My Fallen Guardian escrita por Nana Roal


Capítulo 8
Corte Celestial




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Capitulo 7: Corte Celestial

 

Abriu os olhos e encarou um teto puramente branco, depois olhou rapidamente em volta encontrando uma grande sala em formato circular. No lugar de janelas comuns, estavam vários vitrais onde cenas de diversas épocas eram mostradas, algumas nem haviam acontecido ainda.

 

O ambiente de dois andares possuía também uma grande arquibancada no térreo que tomava quase toda a parede, deixando livre apenas a entrada de portas duplas. A arquibancada tinha três fileiras com acentos feitos de mogno.

 

O segundo andar era ocupado por cadeiras com espaldar alto, feitas de uma madeira bem trabalhada, elas ocupavam toda a sacada. Estátuas de anjos e quadros, representando cenas semelhantes as dos vitrais, com molduras feitas de um material parecido com ouro, davam o toque final à decoração da sala.

 

- Oi novato! – a voz debochada cumprimentou, o ruivo estava confortavelmente sentado numa cadeira ao seu lado.

 

- Kyuubi? – perguntou confuso. Levantou-se rapidamente, quando percebeu que havia mais pessoas no recinto – O que está acontecendo aqui?

 

Os acentos da arquibancada agora estavam sendo ocupados por vários Anjos da Guarda e no segundo andar sentaram-se apenas cinco seres. Naruto conhecia somente dois deles. 

 

- Isso é uma Corte Celestial. – respondeu Deidara, um dos anjos que ocupava a bancada do térreo.

 

- Corte Celestial? – arqueou uma sobrancelha.

 

- Sim. Aqui iremos decidir se você irá continuar como anjo caído, se será promovido ou rebaixado. – explicou Haku, ele estava sentado ao lado de Deidara.

 

- E o Kyuubi tem permissão para participar de algo assim? – perguntou, a expressão neutra havia voltado ao seu lugar.

 

- Ele está aqui apenas para assistir e lhe ter como um exemplo. – o esclarecimento veio de Tsunade, ela estava no segundo andar.

 

Tsunade também era uma supervisora, ela é loira de longos cabelos lisos, olhos âmbar com um brilho sereno e ao mesmo tempo intenso, pele clara e aparência etérea. Vestia uma túnica imaculadamente branca, suas asas eram tão claras que pareciam até transparentes.    

 

- Exemplo?

 

- Você foi mandado em uma missão, mas para conseguir atingir seus objetivos você tomou caminhos errados. – um anjo explicou.

 

- Você seria? – indagou o loiro arqueando uma sobrancelha.

 

- Um dos cinco supervisores, chame-me de Shodaime. – respondeu o anjo de cabelos castanhos.     

 

Seus olhos eram castanhos e inexpressivos, tinha pele levemente bronzeada, usava uma roupa cor azul, suas asas eram tão claras quanto às de Tsunade.   

 

- Existem cinco supervisores? – isso era uma novidade, achava que apenas Minato e Tsunade eram supervisores.

 

- Sim e você está diante deles. – Minato esclareceu – Eu sou o Yondaime.

 

- Eu a Godaime. – Tsunade sorriu ao loiro.

 

- Nidaime – apresentou-se um ser de cabelos brancos, olhos castanhos tão inexpressivos quanto os do Shodaime e roupas de um tom verde claro.

 

- Sandaime. – disse um jovem de cabelos castanhos espetados, olhos negros e bondosos e sorriso cativante, dos três ele era o que tinha as asas mais claras.

 

- Isso quer dizer que vocês cinco irão decidir o resto de meus dias? – o loiro indagou retoricamente.

 

- Tecnicamente é isso mesmo. – Shodaime falou.

 

- Eu não tenho direito nem a um advogado? – debochou. Já havia passado por algo parecido antes e não ligava para o que iria acontecer se fosse julgado como culpado.

 

Sua família havia morrido após ser julgada por uma corte semelhante a esta, mas ele sabia que agora todos estavam bem, todos haviam seguido em frente. E anjos não usam familiares ou entes queridos para conseguir o que querem. Para eles cada deveria lidar com o próprio carma.

 

- Vejo que você não se importa com a nossa decisão. – Nidaime apontou calmamente – Porque você age desta forma?

 

- Quando eu era apenas um humano, eu acreditava em cortes, em tribunais e em leis que estavam acima dos homens. – começou sem sentimento nenhum na voz – Mas essa crença matou minha família, destruiu tudo que eu amava, destruiu minha fé, me destruiu.

 

Todos o encaram em expectativa para que ele esclarecesse melhor...

 

- Eu tinha quinze anos quando tudo começou, eu era de linhagem nobre, meus pais tinham dinheiro e terras, eles não eram os pais mais amorosos do mundo, mas eu os amava mesmo assim.

 

- Meu pai me criou para ser um herdeiro perfeito, alguém que não ia contra a Igreja. Mas meu pai esqueceu que ganância era um pecado. Ele fazia doações mensalmente para a Igreja, mas após um tempo os sacerdotes começaram a achar que aquilo não era suficiente, afinal o patrimônio de meu pai estava aumentando cada vez mais. Eles exigiram mais e começaram a inventar dividas, meu pai começou a perder suas terras e seu dinheiro.

