Divided escrita por Pat Black


Capítulo 8
Hostile




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Mas de cinquenta errantes derrubados no pátio e mais três dezenas deles controlados. Rick imaginou que aquele era um saldo mais do que positivo levando em consideração que a ação fora executada por apenas oito pessoas e sem usar nenhuma arma de fogo.

Se no campo, no dia anterior, cada um deles pudera mostrar do que eram capazes, ali e agora superaram as expectativas. Até mesmo seus convidados mantiveram a formação e obedeceram a cada ordem dada sem questionar, sem hesitações.

Logo o Bloco C foi tomado, tendo seu grupo enfim encontrado aquele lugar seguro que buscavam há tanto tempo e pelo qual sonhavam quando estavam na estrada.

Mas a busca ainda não terminara. Precisavam de muito mais. Tinham que avaliar melhor o local, procurar suprimentos médicos para qualquer emergência e principalmente para Lori.

Hershel já possuía alguma coisa que conseguiram aqui e acolá, itens indispensáveis para uma eventualidade, já que o primeiro parto da esposa fora uma cesariana e talvez algo assim fosse necessário novamente.

Estavam preparados para o pior e nunca esperavam pelo melhor.

Contudo, precisavam de mais remédios, armas e, principalmente, alimento. Daryl era um ótimo caçador, porém pouco podia fazer quando os errantes devoravam cada ser vivo que se movia, tornando impossível caçar algo maior que um esquilo ou uma ave.

Parado, fora das celas, observou seu povo se acomodar. Satisfeito em notar em todos um ar de esperança e felicidade.

Pensou em dizer algo a Lori, quando a viu rumar para o piso superior. Pedir que ela usasse uma das celas da parte de baixo, para não precisar subir e descer as escadas em seu estado, mas preferiu ficar calado. A conversa da noite anterior ainda martelava em sua cabeça, a mágoa que sentia ainda queimando muito forte.

O trio entrou por último.

Chase se acomodou com T-Dog, quando o amigo ofereceu partilharem a primeira cela. Sam conversou com Carol e ficou com Sofia. Linn preferiu à última e a mais afastada de todas, ficando sozinha.

A ruiva atravessara todo o caminho sem lhe encarar, até que lhe lançou um olhar contundente, direto e muito... Muito parecido com o da noite anterior, quando se oferecera para ficar de vigília no lugar dele, mesmo que parecesse querer ofertar outra coisa. Lembrar fez Rick se mexer incomodado e estranho por perceber seu interesse nenhum pouco disfarçado.

Aquilo fora uma revelação, não de todo ruim, se fosse sincero consigo mesmo. Fora algo que apenas vislumbrara em Linn quando se conheceram há oito meses e não imaginou que pudesse ainda existir.

Seu olhar se desviou da ruiva e encarou Sam parada a porta da cela, tão imóvel, que prendeu toda a sua atenção. Diferente do olhar de Linn, o da morena não fazia promessas, apenas dardejava preocupação, avisos e algo mais que, no que se referia a essa mulher em particular, não conseguia capaz de discernir com clareza.

No silêncio que se seguiu, ainda encarando Sam, Rick pode ouvir a voz de Glenn falando de modo amoroso com Maggie sobre sua preocupação de que ela pudesse ter sofrido arranhões. O tom de voz que ele usou, todo o amor transbordando em cada palavra e a cumplicidade do casal lhe desnorteou.

Aquilo foi pessoal o bastante para Rick se sentir desconfortável por tê-lo escutado, principalmente quando se encarava alguém que não gostava de intimidades e dele, muito menos os dois no mesmo contexto.

Quando por fim Sam quebrou o contato e entrou na cela, Rick sentiu que voltava a respirar aliviado. Daryl desceu as escadas nesse momento, e se aproximou dele quando ainda se recompunha.

“Vamos tentar encontrar o refeitório ainda hoje?” Questionou.

“Seria o mais certo.” Pigarreou antes de responder. “Descansamos por uma hora e depois seguimos em frente.”

Daryl acompanhou Rick para fora do bloco de celas e sentou nas escadas, enquanto observava o amigo se mexendo inquieto.

“Os corredores são apertados, não deveríamos ir todos.”

