O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 9
As piores lembranças


Notas iniciais do capítulo

Gente, vocês.... Não me matem no final do capítulo. Já estava planejado que tudo isso acontecesse com a Erika ué! Ela tem que sofrer!
Câmbio e desligo



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Capítulo 8

Na quinta feira Edward não veio para o colégio. Bella passou o dia conversando comigo, ela parecia estar se sentindo mais próxima de mim desde que contei tudo a ela. Isso era bom, eu gostava de sua companhia.

Eu andei monitorando a casa de Emilly desde que tive a visão com o Quil, eu sei que não devia mexer com o futuro, mas eu realmente não queria que o pobre Quil caísse nessa armadilha. Qual o problema de esperar uns anos para eles se verem, hein senhor destino?! Embry avisou que a irmã mais velha da Claire veio para ficar com ela também, a garota tinha cinco anos e a mãe não tinha como cuidar dela por causa do problema nos rins que o pai estava passando. As duas estavam alegrando a casa e Janet era tão linda quanto Claire, mas sempre que as visito eu olho ao redor para saber onde Quil estava.

—Tudo bem Erika? –Bella perguntou estalando os dedos em frente ao meu rosto.

—O que foi? –Olhei para ela.

—Você estava aí parada olhando para o nada, estava vendo alguma coisa?

Neguei com a cabeça.

—Só pensando muito.

—Vamos! Já acabou.

Nós duas saímos caminhando pelos corredores, ela reclamava um pouco sobre o comportamento de Edward, enquanto eu ria, sabia que essa irritação logo passava, ele só precisava dar uns beijos e ela ficava desnorteada.

—Você vai trabalhar hoje? –Perguntei.

Ela acenou que sim com a cabeça.

—E você?

—Acho que vou passar a tarde fazendo uns exercícios. Embry não vem me ver hoje à noite, vamos sair na sexta, então Tio Connor disse que ele não devia vir hoje. –Revivei os olhos.

—Seu tio não parece gostar muito dele.

—Não é o Embry em si, são os Quileutes. Eles tem uma história. –Expliquei.

—Uma história? –Bella me olhou confusa quando empurramos a porta da frente do colégio juntas e andamos em direção ao estacionamento.

Eu dei de ombros.

—Não sei bem o que é. Não tenho coragem de perguntar a Tio Connor ou Tia Jasmine. Carter falou que sabe tanto quanto eu, ele diz que desde que se entende por gente o Tio Connor sempre foi arisco com os lobos. O Embry sabe por que, mas disse que não vai contar pois tem medo que meu tio arranque os pulmões dele. –Contei.

Bella arregalou os olhos.

—Ele pode fazer isso? –Perguntou assustada.

—Os lobos dizem que ele pode. –Dei de ombros novamente.

—Sua família é bem estranha Erika. –Ela disse.

—Espera até minha avó chegar! –Fiz uma careta.

Nós nos despedimos quando ela foi em direção a sua caminhonete e eu fui encontrar Carter para me dar uma carona para casa.

—--

Quando cheguei em casa meu pai estava saindo de carro, ele parou ao lado da moto de Carter.

—Estou indo em Seattle. –Avisou me mandando um beijo.

—Em Seattle? –Perguntei preocupada. –É seguro pai?

—Eu vou ficar bem. –Ele disse se despedindo com um aceno.

Eu fiquei olhando o carro ir embora, preocupada.

—Vamos Erika, ele vai ficar bem. –Falou. –Talvez ele esteja até indo se encontrar com alguma namorada.

Fiz um barulhinho desdenhoso.

—Acho bem improvável. –Falei. –Ele nunca teve uma namorada depois da minha mãe.

—Nunca?

—Nunca. Ele espera pela minha mãe, eu tenho certeza. Ele ainda a ama.

Carter riu abrindo a porta para mim.

—Ele com certeza é um homem paciente. –Comentou negando com a cabeça.

—E você Carter? Quando vai arrumar outra namorada? –Perguntei tirando a mochila das costas e subindo com ela nas mãos.

Carter veio comigo, suspirando.

