Divided escrita por Pat Black


Capítulo 34
Gunshot and grief


Notas iniciais do capítulo

Olá quem ainda não me abandonou.
Estou me programando para atualizar a fic toda terça e sexta. Espero conseguir.
Como sabem o Chase é um personagem de TWD - Webepisodio - Cold Storage - E não é meu OC. Ele é interpretado pelo tudo de bom Josh Stewart, que segue no baner (não sou boa nos banners, nunca fica legal). Queria que ele participasse da série, difícil, mas não impossível.
Beijão e espero que gostem.



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Linn sabia que não estava sendo sensata. Talvez muito do que sentisse fosse algum tipo de mecanismo de defesa. Seus sentimentos para com Rick eram tão profundos e extremos, que culpá-lo pela morte de Sam fosse uma maneira de se defender desse desejo que sempre sentia por ele.

Passaram aquela tarde sem dirigir a palavra um ao outro. Sentados em salas distintas, ambos a remoer as perdas. A noite se aproximou, chegou e passou. E não tiveram muito que decidir no momento, pelo muito que ainda estavam impactados pela perda da prisão e morte de tantos amigos.

Rick ainda estava acabado. O rosto não tão mais inchado, o ruído que fazia ao respirar deu calafrios em Linn durante toda a noite. Aquilo dizia que tinha uma costela quebrada ou ao menos trincada.

Tinha se aproximado dele quando amanheceu, após achar pela casa material para cuidar de suas feridas.

Ajudou-lhe a tirar a camisa, jogando a coisa fora. Usou tiras de cobertores como ataduras em seu tronco. Depois limpou o ferimento na coxa e atou um curativo ali também. Tinha achado calças e uma camisa branca que lhe deu, saindo da sala e deixando que Carl cuidasse em lhe ajudar a se trocar.

Tinham feito tudo em silêncio, com dificuldade de dirigirem a palavra um ao outro. Ele muito ciente de como ela se sentia a seu respeito, com todo aquele sentimento contaminado agora pela raiva pelo que acontecera a Sam e de si mesma de alguma maneira.

Alguns minutos depois tomou café ao lado de Carl, não se sentindo nem um pouco à vontade com o garoto. Havia algo nele que fazia Linn não se aproximar. E o modo como ele lhe olhava, com receios e um tanto de raiva, não ajudava a melhorar essa impressão.

Foi Carl que lhe falou sobre a morte de Judy. A informação diminuiu um tanto a raiva que sentia de Rick, não imaginando como devia ser duro para ele ter perdido a criança de forma tão horripilante. Imaginando com muito de dor aquele ser indefeso a ser devorado.

Carl não comeu mais depois de lhe contar aquilo, saindo e rumando para a sala onde dormiram, parado a olhar pela janela.

Rumou na direção oposta, encontrando Rick na cozinha a vasculhar os armários, algumas coisas já amontoadas sobre a mesa.

“Sinto por sua filha.” Linn disse após um momento de silêncio em que ele lhe olhou sem nada dizer.

Rick tinha parado e suas costas retesaram, a mão segurando a porta doe um armário aberta e olhando para dentro a recordar a cadeirinha ensanguentada. Levou uns segundos assim, mas nada disse, fechando o armário e seguindo para outro.

“O que vamos fazer agora?” Linn perguntou quando ele se virou, recomposto, no que ela percebeu que estivera a conter a emoção, os olhos vermelhos e ainda marejados.

“Podemos ficar aqui por enquanto.” Disse com a voz rouca, pigarreando e olhando diretamente para Linn um instante.

“Não acho que isso seja possível. Temos que encontrar os outros.” Linn enfatizou.

“Não sei se há quem encontrar.” Ele disse se agachando com dificuldade para olhar embaixo da pia.

“Claro que há.” Linn soou dura. “Vi o ônibus sair de lá com muitos do grupo, e acho que Chase estava nele.”

Aproximou-se da mesa e o observou de cima, os olhos azuis sem muita esperança naquele sentido.

“Acha que Daryl morreu lá? Me poupe.” Linn riu com sarcasmo. “Carol? Tyrese? Só se não os conhecesse acreditaria nisso.”

“Não sei.” Rick se ergueu e Linn conteve a vontade de se aproximar para ajudá-lo ao notar a dor em seu rosto pelo esforço. "Não vi nenhum deles, mas isso não quer dizer nada."

