O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 11
Homem ao Mar!


Notas iniciais do capítulo

GENTE! GEEEEENTE! Vocês vão pirar quando terminarem o capítulo, vai ter gente querendo me matar por causa de onde eu parei... Ah, eu conheço alguém que vai ficar muuuito feliz com esse capítulo também. Terumy amor! Tá quase... Tá quase...! kkkkk
Câmbio e desligo



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Capítulo 10

Demorou um tempo para eu me acalmar, mas quando o fiz Embry me deu um leve beijo nos lábios e ficou repetindo que me amava, que nada mudou, que eu ainda era o amor de sua vida.

Aquilo me fez um bem danado.

Ele avisou ao resto da matilha que iria embora comigo e pediu que Sam o dispensasse da ronda de hoje, claro que o alfa aceitou e pediu que ele cuidasse bem de mim. Depois do episódio Embry ofereceu me levar para casa, mas eu não queria, não queria ir para casa, não queria voltar para os Cullens... Eu nem sabia para onde ir direito.

Nós dois saímos da casa de Emilly e fomos caminhando pelo caminho escuro.

—Você pode ir para minha casa. –Ele disse.

Pensei sobre aquilo.

—Sua mãe não vai reclamar se eu dormir lá?

Ele colocou a mão sobre os meus ombros e me apertou junto a ele.

—Nós entramos escondidos pela janela e saímos bem cedo. –Ele disse. –E você pode ligar para a vampira vidente vir te buscar de manhã.

Sorri pequeno.

—Está me fazendo convites escusos Senhor Call? Quer me levar para a sua cama hoje? –Perguntei tentando fazer uma brincadeira.

Embry sorriu.

—Não seria má ideia. –Ele respondeu. –Domir ao seu lado nunca será uma má ideia.

Passei o braço por sua cintura e o abracei.

—Eu aceito. –Sussurrei.

—--

Nós chegamos na casa dele rapidamente em sua forma de lobo, tudo estava escuro quando chegamos lá, claro, já devia ser quase três da manhã. Seu quarto era no primeiro andar, por isso ele me pegou no colo e deu um pulo até a janela, desequilibramos um pouco, mas conseguimos firmar quando segurei na parede. Fez um barulho alto essa nossa pequena aventura por isso paramos e ficamos calados, ouvindo se fomos pegos pela mãe dele.

Nos olhamos e rimos em seguida.

O quarto de Embry era normal, havia uma cama de solteiro bem em frente da janela por isso subi nela com os joelhos para meu sapato não sujar o lençol, o guarda roupa era embutido numa porta a esquerda, tinha uma cadeira cheia de roupas em cima, uns livros pelo chão, a cômoda de madeira do lado direito tinha um espelho grande e tinha alguns papeis soltos por cima, desodorante, umas fotos dele com a matilha, com a mãe dele, com o Jake e Quil e uma foto minha, sorrindo.

—Onde arranjou isso? –Perguntei me aproximando da cômoda.

Ele teve a decência de parecer envergonhado.

—Sua tia me deu. Logo que eu sofri o imprinting. –Ele explicou.

—E você colou aqui? –Apontei para o espelho.

—Para eu te ver sempre que acordo. Talvez seja por isso que mamãe sentiu ciúmes, eu nunca colei a foto de nenhuma garota no espelho além dela.

Eu sorri.

Voltei para a cama e me sentei tirando os sapatos, coloquei ao pé da cama e suspirei. Embry esperou que eu criasse coragem para falar.

—Ainda tem uma coisa que não contei. –Falei.

Embry acenou que sim com a cabeça.

—Eu imaginei. –Falou.

—Eu não sei como você vai reagir, mas por favor Embry, eu preciso que você me diga a verdade. Eu não aguento mais mentiras. –Expliquei.

Ele acenou que sim com a cabeça.

Eu peguei seu travesseiro e abracei antes de falar.

