Divided escrita por Pat Black


Capítulo 13
Modificacions


Notas iniciais do capítulo

Música pelo final do capítulo - Civilian - Wye Oak



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Sentada junto a Linn em uma das mesas do pátio, próximo a passarela que ligava os blocos, Sam ergueu o rosto e deixou o Sol aquecer sua face sentindo-se viva e contente por ter escapado mais uma vez das garras da morte.

Linn, ao seu lado, também aproveitava o calor e a sensação de paz daquele momento, sentada muito quieta, o vento balançando seu cabelo curto, com os raios de sol lhe dando reflexos de fogo, diante de seu tom vermelho chocante.

Tinham saído ao pátio assim que Rick, Daryl e Glenn rumaram para resolver parte do problema com os prisioneiros, com todos tentando fugir da claustrofóbica sensação que as celas pareciam emanar, ainda que a prisão fosse o porto seguro de todos.

Sam fechou os olhos e a paz se foi ao voltar a imaginar como começar a conversa que precisava ter com a amiga. Apertou os lábios para não murmurar um palavrão diante da ideia de machucar Linn de alguma maneira, ou pior, perder sua amizade e carinho, por que não conseguira controlar seus desejos na noite anterior.

Mas esconder aquilo, sempre pesaria em seu coração. Não por que Linn ou ela pudessem ter alguma chance com o xerife, isso nunca iria acontecer, não enquanto Lori ainda pesasse na balança. Mas sim por que jamais tivera segredos com Linn desde que se tornaram inseparáveis. Seu interesse por Rick era a única coisa que escondeu dela, e isso apenas por que seus sentimentos seguiam sendo seus, para compartilhar ou não, e preferira mantê-los para si mesma.

Entretanto, no momento em que deu vazão aos anseios de seu coração, no instante em que tocou Rick e se permitiu beijar por ele, aquilo deixou de ser apenas seu, para se tornar o que considerava a traição de sua amizade com a ruiva e a quebra de confiança pelos sentimentos que ela lhe confidenciara, mesmo que Rick não fosse, ou chegasse um dia a ser, de nenhuma das duas.

Não importava que tivesse se interessado pelo xerife tanto quanto a outra e, se fosse honesta consigo mesma, até mesmo antes, quando o vira indefeso naquela cama de hospital e todo o seu instinto dizia para deixá-lo para trás por que de alguma maneira, e em algum momento, ele lhe traria problemas e sofrimentos.

Como agora.

Abriu os olhos e viu Hershel e Beth conversando nas mesas a alguns metros de distância, junto com Maggie e Lori. Carl tinha se aproximado da primeira cerca e conversava com Sofia ao lado de Carol. Chase apenas se afastara das duas, depois que Sam lhe dera um olhar em que ele percebeu a necessidade dela estar a sós com Linn.

“Linn...” Sam começou, mas a amiga tocou em sua mão e a apertou forte.

“Ontem, Rick e eu quase nos beijamos.” Linn confidenciou em voz baixa, o rosto vermelho, olhos pousados sobre Lori e sua protuberante barriga, mesmo sabendo que estava muito distante para esta ouvir qualquer palavra do que conversavam.

“Linn, por favor...” Sam tentou, sentindo o assento mais duro sob o corpo ao sentir-se retesar pelo sentimento de pesar.

“Sei o que está pensando... Mas aconteceu algo.” Sam engoliu em seco e se sentiu enjoada enquanto Linn continuava. “Ele me olhou de um jeito...” Linn balançou a cabeça e apertou a mão de Sam um pouco mais. “Vi o desejo em seus olhos. Ele se afastou, mas pude notar que se sentiu tentando.”

Sam virou o rosto para observar Lori e enrubesceu. A barriga da mulher parecia acusar tanto Linn quanto Sam da crueldade de ambas em desejar um marido e pai.

“Acha que estou me enganando?” Linn lhe perguntou com consternação no olhar. “Não estou.” Falou com convicção.

Sam pensou que provavelmente não estava. Como Rick poderia ser indiferente a alguém como Linn: bonita, vivaz e desejável? O que a amiga contava agora, jogava muita luz sobre os sentimentos dele na noite anterior. E a constatação de que pudesse ter sido uma substituta ou uma válvula de escape para algo que ele não conseguira ir avante com Linn lhe embrulhou um pouco mais o estômago.

