The real heroes never die escrita por AleyAutumn


Capítulo 1
Olá papai




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                                Olá papai

Dean já estava extremamente entediado e se surpreendeu que Sam estivesse tão relaxado ao ponto de estar dormindo, mas para o loiro era algo a se esperar já que estavam presos a mais de uma hora dentro da cela em um presídio abandonado, sim. E já não bastasse isso para o tirar a paciência havia o fato de que haviam sido presos por um demônio maldito de olhos amarelos.

— Que surpresa ele pode ter?- o loiro resmungou ao se lembrar da cara debochado do demônio – Vou chutar a bunda daquele maldito até a minha boca sair pela boca dele. – irritado arremessou um pedaço do teto que havia caído em Sam que despertou resmungando.

— Dean. – resmungou irritado ajeitando o longo cabelo.

— Sammy acorda. – gritou assustando o moreno que o olhou cansado.

— A qual é Dean... me deixa dormir, iremos morrer encare a realidade nós não sairemos daqui.

O loiro apenas riu de maneira debochada, como não sairiam dali? Ele tinha um plano perfeito. Desde quando Sam se tornou tão negativo... na realidade, desde quando Sam não é negativo?

— E a biscate acha que vai ter uma morte menos dolorosa se estiver dormindo? – Dean perguntou debochando da atitude despreocupada do irmão.

— Pelo menos eu não vou ver quando tiver de morrer. – o moreno se levantou erguendo os braços e olhou para as grades que pareciam frágeis, apenas... pareciam.

— Sammy ele te acordaria, torturaria e depois o mataria! Ele é um demônio ele quer ver você sofrer, não espere receber beijos e flores.

Sam não poderia argumentar com isso Dean estava certo, ele conhecia demônios o suficiente pra saber que não tem piedade de ninguém afinal foi por isso que caíram. Olhou pela janela que havia na cela e de relance jurou ter visto alguma sombra, mas a essa altura já não conseguia distinguir o que era real e o que era imaginação. Sua mente lhe pregava pessoas ao olhar para os corredores escuros e gelados, ele jurava que estava vendo paredes se mexerem.

Ele sabia que poderia usar seus poderes contra o demônio mas não podia fazer isso com Dean o olhando e talvez não fosse forte o bastante a ponto de matar Azazel, na realidade o moreno tinha mais do que certeza de que nunca poderia fazer tal coisas. Sam foi despertado de seus pensamentos por uma barulho no andar de baixo.

Teve certeza de que logo estariam mortos.

~ Londres a algumas horas atrás ~

Katherine já estava cansada das constantes mudanças que fazia pela Inglaterra, ela jamais ficava em algum lugar e chamava a sua atenção que seus pais adotivos sempre estivessem se mudando com ela parecendo fugir de algo. Ela optava por não saber muito sobre isso, tinha medo de que isso lhe trouxesse problemas e já imaginava que eles nunca contariam os motivos.

Katherine Prince Winchester é uma jovem sonhadora de apenas 16 anos, morava com os pais adotivos Camille e Jason Rickshed. Os dois haviam se encantado pela jovem assim que a vira, Camille enxergou uma criança especial com ar angelical e Jason viu que era apenas uma pequena princesa que precisava ser amada e protegida. Eles logo a levaram para casa assim aos seis anos, era uma criança adorável de personalidade impossível que os cativava e os dois logo notaram que haviam algo de errado. Ela era perseguida, atormentada tanto quanto eles estavam sendo, contudo nunca a deixaram. A amavam demais para fazer isso.

A jovem teve a oportunidade de poder apagar seu nome, mas tanto os pais adotivos quanto a própria garota decidiram que não fariam isso, eles não sabiam qual o motivo para o desaparecimento do pai dela, mas imaginavam que talvez um dia ele pudesse a procurar.

A mãe biológica de Katherine havia falecido quando ela tinha apenas seis anos de idade, a jovem não tinha nada material que a ligasse ao seu pai, nem mesmo a sua foto, possuía apenas o sobrenome dele e nada mais. Se sua mãe deixara esse nome, era por que provavelmente ele era um homem bom que um dia a encontraria e a ajudaria. Katherine queria o conhecer, avia lido sobre ele no diário da própria mãe que carregava para todos os lugares.

No diário dizia apenas que o pai dela “Dean” não sabia da existência da jovem afinal era um homem que viajava em demasiado, e ele não havia ficado por muito tempo na cidade a ponto de poder saber da gravidez. Ou seja, ele não sabia da existência da “adorável” Katherine.

— Katherine vamos, desça desse carro. – Camille pediu roubando a atenção da jovem que olhava distraidamente para a tela do próprio celular – Você tem que ver seu quarto, é lindo.

