O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 7
A mensagem na Concha


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco né? Me perdoem. Ainda ta corrido na universidade, mas tirei um tempinho para escrever esse capítulo. Ficou até bem grandinho!
E vocês vão pirar no final
Câmbio e desligo



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Capítulo 6

Embry virou para mim quando chegamos na porta de casa.

—Lembre-se, ela não sabe de nada sobre o lobo, por isso evite falar sobre isso. –Ele pediu.

—Certo. Você me disse isso milhares de vezes! –Respondi.

Ele sorriu e me deu um beijo na testa.

—Mãe? –Embry subiu as escadas do alpendre me puxando com ele.

Ele corria pelos degraus com a familiaridade de quem havia feito aquilo milhões de vezes antes e empurrou a porta da frente, que ele já sabia estar aberta.

—Mãe?! –Falou mais alto quando entramos na sala.

Era uma sala pequena e charmosa, tinha dois sofás creme com almofadas coloridas e felpudas, tinha uma mesinha de centro com um vaso de flores brancas, a casa tinha cheiro de um incenso que não reconheci, mas Embry levantou o nariz levemente e fechou os olhos sentindo o cheiro.

Então sorriu.

Olhando para o corredor notei uma mulher indígena com cabelos lisos nos observava com um pequeno sorriso, seus olhos negros me lembravam muito os de Embry, ela usava uma flor de margarida nos cabelos, uma fita amarela no penteado trançado, tinha um vestido branco e trazia uma bermuda nas mãos.

—Alecrim? –Ele perguntou quando finamente a viu.

Ela sorriu.

—É o seu predileto. –Ela respondeu.

Havia alguma história ali que eu não estava entendendo, mas tudo bem, o Embry estava sorrindo, então estava tudo bem. Ele apertou minha mão levemente e virou para me olhar nos olhos.

—Mãe, essa é a Erika. –Ele disse sem tirar seus olhos dos meus. –A mulher que eu amo.

Como não sorrir com uma frase dessa?

—Essa foi uma ótima introdução. –A mãe dele brincou se aproximando de nós. –É um prazer conhece-la Erika, eu me chamo Artemísia. Mas Embry me chama de mãe.

Eu sorri pegando a mão que ela me oferecia, mas no momento que demos as mãos ela me puxou para um abraço afetuoso.

—Oh! –Ofeguei surpresa. –É um prazer conhece-la.

Retribui o abraço meio sem jeito.

—Ele me falou muito de você. –Ela falou enquanto entregava a bermuda nas mãos de Embry que sorriu agradecido. –Era Erika para cá, Erika para lá, Erika isso, Erika aquilo, eu estava começando a ficar com ciúmes.

Arregalei os olhos, procurei Embry para repreendê-lo, mas o garoto já tinha sumido de minhas vistas.

—Ela está brincando Erika. –Ouvi a voz dele saindo de algum lugar da casa.

—Ele está tirando a calça. –Ela me explicou e me puxou para sentar no sofá ao seu lado. –Mas me conte, como foi a conversa com o seu pai?

—Ele contou que ia conversar com meu pai? –Perguntei.

Ela me olhou surpresa.

—Não era para contar? –Perguntou ansiosa.

—Não é isso. Eu só não esperava. –Expliquei.

Naquele momento Embry veio pelo mesmo corredor que a mãe viera, usando somente uma bermuda e mexendo no cabelo.

—Não sei como foi a conversa, meu pai pediu para falar com ele sozinho. –Respondi meio contrariada.

—O que? –Ela também pareceu contrariada. –Que sem graça.

Nós duas viramos para Embry, esperando.

Ele parou olhando de uma para a outra sem saber exatamente o que fazer.

—O que? –Ele perguntou.

—Vamos lá, nos conte o que houve. –A mãe dele pediu.

—Obedeça sua mãe Embry. –Pedi apontando para ela.

Ele sorriu negando com a cabeça.

—Não foi nada demais. –Falou.

—Se não foi nada demais não tem problema contar, certo? –Virei para a mãe dele pedindo ajuda.

Ela sorriu e virou para Embry.

—Eu gostei dela. –Falou para ele.