 

- Aos dezoito, eu fui forçado a me casar com uma mulher de família nobre, no intuito de conseguir reerguer minha família, porém isso não resolveu. Meus pais perderam tudo e quando a Igreja exigiu mais dinheiro e eles não tinham mais nada para dar, ambos foram acusados de hereges.

 

- Minha irmã mais nova, que na época tinha apenas treze anos, foi enforcada em praça pública, apenas para castigar meus pais, eles se revoltaram, pediram minha ajuda, mas eu não poderia fazer nada para ajudá-los. Minha esposa estava grávida e se eu fosse contra o Cristianismo, meu filho e ela seriam mortos, também.

 

Alguns anjos estavam estupefatos...

 

- O fim deles chegou pela guilhotina e a partir daí, o verdadeiro inferno começou. Descobri que o dinheiro de papai não estava sendo usado pela igreja, mas sim por um irmão dele, meu tio tinha “bons” amigos no governo e foi graças a esses amigos que ele conseguiu destruir a vida de seu irmão.

 

- Por que ele fez isso? – Sandaime indagou.

 

- Meu avô era um homem patético e infiel, ele teve muitas amantes e consequentemente alguns filhos bastardos, mas ele sempre tomava o cuidado de nunca ter uma amante na região em que nós morávamos. Porém uma dessas amantes resolveu procurá-lo ela queria entregar a ele uma criança dizendo que o menino era filho de meu avô.

 

- Minha avó descobriu e simplesmente se revoltou, disse a ele que mandaria matá-lo, afinal ele tinham uma boa vida graças a herança dela e o pai dela não gostava muito dele. Com medo de perder a boa vida, ele deu um jeito de mandar matar a amante e a criança e quase teve sucesso, porém o homem que havia sido contratado para fazer o serviço, não conseguiu matar o menino.

 

- Ele criou meu tio e quando morreu deixou uma carta explicando toda sua história, então meu tio resolveu simplesmente pegar o que julgava ser dele e conseguiu. Durante vários anos eu arquitetei um plano de vingança. Para todos eu era o filho bondoso e honrado da extinta família Uzumaki, mas na verdade eu apenas fingia ser assim.

 

- Aos poucos eu fui colocando meu plano em pratica, cultivei “amizades” uteis, comecei a ser influente, tripliquei o patrimônio de meu sogro e finalmente atraí a atenção de meu tio. Como eu disse antes: Ganância é um pecado. E ele era um grande pecador, enquanto eu fingia não saber de nada ele se mostrava um amigo leal e carismático, minha esposa e meu sogro não sabiam de nosso parentesco e nem do que ele havia feito.

 

- Rapidamente ele conquistou a confiança de minha família, meus filhos o adoravam, minha mulher gostava de sua conversa e meu sogro o admirava por sua capacidade administrativa.  No começo tudo ia perfeitamente bem, até que novamente dividas começaram a ficar grandes demais, terras começaram a serem perdidas e muitos me julgaram bruxo, afinal, seria a mesma “maldição” pairando sobre minha cabeça novamente.

 

- Mas eu ainda tinha minhas “amizades” e isso incluía um bispo muito influente, ele havia crescido com meu pai e não estava quando ele foi morto, mas depois de ouvir minha história ficou atento com relação a meu tio. Enquanto minhas propriedades eram tiradas de nós em nome do Governo, as dele eram confiscadas pela Igreja. E quanto mais terras ele tirava de mim, mais terras eram colocadas em meu nome.    

 

- Após um tempo o jogo começou a ficar perigoso demais, minha família começou a ser ameaçada de morte, o bispo começou a perder sua influencia graças a alguns problemas, que não vêem ao caso agora. Meus aliados começaram a sumir misteriosamente, mas os aliados de meu tio também. A ganância e a inveja nos deixaram cegos ao ponto de não percebermos que estávamos destruindo nossas famílias.

 

- Meu sogro foi assassinado, a esposa de meu tio também, só que ele tinha uma vantagem que eu não tinha. Ele não amou sua esposa, eu amei a minha, ele não tinha filhos e eu tinha.  O bispo que era meu aliado, para não perder o resto de seu nome, se virou contra mim, tentei tirar minha família do país e mandá-los para a França ou Portugal, mas já era tarde demais... – o loiro fechou os olhos como se estivesse sentindo um mal estar.

 

- Você esta bem, meu jovem? – indagou Nidaime.

 

- Sim. – disse retomando a postura indiferente – Quando minha família estava fugindo da Espanha, os soldados do Rei os interceptaram, nós fomos acusados de estar ajudando Judeus a fugirem do país. Eu não vou falar o que fizeram com minha esposa e meus filhos, não quero nem me lembrar do que foi feito e tudo na minha frente. Odiei meu tio, a Igreja, odiei a corte que nos condenou, odiei as leis e odiei a mim mesmo por ser tão estúpido. O final de minha esposa foi na guilhotina, assim como meus filhos e eu passei meses sendo torturado por não admitir que conspirei com o inimigo, eu não queria o perdão, não queria uma morte simples, queria sofrer por ter feito minha família sofrer, após quase sete meses de tortura eu acabei morrendo.

