O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 10
Cada pedaço é perfeito


Notas iniciais do capítulo

Postarei hoje em homenagem aos 100 comentários que consegui chegar na história e a recomendação de uma leitora sumida que voltou a dar o ar de sua graça! Bem vinda de volta peixinha *-*
Ah, lembrem-se pessoas, nesse capítulo é só a Erika contando o passado, já aconteceu! kkkkkk
Espero que gostem...
Câmbio e desligo



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Capítulo 9

Eu subi para pegar minhas coisas, Bella pareceu surpresa que eu estava indo, mas eu avisei que tinha que ver Embry urgentemente e ela entendeu, então desci, agradeci a Carlisle e Esme por tudo. Rosalie me esperava do lado de fora.

Entrei no conversível vermelho em silêncio e assim permaneci.

—Alice falou... –Rosalie começou. Virei o rosto em sua direção. –Ela disse que você provavelmente viu algo sobre mim. Por isso queria vir comigo. É verdade?

Fechei os olhos sentindo vento frio bater no meu rosto, era bom, me deixava mais calma.

—Sim. –Respondi. –Eu vi você. Mas não queria ter visto.

—Eu sei. –Ela disse. –Você ficou sussurrando o tempo todo, pedindo para a visão parar. Por isso que eu estou preocupada.

Eu sorri.

—Não precisa se preocupar, não vai acontecer nada de ruim com você.

Ela olhou para mim e de volta para a estrada.

—Não entendo. –Ela disse.

—Já aconteceu Rosalie. Eu vi você e Bella. Você contava a ela o seu passado.

O Carro deu uma freada brusca, meu corpo foi para frente com força, mas não me machuquei. Acho que, na verdade, surpreendi ela.

Rosalie tinha os olhos arregalados.

—Desculpe. –Falou. –Você está bem?

Ela começou a me tocar procurando ferimentos.

—Tudo bem, estou bem. -Falei sorrindo. –Desculpe jogar assim desse jeito, eu só...

Ela virou para frente e segurou o volante, não queria olhar para mim.

—O que você viu? –Perguntou.

Suspirei.

—Eu vi você contando sobre um homem chamado Royce King. –Ao som daquele nome ela apertou o volante com força, pude ouvir o barulho do acolchoado apertando. –Você contava sobre a noite em que o encontrou com uns amigos, bêbado, então...

Não continuei.

Ficamos caladas por um tempo, nenhuma com vontade de olhar para a outra.

—Ele era meu noivo. –Ela disse. –Essa foi a noite em que Carlisle me encontrou.

Aquela frase fez minhas entranhas se remexeram, senti aquele enjoo de mais cedo.

—Eu poderia dizer que sinto muito, mas isso não ajuda em nada... Eu sei que não. –Falei. –Sinto muito, eu acho que se você pudesse escolher nunca teria me contado isso.

Ela suspirou e soltou o volante.

—Não teria. Não é uma história bonita, isso fez você chorar, não foi?

Eu neguei com a cabeça, sorrindo tristemente.

—Se fosse apenas isso. –Falei, o tom de voz cheio de amargura.

Rosalie levantou o rosto para me ver, mas dessa vez eu é quem fugia do seu olhar.

—Como assim? –Ela perguntou.

Sussurrávamos como duas ladras, roubando os segredos uma da outra.

—Eu sabia que você tinha morrido naquela noite Rosalie, embaixo do corpo de um homem desconhecido, cheirando a fumaça, suor, álcool, fungando no seu pescoço, chamando você de coisa linda... –Fechei os olhos sentindo difícil respirar sem ajuda. – Eu também morri assim uma vez.

Quando levantei o rosto para ela, seus olhos claros estavam em choque.

—Oh, Erika... –Ela disse tristemente. –Agora eu entendo sua reação.

—É um inferno viver com isso... Como você conseguiu superar? –Perguntei, um soluço irrompeu em minha garganta. –Logo depois de acontecer eu pensava nisso todas as noites, eu vivia... Eu vivia assustada! Ainda hoje depois de quase dois anos quando vejo na rua alguém que se pareça com ele eu...

Me surpreendi ao sentir a sua mão gelada no meu rosto, limpando minhas lágrimas.