Aquilo me deixou instantaneamente vermelha e escondi o rosto nas mãos fazendo com que os dois rissem.

—Bom, se é assim e você não quer nos contar – Ela levantou-se do sofá empurrando Embry para a porta. –, então devo fazer a mesma coisa.

—O que a senhora quer dizer com isso? –Ele perguntou sem oferecer resistência quando ela o empurrou para fora de casa.

—Quero dizer que você trouxe minha nora para passar o dia comigo, não me lembro de você estar no contrato. –Ela explicou parando na porta, ele do lado de fora e ela do lado de dentro com as mãos na cintura.

—Está me expulsando de casa? –Ele perguntou chocado.

—Basicamente. Só por hoje. –Ela disse. –Tenha um bom dia querido.

Então ela fechou a porta na cara dele e virou encostando o corpo na porta, me olhava marota como se tivesse planejado isso o tempo inteiro.

—O que você acha de ver as fotos do Embry quando ele era criança? –Ela perguntou num tom de voz animado.

Não pude evitar rir.

—--

A mãe de Embry era a mulher sem precedentes.

Ela não tinha medo de sorrir, de contar as coisas, de fazer palhaçadas. Nós passamos a tarde conversando, ela me contou tanto sobre a vida dela e de um jeito estranho me fez contar muito sobre a minha... Pelo menos o que eu podia contar. Embry e ela eram tão ligados que contavam tudo um para o outro. Ou quase tudo Embry não contou sobre os lobos para, mas ela também tinha seus segredos, não gosta de falar sobre o pai do Embry.

Nem comigo e muito menos com ele.

Mas sobre o resto dos assuntos falamos muito enquanto ficávamos na cozinha nos aventurando em cozinhar um bolo.

—Tome, experimente essa aqui. –Ela ofereceu passando uma lata de chantilly para mim.

Coloquei um pouco na mão e coloquei na boca, mas a mãe de Embry me olhou negando com o cabeça, desapontada.

—O que foi? –Perguntei confusa.

—O que vocês, jovens de hoje em dia, tem de errado? Essa não é a maneira certa de comer chantilly! –Ela reclamou.

—Não?

Ela negou com a cabeça e pegou a lata da minha mão.

—Vamos, abra a boca.

Abri a boca e ela empurrou minha cabeça para cima colocando a parte de cima da lata bem acima da minha boca e apertando, um jato de chantilly encheu minha boca me fazendo rir e colocar a mão para não derrubar nada.

Artemísia riu do meu jeito atrapalhado enquanto eu tentava engolir o chantilly.

—Muito melhor, não acha? –Ela perguntou.

Eu apenas acenei com a cabeça, sorrindo com as bochechas cheias. Eu queria soltar uma gargalhada, mas minha boca estava cheia demais e eu tinha que me segurar.

A mãe de Embry era uma completa moleca.

Ela ficou me olhando seriamente por um tempo, seu sorriso havia sumido.

—Aconteceu algo? –Perguntei.

—Você é uma boa garota Erika. –Ela disse. –Estou feliz que você seja o imprinting dele.

Arregalei os olhos.

Ela sabia! Como? Embry me fez várias recomendações sobre isso.

—Como...?

Ela sorriu.

—Ele não tem ideia de que eu sei. –Ela respondeu. –Achei melhor fingir ignorância... Se ele souber que eu sei vai fazer muitas perguntas sobre o pai dele.

—Foi ele quem contou? Digo, o pai de Embry?

Ela acenou que sim com a cabeça.

—Não conte a ele, sim? –Ela pediu. –Você é uma garota incrível. Desde que ele me falou sobre você a primeira vez eu soube... Que você era aquela. A única.

—Artemísia eu...

—Por favor. –Ela implorou. –Cuide dele, por favor? Embry é um bom garoto, pode ser superprotetor as vezes e um pouco teimoso, mas é o melhor filho do mundo.

Eu fui até ela e lhe dei um abraço apertado, a flor do seu cabelo me fazendo cocegas no nariz.

—Eu vou sim! –Respondi ao seu ouvido. –Cuidarei dele como ele cuida de mim.