— Ok mãe já vou descer – desceu do carro sendo acompanhada por Camille e Jason que estavam ansiosos esperando a reação da garota.

A jovem disparou pela casa ignorando completamente todo o local e correndo para os andares de cima sem se preocupar com absolutamente nada, ela parou diante de uma porta com seu nome em letras douradas e abriu encontrando seu novo quarto... ou refúgio. Olhou as paredes de um azul marinho e sorriu em aprovação, as janelas grandes e a cama imensa foram devidamente aprovadas pela garota. Jason entrou no local e sorriu ao ver que os decoradores haviam feito como ele pediu, mesmo que de maneira relutante por se tratar do quarto “de uma jovem”.

— Gostou?- ele perguntou já sabendo a resposta.

— Está ótimo pai - respondeu abraçando ele e Camille

— Que bom que gostou, vá tomar um banho e deite um pouco eu vou pedir uma pizza.

— Ok, já estou indo. – sorriu para os dois.

A loira tomou um banho rápido e vestiu seu pijama preferido, se dirigiu até a algumas caixas próximas e começou a guardar suas roupas no imenso closet ao qual ela havia achado extremamente exagerado para alguém tão jovem e com tão pouca coisa. Thery vivia em meio ao luxo com seus dois pais adotivos, isso nunca significou muito para ela, os dois esbanjavam apenas quando se tratavam na estrutura de uma casa ou de um bairro mais seguro, mas não se importavam muito com os pequenos detalhes e isso fez com que a jovem crescesse sem valorizar seu “patrimônio”.

— Te matriculamos em uma escola. – Camille anunciou entrando no quarto com duas caixas de pizza e se sentando de frente para a jovem que fez uma careta.

— Porque? digo obrigada mas é que...bom eu não sou muito lá saudável pra pessoas e estamos sempre nos mudando então...-deixei a frase morrer no final querendo se livrar do “fardo” que acreditava ser os seus estudos.

— Não se preocupe as pessoas vão gostar de você só tem que deixar de ser um pouco irônica e briguenta.- Jason e aproximou tentando animar a jovem, ele não sabia de quem ela havia herdado a personalidade difícil, se perguntou se era algo genético já que tanto ele quanto sua esposa eram pessoas pacíficas.

— Ok prometo me comportar. – a jovem sussurrou.

A garota se lembrou de uma conversa com sua mãe biológica quando era mais nova, tinha apenas seis anos na época, mas não conseguia se esquecer disso. A mulher sempre a questionava como seria se a pequena garota estivesse crescendo junto de seu pai, os dois tinham personalidade idênticas. Obviamente ou eles se amariam em excesso ou se odiariam em demasiado.

Os três terminaram a refeição e se preparam para dormir, e novamente a loira pegou no sono imaginando como seria sua vida com o seu pai verdadeiro. Ele poderia a amar?

~.~.~.

A jovem despertou com uma voz alta a chamando parecendo estar ao lado dela, ela suspirou e ignorou completamente imaginando que seria Jason a chamando para o café da manhã, Thery estava exausta e não se levantaria nem sob ameaça do velho homem. Apesar de Jason ainda estar na faixa dos trinta anos.

 - Pequena Winchester, acorde. Eu preciso te levar para um passeio. – ela imediatamente abriu os olhos ao ver que não reconhecia a voz debochada.

— Saia dai, você precisa se levantar agora e sair! – a voz forte de um homem soava no local.

A jovem tentou movimentar as pernas, mas as sentiu extremamente pesada. Ela sufocava enquanto ele a encarava como se ela fosse um papel prestes a ser descartado, os olhos dela passaram a escorrer e a jovem levantou o braço tocando o próprio rosto e levou os dedos até seus olhos a possibilitando de ver o líquido que saia do local, ele possuía um cheiro forte que ela logo reconheceu. Thery tentou gritar, mas sua voz falhou completamente assim como todo o seu corpo. A morena sentiu o pavor a dominar quando o homem desconhecido se aproximou de seu corpo e passou a rasgar toda a sua carne.

Thery despertou imediatamente, ela não saltou da cama, não gritou e nem se levantou. Apenas abriu os imensos olhos verdes e encarou a luz do corredor que adentrava o seu quarto o iluminando fracamente, ela franziu as sobrancelhas não se lembrando de ter aberto a porta e estranhando a luz acesa já que Jason e Camille nunca saiam do próprio quarto durante a madrugada. Se manteve completamente imóvel com o cobertor a cobrindo até o pescoço e sentiu a cama ao seu lado afundar como se alguém tivesse se sentado e a observasse, já que suas costas queimavam evidenciando o contato visual.

