O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 8
Confissões ao Mar


Notas iniciais do capítulo

Gente, já tô imaginando vocês brigando nos comentário "Erika tem que contar logo..." kkkkk Não seria a Erika se não fizesse besteira, não é?
Espero que gostem.
Câmbio e desligo



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Capítulo 7

Na segunda eu acordei mais cedo que de costume, deviam ser umas 4 da manhã, fiquei uns quarenta minutos olhando para o teto vendo a luz do sol passando fracamente por entre as nuvens e iluminando meu quarto.

As cinco da manhã Carter entrou no meu quarto com uma cara sonolenta e irritada.

—O que tem de errado com você? –Perguntou.

Levantei a cabeça confusa com aquela reação.

—O que? –Perguntei.

Ele bufou.

—Tem uma sirene na minha cabeça desde que você acordou, está angustiada, nervosa, não me deixa dormir se fica se sentindo assim. –Ele explicou, então soltou um longo bocejo.

Fiquei surpresa com aquela revelação.

—Não sabia que meus sentimentos te influenciavam tanto. Desculpe. –Pedi.

Ele sorriu ainda com sono e pediu que eu afastasse para deitar ao meu lado.

—Estou parcialmente consciente, mas você pode falar se quiser. –Ele disse deitando a cabeça no meu travesseiro.

Eu sorri o vendo fechar os olhos e se aconchegar ao meu lado, minhas mãos foram em direção aos fios de seu cabelo e fiz um carinho.

—Estou preocupada mesmo. –Sussurrei. Carter não abriu o olho e aquilo me deixou mais confortável para falar. –Com Serafine, com Bella, com Embry, com minha mãe, meu irmão.

Carter gemeu.

—Devo confessar que não gostei de saber que você tinha um irmão. –Disse ele, ainda de olhos fechados.

Eu soltei uma risadinha.

—E porquê? –Questionei.

Ele soltou um muxoxo.

—Eu sou o seu irmão, droga. –Ele confessou escondendo o rosto no travesseiro, fazendo sua voz soar abafada.

Eu não aguentei e soltei uma gargalhada. Abracei Carter meio desajeitada colocando a cabeça dele no meu pescoço, era uma posição intima demais, mas éramos íntimos, estivemos dentro da cabeça um do outro, sentíamos tudo o que o outro sentia. Era como se fossemos um todo dividido em dois.

Era bom saber que eu podia contar com ele.

—Pelo tempo em que o ar encher meus pulmões e nossos olhos puderem se encontrar, por cada batida do meu coração, por cada escama dourada que tenho em minha cauda... Nunca duvide disso. –Sussurrei. –Ter você ao meu lado, saber que tenho alguém por quem voltar, é o que me mantem de pé, é o que me manterá lutando.

Carter levantou o rosto e tinha os olhos arregalados, ele se sentou e ficou a me olhar estático, eu me sentei também em frente a ele, seu olhar foi até minha mão e ele entrelaçou seus dedos nos meus, então devagar em sua pele foi se desenhando o padrão em forma de ondas do mar prateadas, a marca do guardião, em seus braços, por dentro de sua blusa, seu pescoço, ombros e rosto haviam sido completamente tomados por aquele prateado, até seus olhos.

E por fim ele sorriu.

—Pelo tempo em que o ar encher meus pulmões e nossos olhos puderem se encontrar, por cada batida do meu coração, por cada padrão prateado que preenche a minha pele... Nunca duvide disso. –Ele disse me parafraseando. –Estarei ao seu lado e mantê-la-ei de pé até que o último de seus inimigos caia e sobrem apenas amigos, por toda eternidade se for preciso.

 Aquilo me levou lágrimas aos olhos, elas escorriam pela minha bochecha sem que eu pudesse para-las.

—Uma manteiga derretida. –Carter disse.

Eu ri e lhe dei um leve tapa no ombro.

—Idiota. –Falei rindo enquanto limpava as lágrimas.

Ele riu e tomou meu rosto em suas mãos depositando um leve beijo em minha fronte.

—Isso foi uma promessa Erika, prometeu sempre lutar e eu prometi estar ao seu lado.  –Respondeu.

—Eu sei. –Falei suspirando. –Vou me esforçar para nunca quebra-la.

—É o que eu espero.

Carter se deitou novamente e eu fiquei ao seu lado, ele conseguiu voltar a dormir, mas eu continuei olhando para o teto e fazendo carinho em seus cabelos até a hora em que o despertador tocou avisando que era o momento de ir para a aula. Me arrumei mecanicamente, Carter me olhava preocupado pois sabia que havia mais coisas comigo do que eu havia contado, mas me deu o espaço que eu precisava.