 

Várias exclamações foram ouvidas...

 

- Após minha morte, descobri que a vida não acabava ali e odiei a Deus por não me deixar descansar em paz. Vaguei sentindo os reflexos das torturas recebidas, meu cérebro ainda me dizia que meu corpo todo doía, mesmo que eu não tivesse que sentir mais dores, pois não havia corpo algum.

 

- Descobri que podia caminhar entre os vivos e aprendi a controlar minhas dores, depois desvendei como mudar minhas vestes. Tentei achar minha família, mas descobri que eles tinham recebido a dádiva de ir para um lugar melhor, fiquei feliz por eles, sabia que não merecia esse presente, mas eles mereciam, sempre mereceram.

 

- Vi meu tio adoecer, agonizar e morrer. Sozinho. Triste. Culpado. Chorei por ele, chorei por mim, o perdoei para que ele tivesse uma morte mais calma. E depois não o vi mais, e nem queria saber.

 

- Na época da Primeira Guerra conheci Kyuubi, um demônio que gostava de perturbar as pessoas e me aliei a ele. O demônio não gostava de matar ou torturar fisicamente ninguém, ele gostava mais de perturbá-los em seus sonhos, gostava de criar uma ilusão onde eles eram atacados no meio da noite. Também gostava de fazer favores a pessoas que pensavam serem bruxos, na hora de cobrar ele simplesmente tirava da pessoa o que ela mais necessitava.

 

- Juntos começamos a fazer coisas deste tipo e quando percebemos, nós não ajudávamos bruxos e sim pessoas comuns. Afastávamos demônios verdadeiramente ruins, tirávamos “encostos” das pessoas, até ajudamos alguns Judeus a fugirem de Hitler na Segunda Guerra. E não pegamos nada em troca...

 

- Tsunade nos encontrou e nos tornou o que somos hoje, Kyuubi está tentando melhorar seu comportamento maroto e eu até fiz papel de Cupido. Não ligo para a decisão de vocês, já vi coisas demais para ter medo.

 

Suspirou cansado, fechou novamente os olhos, para evitar ver as lágrimas de alguns dos Anjos.

 

- Neste período que passei na terra, reaprendi a ter sentimentos, amo meu protegido do mesmo modo que amei meus filhos, sinto um carinho especial por Kiba, Ino, Shikamaru, Temari... Suigetsu é uma pessoa integra, Hinata tem um bom coração e ama verdadeiramente Sasuke. Torço para que os gêmeos Hyuuga não cometam os erros que meu pai e meu tio cometeram há séculos atrás, não quero que eles se tornem gananciosos ao ponto de destruírem suas vidas e as vidas de seus descendentes.              

 

- Querem me rebaixar? Eu não ligo. Querem fazer com que eu continue sendo um Anjo Caído? Tanto faz. Querem me promover? Ótimo, fico feliz. Mas não importa o que vocês façam nada mudara o que eu sou. – concluiu encarando intensamente todos os pares de olhos que estavam no segundo andar.

 

- Você é um jovem corajoso, admitiu abertamente seus pecados diante de uma Corte Celestial. – disse Sandaime com um sorriso – Você admite que mentiu para conseguir atingir seus objetivos nesta missão?

 

- Sim, admito! Eu sabia que aquilo não iria passar em branco, mas mesmo assim eu fiz. – disse calmamente.

 

- E se você estivesse em nosso lugar, o que você faria? – perguntou a única mulher do grupo.

 

- Não sou bom em julgar nada, minha história prova isso perfeitamente. – fez uma mesura – Eu confio plenamente na decisão de vocês, apesar de ser um julgamento semelhante ao que eu participei séculos atrás, esta corte é composta por seres puros, seres que não estão cegados pelos pecados humanos. Devido a isso, vocês têm um bom senso de justiça e bondade, saberão perfeitamente o que fazer comigo.  – voltou a postura ereta.

 

Os anjos começaram a conversar entre si, usando uma língua que nem o loiro e nem o ruivo conheciam, depois de alguns minutos de apreensão, Tsunade se levantou, juntamente com os outros supervisores. Eles fizeram um sinal pedindo silencio e todos se calaram.  

 

- Decidimos que você deve concluir esta missão. – disse Minato.

 

O loiro o olhou surpreso.

 

- Mas após ela ser concluída, sua pena será aplicada. – concluiu Shodaime.

 

- E qual será minha pena?

 

- Você irá...

 

*******////*******

 

20 de Novembro de 2007, Tókio, Japão.

 

Os raios de Sol traspassaram as persianas, podia se ouvir suaves roncos vindos do sofá, onde um corpo estava estirado de modo torto.

 

- Porque você dormiu no sofá? – a voz grave o fez se assustar e se estatelar no chão.

 

- Quer me matar do coração? – Sasuke perguntou ao loiro que ria da sua cara.

 

- Não, só quero saber por que você dormiu no sofá. – respondeu calmamente.

 

- Você desapareceu ontem, eu fiquei preocupado. – esclareceu se achando patético.

 

O loiro sorriu e passou uma mão na cabeça de Sasuke, despenteando os cabelos escuros.

 

- Obrigada pela preocupação. – o moreno o encarou surpreso pelo tom sereno – Mas deixe que eu me preocupe com você, Sasuke. Esse é meu dever.              

