My Fallen Guardian escrita por Nana Roal


Capítulo 9
Rumos.


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem! T_T

Nem sei se ainda tenho leitores! =/

Eu não pude postar antes, pois por estar no ultimo ano do ensino médio acabei ficando focada só em passar de ano e no vestibular, então fiquei sem tempo.

Peço desculpas pela demora e espero que gostem do capítulo! o/



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Capitulo 8: Rumos.

21 de Novembro de 2007, Tókio, Japão.

Ouviu o barulho característico do despertador ao longe, mas não tinha nenhuma vontade de levantar. Sentia uma respiração cadenciada em sua nuca, enquanto um braço circundava sua cintura. Sorriu ao se lembrar da noite passada.

Karin e Suigetsu haviam conversado e ela tinha pedido para ele passar mais um tempo no Japão para eles aproveitarem mais a companhia um do outro. Após o expediente do dia anterior - o qual foi muito cansativo, pois Sasuke e Hinata não foram trabalhar por problemas familiares e consequentemente seu trabalho triplicou -, eles haviam saído para jantar e conversaram bastante.

Após uma quantidade grande de sake, a conversa tomou um rumo mais sentimental, Karin falou sobre sua paixão por Sasuke e que sabia, nunca iria dar em nada, pois tinha certeza que o moreno já gostava de outra pessoa. Suigetsu então começou a falar sobre sua vida nos EUA, dos casos que ele teve, mas no final ele acabou por revelar o que ainda sentia pela amiga.

Alguns anos antes ele já tinha se declarado para a ruiva, mas ela reagiu de forma negativa e a consequência disso foi à mudança de país. Mas agora algo havia mudado, a reação dela foi inesperada para ele, mas muito bem aceita.

Karin decidiu dar uma chance ao Hozuki, na verdade ela queria dar uma chance a si mesma e algo lhe dizia que desta vez iria dar certo.

- Você não vai desligar o despertador? – a voz rouca a tirou de seus devaneios.

- Não, eu estou com preguiça. – respondeu fazendo manha, mas desligando o despertador.

- Você tem que ir trabalhar hoje? – perguntou, apoiando a cabeça na mão direita, para poder ver o rosto de Karin, enquanto com a mão esquerda acariciava os cabelos ruivos.

- Sinceramente eu não quero. – beijou o Hozuki calmamente e depois se levantou – Mas infelizmente é necessário, não é verdade? –sorriu se cobrindo com um lençol.

- Eu acho uma pena. – a encarou com um olhar malicioso.

Ela riu e foi em direção ao banheiro, ele a seguiu com os olhos e sorriu largamente quando ela sinalizou para ele acompanhá-la. Karin só pensou em uma coisa quando sentiu Suigetsu a abraçar: “Chegarei atrasada hoje!”

*******////*******

A campainha tocou, ele tentou ignorar, apenas tentou, pois a pessoa do outro lado da porta, após ficar por uns dois minutos com o dedo pregado na campainha, começou a esmurrá-la de um jeito pouco delicado.

- Shikamaru, abre logo a porta! – a voz de sua namorada surgiu o arrancando completamente do sono.    

Levantou-se irritado, mas cansado demais para demonstrar. Passou rapidamente pelo banheiro, onde Temari tomava banho, alcançou a sala aos tropeços, graças ao fato de tentar andar de olhos fechados e finalmente chegou à porta de entrada, abrindo-a de supetão. O que viu o acordou rapidamente.

Parados na soleira da porta, com expressões nada felizes, estavam os irmãos Sabaku. Gaara o encarava friamente, os braços cruzados em frente ao peito em uma postura ameaçadora, enquanto Kankuro estava com o punho fechado, pronto para bater novamente na porta, mas agora parecia que ele iria acertar um soco no moreno a sua frente.

- Bom dia! – desejou Gaara friamente, enquanto dava um meio sorriso nada amigável.

- Er... Bom dia. – disse embaraçado, dando espaço para os dois entrarem na casa.

Era a primeira vez que ficava frente a frente com os irmãos de Temari, já que ambos moravam em outro país.

- Shika, quem era na por... – a loira parou a frase, ao ver os irmãos encarando malignamente seu namorado.  – O que vocês dois estão fazendo aqui? – indagou feliz, mas ao mesmo tempo receosa.

Eles sorriram para a irmã, mudando totalmente as expressões.

Flash Back On:

O Jaguar prateado estacionou em frente à casa de classe média, seus dois ocupantes desceram, se dirigindo até a porta de entrada. O empresário tocou a campainha.