Por isso quando chegamos ao colégio eu pulei de sua moto e corri em direção aos corredores, o carro de Edward estava no estacionamento, eu vi, então ela estava ali em algum lugar.

—Bella. –Chamei.

Ela estava sentada nas ultimas cadeiras ao lado de Edward, era aula de Literatura e nós não fazíamos juntas, por isso ela pareceu surpresa ao me ver.

—Achei que não estava falando comigo. –Bella disse.

—Achei que fosse mais dona de si mesma. –Respondi malcriada.

Ela bufou.

—Para você que não sabe eu estive em La Push ontem.

Arregalei os olhos e virei para Edward. Ele pareceu desconfortável.

—Ela fugiu. –Ele explicou meio a contragosto.

Eu senti vontade de sorrir, mas consegui me controlar... um pouco. Baixei o rosto e coloquei a mão em frente a boca para não ofender Edward com minha tentativa fracassada de controle.

Ele bufou.

—Eu estava em La Push ontem, devia ter me ligado. –Avisei.

Ela sorriu, então tudo estava bom entre nós de novo.

—Jake avisou que estava com a mãe de Embry, não quis atrapalhar. Você queria alguma coisa? –Bella perguntou.

—Eu gostaria de saber se podíamos sair hoje... Tomar um banho de praia. –Pedi.

—Em La Push? –Edward perguntou alerta.

Mas Bella estava me olhando desconfiada.

—Aconteceu alguma coisa? –Ela perguntou.

Eu acenei que sim com a cabeça.

Edward olhava de uma para a outra, confuso.

—Digam-me o que estão pensando, é frustrante não saber. –Ele respondeu levemente irritado.

Bella virou para ele.

—Desculpe Edward, eu tenho que ir para La Push com Erika.

—Bella... –Edward gemeu contrariado.

—Por favor Edward, ela precisa de mim. –Ela respondeu.

—Não, não. –Ele negou com a cabeça, firme. –Não me peça isso. Não é por serem seus amigos Bella, é por serem lobos.

—Eu prometo que ela não verá nenhum dos lobos de La Push. –Falei num rompante. –Será rápido, você pode pedir para Alice nos observar.

Naquele momento o sinal tocou mostrando que as aulas começaram, o professor estava para entrar na sala.

—Edward... –Bella pediu com os olhos.

—Por favor. –Pedi.

Ele bufou.

—Três horas. É o máximo de tempo que eu dou. –Ele disse.

Bella e eu sorrimos.

—Obrigada. –Bella disse o beijando na bochecha.

—Senhorita McRae? –O professor me olhou surpreso. –Não me lembro de termos aula hoje e principalmente nesse horário.

—Sinto muito professor. –Falei saindo da sala depressa, o riso dos outros alunos me seguindo pelo corredor.

—--

Na hora da saída eu fiquei ao lado da moto de Carter esperando que ele saísse, por isso quando ele se aproximou de mim com os amigos, a chave da moto balançando em seus dedos, ele estancou bem na minha frente com uma expressão desconfiada.

—Por que eu acho que não vou gostar do que você vai me pedir? –Ele questionou.

Os amigos riram.

—Me empresta sua moto? –Pedi fazendo cara de anjo.

—Não. –Ele respondeu.

Os amigos riram mais alto.

—Ah, Carter, vai! Por favor.

—Da última vez que você pegou minha moto você arranhou ela completamente. –Ele retrucou.

—Foi um incidente isolado. –Falei. –Além do mais eu mandei sua moto para o concerto e ela voltou feito nova. Eu piloto bem, você sabe.

—Tenho minhas dúvidas. Diz onde você vai e eu te levo.

—Não. –Neguei com a cabeça. –Vou sair com a Bella.

—Ela tem uma caminhonete.

—Aquilo não pode ser chamado de caminhonete.

Ele colocou a mão na cabeça. Os amigos acompanhavam, a discussão como se assistissem uma partida de pingue-pongue, de um lado para o outro.

—Seu pai é rico, por que você não compra uma moto para você e deixa a minha em paz? –Ele reclamou.

Eu abri a boca para responder, mas fechei novamente, olhei fixa para Carter esperando que ele entendesse.

—Papai nunca vai me comprar uma moto. –Disse eu.

Ele me olhou desconfortável.

—Certo, mas vai ter que estar em casa antes das seis, tá entendendo?

Carter jogou a chave para mim, eu subi na moto vendo Bella sair do colégio com Edward.