—Quando meu pai voltou de viagem ele me contou dois segredos que escondeu de mim. Um era sobre Theo. Ele me contou que algumas semanas depois que eu tive o bebê Theo apareceu lá em casa e deu a entender que o meu filho talvez estivesse vivo. –Contei.

Embry se aproximou de mim.

—Está me dizendo que ele levou a criança? -O tom de sua voz era de horror.

—É exatamente o que estou dizendo. Existe a possibilidade de que ele esteja mentindo para chamar minha atenção já que depois daquele episódio ele tentou falar comigo, mas eu nunca quis e meu pai nunca permitiu que ele chegasse perto o bastante.

—Mas também existe a possibilidade de que ele esteja falando a verdade. –Ele compreendeu.

—Exato. –Confirmei. –Meu pai está procurando pistas sobre a veracidade daquela informação, mas Theo havia sumido desde então e somente agora a pouco ele soube seu paradeiro.

Embry ficou olhando para o nada como se estivesse se acostumando com a notícia, soltou um sorriso pequeno de lado e em seguida pareceu decidido, como se tivesse tido a melhor resolução do mundo.

—Então nós temos que ir atrás dele! –Ele disse se levantando da cama e andando de um lado para o outro. –Eu posso sair da escola por duas semanas sem levantar suspeitas, principalmente agora que as provas terminaram a pouco! Posso dizer que estive doente e Jake pega a matéria atrasada...

Eu sorri.

—Não Embry. –Falei interrompendo-o.

—Como assim não? –Ele perguntou ultrajado. –É o nosso bebê!

—Nosso? –Perguntei surpresa me levantando e indo até ele.

—Seu. –Ele disse se retratando.

Segurei seu rosto em minhas mãos.

—Eu gostaria que ele fosse nosso. –Respondi.

Ele suspirou aliviado.

—Ainda bem, por que eu já estava pensando em arrumar uma casa para morarmos. –Ele falou.

Soltei uma gargalhada alta, mas ele colocou a mão na minha boca rindo baixinho para não acordar a mãe dele.

—Embry, você só tem dezesseis anos. –Falei.

—Você tem dezoito, e daí? –Perguntou ele.

—É, mas eu já me acostumei com a ideia de ser mãe, carreguei esse bebê dentro de mim por nove meses. Ao contrário de você, ele entrou na sua história agora. –Expliquei.

Ele deu de ombros.

—É exatamente por você ter carregado ele por nove meses que ele é tão importante. É uma parte sua, meu amor. E vou amá-la tanto quanto amo você.

—Embry isso é muito sério. –Falei.

—Eu sei... Lobos cuidam de seus filhotes. –Ele falou sério.

Eu me joguei em seus braços num abraço apertado.

—Deus! Como eu amo você!

—E então? Quando vamos busca-lo? –Ele perguntou.

Neguei com a cabeça.

—E não posso fazer isso ainda. –Respondi.

Embry me empurrou levemente.

—Está com medo? –Perguntou.

Se fosse apenas isso...

Então eu contei a Embry sobre minha mãe e meu irmão, que eles eram povo do mar e estavam vindo para me ajudar a encontrar Serafine e devolver o coração do guerreiro.

—Mas ele não pode esperar até você encontrar seu filho? -Ele perguntou contrariado.

—Não é ela! Sou eu. É a segurança dessa criança. –Expliquei.

Eu não podia colocar uma criança inocente na linha de tiro.

Embry não pareceu muito feliz ao descobrir que eu teria que viajar mar adentro, sozinha. Mas pareceu entender.

—Tudo bem... Está tarde, vamos pensar nisso amanhã. Agora vamos falar sobre um problema mais atual. –Ele disse me segurando pela cintura e puxando junto dele.

—Qual? –Perguntei confusa.

—Minha pequena cama de solteiro. –Ele disse. –Vamos ter que dormir bem juntinhos.

Eu sorri maliciosa.

—E desde quando isso é um problema? –Perguntei.

Embry sorriu.

