Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 25
Capítulo: Onde está você, Naruto?


Notas iniciais do capítulo

Os próximos capítulos ainda não estão alterados, posto esse aviso no dia 30 de maio de 2021



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— Merda... merda...

Ibiki sussurrava, enfraquecendo-se. 

Ele era treinado para suportar tortura. 

Sentia dor, isso sem dúvida, e conseguia aguentá-la. 

Mas não podia deter o desligamento de seu corpo, o fato era que o hanyou o arrancou bastante sangue.

Sua pele perdia a herança do sol, e assumia uma tonalidade pálida, assustadoramente pálida.

O cavalgue se tornou lento, não daria tempo de chegar à aldeia e pedir ajuda.

Desmontou em uma região florestal e tratou de arrancar um pedaço do seu quimono, usaria o tecido para estancar o sangue. 

Após fazê-lo, Ibiki continuou seu caminho andando, puxando seu cavalo pelas rédeas, avançou alguns metros e encontrou um lugar pretendido. 

Naquela região da floresta, existia um labirinto subterrâneo, muito profundo, e várias entradas desregulares. 

Criaria uma cena de luta bem ali, perto dos buracos a darem no labirinto. 

 

~NH~

 

Em Konoha, o pai do hanyou visitava algumas casas. 

Saiu de seu lar após a imensa demora do filho. 

— Olá, você é a Yakumo Gumoshi, não é? 

— Na verdade, é Shigumo, Sr. Namikaze. — A mãe dela o corrigiu. Atrás da menina, pousava suas mãos nos ombros de Yakumo.  — No que posso ajudá-lo?

— Meu filho não voltou para casa, queria saber se ele veio aqui, brincar com sua filha, por acaso ele avisou aonde ia, qualquer coisa parecida?

— Ele veio deixá-la na porta de casa, como sempre. E depois foi embora. É isso que ele faz todos os dias, vem buscar e deixar as crianças. 

— Ou seja, ele só apareceu aqui quando ainda estava claro?

— Sim, no horário que chegam da aula. — Respondeu-o, naturalmente. 

Yakumo colocou a mão na boca, ocultando sua região banguela, dizendo ao adulto:

— Ele tem treino, por isso não pode ficar para brincar. 

Minato assentiu. 

— Desculpe o incomodo.

Após se afastar da casa, bufou. 

Visitara as casas de todos os coleguinhas do filho, concluiu que o treino era a causa da demora. 

Ergueu a cabeça ao céu, encarando a noite, o jantar esfriara há duas horas.

Conversava consigo mesmo:

— Terei que conversar com esse treinador, voltar tarde do treino pode prejudicá-lo na escola. 

— Sr. Namikaze. — Uma voz familiar o chamou.

O camponês-artesão mirou uma tenda de comida. 

Um homem de olhos puxados usava um lenço branco na cabeça, um quimono da mesma cor e grandes chinelas amadeiradas. 

— Sr. Ichiraku, pois não?

Minato o conhecia, era um dos seus poucos clientes fixos de Konoha durante o período de exclusão vivido.   

Mas da mesma forma que os poucos clientes da época, Ichiraku não mantinha contato visual e não se detinha em conversas. 

Presentemente, Teuchi Ichiraku fitava o loiro com seus olhos quase fechados, sustentando uma profunda expressão de pesar. 

— Eu gostaria de oferecer um jantar de graça. — O Ichiraku pusera pra fora. — Eu soube que os outros aldeões estão entregando oferendas em sua porta, então eu quero fazer o mesmo. 

Em primeiro instante, o camponês-artesão ficou sem reação pela comunicação direta de Teuchi. 

Em segundo instante, assimilando o que ouviu, respondeu:

— Por favor, não será necessário. — Abanou as mãos na frente do peito, em negação. — Eu aceitei as oferendas por um tempo apenas para não gastar com alimentos, e assim conseguir mais roupas e material escolar para meu filho. — Minato sorriu. — Estou convencendo os aldeões a não colocarem mais nada na minha porta, mas agradeço sua intenção. 

— Mas eu ainda não me retratei. — Teuchi se retirou de trás da tenda, uma moça tomava conta dela. E limpando as mãos em um pano, pusera-se na frente do loiro. — Éramos bons vizinhos antes de...

— De eu ter um filho com uma yokai. — Minato completou, após o silêncio do Ichiraku se estender. 