—Não sabia que sua prima pilotava. –JD, o amigo de Carter, comentou.

—Ela pilota um pouco. –Ele respondeu.

Eu acelerei até onde Bella esperava ao lado do Volvo de Edward.

—Vamos? –Chamei.

—Não, definitivamente não. Nada de motos para você Bella. –Edward falou aborrecido.

Bella riu.

—Edward, é só uma moto! –Ela falou.

—Você foi parar no hospital por causa de uma moto uma vez Bella. –Ele rebateu, então virou para mim. –E não pense que eu não sei sobre o acidente que você sofreu, seu primo não para de pensar nisso.

—Aquilo foi um incidente isolado. –Me defendi.

—Tch. –Edward desdenhou.

—Você prometeu Edward! –Bella reclamou batendo o pé no chão.

Eu olhei aquilo sorrindo, era realmente ridículo, não era de estranhar que Sam tenha rido quando eu fiz aquilo.

—Bella... –Ele gemeu, torturado.

—Trato é trato Edward.

—Trato é trato. –Ecoei rindo um pouco.

Edward fez um barulho irritado com a garganta.

—Ele acabou de rosnar para mim? –Perguntei ofendida.

Bella subiu na moto rindo.

—Vamos Erika. –Falou.

—Estou de olho em você, mocinho. –Falei apontando para Edward.

—Acho melhor você ir antes que eu mude de ideia. –Ele ameaçou.

—Acelera Erika! –Bella falou ansiosa.

Eu puxei o acelerador cantando pneu pelo estacionamento fazendo todos nos olharem.

—Não quebra a minha moto! –Pude ouvir o Carter gritar, preocupado.

—--

O caminho para La Push foi rápido, o dia tinha amanhecido nublado, isso significava que o mar estaria frio, mas algo me dizia que o sol ia sair hoje, excepcionalmente. Por isso quando chegamos na praia eu estacionei a moto e puxei minha mochila.

—Pronta para colocar o biquíni? –Perguntei.

Ela fez careta.

—Vamos mergulhar?

—Vamos para as rochas. –Eu disse rindo.

—É realmente importante isso que você tem para me dizer? –Questionou ela.

Eu olhei para a praia, o mar estava um pouco agitado, mas o céu estava começando a clarear e isso era um bom sinal. Encontramos um banheiro público onde Bella entrou para se trocar, eu fiquei encostada na porta esperando, já que tinha o biquíni posto.

—Sim. –Respondi. –Aqui, em La Push, lá em Forks também... Tem ouvidos sensíveis demais. Sua cabeça é a única cujo segredo eu sei que estará bem guardado, inclusive do vampirão azedo do seu namorado.

—Erika! –Reclamou. –Ele não é azedo.

—Ele é um pouco sim, confesse.

Ela bufou e bateu na porta me fazendo ir para frente.

—Ele só fica assim ao seu redor.

—Ciumento? Por que eu prefiro os lobos?

—Erika... –Dessa vez ela tinha um tom de censura.

Eu ri.

—Desculpe. Venha, antes que algum dos lobos sinta o meu cheiro e avise ao Embry.

Ela saiu do banheiro, coloquei seus livros na minha mochila e fomos andando com os sapatos na mão em direção a areia.

—Jacob me contou quando vim aqui no domingo. –Ela disse.

—Contou o que? –Perguntei, olhando ao redor procurando um lugar onde deixar nossas coisas.

—Sobre o imprinting.

Virei para ela.

Verdade... Eu nunca havia falado sobre isso a Bella. Ela só sabia que eu e Embry estávamos juntos, mas nunca soube como isso aconteceu realmente.

—Hum... –Foi a única coisa que consegui falar.

Eu a puxei em direção a um tronco que havia ali e deixamos nossas coisas.

—Não vai dizer nada? –Bella perguntou esticando o corpo, se preparando para entrar na água.

—O que você quer saber? –Questionei.

—Como foi, quando aconteceu, como é... Essas coisas.

Eu ri.

—Não sabia que você era do tipo curiosa, Bella.

—E como você acha que eu descobri que Edward era um vampiro? –Ela perguntou.

—Faz sentido. –Respondi bem humorada.

Eu peguei a mão dela para entrarmos juntas no mar, ao primeiro contato com a água nós arrepiamos e Bella gemeu, levou um tempo para o meu corpo se acostumar com a temperatura.

—Está muito fria. –Ela reclamou.

—Nem tanto, no dia que você pulou de penhasco e quase me matou do coração estava bem mais. –Avisei.

Ela fez um muxoxo.

—Entendi. Não vou mais reclamar.