—Obrigada. –Ela respondeu.

Nos separamos e fiquei segurando sua mão.

—Meu Deus! Tem tanta coisa que eu gostaria de contar agora que sei que você sabe de tudo! –Falei animada.

—Teremos bastante tempo. –Ela respondeu.

—Sim, nós teremos.

—Ora, nós vamos decorar esse bolo ou não? –Questionou apontando para uns confetes coloridos que haviam no balcão.

Eu jamais imaginei que me daria tão bem com a mãe do Embry, mas estava feliz com aquela surpresa. Ela virou andando pela cozinha e eu senti minha mão tremer, olhei preocupada em direção aos meus dedos com um fraco brilho prateado... Eu sabia, no momento em que eu abracei a mãe do Embry me senti faminta, seus sentimentos me pareciam deliciosos.

Olhei para baixo ciente de que meus olhos estavam azuis brilhante, respirei fundo tentando me acalmar, tinha que me alimentar hoje, não podia mais esperar.

—--

Embry só apareceu horas depois avisando que Tia Jasmine tinha ligado e parecia que ela tinha que falar urgentemente comigo. Achei estranho toda aquela pressa, mas já eram quatro da tarde e o sol estava para se pôr, essa noite seria lua cheia, então eu precisava ir para casa.

—Eu vou buscar a moto do Jacob emprestada, a minha está no conserto. –Ele avisou me dando um beijo rápido e correndo em direção a casa de Jake.

Eu fiquei olhando ele ir embora pensando sobre essa história de Tia Jasmine estar me procurando, mas tirei aquilo da cabeça, tinha que me despedir de Artemísia.

—Erika? –Ela me chamou dentro de casa.

Fui em direção a sua voz, ela estava na sala com alguns pedaços do nosso bolo em um prato nas suas mãos.

—Embry vem me buscar daqui a pouco. –Avisei.

—Tome, leve para seus tios. –Ela disse.

—Obrigada. –Peguei o prato.

—Venha novamente qualquer dia desses. –Ela pediu me dando um abraço rápido.

Respirei fundo sentindo meus dentes crescerem... Ela estava tão feliz, a felicidade é tão deliciosa! Tão doce!

A buzina da moto do lado de fora me fez morder a língua.

—Está na hora de ir. –Falei me afastando rapidamente. –Até a próxima.

Ela acenou em despedida quando eu subi rapidamente na moto com Embry.

Ele acelerou e eu segurei em sua cintura com força.

—Algum problema Erika? –Ele perguntou.

—Nós podemos parar no caminho, eu preciso fazer... Aquilo. –Pedi.

Embry enrijeceu e acenou que sim com a cabeça.

—--

Embry e eu guardávamos um segredo.

Desde que eu contei a ele sobre precisar me alimentar frequentemente ele decidiu ser a minha fonte de alimento principal. Eu odiava fazer isso, deixa-lo fraco, tinha tanto medo disso acontecer que acabava nunca me alimentando direito e a cada dia a fome ficava maior.

Ele brigava comigo, mas eu não tinha como fazer isso!

Paramos na beira da estrada entre La Push e Forks, ele desceu até a orla da floresta, tirou a blusa sentando no chão e encostando o corpo numa árvore em seguida.

—Vem. –Ele chamou.

Eu sorri maliciosa.

—Não chama desse jeito. –Pedi manhosa indo em sua direção.

A luz do sol se pondo deixava tudo alaranjado, era bonito.

Eu me sentei no seu colo com as pernas abertas, encostei no seu corpo levando meus lábios até os seus. Era sempre uma explosão beijar Embry, principalmente quando eu tinha que me alimentar dele, nossa boca chegava a brilhar!

Nossos lábios devoravam um ao outro, ele segurava minha nuca com força me mantendo ali, como que me obrigando a me alimentar, então ele se separou.

Nossos olhos procuravam um ao outro, como que tentando descobrir alguma coisa errada, embriagados pelas sensações.

Nossas respirações alteradas, necessitadas.

—Me morde. –Ele pediu.

Senti meus olhos ficarem azuis, brilhantes.