—Não estou pensando nisso agora. –Respondeu.

—Não esqueceu a Lauren? –Perguntei. –Ela ainda está no seu pé?

Ele deu de ombros.

— Ela ainda tenta, mas não é isso. Não estou mais interessado nela. Só acho que posso esperar até uma garota legal chegar. Agora eu quero cuidar de você e não procurar uma namorada.

—Nossa Carter, isso foi muito maduro da sua parte. –Comentei.

Ele me deu um leve empurrão, rindo um pouco,

Eu sorri quando abri a porta do meu quarto, Carter passou direto para o dele. Joguei minha mochila no chão e peguei uma toalha, eu realmente precisava de um banho e foi quando estava caminhando em direção ao banheiro que tive uma visão.

“Eu estava descendo as escadas da minha casa com uma mochila cheia nas costas, olhei para o relógio, era mais de cinco da tarde, quase o horário que Bella sairia do trabalho. Abri a porta de casa e Alice apareceu, estava no Volvo de Edward, ela parou na porta da minha casa e abriu a porta de trás para que eu entrasse.  

Em seguida a visão mudou, era noite, estávamos eu, Bella e Alice na sala da casa dos Cullens, Alice pintava nossas unhas de vermelho e estávamos conversando sobre alguma coisa engraçada, por que Alice e eu ríamos alto, mas Bella parecia emburrada.”

Então a visão terminou.

—Erika? –Tia Jasmine estava parada ao meu lado, ela devia ter chegado quando estava tendo a visão. –Viu alguma coisa.

—Acho que eu e Bella vamos ter uma festa do pijama na casa dela hoje. –Avisei.

Tia Jasmine riu.

—E a Bella já sabe? –Perguntou.

Do jeito que Alice era, com certeza seria uma surpresa grande. Eu ri com o pensamento.

—Diga ao papai que não vou dormir em casa, tudo bem? –Falei.

Ela acenou que sim com a cabeça e eu entrei no banheiro.

—--

Depois de fazer todos os meus exercícios eu arrumei uma mochila com as minhas coisas e desci as escadas, olhei para o relógio, era o momento exato da minha visão. Quando abri a porta de casa o Volvo de Edward parou em frente à minha casa, Alice me olhava sorrindo quando abriu a porta de trás.

—Bem na hora! –Comentei jogando a mochila para dentro e entrando em seguida.

—Tive uma visão onde ligava para você avisando sobre a festa do pijama e você já sabia sobre ela. –Ela disse rindo.

—Eu tive uma visão de você chegando de carro para me buscar para a festa do pijama. –Respondi.

Alice pareceu achar aquilo extremamente divertido.

—Adoro o modo como marcamos encontro. –Ela disse.

—Bella por acaso sabe da festa? –Perguntei.

Ela fez uma careta.

—Edward está fazendo isso para que ela não vá visitar o Jacob, não é? –Perguntei novamente.

Ela fez uma cara de inocente e eu não precisei perguntar mais, me deitei no banco de trás usando a mochila de travesseiro, rindo levemente. Ela ligou o som do carro nas alturas e eu fechei os olhos aproveitando o passeio. Quando paramos novamente era o trabalho de Bella, Alice aumentou mais o som e começou a cantar alto, Bella tentou falar com ela, mas obviamente não conseguiu. A garota entrou no carro e Alice não perdeu tempo em acelerar.

Era tarde, Bella havia sido pega na armadilha.

—O que está havendo? — Bella perguntou quando Alice baixou o som do carro. — Onde está Edward?

A vampira deu de ombros.

—Eles saíram antes. –Respondeu.

Nesse momento eu levantei do banco.

—E você foi pega na armadilha da vampira! –Falei.

Bella pulou no banco, olhando para trás com olhos arregalados, a mão no peito.

—Meu Deus Erika! O que diabos você está fazendo aqui?

—Todos os meninos foram caçar e vamos ter uma festinha do pijama! — anunciou Alice numa voz vibrante e cantarolada.

 -Festinha do pijama? – Bella repetiu, a desconfiança finalmente tomando lugar.