— Isso. Mesmo que eu tenha me tornado um cliente fixo, eu não agia mais como antes. — Seus orbes marejaram. — Eu fui muito covarde. — Sua boca tremulou. — E tentar me retratar agora só por que os outros estão fazendo, é mais uma prova que sou um medroso, mas eu não tenho outro modo de me retratar... — Sua voz foi se apossando do choroso timbre.

Calmo, Minato diminuiu a pouca distância entre os dois e colocou uma mão no ombro do Ichiraku. 

— Você cria sua filha sozinho, Sr. Ichiraku. Você fez por Ayame, se continuasse demonstrando uma boa amizade comigo, iria falir. — Observou a moça na tenda que atendia os clientes com um lindo sorriso. — Ela é linda como a mãe. E se sua esposa ainda fosse viva, ela entenderia sua decisão. 

As lágrimas desceram pela face de Ichiraku, ele jogou o pano no ombro e abriu os braços, em um aperto envolveu o corpo do Namikaze. Sua garganta ardia e o arrependimento lhe crescia por não ter dado todo o apoio merecido ao camponês-artesão durante os últimos anos. 


 

~NH~

Manhã seguinte

~NH~


 

Minato não pregara os olhos durante a madrugada, no mínimo cochilou.

Na manhã seguinte, compareceu no arrozal feito um moribundo. 

Antes de viajar para o segundo trabalho, pretendia visitar os anciões, conversaria com eles, não confiaria mais seu filho ao treinador. 

Confiança era algo sério. 

Deveria ao menos ser avisado que o treino se estenderia mais que o normal.

Agora supunha que os dois precisaram improvisar um acampamento para pernoitar. 

— Ei, você. — Um guarda do damyo se aproximou do Namikaze.

— Pois não? — Minato se atentou a ele. 

— Está de muito corpo mole. — O guarda alertou, gravemente. 

— Perdão, é apenas o sono, mas isso não se repetirá. — O loiro se curvou várias vezes e após o guarda retornar ao posto, firmou-se no trabalho. — Concentre-se Minato, concentre-se. 

Pensara demais no filho sem notar que seu ritmo retardou além da conta. 

Depois do trabalho no campo de arroz, Minato se arrumou, mas não foi buscar o carro de mão no depósito. 

Apressou-se à aldeia, indo à habitação jurídica dos anciões. 

Uma movimentação incomum entre os habitantes de Konoha deteve o loiro no caminho. 

— Sr. Namikaze. — Teuchi correu até parar na frente de Minato. — O treinador de seu filho acabou de passar por aqui, ela estava desmaiado nas costas de um cavalo.

O coração do pai do hanyou quase empacou. 

— Ele está com os anciões, recebendo ajuda médica.  — A mãe de Yakumo se aproximou do Minato, avisando-o. 

O camponês-artesão assentiu e correu, sendo alvo dos olhares dos aldeões. 

As crianças próximas de seus responsáveis se mostravam receosas, as que se amigaram com o hanyou jaziam preocupadas, sabiam que o Morino era treinador do hanyou e que o pai estivera procurando durante a noite pela presença do filho. 

Idate isolado dos núcleos de aglomeração que os aldeões construíam, fitava as costas de Minato já no final daquela rua. 

 

~NH~

 

Após a chegada de Minato, ele se apresentou impaciente enquanto via Koharu realizar o tratamento final no corpo do Morino. 

Ibiki deitava em um monte de palha, e a Utatane espalhava uma pasta composta de um tipo de erva curativa. 

— Lamento, Senhor Morino. É só o que posso fazer por enquanto. Mas considerando sua relação com o Damyo, creio que será fácil adquirir uma ajuda médica mais eficiente.

— Qualquer ajuda é bem vinda, senhora. Arigatou gozaimasu. — Ibiki mantinha as pálpebras cerradas. 

— Eu peço. — Minato iniciou. — Conte-me o que está acontecendo. — Sentado sobre as canelas, espalmou as mãos no piso e encostou sua testa na rígida superfície. 

Sarutobi em seu lugar, exalava ar lamentoso. 

— Apenas se estiver em condições de falar. — Homura avisou. 

Minato protestaria, era um caso urgente. 