“Achei que tinha mais fé em seus amigos?” Linn soltou furiosa. “Vai ser difícil sem que tenhamos um ponto de encontro.” Meneou a cabeça e Rick notou que seu cabelo estava mais comprido, e isso nunca tinha percebido. “Deveríamos ter pensado nisso.”

“Não pensamos em muita coisa.” Rick encostou à pia e suspirou. “Nosso erro foi achar que tudo estava bem... Nos acomodar.”

“Tínhamos um lar.” Linn deu de ombros. “Parecia que ia durar.”

Rick olhou pela vidraça da porta dos fundos e Linn soube que pensava em Sam. Eles acharam que o que tinham ia durar, adiando escolhas e desejos. Não deveriam. Tinham que ter aproveitado todo o tempo que possuíram um do outro.

“Sabe o que acho?” Perguntou para chamar a atenção dele. “Acho que todos vão seguir a leste. Vão atrás do ônibus. A maioria do grupo estava nele.”

“Pode ser.” Rick olhou para o chão e meneou a cabeça.

“Eu teria seguido naquela direção se não tivesse visto Carl e pensado que Sam estava com...” Linn não terminou o que ia dizer, respirando fundo e se afastando da mesa onde estivera apoiando as mãos, abraçando-se para conter a agonia que lhe alagou. “Eu teria seguido o ônibus. Outros devem ter tido a mesma ideia.” Continuou.

“Acho que pode estar certa.”

“Estou certa.” Linn disse com convicção.

Rick olhou para o conteúdo da mesa, o pouco que tinham de suprimentos.

“Precisamos de mantimentos.”

“Posso vasculhar as casas ao redor e saímos antes do meio dia.”

“Talvez seja melhor seguirmos amanhã.” Rick falou colocando a mão no flanco esquerdo, fazendo uma careta de dor.

“Já perdemos dois dias.” Linn foi dura. “Temos que nos apressar para não perder a trilha.”

Ele lhe olhou fixo por alguns instantes. Talvez lembrando que Linn nunca era aquela que tomava as decisões quando em dupla com Chase e Sam, mas agora soava como se sempre estivesse no comando.

“Está certa.”

“Ok.” Linn pegou uma sacola sobre a mesa. “Você aproveita e descansa, Carl fica de vigia.”

“Certo” Rick concordou um tanto apático.

“Não.” Carl se aproximou de repente, como se estivesse o tempo todo a ouvir a conversa deles. “Vou com a Linn.”

A ruiva não gostou da ideia, talvez por isso Rick tenha concordado com o pedido do filho. Ela lhe olhava com raiva o tempo todo e ele estava cansado disso.

Saíram, Carl e Linn, para caminhar lado a lado pela larga rua, sem nada dizer um ao outro pelo caminho.

Linn pensava no como certos desejos se concretizam, mas nunca da forma correta, e com um preço que não estamos dispostos a pagar.

Há muito tempo tinha desejado ter Rick apenas para si, mas não imaginou que teria que perder seus melhores amigos para que isso acontecesse. Não teria aceitado aquela realidade se soubesse que seria assim.

“Essa é tão boa como qualquer outra.” Carl falou, apontando para uma casa e puxando-a de volta a realidade.

Já tinham passado por algumas casas e Linn nem se dera conta.

Concordou, tirando a faca da bainha, aproximando-se da porta, batendo na mesma, tendo Carl com a arma em punho às suas costas.

Nada.

Linn forçou e a porta abriu. Entraram para vasculhar os cômodos e encontrar muito pouco. Seguiam de sala em sala em silêncio, com Carl sempre a lhe observar, os olhos tão fixos nela que lhe incomodou.

“O que foi?” Linn perguntou parando a lhe encarar.

“Isso não lhe pertence.” Ele falou parando no meio da sala.

“O quê?... Ah!” Linn tocou a espada e o olhou duro. “Agora pertence.”

“Não.” Ele balançou a cabeça. “Era da Michonne e ela era minha amiga, não sua.”

Linn se aproximou e lhe olhou de cima. Ele tinha crescido muito nos últimos meses, mas Linn era alta. 

“Sabe... Eu estava ajoelhada ao lado dela quando aquele maluco usou essa espada e quase a decapitou.” Linn disse muito baixo.

