olhava em fúria se esquecendo completamente das ultimas horas, a única coisa que estava em sua mente era pular no pescoço de Dean e o apertar até que o sangue dele escorresse.

Sam tossiu escondendo uma risada, mas por fim se descontrolou e gargalhou provocando uma nova onda de ira no irmão. O corpo do moreno tremeu visivelmente e ele se sentou na cama de cimento enquanto se recompunha.

— O Dean virar gente? Isso vai ser impossível! Esse foi o melhor sermão que ele já levou...como pode uma garota de uns...- ele deixou a sugestão no ar.

— 16 anos. – informou orgulhosa.

— Uma garota de 16 anos deu um sermão que nem meu pai foi capaz de dar...quero levar ela.- o mais novo fez uma cara de pidão antes de se desmanchar em risadas novamente.

Os dois irmão se encaravam em uma disputa de olhares, o mais velho emanava fúria enquanto o mais novo apenas diversão pela situação. Os dois continuaram dessa forma até ouvirem alguém bater palmas sarcasticamente fazendo a loira se encolher enquanto encarava o demônio em desafio.

— Bravo que cena maravilhosa...isso pode ser mais divertido do que eu pensava. – Azazel apenas ria animado se deliciando com a cena de ódio entre os dois irmãos, ele já esperava por isso.

— Katherine vou te soltar, tenho um plano para nos tirar daqui. – o moreno sussurrou para ela que acenou com a cabeça.

Sam encostou a garota na parede e se afastou indo em direção a grade que os separava do demônio que o encarou confuso com a situação, o jovem lançou para ele um olhar maldoso e ergueu a mão direita na direção do demônio, Sam estava escondendo isso de Dean a tempo demais.  

O moreno sentiu a energia desagradável fluir pelo seu corpo, mas antes que se quer pudesse a controlar o corpo do demônio foi ao chão e ficou por lá enquanto a fumaça negra descia pelo chão, esse era um hábito de Azazel que o irritava em demasiado. O moreno se surpreendeu ao ver Bobby surgir de uma imensa porta e suspirou aliviado.

— Por que você demorou tanto? –Dean gritou.

—Ei não grite comigo seu moleque. A situação lá fora está complicada. Tem alguns demônios vindo nessa direção...Castiel está me mantendo informado e tentando alguma coisa. Dean?  Dean.- Chamava um Bobby meio nervoso já que Dean encarava Sam tentando entender o que o moreno estava tentando fazer.

— Dean. – a jovem gritou impaciente o libertando de seu transe e chamando a atenção para ela que estava preocupada com o fato de mais coisas daquela estarem vindo na direção deles, isso não era um bom sinal.

Eles poderiam ficar presos se demorassem tempo demais para descer aqueles três andares, deveria ser tempo o bastante para ficarem encurralados. Ela teria que confiar nos três, não havia como sair de lá sozinha lutando contra o que quer que fossem aquelas coisas que esses homens pareciam conhecer tanto.

— Quem é ela? – o mais velho perguntou a olhando de cima a baixo reconhecendo os traços rapidamente e já imaginando a dura resposta, ele já se preparava para pegar a arma em seu coldre e assassinar Dean.

— Katherine, filha do Dean. – Sam o informou e Bobby guardou a arma de volta se controlando no último segundo quando viu a jovem ficou séria o encarando com ferocidade.

— Ela não é minha filha.- Dean resmungou baixo se comportando como uma criança birrenta.

— Ela é o que? – ele gritou ainda absorvendo as palavras – Dean seu irresponsável. Nós vamos verificar isso logo. – a voz dele saiu sombria e ele respirou fundo – Vamos logo que aqueles demônios já devem estar por perto. – o velho falou apressado enquanto abria a cela e se aproximava da garota, Dean passou disparado pelos dois fugindo da fúria inevitável de Bobby.

— Vamos te tirar daqui, Sam me ajuda aqui. – Bobby pediu e colocou o braço direito da garota em volta do pescoço do moreno os puxando para fora sala.

Dean correu para uma espécie de mesa que desabava e pegou uma das armas que Bobby havia colocado em cima do local, suspirou a manuseando rapidamente e checando se estava com munição, olhou para o trio e deu de ombros ainda incomodado com a situação.

A jovem que caminha com dificuldade ergueu a cabeça imediatamente ao ouvir algo nos andares de baixo, ela estreitou os olhos e parou completamente chamando a atenção deles.

— Ouviram isso?- sussurrou tão baixo que eles mal a ouviram.

— Ouvi sim...a sua voz irritante me enchendo. – o loiro resmungou suspirando.

— Para de implicar comigo é sério...shhh "prestenção". – pediu e eles o fizeram.

Os quatro ficaram imóveis e ouviram o som de uma porta se abrindo no andar de baixo , os passos eram rápidos e parecia ser uma única pessoa, o solado das botas batiam agressivamente contra os degraus das escadas de metal.

— Bobby você trouce mais alguém com você? Além de Castiel. – sussurrou.

— Não Dean.