- Você acha que eles ficaram surpresos em nos ver? – Kankuro perguntou divertido.

- Vão, mas não fique empolgado. Temari não irá cozinhar para você. – rebateu Gaara, sem mudar de expressão.

- Chato. – resmungou e tocou novamente a campainha.

- Já vai! – uma voz masculina soou abafada.

A porta se abriu revelando um homem, aparentando ter uns quarenta anos, aproximadamente 1,70m, cabelos castanhos claros e olhos negros. O homem era Yashamaru, tio deles.

Após a morte dos pais em um acidente de carro, Yashamaru brigou na justiça pela guarda das crianças, afinal o irmão do pai deles, Sasori, também queria a guarda deles, porque achava que o outro não tinha capacidade para educá-los.

No final eles acabaram por pegar uma guarda compartilhada, muito útil, pois eram três crianças e nenhum dos dois iria conseguir criá-las sozinhos, eles também receberam a ajuda de Chiyo, avó de Sasori.

Porém quando Kankuro completou dezoito anos, Sasori foi morar no Reino Unido, onde dá aula de História da Arte em uma escola renomada.

- Kankuro, Gaara! – exclamou e abraçou os rapazes.

- Oi tio. – saudaram sorrindo.

- Por que vocês não avisaram que vinham? – perguntou puxando os dois para entrar na casa.

- Queríamos fazer uma surpresa. – o ruivo respondeu e o tio o olhou estranho - Na verdade o Kankuro queria. – esclareceu girando os olhos, fazendo o tio rir.

- Eu sempre tenho as melhores ideias. – Kankuro piscou um olho.

- Não importa quem deu a ideia, o importante é que vocês dois finalmente lembraram que têm família! – deu um soco fraco no braço de cada um.

- Nós nunca esquecemos que temos família, apenas não temos muito tempo para ir visitá-la. – argumentou o castanho. – E nem para viajar ao Reino Unido para visitar o Tio Sasori. Se ele descobrir que viemos te visitar, ele mata a gente. – resmungou.

- Onde está Temari? – indagou o ruivo, percebendo que sua irmã, que sempre acorda cedo, ainda não havia aparecido.

O tio estacou, havia esquecido este pequeno detalhe. Encarou os dois sobrinhos que agora o fitavam curiosos.

- Acho melhor vocês se sentarem, eu irei preparar um chá e já volto. – saiu sem esperar resposta.

Os mais jovens se entreolharam desconfiados, mas resolveram seguir o conselho do mais velho. Minutos depois o homem voltou carregando uma bandeja, onde havia um bule de chá, três xícaras e algumas bolachas, depositou-a sobre a mesa e sentou em uma poltrona.

- Sirvam-se! – ordenou sério, enquanto colocava chá em uma das xícaras e sorvia o liquido.

Eles obedeceram, mas ainda o encaravam desconfiados...

- Eu não sou de enrolar. – suspirou – Temari passou a noite na casa do namorado.

Os dois se engasgaram, cuspindo o chá...

- COMO É? – rosnaram.

- Não usem esse tom de voz comigo, vocês ainda me devem respeito. – estreitou os olhos – Eu ainda posso dar uma surra em vocês dois.

- Desculpe. – pediu Kankuro.

- Sinto muito. – Gaara respirou fundo, se acalmando – Desde quando ela está namorando?

- Faz quase um mês. – sorveu mais um gole.

- E já está dormindo na casa dele? – o Sabaku mais velho estava assombrado.

- Eles estão namorando há quase um mês, mas têm um “rolo” – fez as aspas com os dedos, depois de colocar a xícara no colo – há quase um ano.

- Como nós não ficamos sabendo disso? – o ruivo inquiriu com a postura indiferente de sempre.

- Ela é discreta e vocês ausentes. – respondeu calmamente.

- Então a culpa é nossa?

O mais velho encarou Kankuro sem entender a pergunta.

- Culpa de que? – arqueou uma sobrancelha.

- É nossa culpa ela não confiar na gente e esconder que está namorando. – Gaara respondeu.

- De certa forma, sim. – fez uma expressão pensativa – Vocês dois não se preocupem, ela iria contar a vocês em breve, só estava esperando a liberação das férias, para que ela e Shikamaru pudessem ir aos Estados Unidos lhes contar a novidade.

- Eles iriam até lá nos contar? – indagou o castanho admirado.