—--

Na manhã seguinte Embry e eu acordamos com uma batida na porta.

—Embry, é melhor levantar ou você e Erika vão perder a hora da aula. –A mãe dele gritou do outro lado.

Estávamos deitados de conchinha e pude sentir Embry rir na minha nuca.

—Essa Dona Artemísia é cheia de mistério. –Falou sonolento.

Eu sorri de olhos fechados. Embry me apertou mais a ele e eu me encaixei em seu corpo toda lânguida.

—Bom dia, Embry. –Falei.

Eu havia tirado a calça e o sutiã na noite anterior, então estava apenas com a blusa e de calcinha, Embry escorregou sua mão pela minha cintura debaixo do lençol e seus dedos levantaram o elástico da minha calcinha, fazendo um carinho no meu quadril.

Me senti completamente excitada.

Ele continuou fazendo carinho ali sem nunca se mover, como se estivesse testando a si mesmo.

—Embry... –Gemi levemente.

Ele grunhiu, eu podia sentir sua excitação tocando minha bunda.

—Paciência Embry... Paciência... –Ele falou para si mesmo.

Eu soltei uma risada alta quando ele levantou da cama correndo e se trancou no banheiro, me aconcheguei em seu lençol, o calor de seu corpo ainda ali.

—Embry! Erika! –A mãe dele gritou no andar de baixo.

Eu ri mais um pouco.

—--

—Bom dia Artemísia. –Falei entrando na cozinha.

—Bom dia mãe. –Embry falou vindo logo em seguida.

Nós dois estávamos com os cabelos molhados por termos tomado banho, não juntos, okay?  Eu acabei colocando uma cueca e um short de Embry que já não cabia mais, mas usei a mesma blusa de ontem à noite pois não havia trazido roupa.

Artemísia virou para nós dois com a mão na cintura e uma expressão séria.

—Vocês chegaram tarde ontem à noite por isso não falei nada. –Ela levantou as mãos e fechou os olhos se eximindo de culpa. –Mas você acha certo trazer a menina para dormir com você debaixo do meu teto sem um compromisso mais sério? Há quanto tempo vocês dois se conhecem?

Embry riu.

—Não fizemos nada mãe! –Ele disse. –Erika passou por uns problemas e me chamou para ajudar, mas não queria voltar para casa então eu a trouxe para dormir aqui.

—Não aconteceu nada? Nada mesmo? –Ela cerrou os olhos com desconfiança.

—Palavra de escoteiro. –Embry disse batendo continência.

Artemísia suspirou derrotada.

—Embry, você nunca foi escoteiro. –Ela disse.

Eu ri alto com isso.

—Sinto muito Senhora Artemísia. Eu estava na casa dos Cullens para uma festa do pijama e pedi para Embry ir me buscar, eu tive uma briga feia com a Bella, mas menti para minha tia me deixar dormir na casa dos Cullens e se voltasse para casa ela descobriria. Então Embry foi me salvar. –Expliquei.

Ela pareceu não acreditar muito na história, mas acenou que sim com a cabeça.

—Certo. Certo. Venham comer... –Ela disse colocando uns pratos na mesa.

Embry pulou na cadeira e me chamou para sentar ao seu lado.

O café da manhã foi divertido, mas bem rápido já que eu tinha que ir para a escola.

—Você precisa ligar para a... –Ele olhou para mãe e em seguida para mim. –A Cullen?

Neguei com a cabeça.

—Ela já sabe que tem que vir me buscar. –Avisei. –Afinal, eu estava numa festa do pijama com ela.

Embry acenou que sim com a cabeça, meio incomodado. Quando estávamos juntos do lado de fora da casa dela Embry me puxou para olhar seu rosto, ele parecia preocupado.

—Ontem à noite aconteceu uma coisa.

Gelei.

—O que? –Perguntei.

—Quil...-Ele suspirou. –Parece que ele teve um imprinting pela pequena Claire logo que nós saímos.

—Droga! –Gemi.