Alheia em si mesma, não ouviu o que Linn dissera em seguida, mas ao notar seu olhar, viu ali a mesma dor pela vergonha que lhe tomava por ansiar um homem casado. Só, que diferente dela, Linn não escondia seus sentimentos, ou só os deixava escapar de seu controle por que estava tão fraca que seu autodomínio não pode mais prevalecer sobre seu desejo.

Linn abanou a cabeça, olhou para as mãos delas unidas e pareceu muito jovem, até mais do que Sam.

“Estou com medo do que sinto Sam.” Linn confiou. “Ontem descobri que meu coração entrou na equação.”

“Seu coração sempre esteve.” Sam suspirou sem saber o que fazer.

“Não.” Linn negou. “Não até ontem.”

Certo, então em algo somos diferentes, por que o meu coração sempre esteve na equação. Pensou Sam.

Levou a mão de Linn para apertá-la junto ao peito, tentando confortar a amiga e a si mesma. Seu miserável coração estava pendendo em duas direções nesse exato instante, se partindo e despedaçando aos poucos.

“Linn preciso lhe contar uma coisa.” Começou disposta a enfrentar a situação de frente, sabedora de que nunca estaria em paz consigo mesma se mantivesse aquele segredo pendendo entre elas. “Ontem à noite...”

Antes que pudesse lhe contar tudo e aliviar sua consciência, o silêncio foi rompido pelo sistema de alarme da prisão. O som ensurdecedor enchendo o ambiente e atraindo os errantes da floresta em direção as cercas.

Linn se ergueu puxando a arma, Chase e Carl já corriam atirando nos autofalantes, Beth gritou e o inferno se instalou no pátio.

Sam só compreendeu por que a loirinha havia gritado quando um errante já estava em cima de Linn. Só teve tempo de erguer o braço e empurrá-la para o lado, com o errante desviando e tentando lhe agarrar no lugar da vítima perdida. Porém, antes que Sam fosse mordida, Linn atirou em cheio na cabeça da ave carniceira.

Arregalando os olhos as duas observaram a multidão de errantes que se aproximavam e tomavam o pátio.

Eram muitos e eles não estavam preparados. Linn se ergueu e puxou Sam em direção ao portão de acesso ao bloco de celas quando Chase conseguiu acertar o último auto falante. Mas o som da sirene ainda seguia forte.

“Linn! Sam!” Chase gritou se aproximando e atirando em alguns errantes mais próximos.

“Mãe!” Carl chamou, e esta seguia atrás das garotas com Maggie lhe apoiando.

“Vem Carl... Rápido filho.” Lori gritou com desespero quando o viu parar e atirar em um errante.

Sam olhou para trás e viu Hershel e Beth seguindo para o outro lado quando um bando de cinco desmortos ficou entre os grupos. Procurou desesperada por Sofia, e gritou pela menina, sentindo os dedos de Linn como garras em seu braço machucado, puxando-lhe com força, ao notar que desejava parar, voltar e tentar ajudar a garotinha. Mas Carol e Sofia tinham sumido e Sam se deixou levar pela ruiva.

Tentaram chegar às celas, porém, muito mais dos mortos estavam ali, o que os forçou a usar as galerias como uma rota de fuga.

Sam teve o déjà vu, quando se viu novamente correndo pelos corredores escuros e não pode deixar de sentir que tinha comemorado cedo demais por estar viva.

Carl iluminava o caminho com uma pequena lanterna, seguido por Chase, Maggie e a mãe, com Sam e Linn na retaguarda, a ruiva quase carregando à morena quando suas pernas enfraqueceram.

“Vamos Sam.” Linn dizia para lhe encorajar a continuar andando.

“Recuem.” Chase ordenou quando avistou alguns errantes adiante, o som da sirene reverberando pelas galerias e os atraindo de todas as direções como moscas ao mel.

“Não temos para onde ir.” Maggie declarou quando perceberam que outros se aproximavam pela retaguarda.

“Por aqui.” Carl chamou abrindo uma porta.

Jogaram-se todos lá dentro, recuando para o fundo do local e notando que não havia saída. Chase ficou na porta, segurando-a sem fazer ruído quando notaram que ela não fechava.

“Ai!” Lori gritou e encostou-se à parede, com Maggie e Carl se acercando dela, enquanto Linn se preocupava com Sam.