- Temari queria contar por telefone, mas Shikamaru achou melhor falar pessoalmente com vocês. – viu os rostos surpresos dos sobrinhos e sorriu – De acordo com ele: “Nosso relacionamento é sério Yashamaru-san, então da mesma forma que vim até aqui pedir sua anuência, é correto pedir pessoalmente o consentimento dos dois irmãos dela.”

- Ela, moderninha do jeito que é, aceitou isso?

- Temari discutiu com Shikamaru, alegando não precisar do consentimento de ninguém, Kankuro. E ele apenas revidou dizendo que também não precisava, mas que era necessário conquistar a confiança dos familiares dela, para não ter uma convivência familiar “problemática”.

- Ele parece ser interessante. – alegou Gaara com um meio sorriso – O que você achou dele, tio?

- Shikamaru é um rapaz inteligente, calmo e responsável, porém, e um tanto preguiçoso. Ele e Temari tentaram ficar juntos há um tempo, mas devido a problemas de incompatibilidade de personalidade eles não seguiram em frente. Enquanto ela gosta de uma vida agitada, ele gosta de uma rotina mais parada e caseira.

- Por que eles estão juntos se são tão diferentes? – inquiriu Kankuro.

- Um amigo deles ajudou nisso, mostrando que mesmo brigando eles ainda se gostam. Além do mais, apesar de diferenças gritantes, eles têm semelhanças também, ambos têm os mesmos objetivos e a mesma carreira.

- Ele também é um jornalista? – Gaara fez uma discreta careta. Ainda não acreditava que a irmã fez faculdade de Jornalismo, uma carreira que aproveitaria pouco da inteligência dela, em sua opinião. Ele achava que ela poderia ser médica, engenheira, ou qualquer coisa assim.

- Sim, mas ele atua mais como fotografo. – esclareceu – Ele fez Técnico em Fotografia e faculdade de Jornalismo. O que eu achei um desperdício para alguém tão inteligente. – acrescentou.

- Você também achou um desperdício eu ter me tornado um ator. – Gaara rebateu.

- Ainda acho. – murmurou e bebeu mais um gole de chá.

- E quando nós iremos conhecê-lo? – indagou o mais velho dos irmãos.

Yashamaru deu um sorriso travesso.

- Que tal agora? – indagou marotamente.

- Você irá nos levar lá? – o ruivo perguntou.

- Não, pois as 10h00min eu tenho que estar no serviço e agora já são 9h13min – olhou o relógio de pulso -, mas eu posso passar o endereço dele para vocês. 

- Ok. – confirmaram ao mesmo tempo.

O homem anotou um endereço em um bloco de papel e antes de entregá-lo, advertiu.

- Não façam nada estúpido, Shikamaru é um bom rapaz. Deixem as coisas estúpidas para Sasori fazer, quando descobrir. – a voz soou ameaçadora.

- Certo! – anuiu Kankuro, enquanto Gaara apenas assentia.

Despediram-se do tio, dizendo que passariam o tempo de viajem morando com ele, enquanto o mais velho apenas respondeu que não esperava menos que isso. E depois seguiram para a casa do tal Shikamaru.

Flash Back Off.   

- Tio Yashamaru é um traidor! – murmurou Temari, fazendo uma careta.

- Deixe-o escutar isso... - disse Kankuro sombriamente.

A loira estremeceu diante da possibilidade, Shikamaru franziu o cenho.

- O que vocês dois vieram fazer aqui? – cruzou os braços na frente do peito, parando em frente ao namorado, como se quisesse protegê-lo.

- Viemos conhecer seu namorado... – Gaara começou frio.

- Ameaçá-lo se necessário... – Kankuro estreitou os olhos.

- Dizer a ele que você é uma garota especial... – Gaara sorriu para a irmã.

- E que nós queremos ter certeza que ele está a sua altura. – Kankuro fuzilou o cunhado com os olhos.

Temari ficou sem saber o que dizer diante das palavras dos irmãos, mas Shikamaru soube.

- Eu soube que ela era uma garota especial desde o momento em trocamos as primeiras palavras, eu tenho consciência de que nunca estarei à altura de merecê-la, mas vocês podem ter certeza que me esforçarei ao máximo para tentar estar. – disse o moreno com a típica voz tediosa, mas de forma direta e sincera.

A namorada se virou emocionada, mas o Nara não a encarava, na verdade parecia que ele ia cochilar a qualquer momento, os olhos estavam semicerrados e ele bocejou alto.

- QUE MERDA SHIKAMARU! NEM DEPOIS DE UMA DECLARAÇÃO VOCÊ FICA ACORDADO! – gritou dando um cascudo na cabeça do moreno.