—Fica melhor com o tempo. –Ela disse sorrindo. –Você nunca esquece, mas fica mais fácil de lidar se você tentar. Você concerta seu coração e as vezes encontra pessoas que te ajudam e tudo fica melhor.

Eu dei um pequeno sorriso para ela e fui retribuída.

—Vamos. Você precisa de um abraço da pessoa que mais ama. –Ela disse. –Isso também ajuda muito.

—--

Não demorou muito para que chegássemos a fronteira. Quando o conversível vermelho de Rosalie chegou perto da fronteira nós já podíamos ver os lobos correndo.

—Eles são rápidos. –Ela disse.

Nós estacionamos na beira da estrada e Rosalie saiu do carro primeiro para pegar minha mochila na parte de trás. Um dos lobos começou a rosnar para ela.

—Quieto totó! –Ela disse firme.

Eu sorri.

Saí do carro, pela cor do pelo o lobo devia ser o Jared, ao me ver ele deixou a pose defensiva e veio em minha direção, cheirando meu rosto como que procurando algum problema. Devia estar surpreso por eu estar ali tarde da noite com uma Cullen.

—Hey Jared. –Falei fazendo um leve carinho em sua cabeça. –Podia chamar Embry, por favor? Eu realmente preciso falar com ele.

—Ele já está vindo. –A voz de Sam saiu do meio do mato. –O que está acontecendo Erika? Jacob havia dito que você estava com a Bella, por que está aqui?

Olhei para Rosalie, ela segurava minha mochila, sentada no capô do conversível.

—Aconteceram algumas coisas e eu preciso falar com o Embry. –Falei me encostando levemente no pelo de Jared.

Eu estava tão cansada, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

—Você está bem? –Ele perguntou se aproximando e vindo me checar.

Rosalie continuava parada observando.

—Estou bem, pedi que Rosalie me trouxesse. –Expliquei.

A vampira olhou para o relógio dourado no pulso e depois para mim. Em seguida levantou do capô e me entregou a mochila.

—Você vai ficar bem até ele chegar? –Ela perguntou.

—Nós não machucaríamos a Erika! –Sam disse se sentindo ofendido.

Mas Rosalie apenas revirou os olhos.

—Tudo bem, eu vou ficar bem, obrigada por se preocupar Rose. –Falei pegando a mochila.

A vampira ficou me olhando por um tempo, era como se ela tentasse me dizer alguma coisa, mas não queria dizer na frente dos lobos. Jared rosnou para ela depois de uns trinta segundos em que passamos nos olhando. Ela virou para olhar o lobo e bufou irritada.

Sorri.

—Eu entendi Rose. –Falei. –Obrigada.

Ela então virou as costas e voltou para o carro.

—Você devia contar a Bella. –Falei antes que ela entrasse. –Devia contar a ela mesmo, vai fazer com que ela entenda melhor seus motivos.

Rosalie parou antes de entrar, mas não disse nada. Entrou no carro e acelerou de volta para casa.

Logo que ela sumiu Embry apareceu.

—Erika! –Ele falou preocupado.

Eu me separei de Jared e Sam e corri para seus braços. Ele me segurou com força e eu me senti tão protegida! Rosalie estava certa. Eu precisava do abraço de alguém que amo.

—--

Eles me levaram para a casa de Emily, eu pedi que acordassem Leah e Quil e colocassem os dois para fazer a ronda, enquanto que Jacob, Jared, Paul e Sam ficassem reunidos na casa do alfa. Era tarde da noite então acabei por acordar Emily e ela me fazia um chá na cozinha, andando de um lado para o outro com seu robe branco.

Eles me deixaram sentada no sofá da sala, Embry estava sentado no chão na minha frente.

—Desculpem todo esse trabalho. –Falei.

Emily saiu da cozinha com um chá na mão.

—Tudo bem querida. –Ela disse me entregando a xícara.

—O que aconteceu Erika? Os vampiros machucaram você? –Sam perguntou.

—Eles machucaram a Bella?! –Jacob perguntou um pouco preocupado.

Eu levantei o rosto, irritada, olhando para Jacob.

—Pelo amor de Deus Jacob, cala a boca! –Pedi.

Todos pareceram me olhar chocados, Jacob mais do que todos. Eu suspirei percebendo que talvez tenha sido um pouco ignorante. Todos eles ficaram calados me olhando estranhamente e eu suspirei.