 

- Ok. – respondeu em um sussurro, como se fosse uma criança perante o pai.

 

Naruto parecia estar mais estranho que o normal, os olhos geralmente inexpressivos ou divertidos, estavam distantes e melancólicos. Sasuke não gostou de ver isso, mas não perguntou nada.

 

O telefone tocou, assustando o moreno, que rapidamente levantou do sofá alcançando o aparelho.

 

- Alô? – atendeu com voz fria, como sempre.

 

- Sasuke? – o moreno arregalou os olhos quando escutou aquela voz – Sasuke você ‘ta ai?          

 

O anjo viu a expressão deu seu protegido tornar-se angustiada, enquanto sua face ficava mais pálida que o normal. Tirou o telefone da mão dele...

 

- Alô? – atendeu calmamente.

 

- Quem ‘ta falando? Cadê o Sasuke? – a voz soou fria e irritada.

 

- Sasuke ficou surpreso demais por receber sua ligação, mas acho que você percebeu isso, Itachi-san. – o loiro disse sem sentimento algum, enquanto encarava o moreno que parecia congelado no lugar.

 

 – Acho melhor vocês dois se encontrarem pessoalmente para conversar, por telefone nada pode ser resolvido. – recomendou.

 

- E agora você decide o que é melhor para meu irmão? – disse debochado – Quem é você?

 

- Era seu dever saber o que era melhor para seu irmão, mas você sempre foi egoísta ao ponto de pensar que sua satisfação era sempre mais importante. – escutou uma exclamação – Esse tipo de conduta nos trouxe para a atual situação. Ai eu pergunto: Você tem o direito de debochar de mim, apenas por eu saber o que é melhor para seu irmão?

 

Naruto escutou um bufo irritado e uma voz feminina falando algo para Itachi, sorriu ao perceber que o homem do outro lado da linha estava se acalmando, depois ouviu o som do telefone trocando de mãos.

 

- Você não vai nos dizer quem você é? – uma voz feminina indagou.

 

- Eu sou Uzumaki Naruto, um amigo de Sasuke. – respondeu – E você seria?

 

- Terumi Mei, amiga de Itachi.

 

- Mei-san, você não concorda que o melhor é que eles se encontrem pessoalmente, para ter uma conversa séria? – sugeriu, sabendo que a mulher estava agindo pela razão.

 

- Concordo plenamente com você, Naruto-san. – disse gentilmente – Quando eles podem se encontrar?

 

- Itachi pode vir até aqui? – indagou olhando o relógio, vendo que era 06h05min da manhã.

 

Sasuke continuava parado, olhando para um ponto qualquer da parede, como se seu corpo estivesse presente, mas sua mente não.

 

- Que horas?

 

- As 09h30min está bem?

 

- Sim. – respondeu – Você ficará ai no apartamento?

 

- Ficarei, para que a conversa não saia do controle. Mas não se preocupe, eu não irei me meter na conversa, eles são grandes o suficiente para se compreenderem sozinhos.

 

- Ótimo! Assim você poderá me fazer companhia. – disse divertida.

 

- Certo. – sorriu – Até mais Mei-san.

 

- Até mais! – e desligou.   

 

Recolocou o telefone no gancho e se jogou no sofá. Encarou Sasuke que agora estava sentado ao seu lado, o moreno estava com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto estava coberto por suas mãos, uma postura cansada e derrotada.

 

- Porque você fez isso? – indagou com a voz abafada.

 

- Vocês precisam conversar. – respondeu simplesmente – Ficar brigado com alguém que se ama, não é certo Sasuke.

 

Os olhos negros o encararam estupefatos.

 

- Itachi teve culpa por se relacionar com sua noiva, sua noiva teve culpa por se relacionar com seu irmão, mas você também teve culpa por não ter dado a ela a devida atenção. – esclareceu.

 

- Mas nós não tínhamos muito tempo, eu sou um homem ocupado não posso ficar viajando pra os Estados Unidos o tempo todo, e ela também não pode ficar vindo ao Japão sempre. – justificou.

 

- Quando se ama realmente alguém, ou algo, você faz de tudo para ficar próximo do que se ama. – os olhos azuis estavam presos aos negros – Se você realmente queria que essa relação progredisse, teria tentado mais. Ligado mais para ela, conversado mais com ela, teria conhecido mais a mulher que você havia escolhido para casar.

 

- E como eu poderia ter certeza de que fazendo isso, ela não iria me trair? – indagou exausto.

 

- Você não teria certeza de nada, mas só assim você poderia jogar a culpa toda nas costas dela e de seu irmão. – suspirou – O que eu quero mostrar a você é que os três têm culpa igual, guardar rancor por isso não ira valer a pena. Tente escutar seu irmão e tente escutar sua noiva, depois se desculpe com ela por não ter lhe dado a devida atenção e se você não quiser mais nada com ela termine o noivado.

 

- Eu não vou me desculpar com ninguém, eles me traíram! – exclamou ultrajado.

 

- Sasuke...

 

O loiro disse de forma falha e cansada... O moreno o encarou calado, a expressão ultrajada havia desaparecido.