—Você tinha visto isso, não é? –Ele perguntou encostando-se a moto.

Acenei que sim com a cabeça.

—Eu tinha visto, estava tentando evitar que acontecesse, mas pelo jeito eu me descuidei ontem à noite.

—Não é para menos. –Ele disse.

Ficamos meio sem jeito, me ele sorriu e me puxou pela cintura para um abraço.

—Antes de você ir embora eu gostaria de confessar algo. –Ele disse.

—O que foi? Você também tem uma ex-namorada psicótica?

—Sim, mas não é isso que eu quero falar.

—Como é? –Perguntei chocada. –Você tem uma ex-psicótica?

Ele riu.

—Eu quero falar sobre aquele cara.              

Suspirei.

—Diga.

—Eu gostaria de te avisar que o único motivo de eu não ter saído atrás dele arrancado a pele dele aos poucos é por que ele é o único que parece saber onde seu filho está. Mas depois que o acharmos... Ele vai morrer. –Ele disse sério.

Eu não soube o que responder.

Não me importava com a vida de Theo... Mas e Embry? Como ele ficaria depois de matar uma pessoa?

Eu o abracei acenando que sim com a cabeça. Eu evitaria esse peso em suas costas, nem que para isso eu mesma tivesse que mata-lo em seu lugar.

—--

Ele me levou em direção à fronteira de moto, Alice estava com o carro parado e Bella estava com ela.

—Você demorou, vamos nos atrasar se eu não for um pouco mais rápido. –Alice disse.

Bella sorriu negando com a cabeça.

—Trouxemos uma roupa para você. –Ela explicou.

—Valeu.

Dei um beijo em Embry antes de ir embora com as garotas.

Quando entrei no carro Alice tinha uma careta no rosto.

—Ele cheira a cachorro molhado, como você aguenta beijá-lo?

Eu ri alto.

—Ele não cheira a cachorro para mim, cheira a floresta e terra molhada. –Falei.

—Seu olfato tem problemas, simples. –Ela disse sorrindo.

Quando cheguei no colégio Carter estava me esperando, preocupado, me deu um longo sermão e falou que hoje eu dormiria em casa, nada de dormir em nenhum outro lugar onde ele não podia ir ver se eu estava bem. Eu aceitei, claro. Do jeito que ele estava irritado, fazia medo que ele fosse atrás de mim na casa dos Cullens.

No colégio Bella parecia mais desanimada que de costume. Edward não estava e Alice a mantinha numa prisão domiciliar... Estava difícil para a garota. Por isso não foi surpresa quando o sinal tocou e eu fui procura-la, mas só encontrei Alice, irritada, na porta do refeitório com Rosalie ao seu lado.

—Onde está a Bella? –Perguntei.

—Acabou de fugir com o amigo lobo dela. –Alice respondeu, visivelmente alterada. –Ah, Edward vai pirar! Pior! Vai tirar meu porsche!

Eu ri alto.

—Jake sequestrou ela?

—Se fosse um sequestro ainda me daria chance de ir busca-la, ela quis ir. –Respondeu. –Você poderia ir busca-la para mim?

Neguei com a cabeça.

—Sinto muito, Carter me proibiu de ir para La Push hoje por ter preocupado ele ontem à noite. –Dei de ombros. –Além do mais, é o Jacob, ele não vai machucar a Bella.

—Vocês duas não tem ideia do quão volátil um lobo jovem pode ser. –Rosalie respondeu.

—Meu namorado é um lobo jovem, -Respondi. – eu sei do que estou falando.

—--

Na saída do colégio Alice me levou até a casa dela para buscarmos as minhas coisas e acabamos conversando na garagem ao lado do porsche amarelo dela.

—Você contou a Rose o que viu? –Ela perguntou.

—Contei. Ela não parece se importar que eu saiba. –Expliquei.

Alice me olhou surpresa.

—Entendi.