Rick balançou a cabeça de modo afirmativo e coçou o queixo pensativo.

“Eu, você, T-Dog.” Parou e olhou para a entrada do bloco de celas. “Chase e Glenn.”

“Sam e Linn não vão gostar de ficar de fora.” Daryl comentou olhando para Rick por baixo das pestanas. “Maggie também não.”

“Maggie já fez muito por hoje.” Rick recordou do errante com a armadura kevlar e em como a amiga correra perigo. Preferia que Glenn estivesse menos preocupado nessa nova incursão.

“As irmãs siamesas vão reclamar.” Daryl pontuou. “E não quero ser chamado de machista por nenhuma das três.”

“Ok.”  Rick passou a mão no rosto. “Levamos Sam.”

Daryl ergueu as sobrancelhas.

“Quatro dos nossos, dois deles.” Rick deu de ombros.

“Isso me assusta como o inferno.”

“O quê?”

“Isso... Eles... Nós.” Daryl se ergueu e parou próximo a Rick, o olhar atento à entrada do bloco de celas, a voz em um tom mais baixo. “Não gosto dessa sensação de que não somos um só grupo.”

“Não é algo fácil.” Rick suspirou.

“Deveria ser.” O caçador mexeu as mãos para enfatizar as palavras e deu um passo atrás, depois pensou um pouco. “Por isso quer levar Sam?”

Não. Rick pensou, mas ponderando imaginou que sim.

Linn não era o problema. Pelo menos não nesse caso. Ela se enturmava com todos, com exceção de sua esposa. Havia um atrito entre as duas que não atinara com a razão até a noite anterior. Mas Lori era mulher e percebera o óbvio. Não podia se culpar por ser tão obtuso, Rick avaliava, tinha responsabilidades com todos e isso impossibilitava perceber muitas coisas não associadas com o ato de sobreviver. Além do mais, nunca tivera muita experiência no campo sentimental ou muitas namoradas para entender prontamente o interesse de alguém.

Já Chase era alguém fácil para se relacionar. O rapaz parecia tão sólido quanto a sua figura compacta. Simples de uma maneira que cativava. Com olhos sinceros e sem malícia ele lembrava seu irmão em muitos aspectos.

Sam era o problema.

Ela não confiava. Não o fizera há oito meses e não o fazia agora. Se alguém ou algo estava impossibilitando a união dos dois grupos, seguia sendo ela. Enquanto Sam não mostrasse aos demais que acreditava plenamente que seguiam unidos, que não havia reservas de sua parte, os três sempre se sentiriam como forasteiros e encarariam a todos eles com desconfianças.

Depois daquela primeira conversa que tiveram, após se reencontrarem, eles só tinham trocado umas poucas palavras. Sempre se evitando, quando possível. Combatentes em lados opostos do ringue, que sabiam estar em uma luta, mas jamais trocaram realmente os primeiros socos.

Rick tomou nota de que deveriam dialogar novamente, assim que possível. Tinham um teto seguro sobre suas cabeças agora, não precisavam correr e se esconder o tempo inteiro. Já era o momento de colocarem as cartas na mesa e resolverem quaisquer pendências que pudessem ter e deixar claro o quanto precisavam uns dos outros, ou se separarem de vez e dividir o local para puderem viver em harmonia, ainda que em cantos opostos.

E talvez fosse o melhor.

“Nunca falou muito sobre como conheceu elas.” Daryl se deu conta.

“Não passamos muito tempo juntos, apenas três dias.” Rick respondeu com o olhar perdido no passado. “Salvaram minha vida. Isso é tudo que qualquer um precisa saber sobre o tipo de pessoas que são. Encontraram um desconhecido e o ajudaram. Acredito que merecem nossa confiança. Nada que fizeram até agora mudou esse fato.”

Daryl pensou em soltar: A ruiva arrasta uma asa para o seu lado. Isso conta? Mas preferiu ficar calado, se afastando para encontrar Carol e passar uma hora ao seu lado antes de se atirar nos braços do perigo novamente.

Rick se deixou ficar ali, parado, até que resolveu sentar no mesmo lugar em que Daryl estava antes, tremendo levemente quando, por fim, se encontrou sozinho e não precisava manter a fachada de invulnerabilidade.