Ela se desesperou e saltou da cama quando sentiu seu cobertor ser erguido, o homem imediatamente se colocou a frente dela com um sorriso malicioso, os olhos de um amarelo opaco que a deixou completamente arrepiada, ele esticou um braço e tocou o rosto dela, ato que a fez bater na mão dele e o empurrar com violência para longe.

— Não me toca ou eu vou chutar a sua bunda até a minha meia sair pela sua garganta. – ameaçou gritando.

— O senso de humor da família Winchester é realmente único, nem separados vocês mudam. – ele debochou rindo da feição irritada dela – Grite o quanto quiser, isso não vai te ajudar. Só vai te cansar desnecessariamente.

— O que quer comigo?- ela perguntou analisando as palavras dele tentando as processar em sua mente, a jovem deu dois passos para trás em direção ao corredor vendo ele avançar em sua direção.

— Vou te levar ao seu pai. – ele falou lentamente para que ela não perdesse nenhuma palavra – Ele vai adorar saber que tem mais alguém para se preocupar, se vocês viverem é claro.

—Meu pai já está aqui, é o Jason. – o contrariou.

—Seus pais de mentirinha? Me desculpe queridinha mas eles já estão mortos a um belo tempo. – ele riu de maneira sádica.

A jovem correu em direção a sala e lá encontrou os dois jogados no chão, os corpos completamente dilacerados e jogados com os rostos virados para cima em direção ao teto, eles estavam completamente mutilados ao ponto da jovem só os reconhecer devido as roupas que usavam, o chão estava completamente sujo de sangue deixando o carpete claro completamente manchado.

A loira gritou e desceu as escadas correndo e tropeçando antes de chegar aos corpos, era demais para seus olhos ver aquela cena. Ela se encolheu sentindo o líquido quente tocar em seus joelhos enquanto as lágrimas inundavam seus olhos, ela se levantou com dificuldade sabendo que ele estava por perto, sabia que não adiantaria nada continuar ajoelhada ali enquanto ele se aproximava lentamente de suas costas sem tentar esconder que logo a pegaria.

— Os humanos são tão comoventes com esse sentimentos tão fracos, você é uma Winchester, mas no fim é tão fraca quanto seu pai e aquele seu titio. Seu avô ainda se salva, vai ver é essa... – suspirou olhando para cima – Nova geração não é? De lamentadores. – começou a descer as escadas fazendo o máximo de barulho possível tentando a amedrontar.

A loira se levantou e correu em direção a saída da casa, assim que se aproximou da porta um cheiro forte a atingiu e logo ele estava a frente dela com um sorriso diabólico.

— Bu! – ele gargalhou vendo a feição de insatisfação surgir no rosto dela, a jovem já respirava com dificuldade a essa altura.

Como esse velho desce as escadas mais rápido do que eu? Ok Thery, ele é um monstro.

— Cansei dessa palhaçada, pode não parecer, mas eu tenho mais o que fazer do que ficar correndo atrás de uma adolescente problemática.

Ele a segurou pelo pescoço com força e abriu novamente seu sorriso sádico vendo o desespero nos olhos dela embora sua expressão fosse neutra, ele teve mais certeza ainda de que ela realmente era filha de Dean Winchester.

— Eu acho que você vai adorar a surpresinha que eu tenho pra você.

— Pois tenha toda a certeza que eu vou odiar qualquer coisa que venha de você.- a voz dela saiu dura.

—Ok, que seja eu não estou me importando com você – ele sorriu e quando ela olhou ao redor não reconhecia mais o local em que estava, ele a jogou no chão fazendo o corpo da jovem bater contra o chão frio que resmungou alto ao sentir a pele do braço rasgar ao cair sobre um pedaço de metal.

—Olá Dean e Sam é um prazer revê-los novamente.- o demônio olhou para os dois irmãos dando uma risada baixa quando viu Dean cair novamente para dentro de sua própria cela ao tentar invadir a cela de cima onde havia um imenso buraco no piso.

— Realmente Azazel, deve ser mesmo um prazer pra você me rever, uma beleza como a minha deve ser bem apreciada. – o loiro abriu os braços sorrindo e depois ficou imediatamente sério ao ver a figura loira jogada no chão – Não, não... aqui já está muito apertado. – resmungou e Sam o olhou de cara feia.

— Anda logo e acaba com isso, ninguém merece ficar tanto tempo preso em um lugar assim com Dean. Quem é a garota?- Sam o questionou.

— É um presentinho pra vocês rapazes. – ele riu a puxando pelo longo cabelo loiro.

— O que foi agora os demônios decidiram atacar garotinhas indefesas e sem importância nenhuma? – Dean debochou – Vocês já trabalharam melhor.