“Seu ferimento está sangrando.” Linn notou.

“Só um pouco, os pontos não romperam ou eu teria sentido.” Sam a tranquilizou observando a ferida.

“O que aconteceu?” Linn perguntou. Ela sempre queria respostas para tudo e odiava estar no escuro. “Quem ligou essa maldita sirene?”

“Isso não é importante agora Linn.” Sam disse observando o modo como Lori novamente estremecia e gemia de dor .

“E os outros?” Linn passou a mão nos cabelos suados para afastá-los da testa. “Vocês viram Sofia?”

“Falem baixo.” Chase pediu se aproximando, permanecendo nas escadas, vigiando.

“Ela estava com Carol.” Sam explicou. “Mas não vi para onde foram.”

Beth e Hershel estavam bem pelo que tinham visto, mas na mente de Sam e Linn bailava a preocupação com os demais, os que não estavam no pátio, e em especial por Rick.

“O que houve?” Sam perguntou para Maggie ao ouvir Lori tentar conter um grito de dor.

“O bebê.” A mulher soluçou e se torceu sobre o ventre. “Não agora, por favor, não agora.”

Maggie olhou para todos, um pouco mais pálida e preocupada.

“Não podemos fazer isso aqui.” Gemeu.

“Você devia se deitar, não?” Chase perguntou se aproximando, falando com Lori, mas olhando para todos em busca de apoio.

“Não... Agora não.” Ela respondeu e espalmou as mãos na parede, sufocando um grito. “Preciso... Preciso tirar essa calça.”

Não foi um momento para pudores, apesar de Carl e Chase virarem quando Maggie a ajudou a se livrar da peça de roupa restritiva. A camisa que ela usava foi comprida o bastante para cobrir sua intimidade, mesmo que Lori não se preocupasse com isso naquele instante.

Quando ela soluçou, em sofrimento novamente, todos encararam a mulher com apreensão. Se o bebê estava a caminho, o que fariam? Linn entendia de cortes e contusões, o que era pouco; Sam fizera um ano de medicina, mas aquilo não lhe servia para muita coisa; Maggie estava mais preparada, por que tinha aprendido com o pai, mas de todos no grupo, Carol era a quem Hershel estivera aprontando para ajudá-lo quando chegasse a hora do parto.

Durante meia hora tudo o que puderam fazer foi observar o sofrimento de Lori a cada nova contração, a força que fazia para sufocar os gritos, quando todos podiam perceber que queria gritar a plenos pulmões.

“Diminuíram, mas ainda há muitos deles.” Chase avisou, voltando e deixando Carl de vigia nas escadas.

“Ela não vai aguentar muito mais.” Maggie advertiu.

“Podemos fazer o parto aqui?” Linn questionou se levantando. A voz traindo um pouco de simpatia pela mulher diante de seu visível sofrimento.

“Se tudo correr bem.” O tom de Maggie traía suas dúvidas.

Como a contrariar qualquer bom prognóstico Lori estrangulou um grito e teria caído se Chase não tivesse se adiantado e a segurado junto com Maggie.

“Algo está errado.” Ela soprou a mão tocando seu sexo e voltando coberta de sangue. “Não... não.” Chase a segurou contra o corpo e Linn se adiantou. “Vou perder o bebê.”

“Deita ela aqui.” Maggie pediu arrumando a calça, o capote de Sam e a jaqueta de Carl no chão. Quando ela estava acomodada, Maggie flexionou suas pernas e as abriu para avaliar a situação.

“Você está pouco dilatada.” Maggie já vira aquilo em vacas e éguas o suficiente para saber que, por mais que ela fizesse força, não haveria passagem para a criança.

“Eu preciso... Preciso fazer força.” Lori explicou agarrando-se as peças de roupa sob seu corpo e torcendo o corpo.

“Não faça.” Maggie pediu, mas ela não lhe ouviu, a necessidade natural de seu corpo superando o bom senso. “Precisamos de meu pai, ela vai precisar de uma cesariana. Ele sabia que isso podia acontecer, por isso estava ensinando a Carol.”

“Não podemos trazer ele aqui e nem levar ela lá.” Linn foi realista. “Não com tantos errantes lá fora.”

“Precisa fazer isso Maggie.” Lori pediu agarrando a mão da jovem. “Corte sobre a cicatriz na minha barriga.”