Tinha os olhos no dele, esquecendo que era muito jovem, nem mesmo se importando com isso.

“Ela caiu e se arrastou na minha direção e não tive como ajudá-la então... estava amarrada... assim, vi como morria em agonia.” Continuou. “Logo depois eles começaram a atirar em nós e acertaram o Hershel.”

Linn estreitou os olhos e se aproximou um pouco mais de Carl. Ele pode ver toda a frieza em seus olhos verdes.

“Depois de tudo, que livrei minhas mãos e matei um daqueles bastardos, tive que perfurar a cabeça deles... de meus dois amigos para que não se transformassem... e fiz isso com essa espada.”

Linn deu um passo para trás.

“Ainda acha que ela não é minha?”

Não esperou que ele respondesse, por que não ligava a mínima para Carl. Sam gostava do menino, ao menos Linn achava que gostara. Por que era o filho de Rick, uma parte dele, mesmo que o garoto sempre parecesse a Linn um projeto de psicopata.

“Não tem nada mais aqui.” Linn avisou e partiram para a casa seguinte.

Passaram algumas horas naquilo. Talvez duas ou três. Olhou para o céu e o sol estava a pino. Deveriam voltar se quisessem seguir viagem ainda com uma boa vantagem de luz e assim conseguirem abrigo antes do escurecer.

Chamou Carl e seguiram para a casa.

Linn carregava uma sacola com muito de doce, e quase nada se substancial. Mas açúcar deveria lhes dar energia por boa parte do caminho.

Estavam próximos a casa quando ouviram um estampido. Um tiro, e logo foram dois. Correram a procurar abrigo.

Linn colocou a mão no peito de Carl e o jogou atrás de uma árvore, o coração aos pulos, sacando a espada, com a intenção de seguir a casa e ajudar Rick. A raiva que sentia dele se esvaindo ao imaginá-lo em perigo, lhe mostrando com muito de clareza e sem qualquer dúvida que seus sentimentos por ele ainda seguiam os mesmos.

“Fique aqui.” Disse a Carl e começou a seguir para o local, mas Rick surgiu na curva e Linn suspirou aliviada. “O que foi...?”

“Um grupo hostil.” Ele soltou arfando pelo esforço.

Usava uma jaqueta que Linn não tinha visto na casa, e carregava um rifle de assalto.

“Vamos daqui, rápido.” Ele ordenou e o seguiram correndo para leste, como disseram que seguiriam.

Em um momento Linn olhou para trás para notar que ele puxava da perna e segura o lado do corpo, ainda que não diminuísse o passo. Resolveu voltar e passou uma das mãos dele sobre seu ombro, o apoiando para que seguissem juntos.

“Não precisa.” Ele falou tentando se afastar, sem que parassem.

Linn percebeu que estava incomodado pelo modo como se tocavam.

“Deixe de ser idiota.” Disse a ele enraivecida, por ele sequer cogitar que pudesse tocá-lo agora com qualquer má intenção.

Ele nada mais disse e seguiram por uma picada na floresta, até darem de cara com os trilhos de um caminho no meio da mata.

Linn já tinha passado pelos trilhos antes, mas tinha desviado para seguir as pegadas deles no dia anterior.

Rick olhou para o céu e apontou a direção adiante, seguindo pelos trilhos.

“Vamos por aqui até voltarmos à estrada.” Disse e pararam de correr.

Já deviam estar distante o bastante do grupo nada bom.

“Quantos eram?” Perguntou ao lado de Rick ainda o amparado até que voltasse a respirar com facilidade.

“Contei cinco, mas matei um.” Disse e encarou a ruiva, sem explicar por que o tinha matado, esperando que ela desaprovasse.

“Ótimo.” Ela respondeu se afastando, ele já podia caminhar sozinho.

“Ele me atacou.” Disse apenas por que ainda precisa de alguma desculpa.

“Mesmo que não tivesse, fez bem.” Linn soprou vasculhando a bolsa e retirando uma garrafa d’água, estendendo para ele.

Rick tomou dois goles e o devolveu. Linn se afastou e entregou a garrafa a Carl, para depois tomar um gole e guardar o resto.

Quando voltou a caminhar Rick lhe encarou e ela retribuiu o olhar. E ambos descobriram que tinham chegado à mesma decisão sobre que tipo de pessoas seriam dali para frente.