—Dean, Dean ela com certeza não é uma garotinha sem importância. – o demônio se apoiou na parede os olhando do lado de fora da cela enquanto a garota discretamente se arrastava para longe.

—E por que não? -perguntou.

—Por que você se importa muito com a vida das pessoas, e digamos que essa pessoa aqui vai ser mais importante que qualquer outro. Talvez tão importante quanto Sam, você pode ter essa pose de superior nesse momento, mas isso vai acabar assim que descobrir o porque dessa linda jovem estar aqui.

Ele puxou a jovem pelo cabelo que só então encarou o local em que estavam a medida que ele a colocava de pé forçadamente, a loira logo viu os dois homens que a encaram. O mais alto tinha a preocupação evidente em seus olhos castanhos enquanto o mais baixo parecia completamente em choque ao focar os olhos no rosto da jovem garota.

— Dean e Sam Winchester. – a garota imediatamente perdeu a cor e deixou o ar escapar.

Deve ser algum engano.— pensou enquanto os olhava, o loiro era extremamente parecido com as descrições de sua mãe.

— Eu lhes apresento a adorável Katherine Prince Winchester, ou Thery, como a família adotiva dela gostava de chamar. – o velho anunciou fingindo emoção, como se estivesse em um reencontro familiar e certamente era um.

Os dois irmãos se encaravam com surpresa, desconfiança, medo e tristeza. Sam logo entendeu o problema e soube que Azazel poderia ser um cretino, mas não inventaria algo assim embora ele ainda não imaginasse o motivo para jogar aquela criança nos braços dos dois. Por outro lado Thery ainda estava em choque sem saber como reagir a essa nova realidade, ela ainda estava em choque tentando absorver tudo que estava acontecendo.

—Dean Winchester quem diria que apenas uma semana podia fazer isso. A16 anos atrás. Michigan. Mulheres. Bebidas. Quem diria em? Você? Pai? É bom demais pra ser verdade. Mais um ponto fraco, eu irei jogar com vocês. – os olhos amarelos dele brilharam e a jovem engasgou se preparando para o chutar.

—E por que você acha que eu me importaria com ela? Como prova que ela pode ser minha filha? Você é um demônio, eu não tenho que acreditar em nada que você diz. – a jovem sentiu o coração parar de bater com essas palavras, o que realmente estava acontecendo ali?

—Por que você se importa com os outros, então porque não se importaria com a sua própria filha? O seu sangue Dean está nela. O sangue de sua mãe, seu pai, o seu e o da falecida mãe dela estão nela. Preciso mencionar os anteriores? Ela é uma Winchester.

Azazel a puxou novamente pelo cabelo e ergueu o braço da jovem onde uma pulseira prateada reluzia balançando centenas de pingentes, a jovem se lembrava de sempre ter essa pulseira, havia sido dada por sua falecida mãe e ela agradecia por nunca terem tirado dela. Um colar com os mesmo pingentes em um tamanho menor também reluzia no pescoço da jovem Winchester que estava praticamente desacordada.

—Consegue se lembrar Dean? Esse colar e essa pulseira, você os deu a Melissa Prince como uma promessa de amá-la. – o demônio riu zombando dela – Essa era pulseira da sua adorável mãe. Não consegue se lembrar sido? Achei que teria mais importância

O demônio levantou um de seus braços e os dois homens foram lançados para a parede com força ficando desnorteados, a cela que antes estava fechada se abriu e o corpo da loira foi jogado contra a parede com força e ela caiu desacordada entre os dois homens que viram o chão se encher de sangue devido ao corte na cabeça da jovem.

Dean entrou em desespero ao ver o estado em que a jovem se encontrava, ele tentou não demonstrar isso, mas sentiu seu coração inchar ao ver ela naquela situação. Mesmo acreditando que ela não era sua filha, ele tinha a consciência de que era apenas uma garota que deveria ter uma vida inteira pela frente.

Sam ao contrário de Dean tinha certeza absoluta que a jovem era realmente uma Winchester, por um lado ele queria sentir felicidade, mas por outro a angustia tentava o dominar, ela nunca teria a chance de ter uma vida normal novamente. Ao entrar no mundo sobrenatural, você nunca sai. Ele nunca abrirá as portas para você escapar.

O demônio sorriu para os dois e fechou a cela.

— Tenham um ótimo momento familiar, enquanto tiverem tempo. – sorriu perversamente se afastando pelos corredores escuros.


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Notas finais do capítulo

Eu postei essa fanfic no ano de 2012 em uma conta antiga que eu tinha no Nyah, exclui ela e estou reescrevendo e estarei postando no Nyah e no Social Spirit.



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