Eu entrei primeiro me transformando, Bella olhou ao redor para saber se ninguém estava vendo, então eu a chamei com a mão. Não foi difícil como da primeira vez, ela se segurou nos meus ombros e ficou nas minhas costas enquanto nos afastávamos cada vez mais para o fundo, longe da praia.

—Será que andar nas costas se um golfinho deve ser assim? –Ela perguntou.

—Um golfinho por acaso faz isso?

Então eu mergulhei trazendo Bella junto, pude ouvi-la entrar em desespero e então rir aliviada ao notar que ao redor de sua cabeça havia uma bolha de ar. Soltei-a debaixo d’água me concentrando em ajudá-la a respirar, ela nadava sorrindo, incrédula, deixei que curtisse um pouquinho e coloquei as mãos dela de volta nos meus ombros, voltando a superfície.

—Isso foi legal. –Ela disse.

—Agora você sabe como eu me sinto.

Quando chegamos as pedras do recife eu encontrei um lugar onde as ondas não batiam com tanta força e ficamos sentadas, o sol estava começando a sair e estávamos mais quentes, aquilo era muito bom.

—E então? Não vai me contar sobre o Embry? –Ela perguntou.

—Ah, foi normal Bella. –Dei de ombros.

—Qual parte do imprinting de uma sereia e um lobo é normal? –Questionou ela.

Eu ri alto.

—Certo, você tem um bom argumento.

Então eu contei a ela sobre Serafine, eu finalmente expliquei a ela por que eu havia ido a Volterra, por que Embry teve um imprinting por mim e como tudo aconteceu na primeira vez que nos vimos.

—Então você tem um coração diferente do seu dentro do corpo? Como isso é possível?

—Seu namorado bebe sangue para se alimentar. Como isso é possível?

Ela sorriu.

—Você tem razão, nada na nossa vida faz muito sentido.

—Você quer ouvir?

Uma onda bateu nas pedras fazendo chover ao nosso redor antes que Bella finalmente respondesse.

—Quero.

Eu me aproximei e coloquei o rosto de Bella no meu peito, ela me abraçou e fechou os olhos, era sempre bom quando alguém me pedia para ouvir o coração do guerreiro, era como se tudo se tornasse mais real.

—Eu posso ouvir, não incomoda?

Me afastei negando com a cabeça.

—Não é bem um coração de verdade, é a representação dos sentimentos dele.

—Mas como você vai devolver para ele?

Então eu contei a ela sobre o meu pai, contei a ela sobre minha mãe e sobre meu irmão, falei sobre Carter, sobre Aro Volturi e sobre a viagem que eu faria em breve. Mas não contei a ela sobre o coração de Marcus.

—Então os Volturi estão vigiando você? –Ela perguntou.

—De certo modo.

—Você realmente precisava colocar isso para fora. –Ela disse suspirando.

—E não é só isso. –Eu trouxe a cauda para perto do corpo e me abracei, como uma bola.

—Tem mais? –O tom de Bella era de surpresa.

—Antes de vir para Forks... Aconteceram algumas coisas comigo.

Bella pareceu cautelosa, meu rosto não devia ser dos melhores.

—Que tipo de coisas? –Ela perguntou.

—Coisas pesadas. Coisas que eu tenho que contar ao Embry, mas não tenho coragem.

—Foi tão ruim assim?

Eu levantei o rosto para encara-la.

—Foi. –Falei firme.

—Quer falar?

Neguei com a cabeça.

—Eu gostaria de nunca lembrar disso novamente, mas Embry... Ele precisa saber Bella. Por que eu o amo. Não é justo que ele abra todo seu coração, toda a sua vida para mim e eu continue fechada. Tem muita coisa que eu só vou conseguir encarar se ele estiver ao meu lado.

—Erika...

—Tem uma criança. –Soltei respirando fundo. –Minha criança.

Bella arregalou os olhos.

—Quando você diz sua...?

—Sim. Minha. Que saiu de mim.

—Você tem um filho?

—Eu não sei. –Senti lágrimas nos olhos. –Não sei Bella. Eu sempre achei que ela havia nascido morta, mas... Tem uma chance... Uma chance de...

Eu não consegui terminar. Bella me abraçou com força enquanto eu chorava.

—Então nós temos que encontrá-lo. –Ela falou. –É um bebezinho.

—EU SEI! –Falei me afastando. –Eu sei... Meu pai já está procurando por ele, mas... Eu não posso Bella. Se eu tivesse descoberto antes de ir a Itália. Mas agora os Volturi estão me vigiando, eles tem toda a minha família de refém, você também, os Cullens. Se eu não encontrar Serafine... Não posso procurar o meu bebê ainda, ele estaria em perigo ao meu redor. Você entende?