Soube, que assim como ele, Linn jamais permitiria que qualquer pessoa machucasse os seus. Não se importando o que fariam para isso.

***

Chase não queria, mas Tyrese e Robert o levaram para o ônibus, deixando ao lado de Glenn quando Maggie voltava para encontrar Beth.

Ele tinha visto a loirinha no Bloco D, sumindo lá dentro a gritar pelas crianças quando ele saía e disse isso a mulher do coreano.

Tyrese se foi e Chase foi ajudado por algumas pessoas até se encontrar no meio do ônibus, cercado por pessoas a se recuperar da gripe, um morador de Woodbury que havia levado um tiro na perna, alem de duas idosas a passar mal. Uma delas Chase sabia que tinha problemas do coração.

Duas das crianças estavam ali, mas não avistou Sofia ou as garotas Samuels.

“Tudo vai ficar bem querida.” A Sra. Foster dizia abraçada a filha, ao seu lado, o corpo a tremer, a voz assustada. “Tudo vai ficar bem.”

Chase não acreditava nisso.

Tinha passado pela pior noite da sua vida, para acordar em um dos piores dias. Não sabia onde estava Linn e nem Sam. Tudo explodiu ao seu redor e os tiros lhe explicaram que estavam a ser atacados, mas não sabia por quem.

“Tenho que achar a Maggie.” Ouviu Glenn gritar e se afastar, ainda que as pessoas na frente do veículo tentassem retê-lo.

Chase se aproximou da janela e o viu sumir em direção ao bloco de celas. Ergueu-se, por que não deveria estar ali em segurança enquanto os demais corriam perigo, em especial Linn, mas ficou tonto e teve que voltar a sentar.

Sentia-se melhor, mas ainda um tanto fraco. Sabia que não seria de nenhuma utilidade, ainda assim levantou-se e seguiu pelo corredor, sendo jogado no chão, quando o veículo arrancou em um solavanco e seguiu a toda para fora da prisão.

“Não!”

Gritou mais o motorista não lhe deu atenção.

“Merda!” Tentou se levantar, quase todos gritando ao seu redor.

Das pessoas que tinham alguma utilidade, que sabiam lutar, que faziam parte de seu grupo original, nenhum estava ali, e isso fez Chase se sentir responsável por todos.

Os habitantes de Woodbury nunca foram sinônimo de coragem. Desde que se juntaram a prisão muito poucos demonstraram habilidades para lutar e menos ainda com determinação para isso. Aquelas pessoas pareciam ovelhas que Rick juntara em um redil para que eles protegessem.

Não se importava com isso. Até mesmo se sentia feliz por ter a quem proteger, se via mais útil, lhe dava objetivo, o fazia pensar em algo mais que Linn e seu amor por ela e no quanto isso seguia em vão.

Respirou fundo e sentou três fileiras atrás do motorista, estava a se sentir melhor, não muito, mas qualquer grama de força já era alguma coisa.

Olhou pela janela e observou a floresta, estavam rodando a mais de uma hora, por isso imaginou que deveriam parar e esperar por quem mais tivesse escapado. Os amigos seguiriam na direção do ônibus, era o mais lógico a se fazer.

Levantou para falar com Frank, o motorista, quando ouviu um grito desesperado às suas costas. Virou para avistar uma das idosas a atacar uma garota que não reconheceu. Logo outro errante surgiu na parte da frente, um homem, o cara do tiro na perna, voando na direção de Chase, com este se esquivando para escapar, mas a mulher às suas costas não teve tanta sorte.

Desarmado Chase recuou, sendo arremessado contra as poltronas por mais de quinze pessoas a tentar escapar, desesperadas, através de um espaço diminuto.

“Fiquem calmos.” Chase gritou sem muito de força.

Eram apenas dois errantes, não havia por que temer, podiam resolver aquilo. Mas aquelas pessoas não sabiam lidar com a situação e se acotovelavam para sair, empurrando umas as outras.

A filha da Sra. Foster caiu e ela foi derrubada quando tentou proteger a menina, sendo pisoteadas quando o grupo conseguiu ultrapassar, com Chase tentando ajudá-las, mas lebvando um empurrão.

Foi uma agonia para tentar abrir a porta e escapar, sem que percebessem o perigo. Chase gritou que parassem, avistando um grupo de errantes do lado de fora, atraídos pelo barulho, mas foi tarde.

