Segunda Chance escrita por Kell Beybe
Quando acordei ele não estava comigo. Olhei para o relógio marcava 3 da manhã. Desci as escadas, não me apetecia dormir. Só depois reparei que estava a chorar…
Sentia-me sozinha, apetecia-me encostar a minha cara a alguém e chorar até não poder mais… nessa altura só o Ric… não!! É melhor não!!
Decidi ir ter com o Duarte, não aguentava mais esta dor!!
- Morde-me!!! – exigi!
- Não!!!
- Porquê??
- Só depois do bebé nascer!! Quando te morder terás umas dores horríveis, não quero prejudicar o nosso filho!!
- Depois do nascimento pode ser tarde de mais!!
- Agora ainda não!!
- Só te preocupas contigo!! Eu não te interesso néé? Mas ok na boa!!
Sai de sua casa a chorar, não me atrevi sequer a olhar para trás….
Cheguei a casa por volta das 4 da manhã, não reparei se estava alguém na sala, subi as escadas para o meu quarto, agarrei-me à almofada e chorei!! Chorei até não poder mais… de repente, comecei a sentir uma mão a fazer-me festas na cabeça, aquele toque era inconfundível, era o Ricardo.
. Já sei o que se passou!! – Disse-me ele.
- Ele não me ama!! – Acusei.
- Ama sim!!
- Então, porque não me mordeu??
- Porque, por mais que o ames, se sentires um impright por outra pessoa, terás de ficar com essa pessoa!! Ele tem medo, se te morder e depois tiveres um impright por outra pessoa??
- AH!! Mas não me imagino sem ele!! Ele é a minha droga!!
- Sim, mas não consegues controlar isso…
- E contigo e com a Sandy?
- Eu já tive um impright por ela!!
- Já? Quando?
- Foi ontem, ela ia sendo atropelada, apesar de saber que ela não podia morrer, tive medo. E pronto!!
- Ela já te mordeu?
- Não!! Ela está grávida, e o bebé é meio vampiro, ela precisa do veneno para o bebé poder-se alimentar enquanto está na sua barriga.
- Ah…
Não pronunciei mais nada, senti os meus olhos a inundarem-se de novo, o Ricardo percebeu, puxou-me com o braço contra o seu peito.
Agarrei-me ao seu peito e inundei-lhe a camisola
- Não me deixes sozinha!! Por favor.. – Pedi.
- Não te preocupes, não vou a lado nenhum!! – Prometeu ele, e ao menos quando ele prometia… cumpria!!
Adormeci…
Não sei ao certo quanto tempo passou, mas acordei com…
- Podem contar-me uma história? – Ouviu-se uma voz a perguntar. Era o Bruno.
-Hmmm… Nã… - o Ricardo ia-lhe dizer que não.
- Claro!! – Interrompi-o.
- É sobre o que a história? – Perguntou o Ricardo ao Bruno.
- Hmm.. não sei!! Só me leram a parte de trás… mas gostei!! – Retorquiu.
- Prefácio!! – disse como se chamava “a parte de trás”.
- Santinho!! Vê lá, não te constipes!! Continuando… - disse o Bruno.
- Ahahah!! Prefácio é como se chama a parte de trás do livro!! – Respondeu o Ricardo.
- Tá bem!! Qual é a diferença? Bom mas continuando, na parte de trás do livro diz que uma cidade chamada SmallVille anda a sofrer uma série de assassinatos e desconfiam de uma rapariga que não acredita em “contos de fadas”. E realmente tudo aponta para ela. Mas depois descobre que era o papão. E quem a ajuda é o ex amigo imaginário do irmão que também se está a transformar num papão. Ela tem que fazer com que o irmão volte a acreditar no amigo imaginário e vai ao mundo dos papãos!!
- Ok!! Lemos-te o raio do livro!! – Interrompeu o Ricardo.
Eu adorava quando lia-mos histórias aos mais novos, era sempre muito divertido. Só aqueles dois para me fazerem rir!!
A história foi sendo contada no meio de muitos risos e estalos entre mim e o Ricardo e o Ricardo e o Bruno, eu não batia no Bruno mas fazia-lhe cócegas. Algum tempo depois, senti os meus olhos a pesarem-me, tinha sono, o Bruno já adormecera, o Ricardo estava com a cara de estúpido a olhar para o livro, só descobriu que ele já não estava atento, quando vi o livro de pernas para o ar. Encostei-me ao seu peito, e adormeci.
Mas a verdade é que o desespero ainda não tinha desaparecido por completo. Tive um pesadelo, no qual o Duarte me mordia e eu tinha um impright por outra pessoa!! Era horrível!! Acabei por cair no sono profundo.
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