O Morino foi mais rápido em respondê-lo:

— Eu treinava seu filho. Ele estava tendo um bom progresso, seria um guarda exemplar. Mas algo de estranho aconteceu, uma energia vermelha saiu do corpo dele e me queimou. E depois... os olhos dele ficaram vermelhos, não entendi o que acontecia, apenas me defendi. Eu estava perdendo muito sangue e... — Fechou os olhos, pausando para suportar uma dor. — e... então consegui lançá-lo em um buraco, precisei fugir, antes que ele retornasse a superfície.... a caminho de Konoha apaguei. Eu sinto muito, senhor Namikaze.

— Um... um buraco...

— É, havia vários. Eles eram muito profundos. Formam caminhos labirínticos no subterrâneo, é por lá que há a fama de viajantes que sofrem acidentes ao caírem.

Duas mãos espremiam o coração do camponês-artesão, era daquela forma que ele se sentia cada vez que confirmava que o que escutava não era sonho. 

— Energia vermelha, a mesma que aquele grupo de crianças testemunhou. — Danzou comentou. — Eu sabia que esse dia chegaria, está na hora de vocês pararem com esse plano de usá-lo como uma futura arma. 

O Sarutobi fechou os olhos, lamentando.

Homura se pronunciou:

— Ibiki Morino, o senhor foi o único afetado pelo hanyou. Qual seu pedido de punição?

— Nenhum, senhor. Ser ferido em treino é um risco constante. Ainda que eu chegue à beira da morte. Se o hanyou reaparecer, com a personalidade controlada, continuarei sendo o treinador dele. — Sua respiração se dificultava em alguns momentos. 

— Corajoso, senhor Morino. — Koharu elogiou e observou a estática figura de Minato. — Sr. Namikaze, se seu filho retornar você pode permanecer como está ou partir com o hanyou, evitando ser punido caso ele fira alguém além do senhor Morino. Seu arrozal seria dividido entre os nomes dos anciões. 

O camponês-artesão se pusera de pé. 

— Se? Como assim, se? Meu filho vai retornar por que eu mesmo vou buscá-lo. — Desviando-se de respondê-la, o loiro focou no Morino: — Diga-me, por favor, onde treinou com meu filho? Em que lugar fica esses buracos?

O Sarutobi dissera:

— Vou organizar uma guarnição para...

— Eu quero ir à frente, agora. — Minato o interrompeu, sem desviar sua vista do homem encimado na palha. 

Sem problemas, Ibiki respondeu:

— Se você for para o norte, avistará as três vizinhas, como chamam as montanhas gêmeas, o senhor precisa contornar a montanha da direita e se deparará com os buracos. Tome cuidado, qualquer passo em falso e...

— Arigatou gozaimasu. — Minato agradeceu, erguendo-se nervoso, saindo da habitação a passos acelerados. 

Já havia avistado as três vizinhas de longe, em uma de suas viagens. 

 

~NH~


 

— Otou-san o ama, o ama. Seu otou-san irá encontrá-lo.

Minato murmurava ininterruptamente durante a viagem.

Havia ido a pé até um terço do caminho, mas a guarnição atada pelo Sarutobi o alcançou e um dos guardas lhe levava na montaria.

O Namikaze aceitou por que estava cansado e queria o máximo de energia possível para procurar seu filho quando chegasse ao dito lugar.

Seu coração se triturava, por que uma tragédia daquelas precisava acontecer quando tudo ia tão bem?

— Naruto não está morto por que ele é forte, mais forte que uma criança comum, até mais que um adulto. — Convencia-se, limpando pela décima quinta vez os seus olhos lacrimejantes. 

 

~NH~

 

A noite caiu, e as buscas pelo hanyou foram interrompidas por parte dos guardas, eles retornariam para a aldeia e retomariam a missão no dia seguinte. 

Minato se recusou a voltar e resolveu acampar na floresta, próximo da região dos buracos, caso seu filho conseguisse escalar, queria ser a primeira pessoa que ele avistasse.

Dois guardas então se voluntariaram para vigiar o Namikaze, sabiam que o Sarutobi gostaria daquilo.

O camponês-artesão precisava trabalhar no arrozal, todavia não se importaria de perde-lo. 

Nada mais importava que seu filho.

 

~NH~


 

Em seu quarto, Hinata segurava sua irmãzinha no colo.

Hanabi esticava sua boca sem dentes, e a primogênita já achava o sorriso mais lindo de todos. 