 -Não está animada? - cantarolou Alice.

—Claro que ela está! Não vê o sorriso enorme que ela apresenta? –Perguntei irônica.

—Está me raptando, não é? –Bella perguntou encarando Alice,

 Ela riu e concordou.

 -Até sábado. Esme resolveu tudo com Charlie, você vai ficar comigo por duas noites, Erika já resolveu tudo com os tios e amanhã vou levar e pegar vocês na escola.

Bella não pareceu animada com a novidade.

—Me admira você ajudá-la nisso! Não é você que namora o Embry? –Ela perguntou.

Dei de ombros.

—Eu gostei da ideia da festa do pijama. – Respondi. -Além do mais você sempre pode dizer ao Jacob que estou com você para mante-la segura dos vampiros maus.

Alice riu do meu tom irônico.

—Desculpe - disse Alice a Bella em seguida, sem parecer nem um pouco penitente. - Ele me pagou por isso.

 -Como? – sibilou ela entredentes, raivosa.

 -O Porshe. É idêntico ao que eu roubei na Itália. – Ela soltou um forte suspiro. – Eu não devia dirigi-lo por Forks mas, se quiser, podemos ver em quanto tempo ele faz daqui a Los Angeles… Aposto que posso trazer você de volta à meia-noite.

—VAMOS!-Chamei animada.

Bella respirou fundo.

—Definitivamente não. - Bella suspirou, irritada.

 Seguimos, sempre rápido demais, pela entrada da propriedade dos Cullens. Alice parou na garagem e eu olhei os carros. Um jipão estava ali, com um Porshe amarelo-canário brilhante entre ele e um conversível vermelho.

 Alice pulou graciosamente para fora e foi passar a mão em seu suborno.

—Não é lindo? –Falou animada.

—Muito chamativo – resmungou Bella, incrédula.

—Ah, para Bella! Esse carro é lindo. –Falei indo babar nele junto com Alice.

—Ele lhe deu isso só para me manter refém por dois dias? –Bella questionou.

 Alice fez uma careta.

 Um segundo depois Bella ofegou de pavor e eu entendi.

—É por todo o tempo que ele estiver fora, não é? –Ela falou para confirmar.

Alice assentiu.

Eu me afastei do carro, com olhos arregalados. Bella olhou para mim como se dissesse “Está ouvindo o mesmo que eu?”.

—Essa história de festa do pijama não está mais engraçada Alice. Edward está começando a me assustar. Esse relacionamento é saudável? –Perguntei olhando de uma para a outra.

Bella bateu a porta do Volvo e virou as costas indo para casa. Alice a seguiu, as duas pararam poucos passos depois.

—Alice, não acha que isso é meio controlador? Só meio psicótico, talvez? –Ela perguntou, com as mãos na cintura.

—Na verdade, não. –Ela fungou. – Parece que você não entende como um lobisomem jovem pode ser perigoso. Em especial quando não consigo vê-los. Edward não tem como saber se você está segura. Você não devia ficar tão despreocupada.

—Hey! Os lobos são seguros. –Reclamei. –Edward que é um paranoico. Além do mais, eu posso vê-los! Qual o problema em acreditar nas minhas visões?

Alice virou para mim.

—Suas visões são tendenciosas por que você prefere os lobos a nós vampiros. –Ela explicou. –E você não tem tanto com o que se preocupar, você é parceira de um deles! Bella não. Não é seguro para ela.

—Sim, porque uma festinha de pijama de vampiros é o cúmulo do comportamento seguro. –Bella retrucou.

 Alice riu.

—Eu posso fazer as unhas dos seus pés e tudo. – prometeu ela.

Eu aconselhei que ela voltasse para casa, mas Bella decidiu ficar. E não foi tão ruim afinal, Esme trouxe comida italiana – a boa comida, vinda de Port Angeles – e Alice estava preparada com os filmes preferidos de Bella, o que era alguma coisa por que a garota rinha bom gosto para filmes. Até a loira que Bella disse que não ia muito com a cara dela estava ali, ao fundo, em silêncio. Alice insistiu em fazer os pés, e naquele momento que aconteceu a minha visão, pois estávamos as três falando sobre Edward e Bella parecia bem irritada conosco

—Querem ficar acordada até que horas? — perguntou Alice quando as unhas dos meus pés estavam cintilando de vermelho-sangue.