 

- Eu cometi vários erros no passado por guardar rancor, não quero que o mesmo aconteça com você. Apenas tente entender o que acontecia entre eles, não estou pedindo para que você perdoe tudo e aceite de cabeça baixa. Estou pedindo para você pensar corretamente e entender que apesar de ter sido o traído, você não foi totalmente vitima. – se levantou e caminhou até a porta.

 

- Certo... – bagunçou os cabelos de forma irritada – Eu vou tentar.

 

- Ótimo, agora vá tomar um banho e ligue para seu pai falando que você na irá trabalhar hoje. – abriu a porta.

 

- Aonde você vai? – indagou confuso

 

- Kiba será internado hoje, para iniciar a radioterapia, eu vou até lá para ver se está tudo bem. - respondeu – Não se preocupe eu volto antes de seu irmão chegar. – e saiu fechando a porta em seguida.

 

*******////*******

 

O avião havia acabado de pousar, dele desceu duas mulheres que rapidamente se dirigiram para sessão de desembarque para pegar seus pertences.  Depois a ruiva alugou um carro e ambas se dirigiram para um hotel. 

 

- E então, quando você irá falar com Sasuke? – indagou enquanto ajeitava seus pertences dentro de um armário.

 

- Hoje mesmo, eu vou apenas trocar de roupa, tomar café da manha, dormir alguns minutos e em seguida irei ao apartamento dele. – disse Sakura entrando no banheiro.

 

- Você nem vai avisá-lo que está indo lá? – indagou Tayuya indignada.

 

- Não tenho tempo para isso Tayuya, eu preciso salvar meu relacionamento. – a voz saia abafada, pois a porta estava fechada – E por telefone ele não irá querer falar comigo.

 

A ruiva fez uma careta, precisaria de uma boa dose de aspirina no final do dia.

 

Era nove da manhã quando Sakura e Tayuya saíram do hotel, ambas devidamente alimentadas e descansadas. Elas se sentiram felizes por estarem novamente no Japão, apesar de gostarem dos Estados Unidos, a sensação de voltar ao país de origem era indescritível.  

 

- Você sabe o endereço certo do Uchiha? – indagou a empresaria entrando no carro que havia alugado.

 

- Sim. – respondeu sentando no banco do carona – Você ainda sabe dirigir por Tókio?

 

- Óbvio! – deu partida, guiando o carro de acordo com as coordenadas passadas por Sakura.

 

*******////*******

 

Saiu do hotel 9h15min, pelos seus cálculos chegaria lá alguns minutos adiantados ainda. Olhou para Mei que encarava a paisagem de Tókio nostalgicamente, através da janela do carro.

 

Queria estar calmo, para poder conversar direito com o irmão, mas não conseguia controlar sua ansiedade. Qualquer um que o visse, pensaria que ele era o ser mais calmo do mundo, o que é uma completa encenação. Ele não é um grande ator por nada.

 

Suspirou olhando para o semáforo, como se apenas o olhar pudesse fazer com que ele abrisse mais rápido. Instantes depois ele abriu dando passagem aos carros.

 

*******////*******

 

Sasuke andava de um lado a outro da sala, estava nervoso, não sabia como iria agir ficando frente a frente com seu Aniki.

 

- Onde você está Naruto? – indagou baixo.

 

O loiro disse que voltaria antes de Itachi chegar, mas até agora nem havia dado sinal de vida. Sasuke sabia que estava sendo exagerado, mas não conseguia se livrar da ideia de que algo ia dar errado e ele perderia o controle, acabando por fazer coisas que não gostaria de fazer.

 

A campainha tocou o tirando de seus devaneios. Olhou para porta, receoso, depois relanceou para o relógio vendo que eram 9h23min. Aproximou-se e girou a maçaneta lentamente tomando o cuidado de manter a expressão indiferente, mas ela durou pouco, dando lugar a surpresa.

 

- Sakura? – indagou confuso.

 

- Bom dia Sasuke-kun. – cumprimentou sorrindo.

 

- Bom dia Uchiha-san. – saudou Tayuya que estava ao lado de Sakura.

 

Sasuke ficou parado olhando de uma para outra e torcendo para estar delirando. Teria que conversar com os dois ao mesmo tempo? Era demais pra cabeça dele.

 

- Você não vai convidá-las para entrar, Sasuke? Onde está sua educação? – indagou Naruto saindo da cozinha, com uma bandeja com chá e bolachas, colocando-a sobre e mesa de centro e parando perto do sofá.

 

O moreno se virou confuso, consequentimente deu passagem para as duas mulheres. Ele fechou a porta e se aproximou do anjo.

 

- Como você entrou? – sussurrou apenas para que o loiro escutasse.

 

- Nem vou me dignar a responder isso. – girou os olhos – Olá, eu sou Naruto, amigo de Sasuke. – se apresentou sorrindo com simpatia.

 

- Eu sou Tayuya. – a ruiva o cumprimentou com um aperto de mão – Prazer em conhecê-lo Naruto-san.

 

-O prazer é meu. – respondeu sorrindo e depois parou ao lado de Sasuke.

 

Sakura olhou de um para outro, cenas espantosas surgindo em sua mente, fazendo com que a rosada entrasse em pânico. Será que seu Sasuke ficou tão traumatizado com a traição ao ponto de virar...? Oh Deus! O que ela tinha feito?