Dean se posicionou com a arma em punho e a baixou imediatamente quando a figura passou por ela com um enorme sorriso e carregando uma imensa arma, a jovem se soltou de Sam ao perceber que poderia andar sem grandes dificuldades e analisou a nova figura que surgia  a frente deles.

— O que você está fazendo aqui?

— Surpresa.- falou com a voz grossa os encarando seriamente ao ver o estado deplorável do grupo.– Estão precisando de ajuda?- perguntou ironicamente.

— Pai?- Dean questionou relaxando imediatamente.

— Não Dean. – o mais velho ironizou impaciente.

— Pai? – a loira o imitou e ganhou um olhar irritado do loiro.

— Garota é o meu pai não o seu. – resmungou voltando a mexer nas armas e sendo seguido por Sam, a jovem se aproximou as olhando com curiosidade.

— Eu sei né?!Seu burro...só que eu pensei que uma pessoa tão velha quanto você, já nem tinha mais pais. – ela o provocou percebendo que só o deixou mais irritado ainda.

— Eu não sou velho, é melhor você calar essa sua maldita boca ou eu irei te socar até você entrar em coma. – os dois iniciaram a discussão.

— Vai se fuder. – resmungou sem se importar pegando uma das armas que logo foi tomada de suas mãos.

— Isso não é brinquedo de criança, quando sairmos daqui eu te compro um chocalho. – o loiro se afastou rindo e a jovem apenas bufou se surpreendendo quando viu um moreno surgir do nada diante de seus olhos.

O grupo inteiro se encarou em silencio e ela bufou irritada e amedrontada.

— Vamos embora logo, esses ferimentos estão doendo muito, ok? E pelo o que eu entendi tem um monte daquelas aberrações vindo em nossa direção, então é melhor andarmos logo, eu não estou preparada para ser lançada em outra parede de novo. – Thery resmungou se apoiando novamente em Sam enquanto fechava os olhos

John pegou Thery de Sam e Dean o olhou zombeteiro ao ver o braço do irmão pendurado de uma forma estranha como se estivesse deslocado, o loiro se sentiu bem ao ver que a bondade excessiva de Sam estava lhe dando uma lição.

— Sammy tudo bem? – o loiro questionou rindo enquanto avançavam pelo local.

— Tudo Dean...mas ela é meio pesadinha, acho que meu braço está dormente. – moreno moveu os ombros.

— Aonde pensam que vão? – todos se viraram e pararam surpresos ao ver Azazel novamente, dessa vez em outro corpo.

— Embora ué.- Dean falou sem se abalar.

— Quem disse?

— Eu estou dizendo. – falou sombrio sem se abalar com a presença do demônio.

O demônio gargalhou e Sam se aproveitou lançando água benta dentro da boca dele o fazendo engasgar, o moreno riu desse feitio um tanto constrangedor para o demônio e Dean apenas atirou contra o demônio possuído com seu fuzil o arremessando para trás o fazendo atravessar os apoios de segurança e cair no andar de baixo.

John devolveu a garota para Sam e os analisou rapidamente antes de os guiar até as escadas do segundo andar e eles o seguiram sem contestar e então Castiel paralisou e eles o imitaram sabendo que isso não era um bom sinal.

— Não há mais tempo, eles estão aqui. – Castiel os avisou.

— Uma rota alternativa, toda prisão deve ter uma rota alternativa para os policiais saírem durante uma rebelião. – a garota sussurrou recebendo olhares surpresos.

Antes que pudessem se mover a porta abaixo deles foi aberta com violência revelando várias pessoas com olhos negros que andavam mecanicamente em direção as escadas, Castiel ficou em frente ao grupo analisando os demônios que entravam no local e deu um suspiro de desagrado sabendo que não era forte o suficiente para resolver o problema completamente sozinho, ele estava tendo problemas.

— Vamos fazer eles entrarem mais ainda pelo local. – Sam sussurrou – E vamos os fechar aqui, sem deixar nenhuma rota de fuga. – ele olhou para as caixas de som torcendo para que funcionassem enquanto recebia olhares especulativos – Preciso fazer o exorcismo e é impossível que eles consigam me ouvir daqui.

— Nós vamos os segurar. Leve a garota daqui. – Castiel olhava despreocupadamente para frente e a jovem se surpreendeu com isso, todos estavam completamente tensos, menos ele – Tente fazer com que te escutem.

A loira ficou imediatamente alerta e ignorou completamente a dor que estava sentindo em seu corpo e se separou de Sam o seguindo pelos corredores frios, eles iriam procurar a central de comando esperando que tivesse um microfone ou até mesmo um megafone por perto.

Eu não quero virar um zumbi.— a jovem pensou enquanto o seguia pelo corredor que era iluminado apenas pela luz da lua que entrava pelas pequenas janelas das celas.

— Sam o que eles são?- a jovem perguntou cautelosamente.

— Demônios, assim como o cara que te pegou. – ele decidiu falar logo para facilitar as coisas ao seu ver.

— Como assim? Se me morderem eu vou virar um deles? – a garota se lembrou de um filme que havia assistido a um tempo atrás.