—Mas a sua mãe está vindo, não é? Ela vai ajudar você. Ela sabe como é não poder cuidar de um filho. –Ela disse.

Aquilo me fez chorar mais.

—Sim, ela sabe.

Nós ficamos caladas por um tempo. O barulho do mar era reconfortante e o sol das quatro esquentava nosso corpo.

—Você sabe que... –Bella falou a certa altura quando o silêncio era longo demais. –Sabe que eu vou te ajudar se quiser.

Eu sorri, as lágrimas haviam ido embora, eu já chorei demais.

—Você já fez. Quem você acha que me ajudou a chegar aos Volturi e achar o tesouro de Serafine? Nada disso seria possível sem você.

—Mas eu nem fiz nada. –Ela disse.

—Você se tornou minha amiga. Isso é muita coisa.

Bella sorriu.

—--

Quando voltamos para casa já passava das cinco, deixei Bella em frente de casa e voltei para devolver a moto de Carter, ele estava mal humorado enquanto comia um sanduíche na cozinha.

—Eu espero que ela esteja inteira. –Ele resmungou quando entreguei a chave.

—Como nova. –Respondi mordendo um pedaço do seu sanduíche.

—Hey!

Subi as escadas e fui para o quarto, foi quando deitei na cama que aquela sensação de vertigem conhecida me tomou e tive uma visão.

Era um lobo, um que eu não conhecia ainda, ele estava andando em direção a casa de Sam.

Será que mais algum quileute vai se transformar?

Do lado de dentro a voz de Emily soou animada falando com a pequena Claire.

—Lobo. –Claire falou apontando para a janela, chamando com as mãozinhas.

O lobo olhou para a garotinha e uivou para o céu, um uivo agoniado, culpado, mas, estranhamente, me parecia feliz.”

Quando voltei a mim eu levantei da cama, assustada. Não podia ser... Podia? No entanto algo dentro de mim sabia que era verdade.

Pulei da cama pegando meu celular na mochila, o número de Embry já decorado na minha cabeça, esperar que ele atendesse foi uma eternidade, mas quando ele atendeu senti um frio estranho na barriga.

—Já está com saudades? –Ele perguntou, senti o sorriso na sua voz.

—Embry, eu... –Não consegui terminar.

Como eu poderia contar aquilo a ele?

—Aconteceu alguma coisa? –O tom de voz preocupado do outro lado da linha.

—Não. –Neguei. –Eu queria saber se mais algum quileute se transformou em lobo.

Embry riu bem humorado.

—Teve uma visão, não é? –Perguntou ele. –Quil queria te surpreender na próxima vez que nos reuníssemos. Pediu que não te contássemos, mas nós avisamos que não adianta esconder nada de você.

—Quil? –Questionei surpresa. –Quando foi?

—Fez uma semana ontem. –Explicou. –Você o viu se transformar? Por isso ligou?

—Algo assim. –Confirmei.

—Aconteceu mais alguma coisa? Sua voz está estranha. –Disse ele.

—Estou com saudades. –Falei.

Eu quase podia ver a expressão de felicidade que ele fazia.

—Eu posso ir aí hoje se você quiser. –Ele ofereceu.

—Amanhã. –Pedi. –Hoje tenho uns exercícios para completar.

—Combinado.

—Er... Embry? Como está a Claire?

Ele riu.

—A pequena te conquistou mesmo hein? Ela está bem, Emily falou que o pai dela está com um problema grande nos rins e a mãe dela pediu que a pequena ficasse mais um pouco, assim ela poderia cuidar das coisas no hospital.

—Entendi...

—Devia vir mais vezes visitar a Emily, percebi que você gosta de crianças.

Senti o ar faltar.

—É... Eu gosto. –Falei baixinho.

Ouvi o barulho de pano se movendo.

—Erika, Sam está lá fora me chamando. –Ele avisou.

—Certo, nos falamos depois.

—Eu te amo, minha sereia.

Sorri.

—Embry, não tem ideia do quanto eu amo você.

Ouvi ele sorrir e então desligou a chamada. Eu sorri olhando para a tela do celular durante alguns segundos, até que o motivo de eu ter feito aquela ligação voltou a minha mente.

Suspirei preocupada.

Quil...

Eu sabia, eu sabia o que tinha visto. Pobre Quil. Pobre Claire.

Como eu poderia contar a ele que teria o imprinting com uma garotinha de dois anos?


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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