 

Naruto ao perceber esses pensamentos vindos da atriz, a encarou com os olhos arregalados e simultaneamente teve uma súbita vontade de cair na gargalhada, mas se controlou.

 

- Você deve ser Sakura-san, certo? – indagou com um sorriso charmoso, tentando afastar as suspeitas da mente da jovem de olhos verdes.

 

- Sim. – piscou afastando os pensamentos absurdos – Prazer em conhecê-lo.

 

- Igualmente! – apertou a mão da moça e depois se virou para o moreno. – Vocês dois não querem ir para a cozinha resolver alguns assuntos pendentes?

 

- Hn... – o Uchiha resmungou e foi em direção a cozinha.   

 

A rosada o olhou com lágrimas nos olhos, maldita hora em que resolveu acabar com suas frustrações usando o corpo do clone mais velho de Sasuke.

 

- Não se preocupe Sakura-san. – o loiro pousou uma mão no ombro dela – Não importa o que aconteça naquela cozinha, não importa quais decisões vocês tomarão. Tenho certeza de que será melhor para os dois.

 

A jovem o olhou e assentiu, tomando o mesmo rumo que Sasuke.

 

- Quer um pouco de chá? – ofereceu e se sentou ao lado de Tayuya.

 

Mas antes que a ruiva pudesse falar algo, a campainha tocou novamente. Naruto foi atender.

 

- Sente-se Tayuya, a manhã será longa. – sugeriu enquanto abria a porta dando passagem para Itachi e Mei.

 

- Bom dia! – desejou calmo. – Eu sou Naruto, e vocês devem ser Itachi e Mei, correto?

 

Itachi encarou aquele menino surpreso, como alguém tão jovem poderia lhe dado uma lição de moral. Estava ficando trágica a sua situação.

 

- Sim, somos. Onde está Sasuke? – respondeu frio, não queria mais papo com aquele moleque.  

 

- Está na cozinha... – Itachi se virou em direção ao cômodo – Com Sakura. – concluiu com um meio sorriso.

 

O Uchiha olhou melhor para o local e se deparou com Tayuya, que o olhava espantada.

 

- O que vocês duas estão fazendo aqui? – o Uchiha indagou entre dentes.

 

- Não interessa, vai logo pra cozinha conversar com seu irmão. – retorquiu Naruto empurrando o moreno. – Mei-san, eu acho que Tayuya poderá lhe fazer companhia. – e entrou na cozinha junto com Itachi.   

 

********////*******

 

Sasuke e Sakura estavam se encarando, o moreno esperava que a rosada começasse, enquanto ela pensava por onde começar. Eles estavam tão concentrados que nem escutaram a campainha, ou a conversa na sala. Só reparam na presença de Itachi, quando esteve foi forçado a se sentar em uma cadeira ao lado de Sakura e de frente para Sasuke.

 

- Não acredito que vocês ainda não falaram nada. – o loiro reclamou indignado.

 

- Você fala como se fosse fácil. – o moreno resmungou.

 

- É fácil. Quer ver? – olhou para Sakura – Conte-me Sakura, o que levou você a ficar com Itachi na primeira vez? – se sentou ao lado de seu protegido e encarou intensamente os olhos esmeralda.

 

- Era nosso aniversário de um ano, liguei pra Sasuke várias vezes no dia, mas em momento algum ele pode me atender. Eu relevei, afinal era sexta-feira e ele sempre ficava muito ocupado com o trabalho. – parecia não conseguir desviar os olhos verdes dos azuis de Naruto – Quando a noite chegou, eu esperei ele me mandar ao menos uma mensagem, mas não recebi nada e quando liguei Sasuke já estava dormindo.

 

O moreno ficou surpreso com a revelação, lembrou-se de que só percebeu que tinha esquecido o aniversário três dias depois, pois entranhou o fato de Sakura não ter ligado para ele, como fazia todos os dias. A partir daí começou a pedir que Hinata o lembrasse de todas as datas comemorativas que tivessem relação com Sakura ou qualquer outro familiar.

 

- Aquela noite eu fiquei muito chateada e chorei muito, afinal, que namorado esquece o aniversário de um ano? – lágrimas começaram a correr por sua face – Minhas amigas não quiseram me deixar em casa sozinha, insistiram tanto que eu decidi ir com elas para um barzinho.  Mas chegando lá optei por beber até esquecer, o que não resolveu muito, pois após muita bebida Itachi chegou perguntando se eu estava bem.

 

O mais velho a encarou sério, esperando que ela começasse a jogar toda a culpa pra cima dele...

 

- Ele também não estava sóbrio, mas escutou todos os meus lamentos e também se lamentou sobre algo que não vem a caso agora. – olhou rapidamente para Itachi e depois voltou a encarar o anjo – Depois a conversa evoluiu para outra coisa e quando dei por mim, estava acordando com Itachi deitado na minha cama, ambos com muita ressaca e sem se lembrar de quase nada do que havia acontecido.

 

- Mas pelo que eu entendi isso não aconteceu apenas uma vez. – apontou Sasuke, friamente.