— São criaturas do inferno. – ele falava atravessando algumas portas e viu um imenso pedaço de aço jogado no chão ao qual passou para a jovem rapidamente – Você não se transforma se for mordido por um, mas eles podem te possuir. Essa pulseira que está usando impede que os mais fracos consigam fazer isso... mas não adianta com o de olhos amarelos e outros. – sussurrou amargamente.

— Entendi. – sussurrou e encarou a porta a frente em um misto de medo e fúria, haviam três demônios parados em frente a porta completamente imóveis.

Os dois olharam para os lados constatando que haviam apenas celas vazias,  a jovem suspirou descontente. O primeiro demônio foi em direção a jovem gritando em fúria ao constatar que era a adorada filha de Dean, o monstro segurou o braço da jovem com força e o torceu percebendo que o demônio não sentira absolutamente ela, chutou-lhe o abdômen a lançando para trás e a empurrou para dentro da cela a trancando logo em seguida. A jovem suspirou sentindo a tontura lhe atingir e sentiu que a nuca sangrava novamente, ela só não havia desmaiado ainda devido a adrenalina.

Os três começaram a vir em nossa direção e não havia pra onde correr os dois lados estavam as celas...vazias.

A jovem se virou e se surpreendeu vendo que Sam havia feito a mesma coisa com os outros dois demônios, mas os dele estavam completamente desacordados. Ela se perguntou como ele fez isso tão rápido que ela mal teve tempo de ver, mal sabia que Sam estava se aproveitando de seus benefícios demoníacos.

— Sam, vamos. – pediu desesperada ao ouvir os tiros que se tornavam cada vez mais próximos a eles evidenciando que estavam sendo cercados.

Os dois suspiraram e correram entrando dentro da sala que anteriormente estava sendo bloqueada pelos demônios, passaram a vasculhar o local e então a jovem viu um painel na parede com um botão.

— Deve ser isso. – chamou a atenção dele e apertou o botão – Estamos sem energia. – o moreno riu negando com a cabeça e se aproximou de outro painel em que havia um cadeado que logo foi quebrado por ele, a jovem leu a placa acima do painel – Painel de gerador.

— Foi abandonada as pressas, não sei como não destruíram esse lugar. – se referiu a prisão abandonada.

Ele apertou uma sequencia de botões e suspirou aliviado quando as luzes acenderam e piscaram, sabia que não teria muito tempo, o gerador não aguentaria depois de tanto tempo desligado. A garota gritou quando seu corpo foi agarrado com força e o moreno se adiantou apertando o botão do painel e iniciando o exorcismo, o demônio imediatamente a largou dando um grito ensurdecedor e Thery percebeu imediatamente que do lado de fora não se ouviam mais tiros e sim gritos. Ela arregalou os imensos olhos em surpresa quando viu uma fumaça negra sair por entre os lábios do imenso homem e abandonar o corpo o deixando inerte no chão enquanto desaparecia por de baixo do mesmo.

— Eu preciso de cicuta. – a jovem sussurrou deixando o local com dificuldade sendo seguida por ele.

— Você precisa de um hospital. – ele repreendeu ao ver que ela sangrava novamente.

Os dois desceram as escadas e saíram do local passando por entre os corpos, a jovem não se importou com nada disso devido ao estado de choque em que se encontrava. Ela simplesmente ignorou tudo e só se preocupou em saber em que parte do planeta estava já que ninguém parecia ter o mesmo sotaque britânico que ela.

Ela entrou no carro mis próximo sem nem perguntar de quem era e viu o mais velho deles entrar em uma van próximo, encostou a cabeça na janela e assistiu Sam se sentar ao lado dela enquanto Dean e o chefão entravam em uma disputa para definir quem dirigiria o Impala.

— Dean me dá a chave. – John pediu de maneira impaciente irritado pela infantilidade do filho que parecia completamente fora de si, ele tentava entender o motivo para isso.

— Não. – Dean queria ter algo para fazer que necessitasse de toda a sua atenção, ele não queria ter que pensar na garota sentada no banco traseiro. – O carro é meu.

— Mas antigamente era meu.- o grisalho o olhou em fúria e Bobby riu discretamente de seu próprio carro fazendo uma aposta silenciosa de quem levaria o primeiro tiro.

— Falou certo era, agora não é mais.

— Dean -Sam disse o repreendendo de dentro do carro.

Dean entregou a chave para o pai e entrou no carro se sentando ao lado do motorista, ele fechou a porta com tanto cuidado que Thery teve quase total certeza de que ela ainda estava aberta, isso a fez rolar os olhos e se lembrar imediatamente de Jason e Camille em uma discussão sobre de quem era a vez de dirigir.

A jovem então suspirou e passou a divagar sobre os dois.

Se existem demônios, obviamente existe o inferno. Obviamente existem anjos e obviamente existe Deus, seja lá como foi realmente o fim dos dois, com toda a certeza do mundo eles estão no céu. É onde merecem estar, é onde eu tenho certeza que estão. — a jovem fechou os olhos tentando se conformar com essa nova realidade sabendo que uma hora ou outra a dor iria chegar, mas no momento ela estava mais preocupada com a sua vida dali em diante.

O que seria dela a partir de agora?


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