Eu era assim, eu era feita para ele, para atender aos desejos dele, nos completávamos de um jeito que eu jamais pensei que fosse possível, eu descobri isso, eu entendi isso, a cada beijo, a cada toque, a cada olhar.

Se ele dizia pula, eu perguntava que altura, se ele dizia corra, eu perguntava que distância.

Se ele dizia ‘me morde’...

Meus dentes penetraram em seu ombro, Embry gemeu, uma linha fina de sangue escorreu pelas suas costas. Me esfreguei no seu corpo, ele apertou a minha bunda, estávamos nos descobrindo e era tão bom!

Ele arfou e eu soltei seu ombro, vendo sua pele se regenerar em seguida, eu sorri lambendo desde sua clavícula até seu queixo.

—Obrigada Embry. –Falei dando mordidinhas leves em sua orelha.

Ele gemeu e sorriu malicioso.

—De nada. –Respondeu.

Decidi me levantar para que pudéssemos voltar para minha casa, ele se levantou em seguida e tentou olhar por sob o ombro, então notou uma gota de sangue escorrendo lentamente pelos músculos de suas costas.

—Deixou escapar esse aperitivo aqui. –Ele respondeu.

Eu sorri limpando com a manga da minha blusa.

—Eu não sou um vampiro, seu idiota. –Respondi rindo. –Eu não tomei seu sangue, tomei sua energia. O sangue veio por causa da mordida.

Ele soltou uma gargalhada e me segurou pela cintura, puxando meu corpo contra o seu.

—Eu sei. –Ele disse. –Estava apenas implicando com você.

Então deixou um leve beijo em meus lábios. Ficamos de olhos fechados, testas coladas.

Naquele momento eu quase podia ouvir meu coração e o do guerreiro batendo no mesmo ritmo, quando abri os olhos a aura de Embry estava toda ao seu redor e a forma de uma cabeça de lobo logo acima da sua, como um casaco.

Eu sorri.

—Vamos? –Pedi. –Eu piloto.

—--

Quando chegamos em casa Embry se despediu com um beijo e me mandou entrar logo pois já estava escuro. Eu fui para casa com um sorriso bobo no rosto e quando fechei a porta da frente me encostei na madeira, sonhando acordada.

—Erika! –A voz de Tia Jasmine me fez dar um pulo.

Claro! Tia Jasmine queria falar algo importante comigo, lembrei.

—Aconteceu alguma coisa? –Perguntei colocando o prato com bolo que Artemísia e eu fizemos esquecido na mesinha de centro da sala.

Ela tinha um olhar ansioso, Tio Connor estava na sala com o papai e Carter descia as escadas apressado.

—Ela chegou? –Ele perguntou na metade dos degraus.

Aquilo me fez ficar alerta, todos reunidos significava que vinha alguma coisa importante.

Meu pai se levantou do sofá e veio em minha direção.

—Vocês estão me assustando. –Falei olhando de um para o outro.

—Erika... –Meu pai começou.

Eu não consegui decifrar sua expressão, ele tinha uma mistura de diversão, incredulidade e medo no rosto, era assustador mesmo.

—Fala logo pai! Está me deixando agoniada. –Pedi aos gritos.

Ele riu.

—Filha, quando eu estava na praia apareceu uma sereia. –Ele disse.

Arregalei os olhos.

—A minha mãe?! –Perguntei.

—Não. –Ele negou com a cabeça. –Não era sua mãe, fique calma. Era outra sereia, ela me chamou por causa do meu sangue de sereia.

—E o que ela queria? Anda logo pai, fala!

—Ela perguntou por você. –Tia Jasmine disse me fazendo virar o rosto em sua direção.

Então voltei a olhar para o meu pai.

—Por mim? Como assim? Parem de falar as coisas aos pedaços! –Reclamei.

—Então pare de interrompê-los! –Carter retrucou, rindo.

—Ela disse que estava procurando uma hibrida chamada Erika, disse que Serafine tinha mandado algo. –Meu pai explicou.

Silêncio tomou a sala.

Todos me encaravam esperando uma reação, mas cara, minha mente tinha pifado completamente.

—FALA SÉRIO! –Gritei.