Quando as portas abriram os errantes avançaram, uns três, e o pandemônio foi geral. De alguma forma tateou ao redor para encontrar uma chave de fenda e recuou, por que atrás só havia um errante e podiam sair pelos fundos.

“Para os fundos.” gritou aos que ainda estavam vivos e bem, pulando as poltronas e chamando também os que estavam no meio do veículo.

Eles não se moveram até que Chase avançasse sobre a errante e acertasse sua cabeça. Descobrindo que se tratava da Sra. McLeod.

“Venham!” Chamou tentando abrir a porta, com esta emperrada. "Me ajudem!" Pediu, mas ninguém se aproximou.

Desesperado, empurrou a porta com o ombro, parando para tomar fôlego e olhando para trás, para encontrar um casal a sua frente e Richard a afastar um dos errantes que os seguira.

“Abre porra!” Chase gritou, voltando a empurrar a maldita saída, e a porta se abriu, no que caiu se segurando nesta, deslocando o ombro quando segurou todo o peso de seu corpo em apenas um dos braços, para bater no chão e se apoiar nas pernas trêmulas.

“Fecha a porta.” A mulher gritou depois que ela e o rapaz saíram.

“Richard?” Chase chamou, mas o casal o afastou e fechou a porta.

“Ele foi mordido.” Ela informou.

O homem se afastou e teve a ideia de correr para frente do ônibus e fechar a porta ali.

Afastaram-se olhando em volta, mas nenhum errante estava do lado de fora.

Chase tocou o ombro, ganiu de dor, se sentindo culpado. Não se ouvia mais nenhum grito, apenas grunhidos. Os gritos tinham cessado quando estavam presos lá dentro, mas Chase ainda podia ouvi-los a ecoar em sua cabeça.

Afastou-se e vomitou, se ajoelhando, mal conseguindo manter-se em pé. Tinha usado toda a sua energia para lutar dentro ônibus e escapar.

“Alguém mais saiu?” A mulher perguntou e Chase se deu conta de que era Chloe.

“Não.” Phill respondeu.

“O que fazemos?” Chloe perguntou olhando de um para o outro.

“Chase?” Phill questionou.

“Precisamos achar os outros.” Ele respondeu.

“Que outros?” A mulher questionou com um riso sarcástico. “Não sobrou ninguém.” Falou e apontou para o ônibus.

“Chloe está certa Chase.” Phill disse.

Chase sempre o achou alguém sem muita opinião, e a atitude dele agora não mudava essa impressão.

“Não podemos ficar aqui.” Chloe continuou. “Não temos nada para nos defender, se mais dessas coisas aparecerem o que faremos?”

“Vamos voltar pela estrada, podemos encontrar com outro grupo que estiver nos seguindo.” Chase rosnou, nada gentil e a garota bufou com raiva.

“Isso é loucura.” Ela reclamou. “E se aquelas pessoas que nos atacaram estiverem seguindo o ônibus?”

Chase gemeu e não deu resposta, aproximando-se do rapaz.

“Phill, ajude-me aqui.” Pediu estendendo o braço esquerdo, onde o ombro estava deslocado, no que foi obedecido. “Puxe no três.” Ordenou.

“Ok.”

Iniciou a contagem e urrou quando o rapaz puxou seu braço na marcação e o ombro voltou para o lugar em um estalo seco e alto.

“Porra! Porra! Porra!” Gemeu dobrado sobre o tronco, a dor irradiando por todo seu corpo.

“Está tudo bem?” Phill perguntou e Chase se endireitou, respirando fundo algumas vezes, suando frio, acenando que sim com a cabeça.

“Eu vou naquela direção Chase.” Chloe avisou quando percebeu que ele estava bem. “Você vem comigo? Phill?”

“Vou voltar.” Chase avisou muito determinado. 

Não podia abandonar Linn ou Sam, muito menos Sofia.

“Você é louco.” Chloe soltou e começou a caminhar na direção em que o ônibus seguia. "Adeus."

Phill olhou de um para o outro. Observando a figura quebrada e doente de Chase, e a cheia de energia de Chloe.

“Vem com a gente cara.” Instou com Chase, demonstrando qual seria sua decisão.

Chase não o culpou.

“Boa sorte para vocês.” Respondeu dando meia volta e seguindo, muito lentamente e quase se arrastando, na direção pela qual vieram.


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