Quando todos apareceram, após o merecido descanso, ele já estava recomposto e preparado para liderá-los pelas galerias às escuras, com possíveis errantes saindo de todos os cantos e escondidos em seu complicado labirinto.

“Não vou ficar aqui.” Linn declarou para Sam, as duas um pouco afastadas, ainda que sua voz soasse alto o bastante para que todos ouvissem.

“As galerias são estreitas, não podemos arriscar indo com muita gente.” Sam explicou o que lhe parecera lógico. “Além do mais, preciso de você aqui.”

“Posso fazer mais indo com vocês.”

Sam meneou a cabeça, Linn sabia ser bem intransigente quando o queria.

“Apesar de Carl e Sofia serem bem preparados, preste atenção em que ficou para trás e vai perceber que precisam de você e da Maggie para protegê-los.” Sam ajuizou com a voz baixa e persuasiva.

Um velho, uma grávida e três crianças. Linn percebeu que Sam estava certa. Apesar de Carol ser valente, ainda possuía muito a aprender. Restavam ela e Maggie.

“Posso ir em seu lugar.” Sussurrou dando um olhar para Lori, desgostosa em ter que ficar e zelar por alguém que detestava.

Sam meneou a cabeça.

“Do jeito que sou, acho necessário fazer parte dessa incursão.” Precisava formar laços, quisera dizer. Linn entendeu.

“Ok.” Linn olhou para o grupo atrás dela. “Fique perto de Chase.” Pediu com um tom preocupado na voz. “Não se arrisque por ninguém além dele.”

“Nem mesmo por...”

“Nem mesmo por ele.” Linn foi incisiva, sentindo que Sam não a ouviria. A amiga escondia muito bem, mas precisava ajudar pessoas e não gostava de receber ordens  “Foi um pedido.”

“Não pareceu.” Sam a abraçou, feliz em saber que valia mais que um romance, por enquanto.

Os corredores estavam às escuras, mesmo com as lanternas, muito pouco podiam ver do caminho à frente. Rick ia à dianteira, com Sam e Daryl em sua esteira. Atrás, Chase e T-Dog cobriam Glenn que seguia marcando o caminho.

Sam se lembrou da última vez que se arriscara em um local tão escuro e cheio de potenciais perigos. Naquela ocasião sentira um pressentimento ruim, muito diferente do alerta habitual e muita coisa dera errado então. Não gostou de se sentir da mesma maneira agora, ainda que isso talvez ocorresse pelo similar da situação.

“Fiquem juntos.” Rick ordenou ao perceber que T-Dog e Chase desviavam da direção do grupo.

“Ouviram?” Glenn sussurrou alguns minutos depois.

“Alguns se aproximam.” Daryl respondeu. “Vamos recuar?”

“Não.” Rick respondeu. “Só se forem mais do que podemos dar conta.”

No silêncio daquele lugar, que mais parecia uma tumba, o som dos grunhidos dos errantes parecia se amplificar e ecoar em todas as direções. Parados se dividiram em dois trios: um cuidando da frente e outro da retaguarda.

“Mantenham o foco das lanternas.” Rick pediu notando que os feixes de luz seguiam em todas as direções.

Logo eles apareceram. Um grupo de uma dezena, com macacões da prisão, seus corpos não tão deteriorados em razão do pouco contato que tiveram com as forças da natureza.

“Daryl!” Rick comandou e o caçador atacou o que estava mais perto, varando sua cabeça com uma de suas flechas.

Sam se surpreendeu, na escuridão e com a pouca iluminação do local tinha imaginado que a besta não seria de muita ajuda.

 “Sam.” Rick chamou para que esta também avançasse ao seu lado.

Ela se adiantou em seu encalço agarrando um deles e o acertando com a faca. Seu amado facão pendurado às costas, mas perigoso de se usar em um momento como aquele em que todos, vivos e mortos, dividiam o mesmo pequeno espaço.

Rick havia agarrado outro e o jogado na direção contrária, acertando sua cabeça com uma machadinha, abaixando-se e se esquivando de outro, para depois o agarrar e, o derrubando, acertar sua cabeça.

Os demais do grupo se adiantaram contra o inimigo.