- Garota problemática. – resmungou massageando o local ferido.

Gaara e Kankuro ficaram pasmos diante da cena, o ultimo não resistiu e soltou uma sonora gargalhada, enquanto o ruivo se limitou a dar um meio sorriso.

- Acho que não precisamos ameaçar esse ai, Gaara. – disse tentando controlar o riso.

- Verdade! – concordou sendo contagiado pelo humor do irmão.

- E VOCÊS CALEM A BOCA! – deu um cascudo na cabeça de cada um.

- Aí! – exclamaram.

- Boa sorte Shikamaru, você vai precisar. – desejou Kankuro.

- E vai precisar de um plano de saúde também. – disse o ruivo, fazendo uma careta quando tocou no galo que se formou.

O moreno deu um pequeno sorriso, agora só faltava falar com Sasori, mas isso era outra história.

*******////*******

Sentia-se fraco, como se tivessem drenado todas as suas forças, não tinha nem vontade de abrir os olhos. Havia acabado de sair de uma sessão de radioterapia, ou já fazia algumas horas? Não sabia ao certo.

Uma mão acariciou gentilmente seu rosto, a mão cheirava a álcool, mas pelo toque ele sabia que era sua mãe. Graças às visitas de Naruto, - que mesmo sem revelar que era um anjo, conseguiu conquistar facilmente a confiança de seus familiares – sua mãe não se deixou levar pela depressão, ela era uma mulher forte e o loiro mostrou isso a ela.

E também tinha Shino, o residente em oncologia que havia virado uma pessoa muito importante para a família Inuzuka, ele acompanhou o caso desde o começo. Quando foi descoberto que Kiba precisava de uma medula e ninguém da família era compatível, ele se prontificou a fazer o exame de compatibilidade e tornou-se o doador.

- Como você está se sentindo? – a voz de Shino soou profissional.

- Ainda não sei como você descobre que ele está acordado. – Hana disse impressionada.

- Estou me sentindo péssimo, até parece que eu corri uma maratona no deserto. – respondeu o paciente com voz rouca.

A mão de sua mãe se afastou de seu rosto, quando ele abriu os olhos para encarar sua família. A mulher estava com um pequeno sorriso no rosto, mas seus olhos brilhavam preocupados. Um pouco mais atrás dela estavam seu pai e Hana, sua irmã de dez anos, ambos o encaravam em expectativa. Todos usavam roupas especiais, já que ele não podia ser exposto a qualquer tipo de vírus.

- Sente falta de ar, dor no corpo ou qualquer outra coisa fora do normal? – o de cabelos castanhos continuou perguntando, enquanto anotava algo em uma prancheta.

Kiba o encarou e deu um pequeno sorriso, apesar da voz soar profissional, ele percebeu que o Aburame também estava preocupado.

- Não estou sentindo nada fora do normal, apenas estou um pouco cansado. – a voz ainda estava rouca.

- Certo. – se aproximou do moreno, o examinou rapidamente, sempre anotando coisas e depois colocou a prancheta sobre uma mesinha que estava ao lado da cama. – Você está reagindo bem ao tratamento. – apertou a mão do amigo dando um sorriso.

- Que bom. – tentou sorrir, mas sentiu ânsia – Acho que eu vou vomitar! – exclamou. Rapidamente Shino entregou a ele um recipiente.

- Isso é normal? – Sr. Inuzuka estava preocupado.

- Sim. – respondeu Kakashi entrando no recinto. Ele é o médico que cuida do caso de Kiba, além de ser o chefe do setor de Oncologia e o responsável pelos residentes.

– O corpo irá reagir de várias formas ao tratamento, pois o cérebro está mandando ao corpo a mensagem de que algo está errado com os glóbulos brancos. Então será comum o paciente ter ânsia de vômito, um pouco de febre e sentir cansaço.*

- Entendo. – assentiu o homem, voltando a olhar o filho.

- Você já o examinou, Shino? – indagou o médico de cabelos grisalhos.

- Sim. – respondeu e entregou a ele a prancheta.

O médico passou rapidamente os olhos negros pelo que estava escrito e deu um sorrisinho satisfeito. 

- Bom está tudo ok por aqui. Pedirei para uma enfermeira trazer algo ruim, porém saudável, para você comer. – disse divertido e saiu da sala, afinal ele tinha outros quartos e outros residentes para verificar.