 

- Não, não aconteceu apenas uma vez. Quando acordamos aquele dia, resolvemos fingir que nada tinha acontecido, isso deu certo durante três meses.  No entanto, comecei a ficar cada vez mais desanimada com o nosso relacionamento. – encarou Sasuke – Você nunca me ligava e quando eu ligava, você era frio e parecia não querer falar comigo. Às vezes em você foi à Califórnia, me tratou mais como uma amiga do que como sua namorada, mas ai você me pediu em casamento e eu pensei que tudo mudaria.

 

- Fui ingênua, suas ações continuaram as mesmas. E novamente eu resolvi encher a cara pra tentar esquecer, como da ultima vez Itachi me ajudou e acabamos do mesmo jeito. – Sasuke abriu a boca – Antes que você pergunte: Eu não amo Itachi e ele não me ama, o que nós fazíamos era usar um ao outro como substitutos para quem amávamos verdadeiramente.  Isso começou a virar rotina, íamos ao bar, bebíamos bastante e dormíamos juntos. Nunca ficamos estando sóbrios. Afinal sóbrios não conseguiríamos fingir que estávamos nos braços da pessoa que realmente amávamos.

 

- Você tem noção do quanto isso soa doentio? – o Uchiha mais jovem indagou com aborrecimento – Você se deitava com meu irmão apenas pelo fato de ele ser parecido comigo.

 

- Sim, eu fazia isso. E peço desculpas por não ter sido fiel a você, mas agora que eu estou pensando melhor eu percebi que seu irmão foi mais meu noivo que você. – disse secando as lágrimas e o encarando com olhos duros – Ele sempre foi um bom amigo e me ouvia quando eu tinha problemas com você, mesmo antes do nosso caso começar. Eu te amava Sasuke e estava cega ao ponto de não perceber que você nunca me amou.

 

- Itachi também nunca a amou. – apontou ofendido.

 

- É verdade, ele não me amou, mas também nunca fingiu me amar. – se levantou de supetão – Eu vim aqui na esperança de salvar meu relacionamento com você, só que não podemos salvar algo que nunca existiu, não é mesmo? – indagou com um sorriso melancólico – Sinto muito por termos acabado desta forma Sasuke-kun, mas acho que assim é melhor.

 

O moreno a encarou admirado, lembrando-se do porque de ter começado a namorar ela. Sakura poderia ser fútil e irritante às vezes, mas também sabia ser integra quando queria, ela era que nem ele. As pessoas a julgavam pelo que Sakura mostrava ao mundo, mas não se importavam em saber quem ela era por trás da mascara. Já Itachi percebeu o que o levava a repetir aquela besteira várias vezes, essa faceta de Sakura lembrava-lhe muito alguém.

 

A atriz se virou para partir, não queria mais ficar naquele lugar, não queria lembrar que foi incapaz de fazer o homem de seus sonhos amá-la.

 

- Sakura! – o moreno se levantou e foi até a ex-noiva.

 

A rosada se virou para encará-lo e se assustou quando ele a abraçou.

 

- Sinto muito por ter sido um idiota e não ter visto o quanto eu a fazia sofrer. – se afastou encarando os olhos verdes – Torço para que você encontre alguém que a ame verdadeiramente, a ame sem reservas e que seja capaz de fazê-la feliz.

 

- Certo... – concordou e mais lágrimas rolaram por sua face – E eu espero que você um dia encontre alguém que consiga entrar no seu coração, alguém que seja capaz de fazê-lo amar sem reservas. – tentou sorrir e se livrou do abraço – Amigos? – estendeu a mão.

 

- Amigos! – deu um meio sorriso e devolveu o cumprimento.            

 

Naruto sorriu diante da cena, é verdade que ele havia harmonizado a energia do local, para evitar que surgissem discussões e para fazer com que os presentes pensassem de forma racional, mas ele não sabia que o efeito seria tão positivo.  

 

- Agora eu tenho que ir. – encarou Naruto – Foi um prazer conhecê-lo Naruto-kun, espero te ver novamente.

 

- Igualmente Sakura-san. – o loiro sorriu e se levantou para abraçá-la. – Também torço para que você encontre alguém que te ame de verdade e que te faça feliz. – se afastou sorrindo.

 

- Obrigada. – encarou Itachi - Desculpe por fazer você passar por isso Itachi-kun. – o fitou arrependida – Boa sorte! – e saiu da cozinha sem esperar resposta.

 

- Eu irei levá-la até a porta e não volto mais, espero que vocês consigam se entender sozinhos. – o loiro resmungou e seguiu o mesmo caminho que Sakura.

 

Os irmãos se encararam em silencio, nenhum dos dois sabia o que dizer, mas ao mesmo tempo precisavam dizer muita coisa.

 

- Desculpe. – começou Itachi após alguns minutos – Eu sei que fui um idiota, que não deveria ter me deitado com sua noiva e também não tenho justificativas plausíveis para algo assim.

 

O outro o encarou sem expressão.

 

- Sei que você não irá me perdoar tão facilmente, tenho certeza que você não perdoou Sakura completamente, apenas compreendeu que também foi culpa sua, no caso dela.