—Não quero ficar acordada. Temos aula de manhã. –Bella resmungou, ainda irritada.

—Devia superar isso, foi você quem quis ficar. –Respondi dando de ombros e levantei do sofá andando descalça em direção a cozinha para não borrar o esmalte. –Vou tomar água.

Bella fez um biquinho quando fui embora..

—Aliás, onde é que eu vou dormir? –Pude ouvi-la falar antes de ir para a cozinha.

Esme estava ali com Carlisle, ela estava na bancada da cozinha mexendo num notebook e ele lia um livro ao seu lado. Eu me pergunto quantos anos eles tem juntos para que estar na mesma presença seja o bastante para mostrar ao mundo o quanto se amam, como faziam naquele momento.

—Olá Erika. –Ela disse sorrindo quando me viu chegando e apontou para uma lugar atrás dela. –A água fica ali.

Eu sorri.

—Obrigada Esme. –Respondi.

—Tudo bem querida, seu primo nos ligou há meia hora atrás avisando para deixar água sempre perto de você, por isso eu deixei uma jarra com água perto da sua cama.  –Ela avisou.

Eu estanquei na metade da cozinha.

—Carter fez isso? –Perguntei chocada.

Carlisle baixou o livro olhando para mim, sorrindo.

—Ele parece um garoto muito bom, está sempre preocupado com você. –Ele disse.

Eu fui em direção aonde ela tinha mostrado a água e coloquei um pouco num copo, tomei alguns goles pensando em Carter e sorri comigo mesma. Ele havia visto além da minha mentira a Tia Jasmine sobre a festa do pijama e se preocupado em ligar para os Cullens para que eles cuidassem de mim direitinho.

—Ele é muito mais que isso. –Falei. –Carter é... –Soltei uma risada sem saber como continuar.

—Vocês são bastante ligados, não é? –Esme perguntou.

—Algo assim. –Expliquei encostando o quadril na bancada onde ela estava. –Ele é meu guardião.

Esme me olhava com uma expressão contida, mas eu podia ver o olhar de Carlisle queimando de curiosidade.

—Guardião? –Ele perguntou num tom levemente curioso.

Eu sorri. Não fazia mal saciar a curiosidade dele.

—O guardião da minha sereia. –Expliquei. -É dele a missão de cuidar para que eu permaneça viva e segura na terra. Toda Dama da água como eu tem um guardião, uma pessoa no qual confiamos com tanta força que colocamos nossa vida em suas mãos.

Carlisle fechou o livro e colocou na bancada, se arrumando na cadeira.

—E como acontece? Eles já nascem predestinados a serem guardiões ou vocês os escolhem? –Perguntou.

Esme deu uma risadinha e voltou a mexer no notebook, ela parecia já conhecer o marido o bastante para saber que aquelas não seriam as primeiras perguntas.

—Nós os escolhemos, os guardiões. Mas é meio inconsciente. Quando encontramos uma pessoa em que confiamos com todo nosso coração nela nascem poderes que vem da nossa magia e eles se tornam fortes o bastante para nos proteger de tudo que possa nos ameaçar. –Expliquei.

—E você escolheu seu primo?

Acenei que sim com a cabeça.

—Carter esteve comigo sempre... –Apertei o copo em minhas mãos com força. –Em momentos difíceis eu sentia que ele estava comigo, mesmo quando esteve longe. É ele quem me mantem de pé.

Eu detestava me lembrar de tudo, detestava pensar em todas as coisas que sofri, mas elas sempre acabavam voltando de todo jeito. Eu senti um oco no estômago, uma sensação de enjoo terrível. Tomei um gole da água para tentar remendar o mal estar.

Naquele momento Rosalie entrou na cozinha e eu virei para ela.

—Desculpe, eu não quis atrapalhar. –Ela disse.