Daryl empurrou dois para o lado, deixando-os para que Glenn e Chase os finalizassem, enquanto T-Dog mantinha vigia na retaguarda. O xerife tinha dado cabo de três e seguia mais adiante, desobedecendo a sua própria regra sobre manter a formação. Vendo de relance que cada um seguia com seu próprio problema, Sam investiu na direção dele, sendo jogada contra a parede por um errante saido das sombras.

Colocando o braço por baixo de seu maxilar o jogo para trás, tentando erguer a mão e o acertar. O miserável a segurou pelas mangas da jaqueta e a derrubou, rolando para longe do grupo, para a escuridão de um corredor lateral.

Encontrando-se sozinha, ficou quieta, abaixada, olhos fixos na direção em que o errante parecia ter caído quando lhe soltou, tentando captar qualquer réstia de claridade para localizá-lo. Ouviu o som dos amigos à distância e pode notar o brilho das lanternas em uma parede à esquerda. Reconhecia que não fazer barulho não adiantaria muito naquele momento, o desgraçado podia sentir seu cheiro, contudo, seu intento era escutar a ele antes que lhe atacasse novamente.

“Meu De...” Murmurou quando sentiu algo agarrar seu braço e ouvir seu rosnar.

Às cegas o atingiu, uma, duas vezes, enquanto o empurrava, sem saber onde o acertava. Até se dar conta de que sua mão se fechara sobre o pescoço da criatura, o que lhe deu a ideia do ângulo em que deveria atingi-lo novamente para alcançar sua cabeça.

Ao ouvir os arrastar de passos, usou o errante como escudo. O sangue dele tinha empapado sua camisa e rezou para que o cheiro pútrido encobrisse o seu. Sem se mexer procurou pelas luzes das lanternas, mas elas tinham desaparecido.

Lutou contra o desespero. Odiava o escuro com todas as suas forças. Sempre soube que suportaria qualquer coisa, mas nunca se adaptaria se um dia perdesse a visão. Seu coração, sempre tão calmo, martelava seu peito feito louco diante da fobia, essa falha de sua personalidade que julgava imperdoável. Com muita determinação conseguiu manter a respiração calma, para não chamar atenção dos errantes que caminhavam ao seu redor.

Uma pequena horda. Muitos para que os outros mantivessem a posição. Eles deviam ter recuado. Talvez nem se dessem conta de imediato que ela não estava entre eles.

Manteve-se no mesmo lugar por um bom tempo, esperando que o som do arrastar de passos ficasse mais distante e, por fim, só escutou o silêncio.

Devagar procurou nos bolsos do casaco pela caixa de fósforos que sempre carregava. Riscou apressada um deles e se afastou na direção contrária a dos errantes. Deveria haver uma bifurcação em algum ponto adiante e ela poderia utiliza-la para retornar ao Bloco C, para onde provavelmente o grupo seguiria.

Tinha riscado mais dois dos preciosos fósforos, quando ouviu um tiro logo à frente. Pelo menos achou que tinha sido adiante. Crendo que poderia ser Rick e os demais, avançou, parando ao sentir que algo lhe atingia de raspão no braço, ao mesmo tempo em que duas pesadas portas se abriam e a luz de amplas janelas lhe cegava por um instante.

“É um deles!” Um homem deu um alarme.

“Não.” Sam gritou para desmentir tal afirmação, antes que alguém também lhe atingisse na cabeça.

Tentou acertar com a facão uma mão que lhe agarrou, sem sucesso. O homem puxou-a para dentro, fechando a porta depois.

Acostumada novamente com a luz, percebeu que estava cercada por cinco homens, prisioneiros, a julgar pelo macacão que levavam.

“Como entrou aqui?” Um perguntou lhe olhando com suspeitas.

“Você é do resgate?”

“Olha para ela, parece alguém do resgate?” O com a arma gesticulou, respondendo a pergunta do loiro.

“Moça, de onde veio?” O loiro ainda tentou.

Sam ficou calada um momento observando a postura de todos, avaliando toda e qualquer informação sobre esses estranhos.

Dois gigantes negros ao fundo que lhe olhavam esperançosos. Um baixinho ao seu lado. Este fora o que a tinha agarrado e puxado para dentro. O loiro parecia ser o mais velho e estava mais afastado de todos, a esquerda, mãos cruzadas sobre o peito em um gesto de proteção. Todos tinham medo do que carregava a arma e não só por que este carregava a arma.