 

- Entendo aonde você quer chegar, Itachi. – aquiesceu – Mas o que quero saber de verdade é se em algum momento da sua vida, você parou pra pensar nas conseqüências de suas ações? Quando você saiu de casa você se lembrou que tinha um irmão? Lembrou-se que nossa mãe já tinha morrido e que sem você eu ficaria a mercê dos empregados? Afinal papai não tem jeito para lidar com crianças. Quando você concordou em se deitar com uma mulher comprometida, lembrou-se de que o noivo dela era sangue do seu sangue? Não! Você não se lembrou.    

 

Itachi tentou argumentar, mas foi interrompido.

 

- Você é egoísta Itachi, sempre foi. Enquanto eu aprendi a camuflar sentimentos ao ponto de nem tê-los mais, você resolveu que nada era mais importante que você e seu bem estar. Isso eu não aceito Itachi, isso eu desprezo. – declarou com asco – Entendo que você resolveu acabar com suas frustrações usando minha ex-noiva, apenas pelo fato de ela lhe lembrar a Mei...

 

O mais velho arregalou os olhos...

 

- Você pensa que eu não percebi as semelhanças entre sua amiga e minha noiva, ou então, que eu não soubesse que você é apaixonado por Mei. Uma pessoa com a capacidade mental de uma bactéria, que visse vocês dois juntos uma vez, perceberia o que você sente por ela. Mas nada justifica o fato de você ter traído minha confiança e me feito de palhaço. – sua voz tornou-se mais dura.

 

- Se você me dissesse que se apaixonou por Sakura, sendo recíproco, que não pôde evitar e que a partir de agora, com o fim de nosso relacionamento, vocês ficariam juntos. Eu entenderia Itachi, eu o perdoaria sem nem pensar. Mas o que vocês dois fizeram, você principalmente, não é tão fácil de engolir. – se levantou, passando as mãos nos cabelos negros, num gesto de nervosismo.

 

- Nos últimos tempos eu aprendi a ter uma visão diferente da vida, aprendi que quando existe sentimento verdadeiro envolvido, nada pode ser feito com maldade. Mas você não se envolveu amorosamente com Sakura, você não deu valor ao carinho que eu sinto por você. Tudo que você fez foi pensar em si mesmo e no seu amor mal resolvido. – suspirou pesadamente – Não posso negar que uma parte de mim quer perdoar você, porque você é meu irmão e que os laços de sangue são mais fortes que qualquer coisa, mas a outra parte me lembra que você não pensou assim.

 

- Então Itachi eu aceito suas desculpas e acredito verdadeiramente que você está arrependido. – disse enquanto

reparava que o irmão estava com os olhos marejados, apesar da expressão neutra – Mas não vou perdoar você hoje, ou amanha. Eu preciso de tempo para voltar a confiar em você e preciso ter certeza que você também mudará, pois se você não mudar eu prefiro nunca mais confiar em você. – concluiu olhando nos olhos do irmão.

 

- Você mudou bastante, otouto. – o mais velho, deu um meio sorriso cansado – Mudou para melhor, enquanto eu continuei o mesmo.  – abaixou a cabeça, encostando a testa no tampo na mesa – Eu quero mudar também, quero voltar a ser um bom exemplo para você, quero voltar a merecer sua confiança. – a voz saiu abafada.

 

- Então comece se declarando para Mei, ela é uma boa pessoa e poderá te ajudar nessa mudança. – Sasuke aconselhou colocando uma mão sobre a cabeça do irmão em um gesto fraternal.

 

O mais jovem ainda estava com raiva, ainda queria encher Itachi de porrada e xingar Sakura de todos os nomes possíveis e imagináveis, mas sabia que essa não era a melhor opção. Algo no seu subconsciente lhe dizia que guardar rancor não era o melhor a se fazer. Ele tentaria perdoar, podia demorar, mas tinha certeza que iria conseguir.     

 

- Vamos pra sala. – o mais jovem chamou, puxando o mais velho.

 

Itachi encarou as costas do irmão, quando o seguia para sala e se sentiu orgulhoso dele. Ele achava que Sasuke se parecia muito com a mãe deles fisicamente, mas agora ele percebeu que na personalidade também. E isso o deixava feliz, pois sua mãe foi pessoa mais digna que ele já conheceu.

 

 

continuaaa...

 

 

N/A: Oi pessoas! o/

 

Sim eu sei que esse capitulo foi um tanto parado, afinal, só teve gente narrando o passado. Mas pelo menos agora a gente sabe um pouco mais sobre o Naruto! o/

 

Para quem não sabe:

 

A Inquisição na Espanha atuou sob o controle dos reis da Espanha de 1478 até 1834. Esta Inquisição foi o resultado da Reconquista da Espanha das mãos dos muçulmanos, e da política de conversão de judeus  e muçulmanos  espanhóis ao catolicismo. A Inquisição foi um importante instrumento na política chamada limpeza de sangue contra os descendentes de judeus e de muçulmanos convertidos.

 

Nas história eu coloquei como se Naruto estivesse sendo acusado de ajudar os Judeus, que não quiseram se converter ao catolicismo, a fugir!

 

Mas acho que todo mundo ja entendeu, eu que sou meio confusa! ¬¬

 

 

Espero que tenham gostado do Capitulo! /o/

 

Bjks


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