Eu sorri tentando mostrar que não tinha problema quando a sensação de vertigem me tomou.

“Bella estava sentada num sofá, que eu achei que fosse o do quarto do Edward já que o lugar era muito rico para ser a casa dela. Ela estava conversando com Rosalie, a loira contava uma história para ela. A sua voz tinha um tom monótono.

—Lembro-me de cada detalhe sobre aquela noite. Prendi-me tanto a isso... no começo. Não pensava em nada mais. –Ela disse. – E então me lembro disso, quando tantas lembranças agradáveis desapareceram por completo...Sim, eu estava preocupada com o clima... Não queria ter que transferir o casamento para dentro da casa... - Naquele momento eu percebi o que Rose contava, era a vida dela antes de ser uma vampira, eu me senti mal por estar vendo aquilo, mas não era minha culpa.

—Eu estava a algumas ruas de minha casa quando os ouvi. – Ela continuou. – Um grupo de homens sob um poste quebrado, rindo alto demais. Bêbados. Eu queria ligar para meu pai, pedindo que me acompanhasse para casa, mas o caminho era tão curto, parecia tolice. E então ele chamou meu nome. ’Rose!’, gritou ele, e os outros riram como idiotas. Eu não tinha percebido que os bêbados que estavam tão bem vestidos eram Royce e alguns amigos dele, filhos de outros homens ricos.

Quando eu finalmente notei o que iria acontecer eu senti como se meu sangue se tornasse água gelada.

—Não! –Sussurrei.

—‘Esta é a minha Rose!', Royce gritou, rindo com eles, parecendo igualmente idiota. 'Está atrasada. Estamos com frio, você nos deixou esperando tempo demais.' –Rosalie continuava contando.

—Cale a boca. –Pedi. –Eu não quero ouvir! Eu não quero ouvir!

Mas eu não podia impedir, era uma visão e estava me sendo mostrada por um motivo. Senti lágrimas no meu rosto.

—Eu nunca o havia visto beber. Um brinde, vez ou outra, numa festa. Ele dissera que não gostava de champanhe. Eu não tinha percebido que preferia algo muito mais forte. –Rosalie falava, olhando para a janela seu rosto esculpido em mármore. Duro. – Ele tinha um novo amigo, o amigo de um amigo, vindo de Atlanta. 'O que foi que lhe disse, John?', gritou Royce, pegando meu braço e me puxando para mais perto. 'Não é a coisa mais adorável de todas as belezinhas da Geórgia?'

—Por favor... –Pedi. –Eu quero parar. Eu não quero ver. Eu não quero lembrar.

Coloquei a mão na cabeça, gemendo. Mas a voz de Rosalie continuava falando na minha cabeça.

—O homem chamado John tinha cabelos escuros e era bronzeado. Ele olhou para mim como se eu fosse um cavalo que estivesse comprando. ‘É difícil dizer', disse ele de forma lenta e arrastada. 'Ela ainda está completamente vestida.'. Eles riram, Royce e os outros. De repente, Royce rasgou meu casaco dos ombros — havia sido um presente dele —, arrancando os botões de bronze. Eles se espalharam pela rua.

—Por favor... –Pedi novamente. –Não façam isso. Não façam isso com ela.

Mas não importava o quanto eu pedisse, eu não podia mudar o passado de Rosalie e muito menos o meu.

 -‘Mostre-lhe como você é, Rose!' Ele riu de novo e tirou meu chapéu. Os grampos arrancaram meus cabelos pela raiz e eu gritei de dor. Eles pareceram gostar disso — de ouvir minha dor...”

Então a visão acabou.

Tinha sido mais forte dessa vez do que em qualquer outra e tinha sido muito pior também. Eu voltei a mim lentamente, podia sentir o chão frio sob os meus joelhos, eu estava no chão, com as mãos na cabeça e os olhos em lágrimas.

—Erika? –A voz calma de Carlisle. –Você está bem?

—Eu vou chamar a Bella. –A voz de Alice.

—NÃO! –Pedi.

Alice parou.