— Meu amor. — Hana adentrou o espaço, e sorriu ao ver suas filhas juntinhas. 

— Olá okaa-san, ela ainda não quer mamar, deixa eu ficar mais um pouco com ela. — Pediu a azulada.

— Claro, meu amor. — Devagar, Hana andou pelo espaço. 

Preparava-se para entregar a triste notícia a sua filha. 

Estava ainda sem acreditar quando escutou através de Hiashi sobre o que aconteceu com Naruto. 

Sentiu um pouco de tontura, mas após descansar e tomar um chá, recuperou sua força.  

Sentou-se nas canelas, de frente para suas pequeninas Hyuugas. 

E com as mãos nos joelhos, dissera: 

— Eu apenas vim dar um aviso. É um aviso muito sério.

— Qual, okaa-san? — Hinata alçou seu queixo, curiosa fitou a face de sua mãe.

Hana apertou as mãos no colo, cerrando os dentes. 

E respirou de aprofundada maneira até soltar:

— É sobre Naruto. 

A menina imediatamente sorriu.

— O meio raposo veio me ver?

— Não. — Hana respondeu, de modo doloroso. Já de coração partido por ter que acabar com a alegria da filha. — Ele está desaparecido, sofreu um acidente na floresta e vários guardas da aldeia passaram o dia inteiro procurando por ele, retomarão as buscas amanhã cedo. 

Hinata hesitante, abaixou a cabeça fitando sua irmã. 

Hanabi continuava soltando seus sorrisos. 

A mãe sentia suas palpitações do coração dolorosas.

— Eu tenho que ir para a floresta, okaa-san. 

— Não filha, é perigoso.

A primogênita sacudiu o rostinho, negando.

Não podia aceitar ficar em casa sem fazer nada. 

— Mas, mas eu ajudei o meio raposo quando estava na floresta, dei remédio pra ele. Cuidei dele okaa-san. Ele precisa de mim de novo, eu sei que precisa.

Os orbes de Hana marejaram ao ouvir o timbre ferido de Hinata. 

— Sua intenção é linda, meu amor. Mas agora tem vários guardas para ajudar Naruto. Ele caiu em um labirinto sob a terra, são muitos buracos profundos. Os homens precisam usar cordas compridas para descerem e ainda sim é difícil pra eles, seria muito perigoso para você. 

Os beicinhos da primogênita tremeram, espremendo mais o coração da mãe. 

— Okaa-san, pode segurar a Hanabi.

— Claro, querida. 

Hana pegou seu bebê que remexeu os bracinhos.  

Hinata se alçou e se dirigiu à saída, antes mesmo de empurrar o fusuma, suas lágrimas já desciam pela sua alva pele. 

A senhora Hyuuga lagrimou, e fechou os olhos orando em sua mente para que Naruto fosse salvo.

— “Kami-sama, não permita que Minato tenha mais uma perda.”

A primogênita procurou pelo seu pai e quando o achou, jogou-se nas pernas dele, implorando-o que a permitisse sair de casa ajudar os homens na procura de seu amigo.  

Hiashi se abaixou e apertou-a pelos braços, tentando acalmá-la.

O nariz da pequena perolada escorria e a pele se avermelhava e todas suas palavras saíam embargadas.  

— Eu sinto muito, filha. — Ele disse seriamente, e interiormente ferido ao vê-la desesperada. 

Hinata desmaiou.

Hiashi carregou-a em seus braços, apressando-se em cuidá-la.  

 

~NH~

Duas semanas depois

~NH~


 

Em Konoha, o desaparecimento do hanyou ainda era assunto.

A maioria dos aldeões acreditava que Naruto estava morto e que o corpo caíra em algum lugar inalcançável no fundo do labirinto subterrâneo.

Minato não regressara para sua casa, em nenhum dia. 

A sua parte no arrozal estava sendo trabalhada por Teuchi que arregaçou as mangas e pusera as mãos na massa.

Quando questionado por um dos guardas do damyo, Teuchi explicou que era apenas um substituto temporário. 

O Ichiraku garantiria que o Namikaze tivesse a parte dele do arrozal quando regressasse com o filho.  

Na terakoya, na turma do hanyou, cada professor antes de iniciar as aulas, fazia uma pequena oração com os alunos pedindo que Naruto fosse resgatado com vida.

Ranmaru chorava bastante na primeira hora de aula, sendo necessário ser retirado da sala até se acalmar. 