—Desculpe. –Falei. –Bella está ótima, ela deve estar dormindo perfeitamente bem na cama king size que o namorado comprou pra ela. Os Cullens nos trataram maravilhosamente bem, mas quando eu estava conversando com Carlisle eu tive... Tive uma visão.

—Era sobre nós? –Sam perguntou tenso.

Neguei com a cabeça.

—Não. Era sobre a Rosalie. A loira que me trouxe. Mas isso não importa, não é nada que eu deva dizer e prometi não falar nunca. É pessoal dela. –Expliquei. –Mas isso me trouxe aqui por que eu precisava ver Embry, eu precisava... Contar tudo.

Percebi Embry ficar tenso.

O resto da matilha não notou de primeira, mas ele sim, ele sabia o que eu iria contar.

—Não precisa fazer isso na frente de todo mundo. –Ele disse escorregando sua mão por entre as minhas.

Eu neguei com a cabeça.

—Tenho que fazer. Eles vão descobrir de todo jeito ao ver a sua mente, é melhor contar apenas uma vez. Eu tinha que fazer hoje pois não sei se terei coragem o bastante amanhã. –Expliquei.

Ninguém da matilha quis interromper nosso momento.

—Você não precisa me dizer isso agora, eu posso esperar.

Neguei com a cabeça, desvairada, meus cabelos se movendo junto.

—Me escute Embry... E por favor... Continue do meu lado. -Levantei o rosto para o resto da matilha. –Me ouçam sem falar nada, tudo bem? Não vai ser uma história bonita. Não é algo que eu queria que todos soubessem. Mas é inevitável... Embry vai acabar pensando muito nisso e vocês iam descobrir de todo jeito.

Alguns lobos pareceram constrangidos.

—Erika, você está me assustando. –Embry falou.

Eu pedi que ele se sentasse ao meu lado de modo que eu apenas olhasse para ele.

—Paul... Pode por favor virar um lobo? Assim Leah e Quil vão saber também. –Falei.

Paul não disse nada, apenas virou um lobo e se sentou ali na sala.

—Você pode começar Erika. –Sam falou.

Eu respirei fundo e soltei o ar completo até que meus pulmões estivessem vazios, respirei novamente e comecei minha história, se preparem, eu já havia avisado antes... Não é bonita.

—Quando eu tinha quatorze anos eu conheci Theo. –Falei. –Nessa época eu estudava em casa e o único lugar que eu podia sair era a lanchonete em frente ao apartamento em que eu e meu pai vivíamos. Ele trabalhava nessa lanchonete. Eu ficava vendo quando ele saia para o intervalo, ia atrás da lanchonete e fumava um cigarro, eu achava tão descolado para um garoto de 16 anos. –Sorri amargurada. –Me apaixonei por ele.

Não olhei para Embry para ver sua reação, continuei olhando para minhas próprias mãos, fechadas em punho no meu colo.

—Ele notou que eu o olhava, um dia atrás da lanchonete ele me chamou com o dedo. ‘Que coisinha linda você é, não?’ Ele disse. Me ofereceu um cigarro e eu aceitei. –Falei.

—Ela era apenas uma criança. –Pude ouvir a voz de Sam sussurrar irritada para Emily.

Não dei atenção.

—Desde esse dia nós nos encontrávamos atrás da lanchonete para conversar, eu não gostava de fumar, mas fazia para acompanha-lo. Eu dizia ao meu pai que ia sair com umas amigas que conheci por lá, mas na verdade eu saia com ele, escondida, achando-me tão malvada, era tão excitante fazer coisas erradas. Um dia estávamos conversando num banco de praça, ele fumava um cigarro, estava frio, ele estava no meio de uma risada quando olhou para mim, pegou meu rosto e me deu um beijo.

Fechei os olhos, lembrar daquilo doía, por que eu sabia o que viria depois. Mas como prometeram, ninguém me interrompeu.

—Desde esse dia nós viramos namorados, ou algo assim já que eu vivia com ele para cima e para baixo no seu carro, ele me levava para conhecer uns amigos, ficava na casa de gente que eu não conhecia, fumava um baseado, tomava umas bebidas, numa dessas noites ele me apresentou o sexo.