- Ele poderia ter mentido, falando que a comida era gostosa. – resmungou o paciente, fazendo os outros rirem.

Kakashi, que ainda estava parado do lado de fora, também riu. Na opinião dele Kiba era um garoto de sorte, Shino era um de seus mais brilhantes “alunos”, logo de cara ele quis cuidar do caso de Kiba e fez de tudo para ajudá-lo. Mas o grisalho tinha consciência que esse interesse ia além do profissional, ficou preocupado no começo, mas quando viu a interação dos dois, relaxou.

- ‘Tá fazendo o que parado ai, Kakashi? – uma voz feminina indagou autoritária – Você ainda tem pacientes para atender, nem tente me enrolar de novo.   

- Anko eu vou cuidar dos meus pacientes, já disse que só cheguei atrasado hoje porque me perdi nos caminhos da vida. – fez cara de inocente.

- Se você começar a me irritar, o único caminho que você irá conhecer é o do sofá. – disse malignamente.

- Hei! Não leve isso para o lado pessoal. – fez uma pose teatral.

- Levarei, pois quando você se atrasa, eu tenho que te cobrir na clinica. E acabo tendo que ficar até mais tarde pra dar conta das consultas que eu atrasei, por pegar as suas. – retorquiu com as mãos na cintura.

- Certo eu prometo não me atrasar mais e para compensar o erro, hoje eu faço o jantar. – deu um selinho na esposa, piscou um olho marotamente e saiu.

- Idiota. – murmurou sem conter o sorriso que se formou em seus lábios.

*******////*******

- Tem certeza que não precisa de ajuda? – indagou Sai ao ver a namorada carregando uma grande caixa, cheia de novos vasos.

- Tenho. – respondeu grossa.

- Você ainda ‘tá com raiva de mim? – o jovem pálido indagou.

- Óbvio Sai! Você praticamente me expulsou da sua casa ontem, além de ter fugido de mim nos últimos dias. – colocou a caixa sobre o balcão e bufou exasperada.

- Quando cheguei aqui hoje, você não quis nem me ouvir e já foi gritando histericamente. – disse sério – E no final você apenas disse que a culpa não era minha e começou a colocar a culpa em si mesma. Você vai me deixar explicar o que está acontecendo? – indagou com uma sobrancelha arqueada.

A loira o encarou, não conseguia entender como ele poderia ser tão indiferente a tudo. Mas não podia reclamar, Sai sempre foi assim, desde que ela havia conhecido.

- Eu andei “fugindo” de você por esses dias, por causa disso...

Ino o encarou após a afirmação, só percebendo naquele instante que ele carregava um quadro na mão. Não era pequeno tinha 50cmx70cm, mas estava tampado por um pano, impossibilitando-a de ver o que estava representado na tela.

Ele retirou o pano, o que fez a loira arregalar os olhos surpresa. A imagem a retratava deitada em um campo de flores usava um vestido rosa com detalhes em lilás e tinha uma fita, também lilás, prendendo os cabelos.  Carregava um olhar distante e um tanto triste.

- É lindo... – sussurrou emocionada.

- Eu queria fazer uma surpresa para você, mas acho que quase perco a namorada por isso. – disse com um meio sorriso.

- Por que eu estou com essa expressão triste? – indagou curiosa.

- Eu terminei o quadro ontem a noite, após você ter saído. – os olhos dele brilharam estranhamente – Você tinha essa expressão no rosto quando saiu, apesar disso soar estranho, eu a achei bela. – ela fez uma careta – Você sabe que o meu estilo é esse, dificilmente eu retrato pessoas felizes, acho que as pessoas mostram melhor o que são verdadeiramente quando estão tristes. Mas essa imagem serve também, para eu me lembrar de nunca mais deixá-la triste, mesmo estando linda com essa expressão eu a prefiro sorrindo. – e sorriu.

- Idiota. – murmurou aproximando-se dele.

Ele largou o quadro próximo à parede, enlaçou-a pela cintura, puxando-a para si e a beijou. Ino passou os braços pelo pescoço de Sai e deu um pequeno sorriso entre o beijo.

- Gostou do presente? – indagou o moreno, após se separarem.

- Amei... – respondeu sorrindo – Mas da próxima vez que você me expulsar da sua casa, eu te mato! – sua expressão ficou ameaçadora.

Sai apenas a puxou para um novo beijo.

*******////*******

O nervosismo era muito, fazia tanto tempo que não pisava no escritório de seu pai! Por Deus! Como ela queria fugir dali. Esfregava as mãos tentando dissipar a ansiedade, olhou o relógio de pulso eram 10h00min, seu primo e tio ainda não haviam chegado.