Dos cinco, o armado parecia ser o mais perigoso, tivesse ele o revólver ou não. Este era o líder com toda a certeza.

“Eu estava fugindo dos errantes no corredor.” Sam respondeu tentando dar a voz e ao rosto um ar mais amedrontado do que sua atitude normal de desafio.

"Errantes?" O loiro perguntou, mas Thomas não deixou Sam responder.

“Besteira.” O da arma balançou a cabeça negando, os olhos passeando pela sua aparência, notando que ela estava mentindo. “Você não entrou aqui sozinha.”

“Não disse que estava sozinha.” Sam deu um passo para trás, avaliando se teria uma oportunidade de acertar ele antes que tentassem algo.

“As coisas lá fora.” O mais alto começou. “É a primeira vez que elas se afastam daqui o bastante para tentarmos abrir as portas.”

“Estão presos aqui há quanto tempo?” Sam perguntou olhando para o aspecto imundo de todos eles.

“Nove meses.” O loiro respondeu sem pensar e o da arma avançou para ele, como se fosse agredi-lo pela imprudência de ter falado. Aquele gesto deixou uma abertura para que Sam tentasse acertá-lo com o facão. Mas antes que conseguisse o baixinho a derrubou com um soco no flanco.

Caiu de joelhos, dobrada tentando suportar a dor, gritando quando o mesmo desgraçado pisou em sua mão e chutou seu facão.

“Já vi que você é bem hostil.” O da arma falou se abaixando e tocando o cano da arma em seu rosto.

“Você tentaria o mesmo se alguém enfiasse uma arma em sua cara.” Respondeu tentando recuar, quando o menor voltou a lhe tocar, prendendo suas mãos às costas.

“Thomas, não precisamos fazer isso. A garota está machucada.” O mais alto tentou se acercando. “Pense, ela estar aqui é uma prova de que podemos sair.”

“Isso mesmo, por que agredir a moça?” O loiro tentou também.

“Ela me atacou.” Thomas respondeu sem deixar de encarar Sam.

“A garota entra aqui e se bate com cinco presidiários mal encarados e você quer que ela se sinta segura?” O alto ainda tentou. “Andrew, solta ela.”

“Já esqueceu quem manda aqui, Oscar?”

“Cara, não faz isso.” Oscar balançou a cabeça com pesar. “Mesmo que ela estivesse sozinha, não devíamos agir como animais. E se ela tiver amigos, talvez eles possam nos ajudar... Talvez...”

“Amarra ela.” Thomas ordenou a Andrew sem tirar os olhos de Oscar.

O prisioneiro encarou Sam como se pedisse desculpas e se afastou, mas ela não lhe deu muita atenção.

“Ninguém vai resgatar vocês.” Sam falou enquanto Andrew amarrava suas mãos para trás. “Vocês esperaram em vão.”

“O que está acontecendo lá fora?” O loiro perguntou se aproximando.

“Nada.” Respondeu. “Não existe nada lá fora. Só errantes e alguns sobreviventes.”

“O exército, a policia?” Andrew perguntou.

Sam balançou a cabeça negando.

“Nossas famílias?” O alto e gordo se pronunciou pela primeira vez.

“Se me soltarem, levo vocês em segurança para fora da prisão, podem sair e tentar encontrar suas famílias.” Sam tentou.

Thomas se abaixou e lhe olhou fundo, negando sutilmente com a cabeça. Seus olhos escuros percorreram o corpo de Sam com volúpia, não ligando que ela estivesse suja de sangue e fedendo como um errante.

Soube que ele não a deixaria ir, que tentaria algo contra ela, assim como os dois miseráveis também tentaram no acampamento de seu pai.

“Thomas, vamos sair daqui.” Andrew aconselhou, abrindo uma das portas, ansioso pela oportunidade de escapar daquele lugar.

“Vou dar uma olhada lá fora com o Oscar e o Big, você fica aqui com o Axel e toma conta dela.” Thomas ordenou. “Eu volto.” Disse a Sam se erguendo e partindo.


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Notas finais do capítulo

Hostile - Hostil



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