Ouvi o barulho de alguma coisa rasgando, Embry se levantou do sofá e se pôs a andar na sala, de um lado para o outro, me encolhi mais, sentindo vergonha de mim mesma, do meu passado.

—Continue. –Embry pediu, sua voz controlada.

Senti lágrimas nos olhos, mas baixei o rosto e continuei a história.

—Depois disso Theo achou divertido me mostrar uma de suas paixões. Os rachas. Correr era uma paixão para ele e como eu já tinha quinze ele ofereceu me ensinar a dirigir para que eu começasse a correr também. –Limpei uma lágrima traíra e ri de mim mesma. –Eu fiquei tão empolgada! Eu contei a ele sobre os meus poderes, falei que podia comandar a água, que se ele quisesse eu podia ajuda-lo a vencer, queria agrada-lo. Se eu tivesse reconhecido o brilho nos olhos dele como mais que animação... Era pura ganância. Ele me ensinou a dirigir carros e pilotar motos e antes da corrida eu usava meus poderes para secar o tanque dos competidores, assim quando chegávamos na metade da corrida o carro dos outros falhava, enquanto o meu continuava e tivemos uma vitória atrás da outra.

“Mas isso fez algumas pessoas ficarem irritadas, gente barra pesada. Quando eu estava perto do meu aniversário de dezesseis eu fui visitar Theo, meu pai estava desconfiado por que eu saia muito a noite e eu queria avisa-lo... Mas eu o encontrei com outra mulher. Bom, não era para eu me surpreender, quantas vezes eu fui avisada? Quantas vezes os supostos amigos dele não soltavam pistas sobre como eu era idiota de cair na lábia de theo?”

Soltei uma risada amargurada.

—Ingênua, era isso que eu era. Falei que nunca mais queria vê-lo. Voltei para casa e fingi que nada tinha acontecido, prometi a mim mesma que nunca mais olharia na cara de Theo. Mas essa resolução durou duas semanas, foi quando eu acordei enjoada e descobri que estava grávida.

—Oh meu Deus! –Emily ofegou, surpresa.

Embry xingou e saiu da sala.

Eu sabia que ele não estava longe e ouviria tudo.

—Eu tinha que contar a ele... Tinha que contar sobre o bebê. Ele não ia ser o melhor pai do mundo, mas tinha que saber sobre isso. –Expliquei olhando para minhas mãos novamente. –Mas quando eu cheguei na casa dele tinha cinco caras lá, gente que eu nunca tinha visto antes, estavam pressionando ele, parecia que Theo estava devendo alguma coisa. Ele veio em minha direção ‘o que diabos está fazendo aqui?’ ele perguntou irritado. ‘Eu tenho que te contar uma coisa.’ Falei assustada com tudo aquilo. Se eu tivesse saído de lá naquela hora... Se eu tivesse ao menos... –Fechei os olhos, angustiada.

Naquele momento eu comecei a chorar, minha coragem tinha ido embora. Emily se sentou ao meu lado e me abraçou com força.

“Theo me olhou como se eu fosse a solução de todos os seus problemas. Ele me puxou pelos cabelos e me mostrou como se eu fosse um objeto a venda ‘Vocês aceitam ela como pagamento?’. Os caras sorriram e eu sabia que ali seria o meu túmulo se eu não fizesse nada. Tentei fugir mas ele me segurou com força, me puxando para o seu quarto e eu gritei ‘Eu estou grávida’.

Embry voltou a sala, ele tinha uma máscara de ódio no rosto.

—Erika... –Ele falou torturado, como se eu estivesse o matando.

—Me desculpa Embry... –Eu falei aos soluços. –Eu não queria. Eu não queria isso, eles me obrigaram.

—Está tudo bem querida, shh, não precisa chorar. –Emily sussurrava fazendo carinho no meu cabelo, escondi meu rosto em seu ombro.

A matilha parecia chocada com a notícia, Embry parecia desvairado, seu corpo tremia todo.

—Sam... –Implorei.

—Embry! –Sam gritou. –Se acalme.

—Como posso fazer isso!? –Ele gritou. –Você ouviu o que ele fez com ela. Eu quero... –Ele trincou os dentes. –Quero mata-lo!