Seu pai estava sentado atrás de sua escrivaninha concentrado em um documento, ele apenas a havia encarado quando ela entrou. Sabia que não poderia escapar de seu destino, por mais que tivesse fugido daquilo desde o instante em que descobriu a verdade, tinha consciência de que nada poderia tirá-la daquela realidade.

Iria se casar com seu primo Neji! O frio, esnobe e arrogante Neji. Sempre sonhou em se casar com um homem que ela amasse. Seu príncipe encantado!

Mas acabou por ter que aceitar se casar com um homem que nem gostava dela, um homem que a achava patética. Suspirou. Talvez isso fosse o melhor, pelo menos assim não teria mais que conviver com ele. A pessoa que aprendeu a amar, apesar dos defeitos e do jeito diferente de ser. Seu príncipe encantado, que já tinha sua própria princesa.

Sabia da traição, tinha consciência de que aquilo era difícil de perdoar, mas ele estava tão mudado! Talvez ele desse uma segunda chance a sua princesa e desta vez desse a devida atenção ao amor que ela sentia por ele. Sim! Hinata tinha absoluta certeza do amor que Sakura sentia por Sasuke.

Saiu de seus pensamentos quando ouviu a porta se abrir, nem se dignou a olhar para trás para ver quem entrava. Mesmo que não tivesse convivência, a presença de Neji era muito marcante para se esquecer.

- Bom agora que todos estão aqui, podemos começar a reunião. – anunciou Hiashi, enquanto sinalizava para Hisashi e Neji se acomodarem próximos a Hinata. O mais novo do seu lado direto e o mais velho no esquerdo.

- E do que exatamente se trata essa reunião? – indagou o gêmeo mais novo, um tanto sarcástico.

- Como se você não soubesse, Hisashi. – o outro rebateu frio – Iremos falar sobre a união matrimonial de nossos filhos. – disse como se estivesse se referindo a objetos de troca.

- Achei que você havia desistido da ideia, afinal, sua filha nem morava mais na sua casa.

- Ela não morava mais, pois resolveu adquirir experiências profissionais em outras empresas. – Hinata sentiu-se desconfortável pela afirmação, mas seu pai nem se dignou a encará-la – Mas agora ela voltou para arcar com suas responsabilidades.

- Não me importa mais. – anunciou o gêmeo mais novo, com um sorriso grotesco – Agora que a empresa está sob meu poder, eu não preciso mais de sociedade alguma e consequentemente de nenhum casamento.

A jovem Hyuuga encarou o pai, chocada pela afirmação do tio e percebeu que por mais que sua face estivesse indiferente, era possível perceber um pequeno espanto em seus olhos.

- Agora não é hora para piadas meu irmão... – desconversou o mais velho, nervoso.

- Quem disse que é piada Hiashi? – arqueou a sobrancelha. – Os acionistas estavam descontentes com sua administração e resolveram assinar uma petição, exigindo que eu, na posição de único herdeiro capacitado, o substituísse. – após concluir entregou o dito documento nas mãos de seu irmão mais velho.

Hiashi leu rapidamente o documento e suas clausulas, a máscara indiferente havia caído, em sua face vários sentimentos transpassavam de forma rápida, incredulidade, indignação, raiva, tristeza e por fim arrependimento.  Deixou a folha cair de suas mãos, e recostou as costas no espaldar da confortável cadeira de couro, fechou os olhos albinos* e soltou um suspiro trêmulo.

Todos os presentes o encaravam, Hinata preocupada, Neji indiferente e Hisashi com um olhar superior.  Os três se espantaram ao escutar uma risada, ela começou baixa e depois se tornou uma estrondosa gargalhada.

- Hiashi? – indagou o gêmeo mais novo, um tanto preocupado com a sanidade do irmão.

Ele queria o que lhe era de direto sim, mas não queria fazer mal, físico ou psicológico, a seu irmão. Não iria tirá-lo da empresa ou coisa parecida, apenas o tiraria do poder, faria dele apenas mais um funcionário.

As gargalhadas continuaram até que se transformaram em um riso amargo e sarcástico.

- Sabe Hinata, aquele amiguinho loiro do Uchiha, disse que isso iria acontecer, mas eu não acreditei. – encarou a filha de forma fria novamente – Ele me disse que eu seria apunhalado pelas costas por meu próprio irmão, mas eu não acreditei que Hisashi seria capaz de tal coisa. Ingênuo da minha parte. – levantou-se elegante e imponente como sempre.