“Não posso.”

“O bebê vai morrer se não fizer.” Lori implorou. “Não quero perder meu bebê.”

Sam, a parte, em pé e escorada a parede, sentiu o terrível da situação ao imaginar o que aconteceria a Carl e a seu pai se a mulher morresse e levasse a criança com ela.

Nesse instante a sirene parou de tocar e todos fizeram silêncio.

“Não precisamos fazer isso agora.” Maggie explicou quebrando o silêncio. “Podemos esperar... Você pode dilatar um pouco mais...”

“Não.” Lori abanou a cabeça, o suor colando o cabelo ao seu rosto, pálida e cansada.

“Vou matar você.” Maggie sufocou.

“Vai salvar o bebê.” E apenas isso parecia importante para a mulher no chão. O instinto maternal falando mais alto que o de sobrevivência.

Sam se encolheu consternada. Aquela era a mulher de Rick, com seu filho no ventre, não podiam permitir que morresse, precisavam tentar algo para que ela tivesse uma chance.

“Linn.” Sam chamou e a ruiva se voltou preocupada para o seu lado.

“O que foi?”

“Precisam levá-la.” Sam explicou como se fosse uma ordem.

“Como?” Linn estava tão abalada pelo que ocorria quanto Sam.

“Chase pode carregá-la.” Sam observou que os demais lhe encaravam. “Você consegue.” Disse a Chase.

“Está cheio deles lá fora.” Maggie contrapôs.

“Vocês dão conta.” Sam foi firme. “Eles estão em menor número agora, vocês estão armados, não vai ser pior do que tomar o pátio quando chegamos aqui.” Voltou-se para Linn. “Vocês tem que tentar. Não podemos deixá-la morrer.”

Linn recuou sentindo todo o peso das palavras de Sam. Observou a mulher no chão, Sam queria que se arriscassem por ela e a infeliz formulava negativas: não queria que Carl corresse perigo, as celas podiam ainda estar tomadas pelos mortos, Hershel podia estar morto.

Maggie ofegou com as últimas palavras de Lori, mas Sam sabia que Hershel estava bem, ela o vira a salvo com Beth. Além de tudo, tinha certeza que os outros estariam lá. Não poderia explicar, mas em seu coração sabia que Rick, Daryl e Glenn deveriam ter voltado e resolvido tudo. Eles tinham por quem lutar e não só pelo grupo. Daryl amava Carol. Glenn era apaixonado por Maggie. Rick tinha sua família e isso embarcava a todos e não só sua mulher e filho. Tinha fé em Rick. Por isso precisavam apenas levar Lori até eles e a mulher teria uma chance.

“Chase?” Sam meio que implorou, mas Linn e Chase já tinham se decidido a lhe ouvir, e os demais não hesitariam em tentar salvar Lori.

A ruiva só pensava que não poderia ser responsável por não dar uma oportunidade de sobreviver à desgraçada esposa do homem que amava.

Feliz com o plano, Sam sacou sua arma e a entregou para Maggie. Linn sufocou um grito diante da constatação tardia de que ela não poderia acompanhá-los.

“Não posso abandonar você.” Linn se aproximou da amiga.

“Não posso ir com vocês.” Sam sorriu triste. “Mal consigo ficar em pé.”

Linn abraçou Sam apertado, os olhos verdes muito abertos, imaginando que estava prestes a abandonar alguém que amava para tentar salvar uma mulher que, no mínimo, desprezava. A troca não era justa e não podia seguir com aquele plano insano.

“Não vou deixar você.” Sussurrou contra os cabelos escuros e emaranhados de Sam.

Sam também não desejava ser deixada para trás. Isso parecia ser a sina de sua vida, ser abandonada quando em situações de perigo, por um ou outro motivo. Mas seria egoísta manterem-se em segurança ali, condenado Lori a morte.

“Salve ela... Por ele.” Sussurrou apenas para Linn. “Você entende?”

Sim, Linn entendia. Apesar de todos os problemas, aquela era a esposa de Rick, mãe de seu filho, qualquer problema que tivessem precisava de um desfecho. Quer ela sobrevivesse ou não, o xerife precisava ter a oportunidade de resolver a situação com a mulher, dizer adeus ou consertar as coisas. 