—Sam, é difícil se acalmar. –Jacob disse, ele tinha olhos arregalados e apertava o estofamento da poltrona. –Embry não é o único que quer matar esse cara.

—Se acalmem. –Sam mandou com mais força. –E ouçam o resto da história.

Emily tomou meu rosto em sua mão e limpou minhas lágrimas, eu tentei respirar fundo e parar de chorar para terminar tudo... Essa seria a pior parte. Embry estava com a mão no rosto, ele respirava fundo como se fosse se transformar a qualquer momento.

—Ao saber do bebê ele ficou ainda pior. Me jogou na cama e gritou para os caras ‘fode ela tão forte que esse bebê vai parar no inferno.’

—Que horror. –Emily me abraçou novamente, ela também chorava.

Jared se levantou do sofá.

—Desculpem eu não posso mais ouvir isso. –Ele disse saindo da casa.

Jacob tinha a cabeça baixa e Embry olhava para o nada.

—Termine Erika. –Ele pediu sem me olhar no rosto.

—Eu não espero que vocês entendam o que eu fiz em seguida, quando você se torna mãe gira de cabeça para baixo e eu me tornei uma leoa para proteger aquela coisinha dentro de mim. –Todos os olhares voltaram em minha direção. –Quando o primeiro homem tentou me segurar eu comecei a me debater, eles arrancaram minha roupa e eu estava em desespero, eu não sabia como sair dali, eu estava presa com cinco homens! Quando ele me jogou no chão e subiu em cima de mim... Eu tinha que proteger o meu bebê... Eu... Eu mordi o pescoço dele. Mas foi com tanta força que arranquei um pedaço.

“Ele gritou de dor e o sangue jorrou por cima de mim, naquele momento eu não era mais eu mesma, eu era alguma espécie de monstro, usei o sangue dele para me defender, foi uma das únicas vezes eu que fiz isso, dominar sangue... E quando Theo ouviu a gritaria ele entrou no quarto, mas já era tarde, todos eles estavam mortos e eu...”

Suspirei.

—Eu não sinto remorso pelo que fiz. –Confessei. –E faria de novo hoje.

Embry não disse nada.

—Quando cheguei em casa contei tudo ao meu pai, tudo mesmo. Ele prometeu que cuidaríamos bem do bebê, mas com a condição de que nunca mais tocaríamos no nome de Theo novamente. Oito meses depois o bebê nasceu... Mas estava morto. Ou era isso que eu pensava.

—O que você quer dizer com isso? –Embry perguntou.

Eu não conseguia falar aquilo em voz alta, acho que falar tornaria tudo muito real, eu não queria criar expectativas sobre isso, não queria sonhar que teria uma criança nos meus braços e depois cair da minha nuvem.

—Seis meses depois disso eu vim para Forks. –Completei olhando para Embry. –E conheci você.

Nossos olhares ficaram presos um no outro. Embry tinha tanta raiva dentro dele, que se não fosse a ordem direta do Sam ele já teria se transformado em lobo e caçado Theo até o outro lado do país.

—Eu não quero que vocês me tratem diferente agora que sabem disso. –Pedi baixando o rosto. –Não quero que nada mude, a pessoa que eu sou não mudou por isso, somente mudou o jeito como vocês me viam. Por isso, por favor, não mudem nada. Não parem de falar do jeito que falam nem de me olhar como olham. Não sintam pena de mim, eu não sinto pena de mim mesma. Eu sei que para algumas pessoas eu posso estar suja e...

—Você não está suja! –Embry gritou me fazendo dar um pulo.

Ele veio em minha direção e ficou de joelhos na minha frente, sua mão tomou meu rosto delicadamente.

—Você não está... Nunca esteve suja. –Ele disse tocando minha bochecha com delicadeza. –Você é perfeita. Cada pedacinho de você é perfeito.

Um soluço irrompeu em minha garganta com força e me joguei em seus braços.

—Eu te amo tanto, tanto! –Falei me agarrando a ele.

—Você me disse uma vez que era uma mulher forte. –Ele explicou. –Agora eu entendi por quê. Você é a minha mulher forte. Eu amo você.

Acenei que sim com a cabeça e me encolhi no seu abraço por que aquele ali era o meu lugar.

O lugar que eu pertencia.

Que eu sempre irei pertencer.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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