Hinata o fitou incrédula ao escutar que Naruto havia avisado o pai sobre o que estava prestes a acontecer.

- Mas como Naruto soube? – não conseguiu segurar a pergunta.

- Ele não me disse, mas deveria fazer parte do “esquema” também. – afastou-se da cadeira marrom – Mas acho melhor o mini Uchiha tomar cuidado com ele. – deu de ombros – Sente-se em sua cadeira irmão. – sarcasmo – Afinal hoje foi o dia da caça. – soltou com escárnio.

Ninguém conseguia acreditar no que estava acontecendo, Hisashi pensava que seu irmão iria protestar e exigir pelo menos uma reunião com os acionistas, mas aconteceu o oposto e para piorar alguém o havia alertado sobre o que estava acontecendo e ele não acreditou.

- Você não vai ao menos exigir uma reunião com os acionistas? – indagou Neji, abrindo a boca pela primeira vez.

- Eu não preciso passar por essa humilhação, para saber que perdi meu posto. – deu um meio sorriso, mas não havia mais traço de sarcasmo e frieza em suas feições, apenas cansaço e resignação incaracterísticos do mais velho dos Hyuuga. – Depois virei recolher minhas coisas. – e se aproximou da porta.

- Eu não lhe deixarei sem emprego, Hiashi. – esclareceu Hisashi.

- Não se preocupe comigo irmão. – disse sem se virar – Preocupe-se com suas novas responsabilidades. – encarou o outro por cima do ombro – Só peço que não desampare minhas filhas, afinal por pior que eu tenha sido com você, jamais desamparei o seu. – e saiu sem olhar para trás. 

Hinata encarou o pai triste, não por não ser mais a futura herdeira dos Hyuuga – na verdade ela nunca se importou com isso – mas sim por saber que aquela empresa era a vida de seu pai.

- Eu não deixarei sua família desamparada Hinata, afinal também é minha família. – justificou Hisashi.

Hinata levantou o olhar e deu um sorriso triste...

- Eu confio em você tio, não estou preocupada com isso. – retorquiu e se levantou – Parabéns pela nova posição! – desejou fazendo uma reverencia respeitosa e depois caminhou em direção a saída.

- Se você quiser, nós podemos dar continuidade ao antigo acordo. – sugeriu o novo presidente. – Assim a administração da empresa não ficará em mãos de estranhos, quando eu deixar o cargo.

Neji arregalou ligeiramente os olhos, o que não passou despercebido por Hinata que compreendeu que o primo queria aquela união tanto quanto ela.

- Tio, o senhor mal virou o presidente e já quer pensar em quando for deixar o cargo? – deu um sorriso de lado – É como meu pai disse: Preocupe-se com suas novas responsabilidades.

A jovem Hyuuga saiu da sala deixando os homens espantados com sua atitude.

- Ela está se tornando um Uchiha Sasuke de saia. – murmurou Neji.

- Não... Ela está mostrando quem realmente é Hyuuga Hinata. – encarou o filho – Seria uma excelente união. – sorriu.

- Eu não acho. – rebateu o mais jovem.

*******////*******

Respirou fundo olhando o átrio, elegantemente decorado, do prédio de administração da empresa de sua família. Os seus antigos subordinados faziam mesuras educadas enquanto ele passava por eles e pela primeira vez em muitos anos foram retribuídos com um meneio de cabeça e um meio sorriso, por parte do mais velho dos Hyuuga.

Podia dizer que havia sido completamente surpreendido por seu irmão, mas seria tolo de sua parte. O jovem loiro, amigo do Uchiha, o deixou com “a pulga atrás da orelha” o que fez com que ele pensasse no que faria se seu irmão tomasse seu lugar na empresa.

Acabou percebendo que seria triste, porém não seria motivo para uma depressão profunda e sim para um recomeço ao lado das pessoas que amava.

- Papai! – ouviu uma voz chamar e se virou.

Hinata vinha correndo em sua direção, uma expressão preocupada adornando o rosto claro e delicado. O homem parou, percebendo pela primeira vez o quanto sua filha havia crescido e na besteira que teria feito se a tivesse forçado a se casar com Neji.

- O senhor está bem? – a jovem indagou ao parar em frente à Hiashi.

- Sim. – respondeu serenamente. – Acho que finalmente estou bem.

Ela franziu o cenho sem entender nada, seu pai sempre iria surpreendê-la.