Naquele momento ela olhou para frente como se visse além de mim por uns segundos, esperei que a visão acabasse antes de falar alguma coisa, mas ela apenas sorriu e colocou a mão no meu ombro.

Na visão estava Rose na sala dos Cullens, até que a campainha toca e ela pula do sofá.

—Erika chegou! Erika chegou! –Ela diz animada e abre a porta.

Eu entrei e nos abraçamos.

—Você está pronta? –Perguntei.

—Querida, eu nasci pronta.

Ela jogava o cabelo e nós duas rimos, em seguida saímos juntas.

Quando voltamos Alice tinha um sorriso animado enquanto eu parecia incrédula.

—Parece que seremos amigas. –Falei surpresa.

—É uma possibilidade. –Alice lembrou. –Basta apenas saber se você vai se dar a chance de isso acontecer.

Eu não quis responder, por isso apenas dei de ombros. Suspirei arrumando a mochila nas costas quando Alice levantou a cabeça levemente olhando para fora, chovia levemente.

—Vem uma moto aí. –Ela disse. –Acho que é Bella.

Não demorou mais que alguns segundos para que Bella entrasse na garagem, completamente encharcada em sua moto, seus lábios roxos, sua expressão não era das melhores.

—Meu Deus Bella! Você vai pegar uma pneumonia! –Falei.

Ela desceu da moto e ficou parada em pé a nossa frente, tremia muito, mas seu rosto tristonho era muito mais preocupante.

—Você precisa de um banho. –Apontei. –E um abraço.

Ela acenou que sim com a cabeça. Eu não sabia o que havia acontecido, mas Jacob deve ter feito algo muito ruim.

—Quer conversar sobre isso? –Alice perguntou se aproximando.

—Não.

Alice assentiu, mas seus olhos ardiam de curiosidade.

—Quer ir a Olympia hoje à noite? Podíamos sair todas juntas ou assistirmos um filme.

—Não. Posso ir para casa?

A vampira fez uma careta.

—Deixa pra lá, Alice - ela disse. -Vou ficar, se isso facilitar a situação para você.

—Obrigada. -Ela suspirou de alívio.

Naquele momento meu celular toca, o nome de Jacob brilhou na tela, olhei para Bella.

—Tudo bem Erika, pode ir, eu vou ficar bem. –Ela disse.

Fui em sua direção e lhe abracei apertado.

—Vou arrancar a cabeça dele. –Respondi.

Ela soltou um riso curto.

—Obrigada.

E quando ela entrou com Alice e fui em direção a moto de Carter do lado de fora.

Droga, Jacob! Será possível que você só faz idiotice?

—--

Ao sair da casa dos Cullens meu caminho foi direto para a casa de Jacob, a chuva estava forte, mas a água não me incomodava, na verdade era muito bem-vinda, me deixava mais calma quanto a raiva que eu estava sentindo.

A entrada da casa de Jacob estava cheia de lama, por isso quando estacionei minha irritação era tanta que arranquei a sandália dos pés e fui correndo direto para o galpão onde funcionava a oficina.

—JACOB! –Gritei entrando, completamente encharcada, minha mochila caiu no chão molhada.

—Erika! Ah droga, Erika, eu fiz uma merda enorme! –Ele disse se aproximando com o telefone ao ouvido.

—O. Que. Você. Fez. –Perguntei lentamente falando cada palavra como uma sentença.

—Bella falou que ia ser transformada em semanas Erika! Semanas! Eu disse a ela que preferia que ela estivesse morta do que... –Ele contou. Arregalei os olhos, chocada. –Erika, eu...

Qualquer coisa que ele fosse dizer foi cortado pela tapa que dei em seu rosto, o som de estalo soou alto por que eu estava molhada, mas também por que bati com força pois seu rosto foi para o lado.

Jacob virou surpreso com a mão no rosto.

—Espero que você se arrependa do que disse... –Falei. –Por que se ela não se tornar um sanguessuga não existe outro destino possível além da morte pela mão dos Volturi. Por que Jacob, ela pode gostar de você, mas é Edward que ela ama.