Meu pai riu. Ele foi até onde estava a TV e voltou com uma concha vermelha enorme, ela tinha umas partes pontudas e dava algumas voltas como um caracol.

—É como aquelas conchas que as pessoas dizem poder ouvir o mar. –Carter disse animado.

—Tem alguém cantando dentro! –Tia Jasmine respondeu, sua animação também era óbvia por seus pulinhos.

Eu peguei a concha nas mãos, senti um formigamento nos dedos.

—Nossa... –Falei surpresa.

—Você pode sentir, não é? -Tia Jasmine questionou, me olhando com estrelas nos olhos.

—Está carregada de magia. –Respondi.

Ficamos todos olhando aquela concha, coloquei perto do ouvido e tia Jasmine estava certa, tinha o som de alguém cantando dentro, quer dizer, não era bem uma música, era apenas um conjunto de sons.

—O que será que devo fazer com isso? –Me perguntei.

Tia Jasmine soltou uma risada.

—Bom, acho que você não saber é culpa minha. –Ela respondeu. –Isso é como uma carta, Erika. Debaixo d’água nós não falamos, nos comunicamos por sons. É isso que tem dentro da concha, sons que formam uma mensagem.

—Mas por que não consigo entende-la? –Perguntei.

—Por que você não está embaixo d’água. –Ela pontuou o óbvio.

Nós olhamos uma para a outra.

—Tia Jasmine –Comecei. -, no seu banheiro tem uma banheira enorme, não é?

Ela sorriu.

Nós duas corremos escada acima, Tio Connor, Carter e meu pai vieram juntos, nós já estávamos enchendo a banheira quando eles chegaram.

—Eu sabia que um dia essa ‘piscina’ no nosso banheiro serviria para alguma coisa.  –Tio Connor falou orgulhosamente.

—Não vai dar a cauda toda. –Tia Jasmine comentou analisando a banheira com a mão no queixo.

Observei de onde ela estava e acenei que sim com a cabeça.

—Minha nadadeira vai ficar do lado de fora. –Confirmei. –Mas não importa, eu só espero poder ouvir a mensagem.

—Tem razão. –Ela concordou.

Quando a banheira já estava cheia eu comecei a tirar a roupa, meu pai arregalou os olhos e empurrou Carter e Tio Connor para fora do banheiro.

—Mas eu quero ver! –Carter reclamava do lado de fora.

Eu não me importei. Ali em minhas mãos estava uma mensagem de Serafine para mim, a sereia que eu tanto procuro.

Eu entrei na banheira e Tia Jasmine me entregou a concha, então eu submergi.

Já estava tão acostumada com a sensação que soltei todo o ar dos meus pulmões, o cloro da água era irritante e machucava um pouco na garganta, mas eu aguentei, minha cauda apareceu em seguida, longa e dourada, como eu imaginei a nadadeira ficou para o lado de fora.

Não importava.

Coloquei a concha junto ao meu ouvido, Tia Jasmine estava certa, o som era diferente embaixo d’água, era quase como se eu pegasse o significado e não as palavras em si, era comunicação no nível mais animal.

A voz de Serafine entrou em meus ouvidos e eu senti o coração acelerar... Não o meu, o do guerreiro. Batia forte no meu peito como se estivesse prestes a pular para fora, ir de encontro a ela.

Meu Deus, como ele a amava! Era sufocante, mas aconchegante ao mesmo tempo.

Quando a mensagem terminou eu subi a cabeça, Tia Jasmine me olhava em expectativa.

—E então, o que ela disse? –Ela perguntou.

Os sons rondavam minha cabeça e suspirei sentindo o ar entrando em meus pulmões.

—As palavras... –Comecei sem saber como continuar.

As palavras de Serafine...

 “Sua mãe se aproxima cada vez mais, não demora muitos dias para que finalmente se encontrem. O perigo de olhos escarlates está por perto, você deve encontrar seu igual e vir até mim o mais rápido possível, ele saberá me encontrar, estarei esperando por você, minha filha chamada Erika. Traga-me de volta o coração do meu Quileute.”

Ela estava à minha espera.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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