Enfiava uma mão na boca, babando-a inteirinha, ao tempo que sua outra mão abria e fechava os dedos, imaginava-se apertar a cauda felpuda e macia do meio raposo.

Yakumo lagrimava silenciosa até o horário de aula acabar. E quando chegava em casa, seu nariz já estava entupido.  

Tenten passava a manhã toda entediada, sem vontade de conversar. 

Os professores percebiam a diferença que a ausência do hanyou exercia na turma.

Chouji, Kiba e Akamaru andavam pela floresta todos os dias. 

Mas quando se aproximavam do local do sumiço de Naruto eram impedidos pelos guardas de explorarem ao redor. 

Ibiki Morino repousava em seu lar, longe de Konoha. O hanyou lhe dera a maior cicatriz de seu corpo.

Na aldeia, uma única pessoa exalava tamanha felicidade quando se encontrava reclusa em seu lar, Danzou Shimura. 

Soubera ele que Minato emagrecera bastante.

O Namikaze não conseguia comer tudo o que algumas pessoas o levavam ao visita-lo na floresta. Quando elas retornavam para Konoha comentavam como ele também estava pálido e com bigode e barba compridos.

Aparência de alguém a vagar sem rumo há anos.

Envelheceu mais de uma década em somente duas semanas.  

O Shimura jazia crente que em poucos anos, o Namikaze morreria afogado em seu oceano de tristeza.   

 

~NH~


 

A rotina de Hinata se tornou automática.

Ninguém mais escutou uma risada ou o carinho de sua voz. 

Quando falava algo, seu timbre era de uma criança recém acordada.  

De manhã, após sua higiene matinal, ia para a cozinha preparar vários rolinhos de feijão para encher um saco grande. 

Ela encarregava Neji de levar para Minato, e então o Namikaze pegava apenas um e pedia para o menino deixar na casa dele.

Neji contou para Hana que o falou para distribuir os rolinhos de feijão para as crianças da aldeia. 

Haja vista que o Namikaze não retornava mais para casa, o resto dos rolinhos estragaria se fossem guardadas nela.

A senhora Hyuuga pediu que Neji não contasse para Hinata sobre a distribuição dos rolinhos de feijão. 

A primogênita queria que Naruto encontrasse uma montanha de rolinhos de feijão quando retornasse pra casa, uma prova de que ela ficou fazendo todos os dias na espera dele retornar. 

Quando Hinata terminava a produção diária dos rolinhos, retirava-se para seu banho e depois passava o tempo deitada em seu quarto, saindo apenas de noite para ficar um pouco com sua irmã. 

E Hana chorava escondida, não suportando ver sua filha constantemente desanimada. 

 

~NH~

 

Com mais dois dias na mesma situação, Hinata amanheceu fazendo um pedido que animou sua mãe, ela queria sair de casa para conhecer alguns amigos do meio raposo. 

Hana não recusou, esperançosa de trazer um pouco de melhora ao estado de sua menina. 

Até mesmo Hiashi concordou.

Hana fez questão de acompanhar sua filha, e deu um pouco de espaço a ela quando a viu conversando com Kiba e Chouji.

Os três sentavam um ao ladinho do outro, na beira da correnteza de água onde algumas aldeãs lavavam as roupas.

A menina Hyuuga acolhia Akamaru em seu colo.

Hana com Hanabi nos braços, recebia a sombra que Natsu provia segurando a wagasa. 

E próxima da matriarca Hyuuga, as senhoras Inuzuka e Akimichi se debruçavam sobre as águas, lavando roupa. 

Se não fosse pela situação atual, as duas mulheres estariam encantadas por conhecerem pessoalmente a esposa do líder do clã Hyuuga. Mas agiam normalmente, alegravam-se apenas por verem o apoio que a menina Hyuuga entregavam aos seus meninos. 

Kiba e Chouji retornaram a sorrir, mesmo que poucas vezes. 

 

~NH~

Mais uma manhã

Segundo dia do oitavo mês do ano

~NH~

 

Completava-se assim, duas semanas e três dias desde o sumiço de Naruto.

Hana lamentou ao ver sua primogênita retomar a rotina de preparar rolinhos de feijão e se deitar no quarto. 

A única diferença foi a menina pedir que o primo entregasse os rolinhos para Kiba e Chouji, eles esperariam na entrada da área onde se situava o conjunto de habitações Hyuugas. 