—Ela me ama também, eu sei disso. –Ele falou num choramingo.

—Dizendo a ela que prefere vê-la morta não ajuda em nada Jacob. Magoou ela muito, você não viu o jeito como ela chegou até mim. Estou profundamente irritada com você. Acho bom não aparecer na minha frente pelos próximos dias! –Respondi.

Virei as costas e saí porta afora. A chuva estava mais forte e provavelmente se eu tentasse voltar para casa com a moto poderia sofrer um acidente na pista molhada, mas também não queria permanecer ali perto de Jacob e sua estupidez gigante! Por isso fui caminhando em direção à praia, meu corpo havia se acostumado coma temperatura, mas provavelmente Tia Jasmine iria brigar comigo por estar com as roupas molhadas.

Só que eu estava tão irritada!

Como Jacob pode ser capaz de dizer aquilo?

—Hey! – A voz de alguém me chamou.

Virei para o lado, era a casa dos Clearwater, um garoto havia me chamado, ele vinha correndo em minha direção com um guarda-chuva. Quando se aproximou pude perceber que era o mais novo de Sue, Seth Clearwater, irmão de Leah.

—Você é a namorada de Embry, não é? –Ele perguntou quando chegou perto o bastante para me colocar debaixo do guarda-chuva.

—Sim. –Falei alto por que o barulho da chuva era alto.

—Você vai ficar doente se ficar na chuva desse jeito. –Ele disse.

Eu sorri pela sua gentileza, mas quando ele tocou meu ombro tive outra visão, elas estavam cada vez mais frequentes.

“Era Seth Clearwater, ele estava em casa discutindo com Leah, os dois gritavam um com o outro por causa de uma rosquinha de chocolate, quando de repente Seth explodiu num enorme lobo cinza bem no meio da cozinha derrubando alguns pratos e quebrando uma cadeira.”

Quando voltei a mim o garoto me chamava preocupado.

—Moça! Ei, Moça! Você está bem? –Ele perguntou.

Sorri. Olhei carinhosa para ele, mais um lobo para a matilha, um novo integrante na família.

—Desculpe, estava pensando. –Falei. –Obrigada pela preocupação, mas eu estou bem, estou indo dar um mergulho de mar.

—Agora? –Ele pareceu chocado. –O vento na praia deve estar fazendo os pingos de chuva parecerem pedras quando batem em você!

Eu ri.

—Tudo bem, eu não me importo.

—Não sei não. –Ele disse um pouco incerto. –Você pode ao menos levar o guarda-chuva.

—Não precisa. –Neguei com a cabeça. –Tudo bem mesmo. Obrigada.

Ele negou com a cabeça, seu sorriso aberto me fazia lembrar de como Jacob era antes de se tornar um lobo, coisa que pelo jeito o pequeno Seth também se encaminhava para ser, como sua irmã.

—Então tá, ninguém pode dizer que eu não tentei. –Ele deu de ombros. –Mamãe sempre diz que você tentou ajudar o meu pai antes de ele morrer, por isso achei que era injusto deixar você na chuva.

—Você é um bom garoto Seth. –Falei dando um leve beijo em sua bochecha.

—Nossa, se eu soubesse que era fácil assim ganhar um beijo ia ser gentil com as garotas mais vezes. –Ele disse animado.

Eu soltei uma gargalhada negando com a cabeça.

—Até logo Seth. –Falei me despedindo e corri de novo para a chuva.

—--

O garoto Seth estava certo.

Os pingos de água da chuva pareciam pedras nas minhas costas! Mas não doíam muito, só me faziam rir levemente ao lembrar do garoto. Fiquei sentada num tronco debaixo de uma árvore na orla da floresta, vendo a chuva cair na areia até ficar fraca, o mar estava revolto mas as nuvens não estavam pesadas. Fiquei por ali até me acalmar o bastante para perceber que talvez eu tenha exagerado em bater no rosto de Jacob.