Ao salvá-la poderia estar perdendo qualquer chance com Rick. Mas encarando Sam, soube que era o único certo a fazer. 

“Vou ficar bem.” Sam explicou, mas Linn não a largou. “Estarei bem aqui e vocês voltam para me buscar assim que puderem.” Fechou às mãos em punhos as costas da amiga. “Agora vão.” Ordenou se afastando de Linn, encostando-se à parede quando tudo começou a rodar.

Chase se aproximou e deu um abraço na amiga, um pouco desesperado por ter de abandoná-la pela segunda vez em poucos dias, sussurrando que voltaria assim que deixasse Lori em segurança.

A ruiva ainda hesitou um segundo, depois se virou e Chase carregou Lori, o capote de Maggie atado ao seu corpo para segurar a camisa que usava para conter a hemorragia.

Linn teve um vislumbre da cabeça morena de Sam, antes de se virar e abrir a porta, sendo seguida por Carl e Chase com Maggie por último.

Os errantes estavam em menor número, mas ainda eram muitos. Avançaram derrubando dois mais próximos, com Carl e Linn não errando nenhum dos primeiros tiros que deram. Protegendo Chase e sua carga enquanto progrediam, eliminando os errantes e abrindo caminho de volta as celas.

Maggie deu conta de três que estavam na retaguarda e se adiantou para combater os que estavam na frente. Gastou sua última bala e passou a utilizar a beretta de Sam, com remorso por ter deixado a garota a própria sorte e apenas com uma faca.

Chase meditava que, carregar Sam por alguns metros, não se comparava a levar uma mulher grávida nos braços por galerias escuras e cheias de errantes, e isso sem poder se defender. Assim Chase estava cansado, exausto, quando saíram, vinte minutos depois, na área comum do Bloco C, no mesmo instante em que Rick e os demais derrubavam os últimos errantes no local.

“Lori.” Rick chamou ao vê-la sendo carregada pelo rapaz, avançando em três passos e tomando-a em seus braços, levando-a para a cela vazia ao lado da de Sam.

“Ela entrou em trabalho de parto.” Maggie informou saindo para buscar a maleta do pai na cela ao lado. “Papai.” Maggie soluçou abraçando Hershel quando ele atravessou o portão.

“Chamem o Hershel.” Rick gritou tirando a camisa molhada de sangue que Lori usava ao invés da calça.

“Estou aqui Rick.” O ancião se aproximou e passou a tomar conta da situação. Lori tinha desmaiado ainda nas galerias e Hershel pensou que assim estava melhor, após constatar que seu pulso estava bom, mesmo que errático.

Rick se afastou e agarrou Carl em um abraço desesperado, incapaz de conter a emoção em saber que seu filho estava bem. Olhou ao redor, vendo os rostos consternados, alguns felizes, como Glenn e Maggie em um abraço apaixonado, com Daryl, Chase e Linn muito apressados, preparando as armas e pegando munição com os demais.

“O que houve?” Perguntou sem querer se afastar de Lori, se desvencilhando delicadamente do filho e avançando para fora da cela.

“Glenn e eu vamos procurar por Carol e Sofia.” Daryl respondeu.

“Nós vamos voltar e pegar Sam.” Chase avisou já seguindo para fora com Linn.

A informação de que a garota tinha ficado para trás lhe atingiu como um soco. Sentindo-se estranho, desejou poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Mas não podia. A despeito de todo o problema e dificuldades de seu casamento, precisava estar com a esposa e com seu filho naquele momento. Os dois filhos.

“Por que ela não veio com vocês?” Rick perguntou para Maggie sem poder conter sua preocupação.

“Tivemos que abrir caminho pelos errantes e ela mal conseguia andar.” Maggie respondeu.

Rick passou os olhos pela figura ensanguentada da mulher a sua frente e se deu conta de que Linn e Carl também estavam cobertos de sangue. Viu a beretta na mão de Maggie e tentou esconder o susto. Aquela era a arma de Sam. 

Ela ficara para trás, desprotegida e sozinha... Novamente.


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Notas finais do capítulo

Eu até queria que Sam lutasse com eles para ajudar a salvar Lori, mas seria irreal demais, já que ela acabou de se recuperar de um ferimento a bala. Ficar para trás passou a ser a sina da personagem e isso já vem das outras fics. Tadinha.