Esme veio até mim com um copo com água, procurei aquele que eu estava segurando, mas ele estava no chão, em pedaços.

—O copo... –Falei meio desnorteada.

—Está tudo bem querida, isso não importa. –Esme falou tentando me tranquilizar.

Carlisle me pegou nos braços e me levou até o sofá da sala.

—O que aconteceu Erika? –Alice perguntou se ajoelhando em minha frente e pegando minha mão.

Fechei os olhos tentando pensar direito, minha cabeça girava, minha lembranças se misturando com a voz de Rosalie, contando sobre a suas próprias.

Naquele momento Rosalie veio trazendo meu telefone, ele tocava, o toque de Carter. O garoto devia estar preocupadíssimo com as mudanças de humor que eu estava tendo, atendi automaticamente.

—ERIKA! O QUE DIABOS...? –A voz dele saltou do fone.

—Eu estou bem. –Avisei. Pude ouvir o barulho dele se movendo pelo quarto, trocando de roupa.

—Eu acordei num pulo, parecia que meu coração ia saltar pela boca, estou indo aí agora! O que aconteceu com você?!

—Não, não precisa Carter.

—Mas Erika...

—Foi apenas uma visão. –Respondi. –Uma visão forte e inesperada. Me deixou meio sem chão.

—Eu estou indo aí de todo jeito. –Ele disse.

—Não, é sério Carter. Não precisa. Volte a dormir, okay? –Falei. –Não se preocupe, eu estou bem, Carlisle é médico, qualquer coisa ele me ajuda.

—Ele também é um vampiro. –Carter respondeu irônico.

Olhei para Carlisle com medo de que ele tivesse se ofendido, mas ele apenas sorriu.

—Carter, vai dormir. Estou bem.

Ele ficou calado do outro lado da linha, então suspirou.

—Tudo bem. Mas se você não estiver viva e inteira amanhã no colégio, eu sei que estão ouvindo, eu juro que a ameaça dos Volturi será fichinha perto da desgraça que vai se abater aos Cullens, entenderam?!

Olhei para eles, todos pareciam achar graça da ameaça.

—Eles entenderam. –Falei suspirando.

—Certo... Certo... Você está bem mesmo, não é? –Perguntou novamente.

—Ótima. –Confirmei.

—Tudo bem.

—Boa noite Carter.

—Boa noite.

Então desliguei o celular.

—Ele realmente gosta muito de você. –Esme falou.

Eu limpei os rastros de lágrimas do meu rosto e sorri um pouco. Estava mais calma.

—Você gostaria de me mostrar sua visão? –Alice perguntou.

Eu neguei com a cabeça.

—Você não... Eu não tenho certeza se devo. –Olhei para Rose.

Não sabia nem se eu devia ter visto, quem dirá mostrar a Alice.

—Dividir as coisas pode ajudar. –Alice falou.

Levantei a cabeça e encarei seus olhos dourados... Ela estava certa.

Olhei para Rosalie, em seguida para Carlisle e Esme. Dividir as coisas com as pessoas que amamos ajuda, é dividir a dor, a tristeza, é saber que temos alguém com quem contar.

Alice estava certa.

Baixei o rosto sentindo novas lágrimas no meu rosto.

—Rosalie... –Chamei baixinho. -Você poderia me levar em La Push? –Pedi olhando em sua direção.

Rosalie pareceu surpresa.

—Eu?

Carlisle olhou de uma para a outra.

—Não prefere que seja Alice? –Esme perguntou.

Neguei com a cabeça, limpando uma lágrima solitária que escorreu pela bochecha.

—Tem que ser a Rosalie. –Falei.

Alice deu de ombros.

—Mas eu só vou poder te levar até a fronteira. –Ela avisou meio sem jeito.

—Por favor... –Implorei.

—Vocês já deviam estra acostumados com as excentricidades das videntes, vocês tem uma em casa. –Alice falou vindo ao meu socorro.

Ela me olhou de lado e soltou uma piscadela, eu sabia que ela ia entender.

—Tudo bem, eu vou pegar o meu carro.  –Rosalie falou.

—--


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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