Certo, era muita coisa para ele assimilar.

Suspirei decidida a pedir desculpas a ele da próxima vez que nos víssemos. Quando a chuva era apenas uma leve garoa eu notei uma pessoa vir correndo em minha direção, era Leah Clearwater.

—Hey, Seth falou que você tinha vindo para cá. –Ela disse se protegendo da chuva ao meu lado.

—E você veio atrás de mim? –Perguntei surpresa.

Ela deu de ombros.

—Embry pediu que nós cuidássemos de você caso te víssemos. -Explicou. –E como está chovendo Seth ficou me irritando para trazer isso.

Ela puxou um guarda-chuva das costas.

Sorri.

—Você e Seth são bem legais. –Falei.

Ela soltou uma risada anasalada.

—Obrigada. –Falou achando graça.

—Mas é sério. Eu realmente não preciso disso. –Falei.

—Bom, não vou ficar insistindo. –Ela disse e fez um barulhinho de desdém. –Se você quer ficar doente vai em frente.

—Não precisa levar a mal, não estou negando sua gentileza, é só que por causa do que eu sou a água não me deixa doente. –Expliquei.

A expressão dela pareceu de iluminar.

—Ah, é mesmo. Você é um peixe.

Franzi o cenho.

—Dama da Água. –Corrigi.

—Não é a mesma coisa? –Ela perguntou.

Neguei com a cabeça.

—Claro que não! –Falei ofendida.

Ela riu.

—Certo! Certo! Dama da Água. Peguei. Não erro mais. –Respondeu sorrindo com malícia.

Bufei.

Ela virou as costas para voltar para casa.

—Leah. –Chamei.

Ela levantou o rosto em minha direção.

—O que?

—Seu irmão... Ele não vai demorar a se tornar parte da matilha. –Falei.

Ela pareceu congelar de repente.

—Você viu alguma coisa? –Ela perguntou.

Acenei que sim com a cabeça.

—Vai ser logo, fica de olho nele, é um bom garoto. –Falei.

Ela fez um movimento afirmativo.

—Obrigada. Ele é melhor que eu em muitos aspectos.

Suspirei.

—Eu acho que você é muito melhor do que quer se fazer parecer Leah, muito melhor. –Respondi.

Ela virou o rosto para o mar para fugir do meu olhar, mas seu rosto assumiu uma expressão confusa.

—Ei, o que é aquilo? –Ela perguntou.

Olhei para onde ela apontava. Longe da costa, lá em alto mar, havia duas criaturas aparecendo por entre as ondas.

—É algum peixe? –Perguntei.

—Aquilo ali são pessoas! –Leah disse chocada. –Caramba, será que estão se afogando?

No que Leah falou eu pude ver verdade, ao longe havia as cabeças de duas pessoas conversando na água. Em seguida os dois mergulharam deixando um brilho dourado de duas caudas para trás.

Levantei do tronco onde estava sentada e senti como se finalmente o frio estivesse me atingindo.

—Eu acabei de ver o que vi?! –Leah parecia surpresa. –São seus conhecidos?

Neguei com a cabeça.

—Ou talvez sejam... –Sussurrei. –Leah preciso que você me faça um favor.

Ela pareceu ficar alerta com meu tom de voz.

—O que foi?

—Esqueci meu celular na casa de Jacob, preciso que você vá até a sua casa e ligue para Tia Jasmine. Peça que ela venha aqui com meu pai... Melhor, peça que venha a família toda. –Pedi sem tirar os olhos de onde tinha visto as duas caudas a última vez.

—O negócio é sério assim? -Ela pareceu chocada.

—Leah. O mais rápido que você puder, por favor. –Pedi olhando-a seriamente.

—Certo. Estou indo.

Ela correu pela areia numa velocidade maior que a de um humano normalmente, isso era bom, ela tomou a sério o meu pedido. Olhei novamente para o mar, ansiosa, nervosa...

Será?

 


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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