- Sabe filha, por mais que me doa admitir: trabalhar para o Uchiha caçula fez muito bem a você. – passou um braço pelos os ombros de Hinata e a incitou a caminhar ao seu lado em direção ao estacionamento – O que o garoto loiro disse fez com que eu pensasse sobre meus princípios e sobre o que eu havia me tornado.

- Naruto é realmente impressionante... – murmurou baixinho.

- Sim ele é. – espremeu os lábios – Me desculpe. – pediu baixo, como se tivesse dificuldade de pronunciar as palavras.

A jovem encarou-o, incrédula e confusa.

- Eu deveria perceber sozinho o erro que iria cometer, mas foi preciso um pirralho me abrir os olhos. – suspirou – Eu tive sorte, pois apesar do casamento arranjado eu acabei me apaixonando por sua mãe e ela por mim. Porém isso não significa que o mesmo aconteceria com você, Hinata quando me casei meu coração era livre, o seu não é. – sorriu triste.

Aquilo era demais para ela, primeiro seu tio tomando o comando da empresa, depois o desabafo de seu pai, o mundo estava de ponta cabeça ou era apenas impressão sua? Na sala ele parecia tão frio, profissional, alheio a existência dela, ou seja, normal, agora ele parecia apenas um homem cansado e resignado, alguém que necessitava de momentos sem “pressão”.

Avistou o Maserati Gransport pertencente ao seu pai, um carro que mostrava seu status, algo que ele não tinha mais.

- O que o senhor fará agora? – indagou timidamente.

- Acho que montarei uma floricultura! – respondeu sem pestanejar.

- O que? - olhos arregalados.

- Sua mãe sempre quis montar uma, acho que está na hora de realizar o sonho dela. – piscou um olho e entrou no carro, convidando sua filha a fazer o mesmo.

A morena entrou no lado do passageiro e colocou o sinto, sua mente trabalhava rápido tentando processar as novas informações, teve apenas uma conclusão: A perda do cargo de Presidente da empresa havia afetado a mente de seu pai.

- Pai... – chamou hesitante, o homem fez um sinal para ela continuar – O senhor está realmente bem?

Ele sorriu...

- Bem? Talvez não. Estou me sentindo apenas livre para viver minha vida, sempre fui forçado a viver em função da empresa, desde pequeno. Finalmente poderei ser alguém “comum”. – disse de forma leve, como se tivesse entendido aquilo apenas naquele momento.

- Certo... – olhou em volta não reconhecendo o caminho de sua antiga casa. – Para onde estamos indo? – indagou confusa.

- Vamos encontrar um antigo amigo meu, ele tem uma floricultura pretendo fazer uma parceria com ele e abrir uma filial em Osaka. – estacionou o carro em frente a uma loja, onde em uma placa acima da porta estava escrito “Floricultura Yamanaka”.

- O senhor vai se mudar? – perguntou incrédula, enquanto saia do carro.

- Sim. – respondeu simplesmente - Tókio é movimentada demais para mim. - justificou.

- E Osaka é muito calma. – murmurou ironicamente e seguiu seu pai para dentro da loja.

-... Você não entregou o buquê? – uma voz feminina se manifestou divertida.

- Ele ficou envergonhado. – uma conhecida respondeu.

Hinata, que estava parada atrás do pai não conseguia ver quem eram as pessoas, mas tinha certeza que conhecia uma delas.

- Boa tarde, posso ajudá-lo? – indagou a jovem loira quando viu o Hyuuga entrar no estabelecimento.

- Hinata?

A morena deu um passo à frente e parou ao lado do pai, surpresa tomou conta de suas feições quando percebeu quem estava na floricultura.

- Olá Sasuke-sama, Naruto-kun. – cumprimentou gentilmente, o rosto ficando um pouco rosado.

- Oi Hina-chan! – o loiro saudou sorrindo – Hyuuga-san. – inclinou a cabeça em cumprimento.

Sasuke apenas acenou aos dois, mas Ino percebeu os olhares que ele lançou em direção à morena e também o sorrisinho maroto de Naruto...

“Ela é tímida... Delicada e também gentil...” – a loira lembrou-se das palavras do Uchiha, encarou Hinata – “É ela.” – concluiu.

Continuaaa....

 


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Notas finais do capítulo

Uhul espero que tenham gostado do capitulo, a história ja está em fase final...

A pergunta é: O que será que a Ino vai fazer depois da descoberta? *musica de suspense*

Mandem Reviews! /o/

Bjus



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