Hinata combinou com eles. 

Os dois amigos levariam a entrega para Minato, assim teriam um pretexto para ficarem pelo menos um pouco no local de procura pelo hanyou, assim Hinata explicou. 

Neji após se arrumar, ao abrir a porta do seu quarto, deparou-se com a caixa fibrosa deixada no chão. 

Era dentro daquela caixa que se guardava o grande saco de rolinhos de feijão.

Normalmente, ele pegava na cozinha. 

Considerou que naquela manhã, Hinata deixara em sua porta para ele ir direto aos portões da propriedade Hyuuga. 

Talvez ela quisesse o impedir de sofrer qualquer atraso, evitando deixar os amigos do hanyou impacientes.  

Colocou Neji as cordas da caixa sob seus braços. 

Levando a caixa nas costas, percebeu um peso maior.

Não estranhou. 

Teve vezes nas quais Hinata colocou alguns objetos de presente. 

Ele atravessou os portões, e em pouco tempo chegou no lugar indicado pela prima. 

Kiba e Chouji esperavam. Akamaru deitava sobre os pés do dono. 

Neji retirando as alças de corda e se abaixando, colocou a caixa no chão, orientando-os:

— Hinata-sama colocou alguns objetos. Siginifica que quando vocês retornarem, primeiro passem na casa do Namikaze e guarde os objetos lá, são presentes.

— Entendido. — Kiba se moveu, espantando Akamaru de seus pés. Virou-se de costas para a caixa, agachou-se e colocou cada corda sob um sovaco. Firme, levantou-se. Repreendeu um gemido. — "Pesado pra caraca!!!" — Esticou sua boca no maior sorriso alcançado e se volveu a Neji. — Nossos agradecimentos, Hyuuga. Vamos Chouji. 

O Akimichi deu um "tchau" para Neji.

O menino Hyuuga se curvou e regressou ao seu lar. 

Akamaru corria em volta das pernas do dono, mas os olhos do canino se fixavam na caixa fibrosa. 

— Sai do caminho Akamaru. 

Kiba reclamou, seu rosto todo vermelho. 

— O Hyuuga é tão forte, ele nem demonstrou esforço. — Chouji comentou.

— Me ajude com a parte de trás, gordo!

— Tá bom. — O Akimichi se colocou atrás do amigo e sustentou a parte posterior da caixa.

Mais tarde, fora da aldeia, na floresta, longe da vista de qualquer um, os meninos pararam de andar. 

Rapidamente, Kiba jogou a bunda no chão e se livrou das cordas. 

— Pode sair, Sra. Hyuuga. 

Educado, Chouji pediu. 

— Ufa, até que fim. — Hinata falou alegrada, pondo a cabeça pra fora do saco. — Ainda bem que o nii-san não percebeu. 

Ela estendeu as mãozinhas e o Akimichi logo as agarrou. 

Chouji ajudou a menina a sair do saco e da caixa de fibra.

— Trouxe os seus materiais médicos? — perguntou Kiba, todo dolorido. 

— Todinhos, tudo na caixa. — Ela afirmou, abaixando-se e agradando Akamaru que lhe queria distribuir lambeijos. 

— Muito melhor agora. 

Kiba falou massageando seus ombros. 

Enfiou os braços nas alças de corda e se colocou de pé outra vez. 

Sorriu ao sentir a bagagem muito mais leve. 

— Obrigada por me suportar. Sr. Inuzuka é muito forte. 

— Não foi nada.

Kiba sorriu corado, passando o dedo indicador deitado abaixo das narinas. 

Hinata parecia uma bonequinha, o Inuzuka achava. 

Concentrando-se, Kiba os falou: 

— Bem, quando estivermos chegando perto, lembrem de se manterem escondidos.

— Hai. — Hinata respondeu séria. 

Chouji assentiu, também sério. 

As três crianças e o cachorrinho partiram pela floresta. 

Quando os três conversaram no outro dia, a Hyuuga soube que Akamaru uma vez farejou Naruto em uma direção diferente dos buracos, mas os guardas não deixaram os meninos explorarem ao redor. 

Os homens seguiam firme na crença de que o hanyou estava em algum lugar do labirinto subterrâneo.

Já Kiba confiava no faro de seu amigo canino.

Chouji e Hinata também. 

 

 


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